quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ESTILO PIG: FILHA DE SERRA PEDE DADOS E OS DEMOTUCANOS CRIAM FALSO DOSSIÊ.PARECE ÓBVIO , NÃO?


Servidora diz que acessou dados a pedido de Verônica
DE BRASÍLIA

A Folha conversou na noite de ontem com a servidora da Receita Lucia de Fátima Gonçalves Milan. No primeiro momento, Lucia respondeu que a reportagem poderia "conversar com a sua advogada quando ela tivesse informações sobre o caso". Depois, ligou de volta e disse que acessou os dados de "Verônica Serra", mas que o fez porque havia um pedido da própria Verônica.

Folha - A sra. acessou de dados sigilosos?
Lucia Milan - Antes de você sair publicando o meu nome, é bom que saiba que eu fiz sim. Mas fiz por que me pediram e tenho um documento autenticado em cartório que comprova isso. Tem até o nome da pessoa que está pedindo a cópia da declaração.

Qual é o nome?
É Verônica, filha de Serra. Houve uma solicitação de cópia e ela assinou o documento. Ela pediu a declaração dela mesmo. Isso a gente guarda cinco anos. Se uma pessoa pede a declaração a Receita tem obrigação de dar.

Verônica entrou em contato com a sra.?
Não. Ela mandou outra pessoa, que avisou outra. Mas tem a autorização dela no formulário. Inclusive, antes de vir em cima de mim, você deveria perguntar a ela por que ela pediu essa cópia. Eu tenho esse documento que já está com o corregedor. Inclusive, quando se pede isso, tem de pagar R$ 10
Filha de Serra teve dados fiscais acessados na Receita
Servidora de Mauá confirma que consultou declaração de IR de Verônica

Fazenda nega violação e diz que procuração com assinatura de Verônica autorizava servidora a acessar dados sigilosos

LEONARDO SOUZA
MATHEUS LEITÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A filha do candidato a presidente José Serra (PSDB), a empresária Verônica, teve seus dados fiscais acessados na Receita da região do ABC paulista onde outras quatro pessoas ligadas ao tucano tiveram seus sigilos violados.
A informação foi confirmada à Folha pela própria servidora que realizou o acesso, a analista tributária Lúcia de Fátima Milan. Lúcia disse que acessou a declaração de renda a pedido da própria Verônica e que registrou a solicitação em cartório.
Procurada, Verônica disse que não vai se manifestar. A assessoria do PSDB informou, porém, que não houve autorização para o acesso.
Lúcia foi incluída na segunda-feira como a mais nova investigada pela corregedoria do fisco por supostamente participar de um esquema ilegal de quebra de dados fiscais na agência do órgão em Mauá (SP).
A investigação foi aberta para apurar a violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, revelada pela Folha em junho.
Os documentos de EJ, como o tucano é conhecido, integraram um dossiê feito por um "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Esse mesmo grupo também reuniu material sobre operações fiscais atribuídas a Verônica.
Pela assessoria, o Ministério da Fazenda disse que não houve quebra de sigilo e que a corregedoria tem em mãos procuração supostamente com a assinatura de Verônica autorizando o acesso.
Ainda segundo a Fazenda, se houve algum tipo de fraude no documento, o fato deve ser apurado pela polícia.
Em Mauá, também foram violados os dados do ex-ministro no governo FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e de Gregório Marin Preciado, parente indireto de Serra.
Os acessos aos dados de EJ e dos outros três ocorreram todos no dia 8 de outubro de 2009, de forma sequencial. Segundo a Folha apurou, a consulta aos dados de Verônica foi dia 30 de setembro.
Além da servidora Lúcia, a corregedoria da Receita incluiu também mais uma funcionária na lista de suspeitos -Ana Maria Caroto Cano. A reportagem não conseguiu falar com a servidora até a conclusão desta edição.
A inclusão do nome de Lúcia obriga a corregedoria a ampliar as investigações. Seu computador não estava entre os periciados. Ana Maria já aparecia nas investigações, mas como testemunha.
As duas principais suspeitas da corregedoria, contudo, continuam a ser a analista Antônia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva e a servidora do Serpro cedida à agência de Mauá Adeildda Ferreira Leão dos Santos.
A violação do sigilo de EJ e dos outros três ocorreu no computador de Adeildda, mas com a senha de Antônia.
A corregedoria suspeita de um esquema de venda de dados sigilos de contribuintes diversos em Mauá, mas, em representação encaminhada para Ministério Público Federal, não menciona "propina" ou "balcão de negócios".
Na sexta passada, o corregedor-geral da Receita, Antônio D"Ávila, usou esses termos para afastar a conotação política da investigação

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