quarta-feira, 28 de julho de 2010

quando o poder imperial e os crimes de guerra anulam a lei

Crime de guerra viola direitos de populações civis
DE SÃO PAULO
Para o analista Richard Tofel, do site ProPublica, a maior semelhança entre o caso atual e o de 1971 é que ambos são relativos a governos americanos que já saíram do poder. Esse é um argumento de Barack Obama para se defender -o período dos dados, 2004 a 2009, é quase todo anterior à sua estratégia.
Analistas afirmam que é cedo para prever mudanças de estratégia e questionam comparações com os chamados "Pentagon Papers".
Trata-se de um vazamento de forte impacto político, ocorrido em 1971, de um estudo estratégico sobre a Guerra do Vietnã. Ele mostrou que o governo manipulava informações e havia decidido aumentar os combates convencionais antes de receber permissão do Congresso.

Os crimes de guerra são ações cometidas por um dos lados em um conflito que violem os direitos da população civil, de profissionais de saúde e de socorro e daqueles fora de combate, como feridos, doentes e prisioneiros.
O núcleo da legislação que estabelece essas violações foi definido nas Convenções de Genebra, que tentam estabelecer limites para as condutas das partes envolvidas na guerra.
Após a Segunda Guerra, tornaram-se crimes de guerra o ataque intencional a populações civis e o alvejamento de bens e estabelecimentos civis, tortura e tratamentos desumanos, e o uso de civis como escudo humano.
São violações ainda lançamentos de ataques, sabendo-se que causarão perdas colaterais civis, e a utilização de bandeiras de tréguas, entre outros.
Atualmente, o TPI (Tribunal Penal Internacional) é a corte referendada internacionalmente para julgar crimes de guerra cometidos por indivíduos. É regido pelo Estatuto de Roma, em vigor desde 2002, que ampliou os casos passíveis de condenações.

Etos de site tem raiz na cultura dos hackers
No entanto, sua ênfase na verificação dos dados e na proteção das fontes é vinculada à tradição jornalística
TIM BRADSHAW
DO "FINANCIAL TIMES"

Julian Assange vem sendo saudado como herói do jornalismo investigativo e condenado como risco à segurança nacional. Desde julho de 2007 o site WikiLeaks, que ele dirige, publica "documentos delicados" por meio do que descreve como "vazamento com princípios". O site já abrigou mais de 1 milhão de documentos, desde o manual da prisão de Guantánamo até a lista de filiados do Partido Nacional britânico, de extrema-direita.
Seu vazamento de mais alto impacto havia sido neste ano, com um vídeo de 2007 que aparentemente mostra um helicóptero dos EUA disparando contra um grupo em Bagdá, matando dois funcionários da agência de notícias Reuters. Assange não viaja aos EUA desde então, por receio de ser preso.
"Acreditamos que a transparência em atividades governamentais leva à redução da corrupção e a democracias mais fortes", diz o site.
O WikiLeaks possui uma tradição de revelação na internet de informações suprimidas, que data das alegações de 1998 sobre as ligações do então presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky. Seu etos tem suas raízes na cultura dos hackers, e o "wiki" no nome alude à mesma tecnologia de publicação de acesso aberto empregada pelo Wikipedia.
Mas sua ênfase na verificação dos dados colhidos e na proteção de suas fontes é testemunho de uma tradição jornalística mais longa. Sua ascensão é concomitante à redução da capacidade dos jornais de investir em jornalismo investigativo, prejudicada pela queda na circulação e as dificuldades em ganhar dinheiro com a internet.
O WikiLeaks depende de donativos, mas sabe-se pouco sobre a origem e as dimensões de seu financiamento. Recentemente, Assange disse que vive como nômade, carregando um computador em uma mochila e suas roupas em outra. Após manter-se discreto por vários anos, suas aparições públicas vêm se tornando mais frequentes.
Ao aliar-se ao "Guardian", "New York Times" e "Der Spiegel" para divulgar os registros da guerra no Afeganistão, o WikiLeaks procurou somar o impacto de notícias de primeira página e as habilidades de repórteres especializados à transparência radical da divulgação de documentos originais

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