as tiradas de Simon Schama, 64, historiador britânico e professor da Universidade Columbia, nos EUA:
CRISE
"Estamos numa crise tão ruim quanto a da década de 30, mas é uma outra crise. Não podemos simplesmente importar uma solução"
HEGEMONIA DOS EUA
"Eu teria de ser um idiota para não acreditar [na ascensão dos países que formam o Bric, Brasil, Rússia, Índia e China]. Os EUA foram hegemônicos por cinco minutos. Do colapso da União Soviética até os sérios problemas estruturais na economia americana. O período definido por Henry Luce como o século americano foi contestado pela União Soviética, então na verdade nunca houve um século americano. É claro que os EUA terão uma diminuição de seu papel, com o crescimento de longo prazo de Brasil, Rússia e Índia. Com a China, formam uma dupla estranha, mas destinada a marchar junta para o futuro. Não consigo pensar em nenhum outro cenário, não importam a velocidade nem quantos obstáculos no caminho. Os americanos agora não são ingênuos, não têm mais aquilo de bater no peito e dizer "somos e sempre vamos ser o número 1". O excepcionalismo e a singularidade americanos terão de ser definidos por outra coisa que não puro poderio militar ou músculo econômico."
SEM REPETIÇÃO
"A história, na verdade, nunca se repete. Estamos numa crise tão ruim quanto a da década de 30, mas é outra crise. Não podemos simplesmente importar uma solução de 1933 e dizer "tem de funcionar agora". Odeio a comparação entre as guerras do Afeganistão e do Vietnã. Se o Afeganistão for um desastre, será um desastre por si só, não um novo Vietnã."
O HISTORIADOR
"O historiador no passado era alguém que gritava na ágora, da tribuna. Existiu uma mudança, de história oral, para os monges escrevendo em monastérios, e outra quando a imprensa surgiu. Devemos ser muito abertos e livres para o modo como comunicamos. A história não tem a ver com idealizar nossos ancestrais, mas com encontrar nossos antecessores, para caminhar juntos para o futuro. A história popular seria trivial e, possivelmente, mentirosa, sem a acadêmica. A acadêmica, sem ser veiculada, seria estreita e sem vida."
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