Em seu discurso como convidado de honra da cúpula africana, o presidente Lula não fez menção a nenhum país específico, mas ressaltou a posição da diplomacia brasileira de não interferência.
"Não se constrói um continente em harmonia do dia para a noite. Consolidar a democracia é um processo evolutivo", disse Lula. "O Brasil aplaude a crescente conscientização de que ninguém melhor do que os africanos para lidar com seus próprios problemas e elaborar suas próprias soluções."
Em março, poucos dias após o indiciamento do TPI, Lula já havia passado por um momento de mal-estar envolvendo Bashir, quando se viu sentado ao lado de onde deveria ficar o ditador sudanês durante um almoço na cúpula de países árabes e sul-americanos, no Qatar. Para evitar o contato, saiu antes de Bashir chegar.
Ontem, Lula parecia aliviado com a ausência de outro líder polêmico, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Sua participação na abertura da cúpula, que havia sido confirmada pela organização, foi cancelada sem nenhuma explicação.
"Vocês viram como é duro fazer preconceito premeditado?", disse Lula aos jornalistas brasileiros, que na véspera da cúpula haviam lhe indagado se haveria desconforto com a presença de Ahmadinejad, Bashir e outros líderes polêmicos.
O presidente, contudo, negou que tenha ficado aliviado.
"Eu não trabalho com este preconceito. Se eu trabalhasse, não estaríamos na ONU, tamanha é a sua diversidade, não teria Câmara de Deputados, não teria Senado, não teria Redação dos jornais, porque vocês não gostam de muita gente que está lá", disse Lula.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário