segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O INCRÍVEL EXÉRCITO DE "SERRALEONE"

Em 1966, Mario Monicelli dirigiu a sua obra-prima, “L’Armata Brancaleone”, que no Brasil recebeu o título de “O Incrível Exército de Brancaleone”, uma sátira formidável sobre a transição da idade média para a idade moderna baseada no clássico Don Quixote, de Miguel de Cervantes. No filme, Brancaleone, um cavaleiro pra lá de atrapalhado interpretado pelo grande Vittorio Gassman, comanda, do lombo de seu pangaré Aquilante, um pequeno exército de quatro miseráveis maltrapilhos a perambular pela Europa em busca de um feudo que pudesse dominar, mas sempre se dando mal. Pois não é que ocorre hoje no Brasil uma reprodução, na vida real, da obra de Monicelli, que também poderíamos chamar aqui de “O Incrível Exército de Serraleone”. Esfacelado, mal visto, abandonado, o cavaleiro e seu exército já quase nanico (que em vão procurou, em segredo, o apoio dos anciãos da caserna para a sua causa) luta contra a “peste” do desenvolvimento social, contra as “bruxas” imundas da globosfera e sua repugnante liberdade de expressão, contra o fim inaceitável da servidão. A diferença, além do cenário, é que Brancaleone e seus quatro desafortunados soldados sempre estiveram sozinhos, enquanto o exército de Serraleone começou maior, mas vem sofrendo baixas ao longo do caminho, por morte ou por deserção. No entanto, uma máxima de Brancaleone não chegou a Serraleone: "A melhor maneira de não decepcionar-se é não criar expectativas.

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