Programados pela ganância, os
algoritmos não se importam com o mal que estão fazendo à sociedade. Os
interesses dela não podem ser e não são computados.
Por Fábio de Oliveira Ribeiro
-12/09/2020
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QAnon
por Fábio de Oliveira Ribeiro
Um programa da DW finalmente
rompeu o silêncio da grande mídia sobre uma ameaça crescente que nasceu nos EUA
se espalhou pela Europa e chegou ao Brasil: o QAnon.
Enquanto assistia o debate
lembrei da cena final de um filme antigo.
Uma grande civilização não é
conquistada antes de ser destruída por dentro.
Confesso que estou adorando ver
o QAnon destruir os EUA por dentro. Suponho que esse processo de destruição
ficará mais rapido quando o movimento conseguir se infiltrar no US Army, US
Navy e US Air Force.
O mais fantástico é o papel
que os algoritmos desempenham nessa história. Os donos do QAnon lucram
espalhando desinformação, mas os donos das empresas de Big Data também auferem
lucros com isso.
Programados pela ganância, os
algoritmos não se importam com o mal que estão fazendo à sociedade. Os
interesses dela não podem ser e não são computados. O mesmo não pode ser dito
dos interesses daqueles que embolsam milhões de dólares todos os dias em razão
da atividade frenética dos algoritmos.
A abundancia da prata de
Potosí enriqueceu muito Império da Espanha nos séculos XVI e XVII. Resultado:
os espanhóis se tornaram preguiçosos, arrogantes, vagabundos e arruaceiros
acelerando o colapso de seu país.
Os EUA parecem estar
condenados a ter um destino sombrio semelhante. O lucro fácil obtido com
algoritmos pode ser considerado a prata de Potosí dos norte-americanos.
Uma coisa ficou evidente no
programa da DW. A tentativa de invasão do Parlamento alemão por ativistas do
QAnon provocou o início da reação política ao movimento naquele país. É
provável que a Alemanha passe a monitorar o QAnon com mais atenção. A repressão
aos ativistas violentos e o combate à desinformação serão intensificados na
Alemanha.
Leia também: Reforma administrativa é a estratégia do bode
na sala, por Flávio Germano de Sena Teixeira Júnior
No Brasil o QAnon parece estar
intimamente ligado à família Bolsonaro. Felizmente para nós, através do
Inquérito das Fake News o STF já começou a desmantelar o “gabinete do ódio” e a
minar o esquema financeiro criado para obter lucro mediante a distribuição de
desinformação e o incentivo à radicalização política.
Nos EUA, apesar da prisão de
Steve Bannon por causa de corrupção, o QAnon não está sendo reprimido pelas
autoridades. Muito pelo contrário, o movimento tem sido elogiado por Donald
Trump.
De maneira geral podemos dizer
que o Estado norte-americano não foi criado e dimensionado para reprimir a
obtenção de lucro, algo que naquele país equivale à busca da felicidade e/ou à
salvação religiosa. Além disso, as empresas de Big Data destinam uma parte dos
lucros que obtém com o QAnon para os dois grandes partidos políticos.
Esse círculo fechado de
interesses mesquinhos reforçados pela ideologia dominante amplificará o efeito
devastador desse movimento nos EUA? A conferir.
Facebook: a savana africana
dos americanos brancos, por Fábio de Oliveira Ribeiro
A violência que o Facebook
espalha com lucro já transformou os EUA em um típico estado africano falido.
Cegados, os norte-americanos brancos não conseguem ver isso.
Por Fábio de Oliveira Ribeiro
-04/09/2020
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Facebook: a savana africana
dos americanos brancos
por Fábio de Oliveira Ribeiro
Eis aqui uma resposta
provocativa ao artigo do NYT.
Assim que se autoperpetua, o
poder está no princípio do fim. O que caracteriza a vida é a inevitabilidade de
novos começos. Tudo que cresce, envelhece e se torna poderoso está prestes a
morrer ou ser substituído por algo que ainda não nasceu.
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O telégrafo morreu com o
nascimento do telefone. Os telefones fixos quase foram substituídos pelos
telefones celulares. Ao se fundir com a computação em rede, a telefonia móvel
permitiu que o Facebook se tornasse um gigante. Mas o Facebook obtém lucro com
o Fake News, criando bolhas anti-sociais de barbárie.
Nenhuma civilização humana foi
capaz de resistir à barbárie. O declínio e queda do Facebook serão um produto
da civilização que ele começou a destruir. Ninguém sabe exatamente o que vai
nascer. Compare a China com os EUA: onde Zuckerberg não tem liberdade, o veneno
que ele produz não pode se espalhar.
Os chineses não precisam fazer
nada para vencer os norte-americanos. Eles podem apenas observar o que o
Facebook é livre para fazer nos EUA. A história tem uma forma de agir irônica e
distorcida. Olhe de novo: o que você vê (o poder do Facebook) é o oposto do que
você poderia ter visto.
A violência que o Facebook
espalha com lucro já transformou os EUA em um típico estado africano falido.
Cegados, os norte-americanos brancos não conseguem ver isso. Povos com séculos
de experiência em guerras tribais endêmicas estão rindo muito. Eles chamam os
EUA de África Branca.
O mais engraçado de tudo isso:
os jornalistas não conseguem ver o que está acontecendo. O NYT enquadra o mundo
de acordo com um modelo que não existe mais. Fazer isso apenas aplifica o erro.
Apesar das aparências, Zuckerberg é impotente. Ele destruiu as próprias bases
que permitem que o poder exista.
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