sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ibope: Dilma lidera disputa à Presidência com 39% das intenções de voto; Serra tem 34%

06/08/2010 - 20h45

Do UOL Eleições

esquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (6) mostra a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, liderando a corrida ao Palácio do Planalto, com 39% das intenções de votos, contra 34% do segundo colocado, o tucano José Serra.


A candidata do PV, Marina Silva, registrou 8% dos votos. Votos nulos e em branco somam 7% e indecisos, 12%.

De acordo com o Ibope, os demais seis candidatos à Presidência José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO)e Zé Maria (PSTU) não atingiram 1% das intenções de voto.

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 5 de agosto, com 2506 pessoas, e não reflete o primeiro debate entre os presidenciáveis, realizado nesta quinta-feira (5), pela TV Bandeirantes.

Em um eventual segundo turno entre Dilma e Serra, a petista teria 44% dos votos contra 39% do tucano. Nesse cenário, brancos e nulos somam 8% e indecisos, 9%.

No levantamento Ibope divulgado na semana passada, Dilma aparecia com 39% das inteções de voto no primeiro turno, contra 34% de Serra. Marina havia registrado 7%. Na simulação do segundo turno, Dilma tinha 46% dos votos contra 40% de Serra.

Aprovação


Os entrevistados também foram questionados sobre a aprovação ao governo Lula. Para 75%, a gestão do petista é ótima ou boa, enquanto 19% a consideram regular e 4%, ruim ou péssima. Não soube responder 1% do eleitorado.

A pesquisa, encomendada pela Rede Globo e pelo Jornal O Estado de S. Paulo, está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 21697/2010. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.


06/08/2010 - 15h39
Dilma nega nervosismo em debate e diz que não se sentiu atacada
Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São PauloA candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira (6) que não se sentiu atacada durante o primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido pela TV Bandeirantes nesta quinta-feira (5). A petista disse também que não achou o encontro "tão polarizado" entre ela e seu rival, o tucano José Serra.

"Serra representa a oposição. Eles foram contra o governo Lula desde o início", disse a presidenciável. "São posições diferentes, não é nada pessoal", afirmou a petista.

Ao ser questionada sobre qual a estratégia que adotará para os próximos debates presidenciais na TV, a ex-ministra chefe da Casa Civil disse: "É ir ao debate".

Ela também desconversou ao ser perguntada sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha no horário eleitoral obrigatório, que começa na semana que vem. "É surpresa", disse rindo. "Aguardem".

Crianças e adolescentes

Dilma participou de uma cerimônia na Fundação Abrinq, onde assinou um termo em que se comprometeu a melhorar - se for eleita - os indicadores sociais relativos à criança e ao adolescente no País.

Entre as propostas para esse segmento da população, a petista listou um aumento da cobertura da saúde pública para criança. "Nós pretendemos estruturar a Rede Cegonha, que consiste num cuidado focado na gestante e na criança de até um ano".

Ela disse também que dará sequência à política de construção de 6 mil creches iniciada pelo governo Lula, além de retomar o "status social" dos professores por meio de remunerações "dignas" para a categoria.

06/08/2010 - 19h46
Ibope: Richa lidera com 46% no Paraná; Dias tem 33%Do UOL Eleições
Em São PauloO candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, lidera a disputa com 46% das intenções de voto, ante 33% de Osmar Dias (PDT), segundo pesquisa Ibope/RPC divulgada nesta sexta-feira (6).

Juntos, os demais candidatos não atingiram 1% dos votos; votos em branco e nulos chegaram a 4%, enquanto 16% dos eleitores mostraram-se indecisos.

Na enquete espontânea, quando o nome dos candidatos não é apresentado aos entrevistados, Richa obteve a preferência de 22% dos eleitores, contra 10% de Osmar. Brancos e nulos totalizaram 3%, ao passo em que os indecisos chegaram a 62%.

O candidato do PSTU,Avanilson Araújo, atingiu o maior índice de rejeição, com 13% dos eleitores afirmando que não votariam nele de nenhuma maneira. Com 12%, Dias e Amadeu Felipe (PCB) empatam na segunda colocação. Beto Richa teve 9% de rejeição.

O levantamento ouviu 1008 pessoas no Estado entre os dias 2 e 4 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, e a pesquisa está registrada com os números 17416/2010 no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) e 21696/2010 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral
Início morno
O debate começou com a apresentação dos quatro presidenciáveis, que tiveram de responder à mesma pergunta: entre essas três áreas sociais, qual priorizariam. Nas respostas, Dilma e Serra discorreram sobre suas trajetórias e ações de governo, mas não se criticaram. Quando foi oferecida a primeira oportunidade de questionamento, o tucano usou a moderação.

“Quais são suas ideias concretas no caso da saúde, da segurança e do caso da educação?”, perguntou o ex-governador de São Paulo. A ex-ministra-chefe da Casa Civil agradeceu pela pergunta e disse que “um governo tem de priorizar todos os temas”.

Sobre os três assuntos da área social, Serra respondeu que são “como três orgãos do corpo humano”. “Os três são fundamentais, mas a saúde e a segurança têm a ver com a vida. E a educação tem a ver com o futuro”, disse.

Ao falar sobre segurança pública, o tucano fez uma crítica ao governo. “Na segurança, o fundamental é colocar o governo federal contra o crime organizado. O combate ao crime não pode ser apenas estadual. O governo federal tem de se envolver mais do que tem se envolvido”, disse.

Segunda a perguntar, Marina escolheu Serra e questionou o tucano sobre o seu aprendizado durante os 16 anos em que foi situação, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e oposição, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a a terceira colocada nas pesquisas, “tivemos dois grandes partidos que não foram capazes de esquecer as divergências que muitas vezes são da oposição pela oposição”.

Serra respondeu dizendo que a chamada Emenda 29 foi aprovada por todos os partidos e falou em juntar forças. "Temos que somar e fazer um grande alinhamento", afirmou.




06/08/2010 - 10h49
Plínio foi surpresa do debate, diz professor de expressão verbal; Dilma "sobreviveu bem"
Do UOL Eleições

>Análise: Plínio, do PSOL, foi
o único vencedor
Para o professor de expressão verbal Reinaldo Polito, o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, foi a grande surpresa do debate entre presidenciáveis realizado nessa quinta-feira (05) pela TV Bandeirantes. Segundo Polito, Sampaio foi "sempre comunicativo e bastante expressivo", enquanto Marina Silva (PV) mostrou uma melhora em relação às suas apresentações anteriores. José Serra (PSDB) fez, na opinião do professor, um "esforço enorme" para se mostrar simpático e Dilma Rousseff (PT), apesar de um nervosismo inicial, mostrou mais desenvoltura do meio para o fim do encontro.

Polito diz que o candidato do PSOL teve destaque no debate por dar a impressão de que conversava à vontade com o telespectador, "na sala de visitas", usando as pausas com perfeição. "Plínio adota uma atitude curiosa com sua comunicação, substitui a veemência pela ironia. É uma forma positiva de demonstrar sua inteligência e preparo intelectual", afirma.

No entanto, o professor de expressão verbal avalia que Sampaio poderia ter aproveitado sua capacidade de comunicação para cativar os que o identificam como um radical. "Da maneira como está agindo, terá sempre os mesmos seguidores", diz


Marina Silva, cujo discurso Polito classificava como "monótono e cansativo", mudou de postura, na avaliação do professor. A candidata, segundo ele, alternou mais a velocidade da fala e o volume da voz, imprimindo um ritmo mais agradável. "Um dos maiores progressos foi não fugir com os olhos. Falou olhando com serenidade para a câmera, mantendo assim uma comunicação direta com o telespectador", diz.

O especialista em expressão verbal acredita que Marina, embora ainda adote uma linguagem excessivamente politizada, passou a utilizar termos mais simples e compreensíveis pela maioria das pessoas, o que a favorece.

Quanto à postura de Serra, o que chamou a atenção de Polito foi o sorriso aberto, adotado desde suas primeiras palavras no debate. Segundo o professor, o candidato busca, com esta atitude, afastar a imagem de carrancudo.

Embora considere que o tucano tenha usado a veemência na medida certa, além de ter sido habilidoso em refutar os ataques à gestão FHC, Polito se diz surpreso com o fato de Serra ter errado a direção das lentes da câmera. "Em vários momentos seus olhos não se dirigiram diretamente aos telespectadores. Olhou um pouco para baixo e para o lado boa parte do tempo", afirma o especialista.

Dilma, na opinião de Polito, tem melhorado a cada apresentação. Ele avalia que, até a metade do debate, a voz embargada da petista demonstrou nervosismo. "Da metade para a frente, [Dilma] deve ter percebido que o demônio não era tão feio e se comportou com maior desenvoltura", afirma.

A sua crítica fica por conta das pausas. "Quase sempre em que a pausa é mais prolongada, [Dilma] se apressa em voltar a falar, pronunciando com dificuldade as primeiras palavras. Nesse momento, ao invés de encontrar as palavras para vestir normalmente seus pensamentos, inverte o processo e joga palavras tentando encontrar assim a sequência do raciocínio", diz Polito, que, mesmo assim, acredita que a candidata "sobreviveu bem" à sua estreia em debates.
06/08/2010 - 00h27
Em debate morno, Dilma e Serra apelam a FHC e Lula; Plínio é destaque
Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições

Em um debate morno realizado nesta quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se esforçaram para polarizar as eleições presidenciais, mas acabaram dividindo espaço com as frases de efeito do candidato Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Marina Silva (PV) tentou se apresentar como alternativa aos líderes das pesquisas.

O tucano partiu para o ataque primeiro, mas evitou desqualificar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e até fez elogios à gestão, como tem sido em sua campanha até agora. Em sua estreia em debates, a petista aparentou nervosismo nos dois primeiros blocos, deixando frases incompletas e estourando o tempo para respostas. Depois, a candidata encontrou seu tom.

Dilma e Serra evitaram os temas espinhosos das últimas semanas de campanha, como o vínculo do PT com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), as relações diplomáticas entre Brasil e Irã, a acusação tucana de que o governo boliviano não combate traficantes que operam no país, o suposto dossiê anti-tucano e o vazamento de dados sigilosos do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge.

Também estreante, Marina direcionou sua primeira pergunta a Serra já se apresentando como alternativa. "Tivemos dois grandes partidos que não foram capazes de esquecer as divergências que muitas vezes são da oposição pela oposição", disse.

Socialista

O octogenário Plínio atraiu atenção com críticas a todos os candidatos, permeadas de ironias e adjetivos que arrancaram sorrisos até dos adversários. Chamou Serra de hipocondríaco e Marina de conciliadora. Ainda classificou políticas de Dilma e Serra de "quinquilharia". O candidato do PSOL fez uma de suas críticas mais diretas à presidenciável do PV.
"Você não sabe pedir demissão. Você devia ter pedido demissão", afirmou Plínio, em relação às tensões entre o Ministério do Meio Ambiente comandado por Marina com outros setores do governo. A senadora deixou a legenda onde começou sua militância para ser candidata à Presidência pelo PV. "Estou ouvindo você aqui e nem parece que você saiu do PT." Dilma era a principal rival de Marina em Brasília.

A atuação levou o nome do socialista, durante o debate, à posição número um dos trending topics do microblog Twitter. O desempenho do ex-promotor público surpreendeu, levando-se em conta que seu partido passou meses dividido entre o grupo dele e o da ex-presidenciável Heloísa Helena.

Primeiro bloco

Após um começo morno, em que cada candidato falou sobre saúde, educação e segurança pública, Dilma Rousseff e José Serra elevaram o tom a partir de uma pergunta da petista ao tucano sobre o pouco crescimento do Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Serra disse que não se pode discutir o Brasil "olhando para o retrovisor".

Por sua vez, Dilma disse que é muito confortável que se esqueça o passado. No final do primeiro bloco, Serra criticou os investimentos em infraestrutura no Brasil, afirmando que os portos e aeroportos do Brasil estão saturados. Já Dilma - que, em alguns momentos, se mostrou nervosa, se posicionando de lado para a câmera e gaguejando - afirmou que os dados apresentados por seu adversário sobre portos são de 2006.

Segundo bloco

O segundo bloco começou com Serra no ataque, perguntando a Dilma “por que o governo federal está discriminando as Apaes (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais)”. Dilma disse que “não é muito correto" afirmar que o governo não olha pra essa questão.

Em sua réplica, o tucano disse que o Ministério da Educação “quis proibir as Apaes de ensinar, [...] cortou o transporte dessas crianças. As Apaes vem sendo perseguidas”. A petista mais uma vez disse que não podia concordar e que seu eventual governo dará atenção aos excepcionais
Além desta polêmica, Dilma fez uma pergunta a Marina Silva relativa ao combate ao crack, enquanto Marina Silva perguntou a Plínio de Arruda Sampaio sobre distribuição de renda.

Terceiro bloco

No terceiro bloco, Dilma perguntou a Serra sobre o programa Luz para Todos e sobre a política federal para a indústria naval. Em relação a esta, Serra disse não ter objeções, mas disse que o Luz para Todos era um "prolongamento" do programa Luz no Campo, do governo FHC.

Serra voltou ao ataque, ao cobrar o governo Lula por ter acabado com os mutirões da saúde, realizados pelo tucano quando foi ministro de Fernando Henrique. "Eu não sou contra mutirões. Acho que é só uma medida de urgência. Não pode ser a nossa característica na política de saúde", respondeu Dilma.

Após ouvir Dilma e Serra falarem sobre saúde, Plínio de Arruda Sampaio, foi irônico. "Isso tudo que tem aí é quinquilharia. é solução pela metade", afirmou.

Quarto bloco

Durante o quarto bloco, no qual houve perguntas feitas por jornalistas da Bandeirantes, Dilma e Serra falaram sobre privatizações. O tucano disse que o governo Lula desvalorizou o patrimônio público, enquanto a petista criticou a gestão de FHC por não ter reduzido a dívida pública.

“Com relação ao governo Lula e ao governo FHC, se eles eram tão contra, é um mistério. Porque nada foi reestatizado.”, disse Serra. Por sua vez, Dilma disse que o governo Lula não reestatizou empresas porque não revê contratos. “A gente respeita contrato”, disse ela, que mais tarde chamou de “magia financeira” a “venda do patrimônio público”.

A petista também prometeu redução de juros, enquanto o tucano disse que criará, a exemplo de São Paulo, a "nota fiscal brasileira".

Quinto bloco

Em suas considerações finais, José Serra disse que "concorrer à Presidência é algo que me emociona" e relembrou seu passado no exílio. "A defesa da Petrobrás e da reforma agrária me custou 14 anos no exílio. Voltei com um compromisso com o povo brasileiro", encerrou.

No início de sua fala, o candidato tucano contou que sua filha cobrou um pai mais sorridente durante o debate. No entanto, Serra explicou: "Eu estou muito feliz. Posso nao ter sorrido, mas fiquei bem feliz [com o evento]".

Já Dilma Rousseff aproveitou seus dois minutos finais para elogiar a "generosidade e a experiência política" do presidente Lula e ressaltar seu trabalho como chefe dos ministros do governo petista.
A candidata se comprometeu com a erradicação da miséria e da pobreza e reforçou a ideia de que o governo atual "devolveu a auto estima de que podemos ser um país desenvolvido".

Marina Silva encerrou sua participação reforçando um compromisso com "educação de qualidade" e elogiou os governos anteriores. "O Brasil acabou com o preconceito de classe e foi capaz de colocar um sociólogo no poder. Depois um operário. Agora, a primeira mulher de raiz humilde de origem amazônica".

Plínio concluiu sua participação ironizando, mais uma vez, a participação dos candidatos. "Ficou claro que todos são Poliana. O bem tem que ser feito e o mal tem que ser evitado", disse. O candidato aproveitou para dizer que acredita que "foi discriminado no debate, assim como foi discriminado em outras ocasiões".
05/08/2010 - 23h16
No segundo bloco do debate, Serra ataca governo federal e Dilma
Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo
No início do segundo bloco do debate na TV Bandeirantes nesta quinta-feira (5), o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, partiu para o ataque e perguntou à candidata do PT, Dilma Rousseff, “por que o governo federal está discriminando as Apaes (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais)”.

Dilma defendeu a gestão petista. “O governo federal tem uma posição de apoio às Apaes porque elas são uma organização da sociedade que faz um trabalho excepcional”, disse. E completou: “Não é muito correto dizer que nós não olhamos pra essa questão”.

Na réplica, Serra disse que o Ministério da Educação “quis proibir as Apaes de ensinar, de dar curso [...] cortou o transporte dessas crianças. Não sei como você deixou que isso acontecesse. As Apaes vem sendo perseguidas”.

A petista mais uma vez disse que não podia concordar com Serra. “Vai ser necessário daqui pra frente uma politica especial de educação para as crianças excepcionais”, disse.

Em seguida, a candidata do PV, Marina Silva, questionou Dilma sobre educação e propos que 7% do PIB nacional seja dedicado à área. A petista respondeu: "Essa é uma questão ética, mas também tem de ser uma questão financeira e de governo. Tem de haver comprometimento do governo, como nós temos".

Quando teve oportunidade de perguntar, a petista devolveu a Marina, com uma questão sobre combate ao crack. A candidata do PV se disse feliz por uma proposta de um dos seus assessores ter sido apresentada pelo governo federal. "Não importa de onde venha, o importante é a ação ser feita". afirmou.

No fim do bloco, Dilma questionou Serra fazendo comparações entre os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano respondeu: "Eu penso diferente de você. Eu acho que a gente não deve fazer campanha com os olhos no retrovisor. Eu prefiro o que está acontecendo agora e o que vem para o futuro. As circunstâncias são absolutamente diferentes e você, que estudou economia, sabe que não depende exclusivamente da vontade e do talento dos governantes".

Ao replicar, a petista, que se mostrou nervosa e gaguejou em alguns momentos, afirmou: "Eu acho muito confortável que a gente esqueça o passado. Mas não é prudente". O comentário da petista iniciou Serra em críticas à infraestrutura dos aeroportos e dos portos do Brasil. "O que me pergunto é como o Brasil vai crescer de maneira sólida se em uma área que você tinha influência, como a infraestrutura, temos esses problemas".

Serra afirmou ainda que 19 aeroportos do país estão congestionados e que o porto de Salvador não consegue suportar as exportações do Estado. "A Bahia tem de mandar exportações para Suape, em Pernambuco, e até para Santos."



05/08/2010 - 23h40
Dilma questiona Serra sobre programas do governo Lula; tucano lembra FHC
Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

No início do terceiro bloco do debate na TV Bandeirantes, nesta quinta-feira (5), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, perguntou ao candidato do PSDB, José Serra, o que ele pensava sobre dois programas criados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o da indústria naval e o Luz para Todos.

O tucano disse que não tinha objeções quanto ao programa de incentivo à indústria naval. “O que desejo é que se fabrique tudo o que um navio precisa aqui e não que seja tudo importado como acontece nesse governo”, afirmou.

Sobre o Luz para Todos, Serra disse ser um bom programa financiado pelos consumidores. “Quero lembrar que ele [o programa Luz para Todos] é um prolongamento de um programa do governo Fernando Henrique [Cardoso]”, afirmou, referindo-se ao programa Luz no Campo.

Na réplica, Dilma sustentou que os dois programas são diferentes. “O Luz no Campo conseguiu 500 mil ligações, [...] enquanto o luz para todos chegou a 2 milhões de ligações”, afirmou.

Serra voltou a questionar Dilma, desta vez sobre o fim dos mutirões da saúde - o que classificou repetidamente como "crueldade". A petista evitou o confronto. "Eu não sou contra mutirões. Acho que é só uma medida de urgência. Não pode ser a nossa característica na política de saúde", afirmou.

"Nós temos uma diferença ao encarar o que deve ser feito na área de saúde. Devemos tornar o sistema público robusto", completou. Depois de ouvir Dilma e Serra comentarem sobre a área, o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, foi irônico.

"Isso tudo que tem aí é quinquilharia. é solução pela metade", afirmou
05/08/2010 - 22h36
Serra critica portos e aeroportos em debate; Dilma compara governos Lula e FHC
Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo
Depois de um começo morno, os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra, elevaram o tom do discurso no primeiro bloco do debate na TV Bandeirantes nesta quinta-feira (5). Eles, Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) começaram discutindo os temas educação, saúde e segurança pública, mas em seguida se alfinetaram

06/08/2010 - 12h33
Mercadante terá reforço de Lula e Dilma para alavancar campanha em SP
Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante, disse que a partir deste mês, contará com dois reforços de peso em sua campanha estadual: a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, candidata do partido à Presidência
Segundo o senador, as campanhas do Estado e nacional serão casadas a partir de agora. “O Lula já veio e vai voltar este mês. Dilma também está vindo para participar, e muito. São Paulo é muito importante para a eleição, é o maior colégio eleitoral do país”, disse o senador, ao chegar à TV Bandeirantes para acompanhar o primeiro debate entre os presidenciáveis, nesta quinta-feira (5).

Mercadante garantiu que São Paulo "será priodirade" na campanha da petistas e, com a participação dos dois em sua campanha, ele espera um melhor desempenho nas pequisas, assim como aconteceu com Dilma, quando Lula entrou na campanha. Na semana passada, pesquisa Ibobe mostra o candidato tucano, Geraldo Alckmin, com 50% das intenções de voto, seguido do petista, com 14%, e do candidato do PP, Celso Russomano, com 11%.

Sobre o valor arrecadado pela campanha até agora – segundo a Justiça Eleitoral, Alckim arrecadou R$ 5 milhões, contra R$ 840 mil do petista -, Mercadante diz que “não há com o que se preocupar”.

“O que temos que observar é o orçamento, isso é o que importa. Isso [arrecadação] é uma questão de fluxo, o importante é trabalhar com um orçamento e não ficamos fora do nosso. Estou otimista”, disse o petista sobre o baixo valor arrecadado.

Para alavancar a campanha e a arrecadação, Mercadante diz acreditar “na força da militância” do PT. “É o nosso diferencial”, disse.

06/08/2010 - 01h26
Debate: baixa audiência e baixa temperatura
Fernando Rodrigues
UOL Eleições
Em BrasíliaO primeiro debate entre quatro candidatos a presidente neste ano de 2010 acabou saindo sem surpresas, com baixa temperatura e um já esperado baixo número de telespectadores
Segundo a TV Bandeirantes, a organizadora, a audiência do debate teria sido de 5,5 pontos. Já o jogo de futebol no mesmo horário (a partir das 22h) entre São Paulo e Internacional, na TV Globo, teria chagado a 36,9 pontos. Esses números precisam ser confirmados. Nos primeiros 20 minutos do encontro entre os presidenciáveis, a audiência da Band caiu de 6 pontos para 3 pontos, em média.

Mas debates eleitorais têm mesmo baixa audiência. Repercutem quando trazem novidades, gafes e bate-bocas. Não foi o que se viu no debate da Band. Menos por causa das regras rígidas e mais por causa dos candidatos principais, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Ambos jogaram na retranca, ousaram pouco –e erraram quase nada.

Dilma estava bem vestida para um programa de TV –embora pessoalmente repórteres no estúdio tenham considerado sua maquiagem muito carregada. Mas, na TV, o que vale a é imagem na tela. A petista não é loquaz e essa dificuldade foi compensada pelos treinos dos últimos meses. Alguém a ensinou a usar o verbo “considerar”, evitando o “achar”. Várias vezes saiu “eu considero” e nunca “eu acho”. Soa menos arrogante.

José Serra falou em números, reclamou do tratamento que o governo Lula deu às Apaes e do estado de portos, aeroportos e de empresas estatais como os Correios. O tucano não é um candidato que provoca emoção. Ao final, instado pela filha presente ao estúdio, disse que estava feliz por estar ali. Sorriu. Comportou-se como sempre nessas situações. Sua capacidade de raciocínio em público é superior à dos demais, mas possivelmente esse predicado não tenha sido suficiente para considerá-lo um vencedor.

O mesmo pode ser dito a respeito de Marina Silva (PV). Ela repetiu seu discurso da transversalidade e foi comedida. Não chamou mais a atenção do que em outras oportunidades. Era sua chance de se sobressair. Não conseguiu. Aliás, provocou menos emoção do que o usual em suas aparições.

Por fim, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), sempre com 0% ou 1% nas pesquisas, foi o candidato que saiu lucrando. Ele foi pouco perguntado, mas não se fez de rogado. À vontade, disparou para a direção em que estava virado. Para ele, Dilma virou “Dona Dilma”. Marina passou a ser uma “ecocapitalista”. E Serra um “hipocondríaco”.

Se todos saíram empatados do debate, Plínio pelo menos conseguiu aparecer em rede nacional por pouco mais de 2 horas. Apesar da baixa audiência desse debate de 5.ago.2010, ele se apresentou a uma grande parte do eleitorado.

Foi, então, um debate inútil? Longe disso. Tratou-se de um encontro importante entre candidatos a presidente da República. Se o confronto mais acirrado não houve, a responsabilidade deve ser colocada na conta dos políticos. Eles querem apenas ganhar a eleição, mas sem riscos.

ANÁLISE

Em ritmo frenético, quatro candidatos tentavam explicar tudo em 2 minutos

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DILMA E MARINA VACILARAM BEM MAIS VEZES DO QUE SERRA E PLÍNIO, MAS NINGUÉM FOI AO CHÃO
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MARCELO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Numa espécie de autoespetáculo, a Band começou com uma orquestra ao vivo, tocando sua vinheta. Mas o conjunto clássico era bem modesto, e o quarteto dos candidatos tratou logo de se adaptar a um ritmo frenético.
Como dizer algo consistente sobre educação, saúde ou segurança em dois minutos? E como apontar qual desses temas é o mais importante? Os candidatos falaram de tudo, ou pelo menos de tudo o que cabia no tempo, quando não se esqueciam do que lhes tinha sido perguntado.
Acredita-se que a atenção do espectador só se fixa por um minuto e meio de cada vez; daí a picotagem do tempo na TV. Mas um autor francês, Christian Morel, lembra que nos "reality shows" passam-se horas sem que nada aconteça. Até que seria uma boa ideia: em vez de debates tensos e artificiais, em que temas se embolam até ninguém entender mais nada, poderíamos internar Dilma, Serra, Marina e Plínio numa mansão, durante uns dias.
A internet transmitiria tudo em tempo real. Cada partido editaria, depois, as cenas como bem quisesse. Seria instrutivo, e os candidatos não são de fazer baixaria.
Serra parecia o único a acertar o passo com a própria respiração, e esperou os momentos certos para atacar. Dilma, nervosa, engasga muito e fala complicado; perdeu tempo demais, levando Plínio a aclarar, ou caricaturar, o que ela tentava dizer.
O candidato do PSOL não correu tanto, até porque sua mensagem era mais sumária e radical. Marina também se ressentiu da falta de prática: enquanto a sintaxe se estendia, voz e corpo davam pulinhos, como querendo saltar acima das pesquisas.
À medida que se polarizava entre Dilma e Serra, o debate entrou num embrulho de siglas e detalhes, com insuficiente discussão política. Parecia uma daquelas lutas de sumô, ao mesmo tempo rapidíssimas e pesadas, feitas de imobilidade e pressa, que só se decidem quando um dos participantes vacila e perde o equilíbrio. Dilma e Marina vacilaram bem mais vezes do que Serra e Plínio; mas ninguém se estatelou espetacularmente no chão.

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