quarta-feira, 8 de julho de 2009

LULA RECEBE PRÊMIO PELA PAZ E PELA IGUALDADE DE DIREITOS

"Sinto-me honrado de partilhar essa distinção. Recebo esse prêmio em nome das conquistas recentes do povo brasileiro", disse Lula diante da plateia de diplomatas, políticos e convidados das Nações Unidas,ao receber o prêmio Félix Houphouët-Boigny na sede da Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) em Paris.

O júri, presidido pelo ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger e 11 personalidades internacionais, concedeu o prêmio a Lula "pela sua atuação na promoção da paz e da igualdade de direitos".
Atualmente na sua 20ª edição, a premiação já teve entre os ganhadores o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, o ex-premiê israelense Yitzhak Rabin, o presidente da Autoridade Nacional Palestina Yasser Arafat e o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.
Além de um diploma e uma medalha de ouro, o premiado recebe um cheque de US$ 150 mil. Segundo Alioune Traoré, secretário-executivo do Prêmio Félix Houphouët-Boigny, um terço dos laureados ganhou posteriormente o Prêmio Nobel da Paz. Dirigindo-se a Lula, Traoré afirmou que, "com esse prêmio, o senhor assume novas responsabilidades na história".
A avaliação foi partilhada pelo primeiro-ministro português, José Socrates, que disse que Lula é "uma das vozes mais empenhadas na construção de uma nova ordem mundial". Para Koichiro Matsuura, diretor-geral da Unesco, Lula é exemplo de "luta contra a pobreza".
O presidente Lula destacou a paz ao discursar. "É intolerável querer transformar diferenças entre as civilizações em razão de conflito. Não haverá paz enquanto houver intolerância étnica, cultural e ideológica."
Para Lula, a região da América Latina e Caribe é um exemplo de pacificação por formar "a primeira zona desnuclearizada do globo". Sublinhou, porém, que "o desenvolvimento e a estabilidade política dos nossos vizinhos são fundamentais". Por isso, "condenamos de forma veemente o golpe em Honduras". Esse foi um dos momentos mais aplaudidos.
Outros dois trechos que renderam ovação foram a defesa da criação de um Estado palestino e um pedido pela suspensão do embargo a Cuba. "Essa é uma relíquia da Guerra Fria."
A defesa da inserção dos países emergentes na tomada das decisões internacionais também esteve presente no discurso de Lula, que conclamou uma "reforma dos mecanismos globais de governança e do Conselho de Segurança da ONU".
A conclusão da Rodada Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio) e um plano em escala mundial contra o aquecimento climático foram outros pedidos de Lula para a comunidade internacional.
Sobre a agenda dos problemas internos brasileiros, dedicou espaço menor, com ênfase num balanço positivo: "Seis anos após o início do Fome Zero, a desnutrição é um problema marginal no Brasil. O índice de desigualdade é o mais baixo das últimas três décadas".
Pouco antes da premiação, dois militantes do Greenpeace subiram ao palco com duas faixas: "Lula - Salve a Amazônia, Salve o Clima". Eles foram retirados pelos seguranças do palco com alguma truculência. Lula depois se desculpou pelo incidente e pelo tratamento dado aos jovens e disse que o alerta das faixas dos manifestantes era "importante" e que "a Amazônia tem que ser preservada".

MÍDIA PARECE QUE QUER EWSCONDER
O QUE É BOM E DIVULGAR O QUE É RUIM

Para o jornalista Ricardo Kotscho, por causa dessa má-vontade da grande mídia em relação ao governo Lula "dá para entender porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar com a população fora da grande mídia.Quando trabalhava no governo, e mesmo depois que saí, discordei dele nas críticas que fazia à atuação da imprensa, a ponto de dizer recentemente que não lia mais jornais porque lhe davam azia."

Para ele, embora "esta atitude beligerante lhe cause mais prejuízos do que dividendos, na minha modesta opinião, o fato é que Lula não deixa de ter razão quando se queixa de uma tendência da nossa mídia de inverter a máxima de Rubens Ricupero, aquele que deu uma banana para os escrúpulos.

“O que é bom a gente esconde, o que é ruim a gente divulga”, parece ser mesmo a postura de boa parte dos editores da nossa imprensa com um estranho gosto pelo noticiário negativo, priorizando as desgraças e minimizando as coisas boas que também acontecem no país, finaliza Kotscho.

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