"Não podemos aceitar" que o governo interino de Honduras use violência para reprimir os simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya. "Os golpistas têm que entender isso: não é possível aceitarmos mais golpes na América Latina", disse ele.
Lula deu a entender ainda que Zelaya cometeu um erro ao tentar voltar ao país no fim de semana. "Era previsível que não iriam deixar ele voltar", afirmou Lula.
O presidente lembrou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) tinha acabado de suspender Honduras devido ao golpe de Estado e "no mesmo dia ele tentou voltar". Lula, no entanto, disse que esse era um direito de Zelaya "já que ele foi eleito democraticamente".
Na entrevista, Lula manteve a posição do governo brasileiro de que o governo interino de Honduras "não pode ser reconhecido em hipótese alguma".
Segundo Lula, a saída para a crise está na busca de uma mediação política no país. "Nós precisamos procurar uma interlocução, não com os golpistas mas com personalidades" da sociedade civil de Honduras.
No entanto, o presidente disse que o Brasil não está se oferecendo para ser o mediador. "Nós não nos oferecemos para mediar nada", disse ele. Para Lula, "para se ter legitimidade" qualquer mediador da crise hondurenha tem que ser chamado diretamente pelas partes envolvidas.
Na opinião do presidente, o melhor mediador para a crise é a OEA.
NÃO TEM MAIS CABIMENTO
ESSA DIREITA GOLPISTA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-feira, em Paris, que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável” e que “será muito difícil para eles se manterem no poder, porque são muito dependentes da ajuda externa”.
“Honduras é muito dependente da ajuda dos Estados Unidos, do Banco Mundial e de petróleo. Esse novo governo não tem possibilidade de durar dois ou três meses”, disse o chanceler, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma visita a Paris, durante uma entrevista na embaixada brasileira na capital francesa.
Além do fator econômico, Amorim afirmou que o novo governo hondurenho “não tem legitimidade internacional e nem o apoio de ninguém”.
O ministro disse esperar que a situação em Honduras se resolva “nos próximos dias ou semanas” e reiterou a necessidade de que haja uma solução rápida para a crise.
Legitimidade
Segundo o chanceler, para o governo brasileiro, a solução para a crise em Honduras tem de passar pelo retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder, embora sua tentativa de retornar ao país na noite de domingo tenha fracassado.
Amorim afirmou que “o novo governo (hondurenho) sequer tem legitimidade para conduzir as eleições” e, por este motivo, é preciso encontrar uma solução rápida para o golpe de Estado no país.
“Se eles (os golpistas) tiverem uma atitude de intransigência, de teimosia, o temor é de que isso gere mais demonstrações (populares) e que elas sejam reprimidas com violência, o que vai agravar muito a situação”, afirmou.
“Não há nenhum país no mundo que se disponha sequer a ter relações diplomáticas com os golpistas. A situação deles é insustentável”, afirmou o chanceler.
Amorim disse ainda que os golpistas “são um tipo de direita que não tem mais lugar nem cabimento na América Latina”.
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