06 de agosto de 2010 • 15h36
Notícia
Direto de São Paulo
Numa bem-humorada coletiva na Fundação Abrinq, em São Paulo, a candidata Dilma Rousseff (PT) disse que o debate realizado na noite desta quinta-feira (5), na Rede Bandeirantes, não foi polarizado por ela e José Serra (PSDB). "Cê sabe que eu não achei tão polarizado? Achei que houve (um pouco de polarização), mas teve muitos momentos dos outros candidatos. Não me senti atacada".
Dilma avaliou que o debate mostrou a diferença de projeto entre os dois candidatos. "Somos diferentes. Ele representa projeto que governou o Brasil no período de FHC e eu do presidente Lula. Eu acho que o candidato Serra representa a oposição. Fez oposição durante oito anos".
A petista também rebateu a afirmação de Serra de que a campanha não deve olhar pelo retrovisor. "Não vejo o que tem de retrovisor discutir os dois projetos para o País", afirmou, sempre colando-se a Lula.
Dilma admitiu que ficou nervosa nos momentos iniciais do embate televisivo. "É mais formal. Toca orquestra ...", segundo a ex-ministra as coletivas com jornalistas são mais difíceis que o debate. "Tive bons treinadores", brincou.
Na tarde desta sexta-feira (6), a candidata assinou um termo de compromisso para a infância brasileira elaborado pela Fundação Abrinq. Durante o discurso, destacou a redução da mortalidade infantil na Amazônia Legal e no Nordeste
Para Palocci, Dilma mostra que avançará políticas sociais de Lula
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci disse que a candidata Dilma Rousseff (PT) conseguiu colocar com "muita clareza" o significado de sua candidatura durante o debate realizado nesta quinta-feira (5) na Rede Bandeirantes. "A Dilma conseguiu colocar com muita clareza o significado da candidatura dela: o objetivo de manter o avanço nas conquistas sociais do presidente Lula. Ela estava muito preparada", afirmou.
Palocci elogiou o debate e disse que, para a candidata petista, a possibilidade de serem feitas mais perguntas é positiva. "Todo debate é muito bom, porque permite transmitir ao eleitor mais conhecimento daquilo que cada candidato defende. (...) Para Dilma, a possibilidade de mais perguntas é mais positiva. Acredito que ela passou tranquilidade e segurança, que é uma coisa necessária para quem quer governar o Brasil", disse o deputado federal.
Ele ainda afirmou não ter estranhado a falta de troca de farpas e agressividade.
"As polêmicas, quando se tornam pessoais, ou brigas desvinculadas da realidade, não colaboram com a democracia. São polêmicas, que, na verdade, buscam fazer cortina de fumaça nas ideias principais", finalizou Palocci.
Palocci: "não há ciência
para prever transferência
de votos"
Claudio Leal
A transferência de votos do presidente Lula para a candidata Dilma Rousseff (PT), considerada um dos fatores definidores das eleições 2010, começa a apresentar limitações nas últimas pesquisas eleitorais. Segundo o Datafolha, o potencial de transferência caiu de 14% para 8%, entre dezembro de 2009 e julho deste ano. Mas lideranças petistas ouvidas pelo Terra, em eventos recentes da candidatura Dilma, não acreditam na redução do manancial de votos lulistas.
"Por que reduziu o número de eleitores que votariam no candidato indicado por Lula? Porque já transferiu. Isso só comprova a transferência", avalia José Eduardo Cardozo, coordenador jurídico da campanha. Líder do governo na Câmara, o deputado federal Cândido Vaccarezza avalia que "o governo Lula vai eleger Dilma". "Quem diz o contrário é mais torcedor do que analista. Serra ficou na oposição durante os oito anos de governo, enquanto Dilma esteve na Casa Civil. É lógico que os votos vão para ela".
O resultado da pesquisa espontânea do Ibope, realizada entre 27 e 30 de junho, aponta Lula com 12% das intenções de voto. Alguns petistas usam esse percentual para sustentar que ainda existe uma parcela lulista a ser atraída, desde que a sucessora se faça reconhecer como tal.
Articulador político de Dilma, e um dos mais influentes petistas junto à candidata, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci se desvia de palpites. "Não há analista capaz de saber o potencial de transferência de votos. Só a realidade. Se é maior ou menor, não há ciência que te dê essa resposta", analisa Palocci.
Há ainda a teoria da comoção, esboçada pelo candidato do PT ao governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante. "Quando o presidente Lula for à TV e começar a se despedir do povo brasileiro, vai haver uma comoção nacional e isso vai se traduzir numa transferência da popularidade para Dilma e para mim", aposta Mercadante.
Na primeira semana de campanha, no Sul e Sudeste do País, Dilma deu mostras de que dependerá da presença de Lula para empolgar a militância em mobilizações de rua. Tanto em Porto Alegre quanto em São Paulo, a petista ainda não demonstrou traquejo nos discursos e nas passeatas. Os dois podem estar outra vez no mesmo palanque na próxima semana, em Curitiba (PR), numa agenda em comum com o candidato do PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário