No Brasil, quase 14 milhões com 15 anos de idade ou mais não sabem ler nem escrever
Rafael Targino
Do UOL Educação
Em São Paulo Comentários [8]
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
O país ainda tem 9,6% da população com 15 ou mais anos analfabeta. A revelação está no Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da queda de quatro pontos percentuais –no Censo de 2000, o índice era de 13,6%– quase 14 milhões de brasileiros (13.940.729) ainda não sabem ler nem escrever.
A maioria dos analfabetos do país está no Nordeste. Sozinho, ele concentra 53,3% (7,43 milhões) do total de brasileiros que não sabem nem ler nem escrever. Esse percentual é maior do que em 2000, quando era de 51,4%.
Quando são considerados apenas os habitantes da região, o índice de analfabetismo é de 19,1%. O Nordeste também tem o Estado na pior situação: 24,3% dos habitantes de Alagoas (537 mil em 2,21 milhões) são analfabetos. Em 2000, eram 33,4%.
A região Centro-Oeste, no entanto, continua com o menor total de analfabetos dentre todos os habitantes do país –5,5%, apesar do aumento de 0,1 ponto percentual em relação a 2000. A região com menos analfabetos entre a própria população é a Sul, com 5,1% (índice que era de 7,7% há dez anos). O Distrito Federal continua como a unidade da federação com a menor taxa: 3,5% em 2010, 5,7% em 2010.
Os dados de analfabetismo ainda são preliminares. Segundo o IBGE, eles são números puros e podem sofrer alterações.
Taxas de analfabetismo
2000 2010
Brasil 13,6% 9,6%
Norte 16,3% 11,2%
Nordeste 26,2% 19,1%
Centro-Oeste 10,8% 7,2%
Sul 7,7% 5,1%
Sudeste 8,1% 5,5%
Rural x urbano
As maiores taxas de analfabetismo estão nas zonas rurais. Enquanto a taxa nas regiões urbanas chega a 7,3%, no campo ela chega a 23,2%.
Com exceção de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, todas as outras unidades da federação têm taxa de analfabetismo que supera 10%. Alagoas também ostenta o título de "campeã" nesse quesito: 38,6% da população rural com 15 anos ou mais não sabe ler nem escrever.
Nas áreas urbanas, a maior taxa está também em Alagoas, com 19,58% da população das cidades analfabeta. O Distrito Federal também tem a menor taxa urbana, de 3,26%
29/04/2011 - 10h00
Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
A população brasileira cresceu, ficou menos branca, um pouco mais masculina e envelheceu. Nos últimos dez anos, houve um aumento vertiginoso do número de moradias, dos consumidores com energia elétrica e das casas com distribuição de água. Evoluímos, embora 730 mil pessoas ainda precisem de acesso a luz e 4 milhões de casas não tenham água tratada. Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2010 e foram apresentados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
População brasileira:
190,7 milhõesé o tamanho da população brasileira em 2010
600 milé o número de crianças sem certidão de nascimento
A educação também melhorou, mas não o que era esperado. O nível de analfabetismo do brasileiro passou de 12% em 2000 para 9,6% agora, mas o país não conseguirá cumprir a meta de Dakar, estabelecida dez anos atrás no Fórum Mundial de Educação, que pretendia baixar para 6,5% o percentual de pessoas que não sabem ler ou escrever.
Um dado que chamou a atenção foi o de que menos da metade da população se declarar branca. É a primeira vez que isso acontece no Brasil. Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho.
Já as mudanças na estrutura etária foram substantivas ao longo dos anos. Segundo o levantamento, de 1990 para cá, por conta da queda da mortalidade e dos níveis de fecundidade, houve um aumento constante no número de idosos e uma diminuição significativa da população com até 25 anos.
O BRASIL EM NÚMEROS
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Até a década de 1940, predominavam os altos níveis de fecundidade e mortalidade. Dez anos depois, o Brasil viu sua população aumentar quase 35%, com um crescimento de cerca de 3% ao ano, maior aceleração já registrada. Na década de 1960, o nível de fecundidade começou a cair e, desde então, a população vem crescendo mais lentamente.
Na comparação com o censo passado, feito em 2000, a população brasileira cresceu 12,3%, uma média de 1,17% ao ano, a menor taxa da série histórica. Hoje, somos 190.755.799 brasileiros.
O crescimento, porém, não foi uniforme. No Amapá, a população quadruplicou nos últimos 30 anos, enquanto o Rio Grande do Sul, Estado que teve menor crescimento do país, vê sua população praticamente estagnar. Os menores municípios foram os que perderam mais moradores e os maiores foram os que mais ganharam --mais de 60% daqueles com menos de 2.000 habitantes em 2010 apresentaram taxa de crescimento negativa.
Nas zonas urbanas, o Brasil acumulou mais 23 milhões de habitantes, duas vezes a população da cidade de São Paulo, o que desperta temores de um saturamento das estruturas.
São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador continuam sendo os municípios mais populosos. Belo Horizonte, que era o quarto mais populoso em 2000, passou para o sexto lugar, Manaus pulou do nono lugar para sétimo, enquanto Brasília subiu do sexto para quarto posto no ranking. Porto Alegre foi o que teve menor crescimento.
Amapá, Roraima, Acre, Amazonas e Pará, todos na região Norte, foram os que tiveram maior expansão no número de habitantes. Surge um movimento migratório importante, de ocupação de um território historicamente esvaziado, a partir da expansão das indústrias madeireira, pecuária, de mineração e extrativa.
Não por acaso, Norte e Centro-Oeste foram as duas únicas regiões onde as populações rurais aumentaram. Em âmbito nacional, 2 milhões de pessoas deixaram o campo entre 2000 e 2010, mas na última década o êxodo rural caiu pela metade.
E, apesar de ainda ter a menor densidade populacional, o Norte possui a maior média de moradores por domicílio: em média, quatro pessoas por casa. Dos 57,3 milhões domicílios existentes no Brasil, apenas 6,9% ficam na região, contra 44% do Sudeste e 26% do Nordeste. Mesmo assim, houve um aumento de mais de 41% no número de habitações dos Estados do Norte entre 2000 e 2010.
A expansão das moradias é um fenômeno importante que foi revelado pelo último Censo. Houve um aumento de quase 28% nos domicílios na década, mais que o dobro do crescimento da população brasileira no mesmo período.
O Censo 2010 registrou 9% dos domicílios particulares vagos, sendo que as regiões Nordeste (10,8%) e Centro-Oeste (9,1%) apresentam os maiores percentuais.
Top 10 - Curiosidades do aumento populacional nos Estados
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (29) os detalhes do Censo 2010. O levantamento apontou que a população brasileira cresceu de 169.590.693, do Censo 2000, para 190.755.799, variação de 12,48%. O crescimento populacional foi maior na região Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%).
Veja abaixo os principais destaques nos Estados.
Campeão em crescimento, Amapá vê população quadruplicar em 30 anos
O Amapá foi o Estado brasileiro que registrou o maior crescimento populacional na última década. A população saltou de 557.226 habitantes, em 2000, para 733.559, em 2010, aumento de 40,70%, e praticamente quadruplicou desde 1980, quando o Amapá tinha apenas 180.078 habitantes.
Estado mais populoso, São Paulo ganha 4 milhões de moradores na última década
São Paulo continua reinando absoluto como Estado mais populoso da nação, com 41.262.199, segundo o Censo 2010. O Estado foi o que mais cresceu em números absolutos na última década e viu a população aumentar em 4.292.720 (11,61%).
Roraima cresce 40%, mas ainda é o Estado com menor população do país
O Estado com menor população no país continua sendo Roraima, que tem 450.479 habitantes, de acordo com o Censo 2010. Em contrapartida, em termos relativos, Roraima teve o segundo maior crescimento do país, com a população aumentando em 38,97%.
Rio Grande do Sul tem menor crescimento do país e vê população praticamente estagnar
Na última década, o Rio Grande do Sul teve o menor crescimento entre todos os Estados do país, com aumento populacional de 5,03%. A população ficou praticamente estagnada entre 2000 a 2010 - de 10.181.749 para 10.693.929 habitantes.
Maior Estado nordestino, Bahia registra menor crescimento na região
A Bahia, o maior Estado nordestino tanto em área quanto em população, registrou o menor crescimento populacional da região e o segundo menor de todo o país na última década. Entre 2000 e 2010, o número de habitantes no Estado subiu de 13.066.910 para 14.016.906, crescimento de 7,27%.
Exceção sulista, Santa Catarina cresce o triplo do vizinho Rio Grande do Sul
Impulsionada pelo crescimento de Florianópolis, Santa Catarina teve, na última década, crescimento populacional de 16,80% -- 5.349.580 para 6.248.436 habitantes, aumento mais de três vezes maior do que o registrado no Rio Grande do Sul (5,03%) e quase o dobro do verificado no Paraná (9,27%), segundo o Censo 2010.
População do Distrito Federal praticamente dobra em 20 anos
O Distrito Federal foi a Unidade da Federação que mais cresceu no Centro-Oeste na última década (25,79%), e a população de Brasília e das cidades-satélites chegou a 2.570.160 em 2010, número quase duas vezes maior do registrado em 1990 (1.598.415).
Minas Gerais cresce pouco, mas se aproxima dos 20 milhões de habitantes
Entre todos os Estados da região sudeste, Minas Gerais foi o que menos cresceu em termos populacionais entre o Censo 2000 e o Censo 2010. A população do Estado saltou de 17.866.402 para 19.597.330, crescimento de 9,68%.
População do Maranhão, segundo Estado mais pobre da nação, é a que mais cresce no Nordeste
O Maranhão, que tem o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, atrás somente de Alagoas, registrou o maior crescimento populacional da região Nordeste na última década (16,51%). Entre 2000 e 2010, o número de habitantes do Estado aumentou de 5.642.960 para 6.574.789. O Maranhão tem a quarta maior população do Nordeste, atrás de Bahia, Pernambuco e Ceará.
Vizinho de gigantes, Espírito Santo é o Estado que mais cresce no Sudeste
Menor Estado da região mais populosa do país, o Espírito Santo viu seu número de habitantes crescer de 3.094.390 para 3.514.952 (13,59%) entre 2000 e 2010. A taxa de crescimento foi superior às registradas no Rio de Janeiro (11,29%), Minas Gerais (9,68%) e São Paulo (11,61%).
Sudeste lidera ranking de mortalidade infantil entre 2009 e 2010, segundo IBGE
Hanrrikson de Andrade
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro Seja o primeiro a comentar
A região Sudeste contabilizou 11.984 mortes de crianças menores de um ano entre agosto de 2009 e julho de 2010, a maior taxa de mortalidade infantil neste período de acordo com os resultados do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Nordeste aparece logo atrás com 11.349 mortes.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
A pesquisa aponta que, no geral, quando consideradas pessoas de todas as idades, o IBGE contabilizou neste período pouco mais de um milhão de óbitos, dos quais cerca de 35 mil dizem respeito a crianças menores de um ano.
No Sul, o índice de mortalidade infantil ficou em 4.135. Na divisão quantitativa por regiões, o Centro-Oeste se destaca pelo índice mais baixo de óbitos: 2.711. O Norte contabilizou 4.896.
Considerando apenas os Estados, São Paulo registrou 6.111 óbitos, sendo o local onde mais crianças menores de um ano morreram no período de tempo considerado pela pesquisa. A Bahia ocupa a segunda colocação, com 3.083 mortes.
Com apenas 110 casos, Roraima registrou o menor número de crianças menores de um ano mortas entre agosto de 2009 e julho de 2010
Curiosidades do Censo sobre raça no Brasil
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (29) os dados preliminares do Censo 2010 em relação à raça. Dos 190,75 milhões de habitantes, 91 milhões se declararam brancos. O número de pretos foi de 14,5 milhões, enquanto o de pardos foi de 82,2 milhões. Outras 2 milhões de pessoas se classificaram como amarelas e 817,9 mil se consideram indígenas. Veja abaixo os principais destaques sobre raça:
Bahia tem a maior população preta
A Bahia é o Estado brasileiro com o maior número de pessoas que se declaram preta. Ao todo, 2.397.249 habitantes (17,10% da população) disseram, ao Censo 2010, ser pretos.
Amazonas tem a maior população indígena
Nenhum outro Estado tem mais índios do que o Amazonas. De acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, 168.680 moradores (4,84% da população) do Amazonas se classificaram como indígenas.
São Paulo tem as maiores populações branca, parda e amarela
Dono da maior população do país (41.262.199 de habitantes), São Paulo também é o Estado que mais tem brancos (26.371.709), amarelos (558.354) e pardos (12.010.079).
Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena
Se em números absolutos, o Amazonas é o Estado que mais tem população indígena no país, na proporção, o líder é Roraima. De acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, 11,01% da população do Estado (49.637 pessoas) se consideram indígenas.
Proporcionalmente, Pará tem a maior população parda
O Pará é o Estado que, proporcionalmente, tem mais pessoas que se consideram pardas (69,51%) no Brasil.
Proporcionalmente, Santa Catarina tem a maior população branca
Em Santa Catarina, 83,97% da população se considera branca. Proporcionalmente é o Estado com mais pessoas que se classificam como brancas no Brasil.
Número de pretos, pardos, amarelos e indígenas ultrapassa o de brancos
De acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, a soma entre pretos, pardos, amarelos e indígenas (99,7 milhões) supera a população branca (91 milhões) no Brasil.
Número de amarelos supera o de indígenas
O número de pessoas que se consideram amarelas (2 milhões) ultrapassa, pela primeira vez, a população indígena (817,9 mil) no Brasil.
População branca foi a única que diminuiu
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74% (91.051.646 habitantes). Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
No campo, população parda é maior do que a branca
No meio rural, a população parda ultrapassa a branca. Ao todo, 16.118.409 se declaram pardos, enquanto 10.839.117 se dizem brancos
29/04/2011 - 10h00 Êxodo rural cai pela metade em uma década, diz IBGE
Matheus Lombardi
Do UOL Economia
Em São Paulo Seja o primeiro a comentar
O censo demográfico 2010 do IBGE mostrou que o número de pessoas que moram em áreas rurais continua diminuindo no país, porém num ritmo menor do que na década anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29).
De acordo com a pesquisa, a população rural no país perdeu 2 milhões de pessoas entre 2000 e 2010, o que representa metade dos 4 milhões que foram para as cidades na década anterior.
No último censo, a média de habitantes que deixavam a zona rural era de 1,31% a cada ano, enquanto na atual amostra a média caiu para 0,65%.
Para o técnico do IBGE Fernando Albuquerque, o movimento de pessoas que saem da zona rural para as cidades, que teve início na década de 1970, está perdendo a força.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
“Nas décadas de 1970 e 1980, os grandes movimentos migratórios ocorriam em função da mecanização da agricultura e a consequente expulsão da mão de obra. Agora, esse movimento continua ocorrendo, porém em uma intensidade menor”, disse.
Segundo o estudo, a região Sudeste foi a que mais perdeu população rural, caindo de 6,9 milhões para 5,7 milhões (-17,4%). As regiões Sul e Nordeste também tiveram perda de população do campo. O Nordeste sozinho concentra quase metade da população rural do país (14,3 milhões de um total de 29,8 milhões).
Norte e Centro-Oeste
Nas regiões Norte e Centro-Oeste ocorreram movimentos inversos, com o aumento da população rural (4,2 milhões e 1,6 milhão, respectivamente). A região Norte concentra os quatro Estados que tiveram a maior taxa de crescimento da população rural no período (Roraima, Amapá, Pará e Acre).
“O Norte ainda atrai pessoas para a área rural principalmente pela mineração e, no Centro-Oeste, o movimento ocorre pelo forte desenvolvimento da agricultura da região”, declarou Albuquerque.
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Top 10 curiosidades sobre aumento populacional
Para o especialista do IBGE, esse ritmo de saída de pessoas do campo deve diminuir ainda mais. “Os programas sociais do governo ajudam a manter a população em suas cidades de origem. Devemos ver esse êxodo rural enfraquecer”, afirmou.
Brasil é cada vez mais um país urbano
O aumento de quase 23 milhões de pessoas que vivem nas cidades (num total de 160,9 milhões de pessoas) resultou em um grau maior de urbanização, que passou de 81,2% em 2000, para 84,4% em 2010.
A região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do país (92,9%). As regiões Centro-Oeste e Sul têm, respectivamente, 88,8% e 84,9% de população urbana. No Norte, a concentração de pessoas que vivem nas cidades é de 76,6% e, no Nordeste, o número chega a 73,1%.
29/04/2011 - 10h00 Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil
Do UOL Notícas
Em São Paulo Seja o primeiro a comentar
O Brasil tem menos crianças e mais idosos. Essa é a conclusão do Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Hoje, 7,6% da população são crianças, com idade até 5 anos, número menor que os registrados pelo levantamento em 2000 (9,8%) e em 1991 (11,5%). Na outra ponta, a população de idosos, acima de 65 anos, cresceu.
Em 1991, os idosos representavam 3,3% da população, em 2000, 4,3%, e agora chegam a 5,8%. Do total de 190.755.799 da população brasileira, 14.081.48 têm 65 anos ou mais.
No levantamento, o IBGE divide os idosos em quatro faixas etárias: de 65 anos a 69, de 70 a 74, de 75 a 79 e acima de 80. Desses grupos, o que possui a maior população é a da primeira faixa, com 4.840.810 pessoas com idade entre 65 e 69.
Entre os Estados com mais idosos, o IBGE lista Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, considerados os mais "envelhecidos" do país.
No meio da pirâmide, observa-se também uma redução na população com idade até 25 anos. O motivo, segundo o IBGE, é o contínuo declínio dos níveis de fecundidade observados no Brasil e, em menor parte, a queda da mortalidade nas últimas décadas.
"Ano passado, o Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE] já revelou que as mulheres estão tendo, em média, apenas um filho, sendo que em outros períodos, por exemplo, na década de 40, a média era de seis", diz Fernando Albuquerque, Gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE. “Tudo isso freia a evolução da população mais jovem”, completa ele.
199120002010
Sudeste e Sul são as regiões mais "velhas"
No Sudeste, região mais populosa do país e considerada, ao lado do Sul, a região mais velha do Brasil, a população com idade entre 75 a 79 anos e acima de 80 cresceram em mais de 400 mil pessoas cada. Entre os demais grupos de idade, apenas a população infantil [entre 5 e 9 anos], a adolecsente [até 19] não apresentou crescimento.
No Sul, a população mais adulta também foi a que mais cresceu. Entre essas, o número de pessoas com idade entre 55 e 59 anos e entre 60 e 64 superaram a marca de um milhão pela primeira vez nas últimas décadas. Apenas os adolescentes [10 a 19 anos] não apresentarem crescimento em relação a 2000.
No Norte, a população cresceu em todas as faixas etárias, exceto na que inclui a população entre um a 4 anos, que segue o índice nacional e hoje é menor em relação a 1991 e a 2000. Acima dos 50 anos, a população quase dobrou na última década, passando de 380.141, em 2000, para 615.863, em 2010.
A população nortista entre 35 e 39 anos também ultrapassou a marca de um milhão pela primeira vez, somando hoje 1.083.530 habitantes. Já o número de pessoas entre 75 e 79 e acima dos 80 anos superou os 100 mil, número que faz da região uma das mais jovens do país.
No Nordeste, a população entre 65 e 74 anos também superou a marca de 1 milhão. Já entre crianças e adolescentes, houve queda em todas as faixas em relação a 2000.
Por fim, o Centro-Oeste, a população das faixas etárias de 30 a 34, 35 a 39 e 40 a 44 anos também estabeleceram uma nova marca, população superior a 1 milhão.
29/04/2011 - 10h00 Em 20 anos, zonas urbanas do país crescem o equivalente a duas Xangai
Gabriel Souza Elias
Do UOL Notícias
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O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Números do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o crescimento brasileiro nas áreas urbanas em 20 anos é superior ao dobro de habitantes da cidade chinesa de Xangai, considerada a mais populosa do mundo. Segundo levantamento apresentado nesta sexta-feira (29), o Brasil tem 50 milhões de habitantes a mais em suas áreas urbanas em relação aos números divulgados em 1991.
Há 20 anos, eram 110.875.826 as pessoas morando em áreas urbanas do país (ou 75,5% da área total), contra os atuais 160.925.792 habitantes (84,4% da área total). Estimativa oficial da prefeitura de Xangai diz que, no último ano, a cidade chinesa bateu a marca de 22 milhões de habitantes –entre moradores do distrito e subúrbios. Este número representa praticamente o mesmo crescimento apresentado pelo Brasil na última década (23.170.242 em áreas urbanas).
ÁREAS URBANAS
84,4%dos brasileiros vivem em regiões urbanas; nas áreas rurais, índice
é de 15,6%
Em números absolutos, a população brasileira atual supera o dobro do tamanho registrado em 1970, quando o país tinha 93.139.037 habitantes. Apesar disso, o crescimento do país regride a cada década desde os anos 60, quando a média geométrica anual da população foi de 2,89% –hoje, este índice está em 1,17%, o menor registrado na história do Censo.
“A maior taxa de crescimento registrada no país aconteceu nos anos 50, com índice próximo de 3% ao ano. Com a permanência desta taxa, o Brasil iria duplicar sua população em 24 ou 25 anos”, afirma Fernando Albuquerque, pesquisador do IBGE e gerente do projeto Componentes da Dinâmica Demográfica. “Hoje, com a taxa de crescimento em 1,17%, a população só seria duplicada em 60 anos. O ritmo de crescimento está sendo freado.”
TAXA DE CRESCIMENTO
1,17%é a média geométrica anual
do país, a menor da história
Na análise dos dados referentes aos últimos dez anos, são 23 milhões de habitantes a mais em áreas urbanas no país. O número é superior à soma das populações atuais de Seul (Coreia do Sul) e Pequim (China), estimadas em 10.500.000 habitantes cada. “A população urbana cresce em funções vegetativa [nascimentos e óbitos] e migratória. Mas hoje, o crescimento já não acontece de maneira tão intensa como há 40 anos”, diz Albuquerque.
POPULAÇÃO URBANA
23 milhõesé o número de habitantes a mais
no país em áreas urbanas
Dados do Censo 2010 mostram que a diferença de habitantes no Brasil nos últimos dez anos fica pouco acima dos 21 milhões, número inferior ao crescimento observado nas áreas urbanas. “Hoje os níveis de fecundidade são bem menores nas áreas urbanas e o componente migratório ganha maior importância”, completa o pesquisador, que não acredita em alterações significativas nas próximas análises.
29/04/2011 - 10h00 São Paulo concentra maiores densidades demográficas do país; menores estão no Amazonas
Gabriel Souza Elias
Do UOL Notícias
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O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
De acordo com os números divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do Censo 2010, o Estado de São Paulo aparece com seis municípios na lista das dez maiores densidades demográficas do país. Mas é de São João do Meriti (Rio de Janeiro) o maior índice encontrado pelos pesquisadores. Conhecido como “formigueiro das Américas” por também ter a maior densidade da América Latina, o município apresentou, no atual levantamento, número superior a 13 mil habitantes/km² -- o índice médio do Brasil é de 22,43 hab/km².
Os municípios paulistas de Diadema, Taboão da Serra, Carapicuíba e Osasco, todos na região metropolitana da capital, nesta ordem, completam o quadro das cinco maiores densidades demográficas do país, todas com mais de 10 mil habitantes/km². Entre as dez maiores, ainda figuram São Caetano do Sul (6ª, com 9.708,79 hab/km²), e a capital São Paulo (10ª, com 7.387,69 hab/km²). Olinda (PE, 6ª), Nilópolis (RJ, 7ª) e Fortaleza (CE, 8ª) completam a lista.
MAIOR DENSIDADE DO PAÍS
13.024,56 hab/km²é o número registrado em São João do Meriti (RJ), conhecida como "formigueiro das Américas"
Na parte inferior da tabela está o Amazonas. Com 7.326 habitantes e área total de 55.791,9 km², o município de Japurá possui a menor densidade demográfica do país: índice de 0,13 habitante/km². No Paraná, a cidade homônima registra 51,75 habitantes/km², e fica com o 4.175º posto na lista crescente.
Outras seis cidades do Amazonas figuram na lista dos dez menores índices calculados pelo IBGE: Atalaia do Norte (2ª), Barcelos (3ª), Tapauá (4ª), Jutaí (6ª), Santa Isabel do Rio Negro (9ª) e Itamarati (10ª), todas com números próximos de 0,3 habitantes/km².
MENOR DENSIDADE DO PAÍS
0,13 hab/km²é o índice apurado em Japurá (AM)
A explicação para os baixos índices no Estado está na área total avaliada pelos pesquisadores. O cálculo é feito em cima de toda a extensão territorial do Amazonas, incluindo rios e florestas.
Os municípios de Mateiros (TO), na quinta colocação, Jacareacanga (PA), sétimo colocado, e Rondolândia (MT), oitavo, completam a listagem dos menos povoados com base nos dados do IBGE.
29/04/2011 - 10h00 Maranhão tem maior proporção de baixa renda; SC registra a menor
Do UOL Economia
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O Maranhão tem proporcionalmente a maior quantidade de domicílios com moradores de baixa renda no Brasil. Entre as casas pesquisadas, 26,51% têm moradores com renda mensal individual de até R$ 127,50, o menor nível de rendimento considerado pelo IBGE.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Esse índice é quase o triplo da média nacional. No Brasil, 9,16% dos domicílios têm habitantes com essa faixa de renda. Os dados são do Censo 2010 e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na outra ponta, de maior renda, o Maranhão também tem o pior desempenho. Apenas 1,47% dos lares apresentam moradores com renda mensal per capita acima de R$ 2.550 (a maior faixa considerada pelo IBGE na pesquisa). A média nacional dessa fatia é de 5,13%.
Piauí e Alagoas são o segundo e o terceiro Estados com pior colocação no ranking. No Piauí, 24,80% das casas têm habitantes com renda individual de até R$ 127,50. Em Alagoas, são 22,57%.
O Estado com menos proporção de baixa renda é Santa Catarina. Só 2,12% de suas casas abrigam habitantes com renda mensal de até R$ 127,50.
Com relação ao topo da renda, Santa Catarina está ligeiramente acima da média nacional, com 5,50% dos imóveis com moradores ganhando mais de R$ 2.550 per capita.
A unidade da Federação que tem proporcionalmente mais moradores de renda alta é o Distrito Federal, onde 18,96% das residências têm moradores com ganhos mensais individuais além de R$ 2.550. Isso representa quase quatro vezes o índice médio nacional.
Rio de Janeiro supera São Paulo e é o segundo Estado com maior proporção de renda alta. É de 8,14% o índice de casas no Rio com moradores que ganham acima de R$ 2.550 por mês. São Paulo vem a seguir com 7,37%.
População do Rio Grande do Sul cresce a "ritmo suíço", aponta IBGE
Flávio Ilha
Especial para o UOL Notícias
Em Porto Alegre Comentário [1]
A população do Estado do Rio Grande do Sul foi a que menos cresceu nos últimos dez anos no país, de acordo com dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De 2000 a 2010, o crescimento populacional médio do Estado ficou em 0,49% ao ano. Na década anterior, a velocidade de crescimento era quase três vezes maior: 1,23%. A média brasileira anual foi de 1,17% na última década.
No mesmo período, o crescimento populacional no Estado foi de 5,03% – o que significa um acréscimo de pouco mais de 512 mil habitantes. A taxa é similar à de países europeus, como Suíça – o país tem a menor taxa do continente, com 0,54% ao ano.
Os números do Rio Grande do Sul
População total (ano 2000) População total (ano 2010) Variação
10.181.749 10.693.929 5,02%
Dados preliminares divulgados no final de 2010 já haviam apontado que o Rio Grande do Sul vivia uma situação de estabilidade populacional. Em muitos casos, segundo o levantamento, houve diminuição: 275 municípios (dos 496 do Estado) registraram menos moradores do que dez anos atrás.
A queda populacional na maior parte dos municípios decorre, de acordo com especialistas, de uma combinação de natalidade mais baixa – influenciada pelos indicadores educacionais e de desenvolvimento humano – com maciças ondas migratórias para novos polos de crescimento, no Estado e fora dele.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Esse elemento pode ser evidenciado pelos casos de Porto Alegre e Caxias do Sul: a capital, que continua sendo o município mais populoso do Estado, passou de 1.360.033 pessoas em 2001 para 1.409.351 no levantamento atual. A taxa de crescimento em dez anos foi de apenas 3,63%.
Já Caxias do Sul, que é um importante polo metal-mecânico da serra gaúcha, teve expansão populacional de 20,8% no mesmo período, passando de 360.419 habitantes para 435.482.
A competitividade econômica está mudando o mapa gaúcho. Em algumas cidades, principalmente nas pequenas, só ficam idosos e crianças. O resto, de acordo com especialistas, está migrando com mais intensidade para polos regionais em busca de renda e segurança econômica.
A queda da natalidade impede muitos municípios de repor a população que migra, como ocorria em décadas passadas. Antes, a alta natalidade compensava. Mas agora, com fecundidade mais baixa e aumento da migração por questões econômicas, o problema tem ficado mais evidente.
Capital
Porto Alegre foi a capital que menos aumentou sua população na década no país, segundo o IBGE – e não se trata de percentual. Em 11 anos, entre os dois últimos grandes censos realizados no país, a capital gaúcha recebeu apenas mais 49 mil moradores.
Os números da capital gaúcha
População total (ano 2000) População total (ano 2010) Variação
1.360.033 1.409.351 3,63%
Só Vitória, capital do Espírito Santo, cresceu menos em termos populacionais: 35,8 mil pessoas. Em termos relativos, porém, a cidade ampliou sua população em 12,3% entre 2000 e 2010. A capital gaúcha avançou apenas 3,63% nesse período.
A estagnação se explica pelo rumo que a cidade tomou e pelo desenvolvimento de polos no interior. No passado, a cidade crescia movida pelos migrantes que chegavam de todos os cantos à procura de emprego na indústria ou de escolas e faculdades.
De lá para cá, as fábricas foram embora e o ensino superior, que também servia como um atrativo, espalhou-se pelo Estado. O fluxo migratório se inverteu. Milhares de moradores de Porto Alegre foram morar em municípios vizinhos, onde estão os empregos industriais.
A capital virou uma espécie de cidade-dormitório para parte de sua população: todos os dias, segundo estudos de especialistas, cerca de 90 mil pessoas viajam a municípios da região metropolitana para trabalhar. A Grande Porto Alegre concentra cerca de 4,5 milhões de habitantes.
Outro fator foi a debandada de pessoas cansadas da violência. Municípios menores da região metropolitana, como Nova Santa Rita, receberam uma avalanche de ex-moradores de Porto Alegre à procura de qualidade de vida.
Caso de Jonas Oliveira dos Santos, 37. Ele saiu com a esposa Michele da Silva e Silva e o filho, Mateus, da periferia de Porto Alegre para viver no município. Sem casa, recebeu ajuda da assistência social da prefeitura para construir um sobradinho de madeira num dos bairros da cidade, de 20 mil habitantes e a 25 quilômetros da capital.
"Vim fugindo da violência e das drogas e encontrei apoio aqui em Nova Santa Rita. É um bom recomeço de vida para toda a família", diz Jonas, que vive como catador. Ele pretende voltar a trabalhar com pecuária, atividade que mantinha antes de desembarcar em Porto Alegre há 15 anos
29/04/2011 - 10h01 Com migração agrícola, Norte é região onde população mais cresce no país, mostra IBGE
Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
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Puxado pela atração agrícola e migração de outros Estados, o Norte apresentou o maior crescimento populacional entre as cinco regiões do país nos últimos dez anos, conforme aponta o Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). A região chegou à marca de 15 milhões de pessoas.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Entre os recenseamentos de 2000 e 2010, a região apresentou crescimento populacional de 2,09%, quase o dobro da taxa nacional, que ficou em 1,17%. Nesse período, a região ganhou mais 2.963.750 moradores –14,1% do total do incremento nacional, enquanto a população da região representa apenas 8,3% dos moradores brasileiros.
A região concentra os cinco Estados com as maiores taxas de crescimento populacional do país. Na primeira década do século, o Estado do Amapá foi o que registrou o maior aumento populacional (3,45%). Já Roraima (3,34%) e Acre (2,78%) aparecem na segunda e terceira posições, respectivamente. Em seguida vêm Amazonas (2,16%) e Pará (2,04%). A única exceção é o Distrito Federal, considerado unidade da federação, que apresentou crescimento de 2,26%.
Outro detalhe da região é que, apesar de ter a menor densidade populacional, o Norte possui a maior média de moradores por domicílio: em média, quatro pessoas por casa. Nas demais regiões, essas taxas variam de 3,1, no Sul, a 3,5, no Nordeste.
O crescimento populacional também ocorre em áreas densamente urbanizadas. Entre as 15 cidades mais populosas do país, Manaus (AM) –cidade mais populosa do Norte– é a que registrou maior aumento (2,5%). Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, tiveram alta de 0,76% cada, bem menor que a capital amazonense.
Os números da região Norte
Estado População Crescimento
2000-2010
Amapá 669.526 3,45%
Roraima 450.479 3,34%
Acre 733.559 2,78%
Amazonas 3.483.985 2,16%
Pará 7.581.051 2,04%
Tocantins 1.383.445 1,80%
Rondônia 1.562.409 1,25%
TOTAL 15.864.454 2,09%
Migração para o campo
Nos últimos dez anos, ao contrário do restante do país, a região ganhou mais 313.606 moradores na zona rural. Já o país registrou, entre os Censos 2000 e 2010, uma redução de 2 milhões de moradores nas zonas rurais nos Estados. Além do Norte, apenas o Centro-Oeste apresentou superávit populacional rural, mesmo assim em número bem menor: 31.379.
O grau de urbanização do Norte também é bem menor que a média nacional e, em 2010, ficou na casa dos 73,5%, contra 84,4% do restante do país.
Para o doutor em economia popular e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles, o aumento populacional da região está ligado diretamente ao setor agrícola. Ele explica que, como os Estados da região estão conseguindo dinamizar a economia, conseguem atrair mais pessoas de outros Estados.
"Esse fenômeno é a expansão da fronteira agrícola mais recente –e última– do Brasil. As taxas maiores de crescimento da população rural refletem a combinação, por um lado, do avanço da fronteira agrícola, antes mais dinâmica nos Estados do Centro-Oeste; e, de outro, o efeito mais sentido do impacto do deslocamento de migrantes para os Estados que possuem uma população rural relativamente pequena. Mesmo sem formar grandes contingentes de migrantes, esse movimento gera taxas maiores em função das características demográficas da região mais distante, de população rarefeita, de território mais amplo, que é a Amazônia", afirma.
Outra explicação de Péricles é que os preços das terras, em comparação a outras regiões, são mais baratos, o que atrai mais agricultores. "Há uma perspectiva de boa rentabilidade, principalmente a soja e a pecuária. O 'boom' das commodities agrícolas desde o começo da década, a melhoria da infraestrutura e o encarecimento da produção no Centro-Oeste, explicam a expansão em direção à Amazônia. Os Estados de ocupação agrícola mais antiga como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso obtiveram taxas altas, mas sem o ritmo das décadas anteriores, revelando a estabilidade de sua estrutura fundiária e de sua produção agrícola", finalizou
29/04/2011 - 10h01 População masculina já é maioria entre menores de 19 anos no Brasil
Andréia Martins
Do UOL Notícias
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O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Os homens estão começando a reverter a predominância das mulheres no país. Apesar da maioria da população brasileira ser feminina – elas representam 51% da população total do Brasil --, os homens já são a maioria na faixa etária entre um e 19 anos.
Os dados são do Censo 2010 divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostra também que a população masculina permanece sendo maioria em todos os Estados da região Norte, tendência observada há pouco mais de dois anos.
Segundo Fernando Albuquerque, Gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, a explicação para a maioria masculina no Norte deve-se à atividade local. "Esse número é justificado pela migração de trabalhadores. O tipo de atividade básica da região Norte estão relacionadas à mineração e extração, o que atrai mais a população masculina", diz.
Razão de sexo por região
Norte 102 homens para cada 100 mulheres
Nordeste 95,3 homens para cada 100 mulheres
Centro-Oeste 98,6 homens para cada 100 mulheres
Sudeste 94,6 homens para cada 100 mulheres
Sul 96,3 homens para cada 100 mulheres
Fonte: Censo 2010
Nos demais Estados, as mulheres são maioria, sendo Mato Grosso, no Centro-Oeste, a única exceção fora do Norte. Lá, os homens são maioria. Do total de 3.035.122 habitantes, 1.549.536 são homens, ou seja, uma relação de 104,3 homens para cada 100 mulheres.
O Estado onde há menos homens, comparado com as mulheres, é o Rio de Janeiro, onde a razão de sexo, como o IBGE chama a relação homem/mulher, é de 91,2 homens para cada 100 mulheres.
Segundo o levantamento, com exceção do Amazonas, o número de homens comparado ao de mulheres apresentou uma queda entre 2000 e 2010.
O resultado do Censo sobre a divisão da população brasileira com relação ao sexo – 51% de mulheres, contra 49% de homens -- comprova a predominância histórica das mulheres na população brasileira.
Parte da explicação para a predominância feminina é a queda na fecundidade e o fato de o índice de mortalidade dos homens ser superior.
O número de "óbitos violentos", que atingem majoritariamente os homens, segundo o gerente do IBGE, também colaboram para a predominância das mulheres.
Em 2000, havia 96,9 homens para cada 100 mulheres. Já e 2010, essa relação diminiu para 96 homens para 100 mulheres. Ou seja, hoje, há 3.941.819 mulheres a mais do que homens no Brasil.
Curiosidades sobre a relação homem/mulher no Brasil:
Os homens são maioria nas zonas rurais, e as mulheres nas zonas urbanas.
O único Estado fora do Norte onde os homens são maioria é o Mato Grosso (1.549.536 homens para 1.485.586 mulheres).
No Acre, a população na faixa etária entre 20 e 24 anos é maioria masculina por um diferença de apenas 41 pessoas. Para 35.188 homens, há 35.147 mulheres. No Piauí, os homens são maioria entre 10 e 14 anos por apenas 48 pessoas.
Na faixa etária entre um e 19 anos, os homens são maioria em todo o país.
Cerca de 80% dos municípios com menos de 5.000 habitantes tem mais homens do que mulheres.
Em todos os municípios com mais de 500 mil habitantes as mulheres superam os homens.
Nos municípios com até 2.000 habitantes, há 105 homens para cada 100 mulheres.
Na faixa dos 50 anos, as mulheres são maioria no Brasil: do total de 18.416.621 cinquentões no país, elas são 9.679.282
Brasil tem 661 mil jovens e 132 mil crianças responsáveis pelo próprio domicílio, diz IBGE
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador Comentário [1]
Na faixa etária em que a maioria dos jovens ainda está indecisa em relação ao seu futuro, quase 661,2 mil pessoas entre 15 e 19 anos –e outras 132 mil entre 10 e 14 anos– no Brasil são responsáveis por seus próprios domicílios, de acordo com dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estudante baiana Bruna Luzia da Cruz, 16, e seu marido, Roberson de Jesus, 18, fazem parte desta realidade.
Crianças e adolescentes responsáveis pelo domícilio no Brasil
Em dezembro de 2009, ao perceber que estava grávida, Bruna saiu da casa da mãe para morar com o seu primeiro namorado, um ajudante de marcenaria. “De uma hora para outra a minha vida mudou completamente e passei a garantir o sustento da minha casa, com a comissão que ganhava com a revenda de cosméticos”, afirma a estudante, que mora em Castelo Branco, bairro da periferia de Salvador.
São Paulo lidera ranking
130,4 miladolescentes entre 15 e 19 anos responsáveis pelo lar moram no Estado
36,8 milé o número de crianças entre 10 e 14 anos que respondem pelo sustento do domicílio em São Paulo
A estudante, órfã de pai aos sete anos, conta que resolveu dividir uma pequena casa (45 metros quadrados) com o namorado porque “não aguentava mais discutir com a sua mãe”. “Ela sempre me responsabilizou pela gravidez precoce”, relembra. Desempregado por quase dois anos, Roberson disse que fazia alguns “bicos” para ajudar no orçamento familiar. “Até julho do ano passado, quando minha filha nasceu, minha mulher sempre contribuiu com a maior parte dos custos da casa.”
Segundo o IBGE, a Bahia, onde o casal mora, ocupa o quarto lugar em números absolutos no ranking, com quase 43,5 mil adolescentes responsáveis pelo lar, atrás de São Paulo (130,4 mil), Minas Gerais (53,8 mil) e Rio de Janeiro (50,3 mil). Também em números absolutos, Roraima é o Estado com o menor número de adolescentes chefes de domicílios, com quase 2.450. Já quando consideradas as crianças, de um total de 132 mil entre 10 e 14 que respondem pelo sustento da casa, 36,8 mil estão em São Paulo e 12,2 mil no Rio.
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Depois do nascimento da filha, Bruna ainda encontrou uma fórmula para garantir parte dos rendimentos com as vendas avulsas. “Para me ajudar, uma prima visita as minhas clientes e nós dividimos a comissão.” A estudante ressalta que, em média, fatura cerca de R$ 200 por mês. “Sei que é pouco, mas o meu marido agora está empregado e ganha um salário mínimo. É com este orçamento que vivemos.”
Bruna afirma ainda que pretende voltar a estudar em 2012 –a estudante abandonou a escola no primeiro ano do ensino médio. “O meu sonho é concluir o ensino médio e fazer faculdade de fisioterapia.” Sem condições de pagar uma babá ou uma creche, a estudante disse que pretende deixar a sua filha com os sogros a partir do ano que vem, durante o período em que estiver na escola. “Poderia deixar a menina com a minha mãe, mas, depois de tudo o que passei, prefiro que ela [a criança] fique com os meus sogros.”
Com poucos amigos e vivendo praticamente somente em casa, Bruna afirma que sente falta de fazer “coisas básicas” de qualquer adolescente, como ir ao shopping ou à praia. “Sou uma pessoa conformada porque, além de não ter dinheiro, ajudo na manutenção de casa e tenho uma filha para criar”, finaliza.
29/04/2011 - 10h02 IBGE aponta que distribuição de água cresceu em todas as regiões do Brasil
Hanrrikson de Andrade
Especial para o UOL Notícias
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O número de domicílios particulares permanentes que têm acesso ao fornecimento de água no Brasil passou de 45 milhões para pouco mais de 57 milhões nos últimos dez anos, de acordo com os resultados preliminares do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A distribuição de água no país cresceu aproximadamente 22% em relação ao Censo Demográfico de 2000, segundo o IBGE. Com isso, cerca de 12,5 milhões de residências passaram a utilizar tal serviço, das quais a maioria pela rede geral de distribuição.
O sistema padrão de fornecimento, que tinha cerca de 35 milhões de domicílios há dez anos, concentra atualmente aproximadamente 47 milhões e meio de consumidores no país.
O índice de brasileiros que necessitam de poços ou nascentes foi reduzido em quase um milhão e meio de pessoas, uma queda de aproximadamente 18%. Os números mostram que a rede geral de distribuição de água está avançando pelo território.
Em 2000, quase sete milhões de brasileiros utilizavam poços e/ou nascentes. Dez anos depois, esse número é de pouco mais de cinco milhões e meio. As regiões que apresentaram queda foram Nordeste e Sudeste. Tais regiões impulsionaram o crescimento geral da distribuição de água.
No Sudeste, cerca de cinco milhões de domicílios passaram a ter acesso ao serviço; já no Nordeste, pouco mais de três milhões e meio. O Sul teve quase dois milhões e Norte e Centro Oeste pouco mais de um milhão.
Dos brasileiros entrevistados pelo IBGE no ano passado, apenas quatro milhões declararam ter acesso ao fornecimento de água por outros meios não especificados.
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sexta-feira, 29 de abril de 2011
ibge - censo - ]2010 - Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil
30/04/2011 - 10:33h
Maioria das famílias vive com menos de 1 salário per capita
Apesar de melhoria na última década, uma em cada sete residências vivia com até 1/4 de salário mínimo per capita
Wilson Tosta e Felipe Werneck – O Estado de S.Paulo
No País retratado em 2010 pelo IBGE, a maioria da população (60,7%) vivia em domicílios com renda familiar per capita de menos de um salário mínimo (no valor de R$ 510 na época), apesar de em dez anos ter diminuído o número de famílias nos extratos mais baixos de rendimento.
No ano passado, praticamente uma em cada sete residências tinha renda domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo; uma em cada três, de meio a um; e mais de uma em duas tinha rendimento por pessoa de até um salário mínimo -em todos esses grupos sociais, porém, esses números significaram melhoria em relação à década anterior.
O instituto constatou que, após a faixa de um a dois salários, os resultados dos dois últimos censos se aproximaram, até convergir nos grupos depois de três a cinco salários – a antiga classe média, que ficou onde estava.
O aumento do salário mínimo na década – reajuste de 237,7% para uma inflação (pelo IPCA) de 89% – e os programas sociais são apontados como causas da melhoria de renda dos mais pobres ocorrida no período.
Desigualdade. Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, os dados apontam para uma redução da desigualdade de renda. “O contingente brasileiro que em 2000 ganhava renda inferior a meio salário mínimo hoje é muito menor”, disse Nunes. Ele citou programas de transferência de renda e o aumento real do salário mínimo entre as principais causas da mudança.
Nunes explica que as faixas consideradas prioritárias pelo Bolsa-Família são próximas àquela que o IBGE usa como critério para a distribuição de renda: 1/4 do salário mínimo. Ele também destacou a expansão da economia na última década, com a criação de mais de 10 milhões de postos de trabalho.
Falhas. O avanço na renda dos mais pobres não foi acompanhado no mesmo ritmo – ou pelo menos em padrão semelhante – por outros indicadores sociais.
O País reduziu a sua proporção de analfabetos com 15 anos ou mais na década de 91-2000 (de 20,1% para 13,6%) do que entre os anos 2001 e 2010 (13,6% para 9,6%). A redução nessa velocidade é encarada com naturalidade por especialistas, que ressaltam o aumento da dificuldade em combater o analfabetismo, na medida em que o estoque de analfabetos diminui, concentrando-se em centros menos urbanizados e mais pobres.
A Região Nordeste é aquela com maior taxa de analfabetismo: 19,1% em 2010, contra 28,2% em 2000 e impressionantes 37,6% em 1991. Entre os nordestinos, em 2010, 47,1% dos analfabetos tinham 60 anos ou mais.
Também avançou em ritmo modesto o porcentual de domicílios particulares ligados a rede de esgoto ou fossa séptica – de 62,2% para 67,1%, apenas 4,9 pontos porcentuais em dez anos. Isso significa que, no ano passado, 32,9% das residências lançava seus dejetos sanitários diretamente e sem tratamento na rua ou no meio ambiente.
Trabalho infantil. O Censo 2010 mostra ainda que no ano passado havia 132 mil domicílios no País sustentados pelo trabalho feito por crianças de 10 a 14 anos. “Proporcionalmente aos 57 milhões de domicílios, esse número (132 mil) não é muito expressivo. Entretanto, ele reflete outra realidade que o IBGE revela sistematicamente: a presença de trabalho infantil na sociedade”, diz Nunes.
29/04/2011 - 10h00
Thiago Varella
Do UOL Notícias
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
BrasilÁrea ruralÁrea urbana
O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.
O BRASIL EM NÚMEROS
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População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.
O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.
A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.
Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.
A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).
São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.
No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.
Top 10 - Veja curiosidades do Censo 2010 sobre os municípios brasileiros
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (29) os detalhes do Censo 2010. O levantamento apontou que a população brasileira cresceu de 169.590.693, do Censo 2000, para 190.755.799, variação de 12,48%. O crescimento populacional foi maior na região Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%).
Veja abaixo curiosidades do Censo 2010 nos municípios brasileiros.
Com explosão demográfica, Rio das Ostras (RJ) é a cidade que mais cresceu no país
O município de Rio das Ostras, no litoral norte do Rio de Janeiro, triplicou sua população na última década. Em 2000, eram 36.419 habitantes, número que saltou para 105.676 no Censo 2010 --crescimento de 190%. Em segundo lugar está Balbinos (SP), que viu sua população aumentar de 1.313 para 3.702 (181%), seguido de Pedra Branca do Amapari (AP), crescimento de 4.009 para 10.772 habitantes (169%); São Felix do Xingu (PA), de 34.621 para 91.340 (164%); e Canaã dos Carajás (PA), de 10.922 para 26.716 (144,61%).
Maetinga (BA) perde quase a metade da população em dez anos
Maetinga, no Centro-Sul baiano, foi a cidade que proporcionalmente mais diminuiu em todo o país. Entre 2000 e 2010, a população do município caiu de 13.686 para 7.038, redução de 49%. Itaúba (MT), em segundo lugar, minguou de 8.565 para 4.575 (-46,58%). Já a população de Brejo de Areia (MA) despencou de 10.418 para 5.577 (-46,47).
Borá (SP) mantém o título de menor cidade do país
Pelo segundo censo consecutivo, o município de Borá, no interior paulista ganhou o título de menor cidade do país em termos populacionais, com 805 habitantes, apenas dez a mais do que foi registrado no Censo 2000. O segundo lugar nesse quesito ficou com a cidade mineira de Serra da Saudade, cuja população caiu de 873 para 815 na última década. A terceira menor cidade do país é Anhanguera (GO), com 1.020 habitantes.
Campinas (SP) continua ostentando título de maior cidade do interior
Das cinco cidades interioranas mais populosas do país, quatro estão no Estado de São Paulo. A maior delas, Campinas, tem 1.080.113 habitantes, segundo o Censo 2010. Em segundo lugar aparece São José dos Campos, com 629.921 habitantes, seguida de Ribeirão Preto (604.682), Uberlândia (604.013) e Sorocaba (586.625). A lista não considera como do interior as cidades que pertencem às regiões metropolitanas.
Guarulhos (SP) e São Gonçalo (RJ): maiores cidades das regiões metropolitanas, exceto as capitais
Se Campinas é a maior cidade do interior, Guarulhos (SP) é a maior cidade brasileira que não é capital e pertence a uma região metropolitana, com 1.221.979 habitantes. Em segundo lugar aparece São Gonçalo (RJ), com 999.728 moradores, seguido de Duque de Caxias (855.048), Nova Iguaçu (796.257) --ambos no RJ-- e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (765.463).
Extensos e despovoados, municípios da região Norte têm menores densidades demográficas
Os sete municípios com as menores densidades demográfica estão na região Norte. O primeiro da lista é Japurá (AM), no Alto Rio Negro, que possui 8.549 habitantes espalhados para uma área de 56 mil km² --área equivalente a 37 municípios de São Paulo--, que dá uma densidade demográfica de 0,13 habitante por km². Na seqüência, aparecem Atalaia do Norte (AM), no Alto Solimões, com 15.153 habitantes em 76 mil km² (densidade de 0,20), Barcelos (AM), também no Alto Rio Negro, com densidade de 0,21 hab/km² e Mateiros (TO), na região do Jalapão, com densidade de 0,23 hab/km².
Formigueiros humanos: São João do Meriti (RJ) e cidades da Grande São Paulo
Apelidada de "formigueiro das Américas", São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é a cidade com maior densidade demográfica, com 458.673 habitantes em apenas 35 km², o que dá uma densidade de 13.024 hab/km². Na seqüência aparecem Diadema (12.519 hab/km²), Taboão da Serra (12.049), Carapicuíba (10.680) e Osasco (10.411), todos na Grande São Paulo.
Porto Alegre, Recife e capitais do Sudeste têm menor crescimento
Entre todas as capitais brasileiras, Porto Alegre foi a que menos cresceu entre 2000 e 2010, com aumento populacional de 3,58% --1.360.590 para 1.409.351 habitantes. Belo Horizonte aparece em segundo lugar, com crescimento de 6,10%, 2.238.526 para 2.375.151, seguido de São Paulo (7,84% de aumento), Rio de Janeiro (7,90%) e Recife (8,07%).
Capitais da região Norte são as que mais crescem
Enquanto as metrópoles do Sul e Sudeste crescem moderadamente, na região Norte as capitais crescem em ritmo acelerado. Em Macapá, por exemplo, a população cresceu 40,56%, saltando de 283.308 em 2000 para 398.204 em 2010. Já em Rio Branco, o crescimento foi de 32,79%, passando de 253.059 para 336.038. Em Porto Velho, a população aumentou de 334.661 para 428.527, variação de 28,05%, proporção semelhante à de Manaus, onde o número de habitantes cresceu de 1.405.835 para 1.802.014 (28,18%). Já Boa Vista, a campeã em crescimento populacional, o número de moradores cresceu de 200.568 para 284.313 (41,75%).
Brasil tem 58 cidades novas, a maioria no Rio Grande do Sul
De acordo com o Censo 2010, 58 cidades novas foram fundadas no Brasil entre 2000 e 2010, 29 delas no Rio Grande do Sul e 15 em Mato Grosso. Outros quatro municípios foram criados em Goiás, três no Piauí e dois na Bahia. No Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, um município novo surgiu na última década.
29/04/2011 - 11h24 Em dez anos, população de mulheres superou a de homens em 4 milhões no Brasil
Carolina Gonçalves
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro Comentários [5]
Imagens do Brasil no Censo 2010
O Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens em dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre os gêneros, segundo o estudo, é de 96 homens para cada 100 mulheres.
“Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de mulheres”, explicou Fernando Albuquerque, gerente de projetos da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
De acordo com Albuquerque, nascem 105 homens a cada 100 mulheres, mas como eles estão mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o número de mortes é maior.
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Buscar município:
UF Município População Masculina Feminina Urbana Rural
RO Alta Floresta D'Oeste 24.392 51,89% 48,11% 57,27% 42,73%
RO Ariquemes 90.353 50,41% 49,59% 84,7% 15,3%
RO Cabixi 6.313 51,73% 48,27% 42,66% 57,34%
RO Cacoal 78.574 49,79% 50,21% 78,81% 21,19%
RO Cerejeiras 17.029 50,21% 49,79% 84,67% 15,33%
RO Colorado do Oeste 18.591 50,19% 49,81% 73,46% 26,54%
RO Corumbiara 8.783 53,64% 46,36% 29,49% 70,51%
RO Costa Marques 13.678 52,65% 47,35% 54,81% 45,19%
RO Espigão D'Oeste 28.729 50,84% 49,16% 71,74% 28,26%
RO Guajará-Mirim 41.656 50,29% 49,71% 84,52% 15,48%
Showing 1 to 10 of 5,565 entriesA capital carioca foi apontada no levantamento como a unidade da Federação com a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.
A Região Norte é a única do país onde o contingente masculino é superior ao feminino. Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno ocorre “em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade – extrativa e de mineração –, em que os homens são a grande maioria”.
COMPARE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 1872-2010
Outra constatação do levantamento que verificou a situação demográfica do país e as mudanças ocorridas entre 2000 e 2010 foi o envelhecimento da população brasileira que somou cerca de 190 milhões de habitantes (190.755.799) no ano passado. De acordo com o IBGE, o crescimento absoluto da população adulta e o aumento da participação da população idosa no país foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da população brasileira.
O Censo Demográfico mostra que os grupos etários de menos de 20 anos vêm diminuindo no contingente populacional. “Em cada censo, a base [do gráfico demonstrativo onde a base representa a população mais jovem] se estreita mais em função da queda da fecundidade e o topo se alarga mais, com indicativo de maior longevidade”, explicou Albuquerque.
No cenário brasileiro, apenas no Norte e no Nordeste ainda mantêm uma base mais larga, ou seja, um contingente de jovens ainda maior do que em outras regiões. De acordo com o gerente de projetos do IBGE, a justificativa é que estados da região norte e nordeste iniciaram o processo de transição demográfica mais tarde do que no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. “O declínio da fecundidade foi posterior ao das outras regiões isso faz com que o número de filhos ainda seja mais alto do que em outras regiões.”
Segundo Fernando Alburquerque, a tendência é de uma convergência no país, “com redução da diferença entre fecundidade e mortalidade entre as grandes regiões brasileiras”.
Maioria das famílias vive com menos de 1 salário per capita
Apesar de melhoria na última década, uma em cada sete residências vivia com até 1/4 de salário mínimo per capita
Wilson Tosta e Felipe Werneck – O Estado de S.Paulo
No País retratado em 2010 pelo IBGE, a maioria da população (60,7%) vivia em domicílios com renda familiar per capita de menos de um salário mínimo (no valor de R$ 510 na época), apesar de em dez anos ter diminuído o número de famílias nos extratos mais baixos de rendimento.
No ano passado, praticamente uma em cada sete residências tinha renda domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo; uma em cada três, de meio a um; e mais de uma em duas tinha rendimento por pessoa de até um salário mínimo -em todos esses grupos sociais, porém, esses números significaram melhoria em relação à década anterior.
O instituto constatou que, após a faixa de um a dois salários, os resultados dos dois últimos censos se aproximaram, até convergir nos grupos depois de três a cinco salários – a antiga classe média, que ficou onde estava.
O aumento do salário mínimo na década – reajuste de 237,7% para uma inflação (pelo IPCA) de 89% – e os programas sociais são apontados como causas da melhoria de renda dos mais pobres ocorrida no período.
Desigualdade. Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, os dados apontam para uma redução da desigualdade de renda. “O contingente brasileiro que em 2000 ganhava renda inferior a meio salário mínimo hoje é muito menor”, disse Nunes. Ele citou programas de transferência de renda e o aumento real do salário mínimo entre as principais causas da mudança.
Nunes explica que as faixas consideradas prioritárias pelo Bolsa-Família são próximas àquela que o IBGE usa como critério para a distribuição de renda: 1/4 do salário mínimo. Ele também destacou a expansão da economia na última década, com a criação de mais de 10 milhões de postos de trabalho.
Falhas. O avanço na renda dos mais pobres não foi acompanhado no mesmo ritmo – ou pelo menos em padrão semelhante – por outros indicadores sociais.
O País reduziu a sua proporção de analfabetos com 15 anos ou mais na década de 91-2000 (de 20,1% para 13,6%) do que entre os anos 2001 e 2010 (13,6% para 9,6%). A redução nessa velocidade é encarada com naturalidade por especialistas, que ressaltam o aumento da dificuldade em combater o analfabetismo, na medida em que o estoque de analfabetos diminui, concentrando-se em centros menos urbanizados e mais pobres.
A Região Nordeste é aquela com maior taxa de analfabetismo: 19,1% em 2010, contra 28,2% em 2000 e impressionantes 37,6% em 1991. Entre os nordestinos, em 2010, 47,1% dos analfabetos tinham 60 anos ou mais.
Também avançou em ritmo modesto o porcentual de domicílios particulares ligados a rede de esgoto ou fossa séptica – de 62,2% para 67,1%, apenas 4,9 pontos porcentuais em dez anos. Isso significa que, no ano passado, 32,9% das residências lançava seus dejetos sanitários diretamente e sem tratamento na rua ou no meio ambiente.
Trabalho infantil. O Censo 2010 mostra ainda que no ano passado havia 132 mil domicílios no País sustentados pelo trabalho feito por crianças de 10 a 14 anos. “Proporcionalmente aos 57 milhões de domicílios, esse número (132 mil) não é muito expressivo. Entretanto, ele reflete outra realidade que o IBGE revela sistematicamente: a presença de trabalho infantil na sociedade”, diz Nunes.
29/04/2011 - 10h00
Thiago Varella
Do UOL Notícias
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
BrasilÁrea ruralÁrea urbana
O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.
O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.
A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.
Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.
A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).
São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.
No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.
Top 10 - Veja curiosidades do Censo 2010 sobre os municípios brasileiros
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (29) os detalhes do Censo 2010. O levantamento apontou que a população brasileira cresceu de 169.590.693, do Censo 2000, para 190.755.799, variação de 12,48%. O crescimento populacional foi maior na região Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%).
Veja abaixo curiosidades do Censo 2010 nos municípios brasileiros.
Com explosão demográfica, Rio das Ostras (RJ) é a cidade que mais cresceu no país
O município de Rio das Ostras, no litoral norte do Rio de Janeiro, triplicou sua população na última década. Em 2000, eram 36.419 habitantes, número que saltou para 105.676 no Censo 2010 --crescimento de 190%. Em segundo lugar está Balbinos (SP), que viu sua população aumentar de 1.313 para 3.702 (181%), seguido de Pedra Branca do Amapari (AP), crescimento de 4.009 para 10.772 habitantes (169%); São Felix do Xingu (PA), de 34.621 para 91.340 (164%); e Canaã dos Carajás (PA), de 10.922 para 26.716 (144,61%).
Maetinga (BA) perde quase a metade da população em dez anos
Maetinga, no Centro-Sul baiano, foi a cidade que proporcionalmente mais diminuiu em todo o país. Entre 2000 e 2010, a população do município caiu de 13.686 para 7.038, redução de 49%. Itaúba (MT), em segundo lugar, minguou de 8.565 para 4.575 (-46,58%). Já a população de Brejo de Areia (MA) despencou de 10.418 para 5.577 (-46,47).
Borá (SP) mantém o título de menor cidade do país
Pelo segundo censo consecutivo, o município de Borá, no interior paulista ganhou o título de menor cidade do país em termos populacionais, com 805 habitantes, apenas dez a mais do que foi registrado no Censo 2000. O segundo lugar nesse quesito ficou com a cidade mineira de Serra da Saudade, cuja população caiu de 873 para 815 na última década. A terceira menor cidade do país é Anhanguera (GO), com 1.020 habitantes.
Campinas (SP) continua ostentando título de maior cidade do interior
Das cinco cidades interioranas mais populosas do país, quatro estão no Estado de São Paulo. A maior delas, Campinas, tem 1.080.113 habitantes, segundo o Censo 2010. Em segundo lugar aparece São José dos Campos, com 629.921 habitantes, seguida de Ribeirão Preto (604.682), Uberlândia (604.013) e Sorocaba (586.625). A lista não considera como do interior as cidades que pertencem às regiões metropolitanas.
Guarulhos (SP) e São Gonçalo (RJ): maiores cidades das regiões metropolitanas, exceto as capitais
Se Campinas é a maior cidade do interior, Guarulhos (SP) é a maior cidade brasileira que não é capital e pertence a uma região metropolitana, com 1.221.979 habitantes. Em segundo lugar aparece São Gonçalo (RJ), com 999.728 moradores, seguido de Duque de Caxias (855.048), Nova Iguaçu (796.257) --ambos no RJ-- e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (765.463).
Extensos e despovoados, municípios da região Norte têm menores densidades demográficas
Os sete municípios com as menores densidades demográfica estão na região Norte. O primeiro da lista é Japurá (AM), no Alto Rio Negro, que possui 8.549 habitantes espalhados para uma área de 56 mil km² --área equivalente a 37 municípios de São Paulo--, que dá uma densidade demográfica de 0,13 habitante por km². Na seqüência, aparecem Atalaia do Norte (AM), no Alto Solimões, com 15.153 habitantes em 76 mil km² (densidade de 0,20), Barcelos (AM), também no Alto Rio Negro, com densidade de 0,21 hab/km² e Mateiros (TO), na região do Jalapão, com densidade de 0,23 hab/km².
Formigueiros humanos: São João do Meriti (RJ) e cidades da Grande São Paulo
Apelidada de "formigueiro das Américas", São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é a cidade com maior densidade demográfica, com 458.673 habitantes em apenas 35 km², o que dá uma densidade de 13.024 hab/km². Na seqüência aparecem Diadema (12.519 hab/km²), Taboão da Serra (12.049), Carapicuíba (10.680) e Osasco (10.411), todos na Grande São Paulo.
Porto Alegre, Recife e capitais do Sudeste têm menor crescimento
Entre todas as capitais brasileiras, Porto Alegre foi a que menos cresceu entre 2000 e 2010, com aumento populacional de 3,58% --1.360.590 para 1.409.351 habitantes. Belo Horizonte aparece em segundo lugar, com crescimento de 6,10%, 2.238.526 para 2.375.151, seguido de São Paulo (7,84% de aumento), Rio de Janeiro (7,90%) e Recife (8,07%).
Capitais da região Norte são as que mais crescem
Enquanto as metrópoles do Sul e Sudeste crescem moderadamente, na região Norte as capitais crescem em ritmo acelerado. Em Macapá, por exemplo, a população cresceu 40,56%, saltando de 283.308 em 2000 para 398.204 em 2010. Já em Rio Branco, o crescimento foi de 32,79%, passando de 253.059 para 336.038. Em Porto Velho, a população aumentou de 334.661 para 428.527, variação de 28,05%, proporção semelhante à de Manaus, onde o número de habitantes cresceu de 1.405.835 para 1.802.014 (28,18%). Já Boa Vista, a campeã em crescimento populacional, o número de moradores cresceu de 200.568 para 284.313 (41,75%).
Brasil tem 58 cidades novas, a maioria no Rio Grande do Sul
De acordo com o Censo 2010, 58 cidades novas foram fundadas no Brasil entre 2000 e 2010, 29 delas no Rio Grande do Sul e 15 em Mato Grosso. Outros quatro municípios foram criados em Goiás, três no Piauí e dois na Bahia. No Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, um município novo surgiu na última década.
29/04/2011 - 11h24 Em dez anos, população de mulheres superou a de homens em 4 milhões no Brasil
Carolina Gonçalves
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro Comentários [5]
Imagens do Brasil no Censo 2010
O Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens em dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre os gêneros, segundo o estudo, é de 96 homens para cada 100 mulheres.
“Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de mulheres”, explicou Fernando Albuquerque, gerente de projetos da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
De acordo com Albuquerque, nascem 105 homens a cada 100 mulheres, mas como eles estão mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o número de mortes é maior.
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UF Município População Masculina Feminina Urbana Rural
RO Alta Floresta D'Oeste 24.392 51,89% 48,11% 57,27% 42,73%
RO Ariquemes 90.353 50,41% 49,59% 84,7% 15,3%
RO Cabixi 6.313 51,73% 48,27% 42,66% 57,34%
RO Cacoal 78.574 49,79% 50,21% 78,81% 21,19%
RO Cerejeiras 17.029 50,21% 49,79% 84,67% 15,33%
RO Colorado do Oeste 18.591 50,19% 49,81% 73,46% 26,54%
RO Corumbiara 8.783 53,64% 46,36% 29,49% 70,51%
RO Costa Marques 13.678 52,65% 47,35% 54,81% 45,19%
RO Espigão D'Oeste 28.729 50,84% 49,16% 71,74% 28,26%
RO Guajará-Mirim 41.656 50,29% 49,71% 84,52% 15,48%
Showing 1 to 10 of 5,565 entriesA capital carioca foi apontada no levantamento como a unidade da Federação com a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.
A Região Norte é a única do país onde o contingente masculino é superior ao feminino. Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno ocorre “em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade – extrativa e de mineração –, em que os homens são a grande maioria”.
COMPARE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 1872-2010
Outra constatação do levantamento que verificou a situação demográfica do país e as mudanças ocorridas entre 2000 e 2010 foi o envelhecimento da população brasileira que somou cerca de 190 milhões de habitantes (190.755.799) no ano passado. De acordo com o IBGE, o crescimento absoluto da população adulta e o aumento da participação da população idosa no país foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da população brasileira.
O Censo Demográfico mostra que os grupos etários de menos de 20 anos vêm diminuindo no contingente populacional. “Em cada censo, a base [do gráfico demonstrativo onde a base representa a população mais jovem] se estreita mais em função da queda da fecundidade e o topo se alarga mais, com indicativo de maior longevidade”, explicou Albuquerque.
No cenário brasileiro, apenas no Norte e no Nordeste ainda mantêm uma base mais larga, ou seja, um contingente de jovens ainda maior do que em outras regiões. De acordo com o gerente de projetos do IBGE, a justificativa é que estados da região norte e nordeste iniciaram o processo de transição demográfica mais tarde do que no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. “O declínio da fecundidade foi posterior ao das outras regiões isso faz com que o número de filhos ainda seja mais alto do que em outras regiões.”
Segundo Fernando Alburquerque, a tendência é de uma convergência no país, “com redução da diferença entre fecundidade e mortalidade entre as grandes regiões brasileiras”.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
economia política - Cai diferença entre salários de São Paulo e resto do país
Renda de outras regiões cresce mais rapidamente que a dos paulistanos
Investimentos em infraestrutura, reajuste do salário mínimo e programas sociais explicam fenômeno
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
A diferença entre os salários de São Paulo e do resto do Brasil está diminuindo. E, em algumas regiões e setores, ela já desapareceu.
Levantamento do IBGE comparando o rendimento médio dos trabalhadores da região metropolitana de São Paulo com os de outras cinco -Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador- mostra que em todas houve redução da diferença entre 2003 e 2011.
Isso aconteceu porque os salários dos paulistanos e dos habitantes dos municípios vizinhos cresceram em ritmo menor do que os dos trabalhadores das outras regiões metropolitanas.
No Rio, a remuneração média aumentou mais -chegou a R$ 1.682 em fevereiro, superando em R$ 45 a de São Paulo (R$ 1.637).
Em Porto Alegre, os salários médios do setor de serviços e comércio já estão no mesmo patamar do rendimento dos paulistanos.
O economista da FGV Marcelo Neri ressalta que esse movimento é mais profundo: dados do IBGE de 2001 a 2009 mostram que a renda tem crescido em ritmo maior do que em São Paulo no país.
"A queda da desigualdade regional é inédita. Nos últimos 50 anos, desde quando há dados do assunto, nunca tinha acontecido", disse.
Especialistas em mercado de trabalho e desenvolvimento regional apontam três causas principais para esse fenômeno- a transferência de renda por meio do Bolsa Família, o forte aumento do salário mínimo e os investimentos em infraestrutura.
Clemente Ganz, diretor-técnico do Dieese, observa que o salário mínimo vem crescendo acima da média da remuneração do trabalho no país. Isso, acrescenta, tem impacto maior nas regiões mais pobres, onde uma parte maior da remuneração está atrelada ao piso nacional.
Grandes investimentos do governo em infraestrutura também são considerados importantes, ao estimularem indústria e construção civil.
No caso de Pernambuco, os investimentos públicos mais que duplicaram, passando de um média anual de R$ 680 milhões, entre 2003 e 2006, para R$ 1,68 bilhões, entre 2007 e 2010.
Empresas em busca de incentivos fiscais e mão de obra mais barata também explicam o aquecimento da economia e dos salários fora de São Paulo.
No caso de Minas Gerais, há ainda o fator "China", país que consome ferozmente o minério de ferro produzido no Estado.
CONTINUIDADE
Com o fortalecimento do mercado doméstico, a tendência, dizem economistas, é que a diferença entre os salários regionais caia mais.
"Nosso mercado de trabalho está ficando mais homogêneo, com um forte crescimento da classe média em todo o país", destaca João Saboia, diretor do Instituto de Economia da UFRJ.
Apesar do otimismo generalizado, Raul Silveira Neto, da Universidade Federal de Pernambuco, considera que a baixa qualidade do ensino e da saúde no país pode limitar a expansão dos salários.
"O bem-estar não está evoluindo no mesmo ritmo dos rendimentos. Melhorar emprego e renda dá mais voto que melhorar saneamento e educação", disse
Rendimento médio no Rio de Janeiro cresceu 30% em 8 anos
DE SÃO PAULO
DO RIO DE JANEIRO
DE PORTO ALEGRE
Os salários médios da região metropolitana fluminense cresceram mais de 30% em oito anos, superando os de São Paulo.
Grande parte desse crescimento está associado à recuperação da indústria do Rio, com destaque para a siderúrgica, automotiva e naval.
O salário industrial médio na região metropolitana chegou a R$ 1.934,80 em fevereiro, 11,6% acima do de São Paulo (R$ 1.733,90).
Ruvail de Souza Paulista Filho, 51, é um dos trabalhadores do Rio que melhoraram de vida com o ressurgimentos dos grandes projetos industriais e os investimentos no setor de petróleo.
O operário trabalhou na construção da siderúrgica CSA até 2009 e fez um curso técnico patrocinado pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo) depois que saiu da obra.
O curso o ajudou a arrumar uma posição melhor no emprego atual, de inspetor de controle na construção do novo prédio do Cenpes, o centro de pesquisa da Petrobras, na zona norte do Rio.
Ele não revela o salário, mas diz que ganha "bem mais" e consegue guardar dinheiro. "Melhorei de vida."
Das metrópoles pesquisadas mensalmente pelo IBGE, Porto Alegre é onde os rendimentos mais vêm se aproximando dos de São Paulo, depois dos do Rio.
No setor que engloba educação, saúde e servidores públicos, os salários já aumentaram em média 17%. (MARIANA SCHREIBER, PEDRO SOARES e GRACILIANO ROCHA
Investimentos em infraestrutura, reajuste do salário mínimo e programas sociais explicam fenômeno
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
A diferença entre os salários de São Paulo e do resto do Brasil está diminuindo. E, em algumas regiões e setores, ela já desapareceu.
Levantamento do IBGE comparando o rendimento médio dos trabalhadores da região metropolitana de São Paulo com os de outras cinco -Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador- mostra que em todas houve redução da diferença entre 2003 e 2011.
Isso aconteceu porque os salários dos paulistanos e dos habitantes dos municípios vizinhos cresceram em ritmo menor do que os dos trabalhadores das outras regiões metropolitanas.
No Rio, a remuneração média aumentou mais -chegou a R$ 1.682 em fevereiro, superando em R$ 45 a de São Paulo (R$ 1.637).
Em Porto Alegre, os salários médios do setor de serviços e comércio já estão no mesmo patamar do rendimento dos paulistanos.
O economista da FGV Marcelo Neri ressalta que esse movimento é mais profundo: dados do IBGE de 2001 a 2009 mostram que a renda tem crescido em ritmo maior do que em São Paulo no país.
"A queda da desigualdade regional é inédita. Nos últimos 50 anos, desde quando há dados do assunto, nunca tinha acontecido", disse.
Especialistas em mercado de trabalho e desenvolvimento regional apontam três causas principais para esse fenômeno- a transferência de renda por meio do Bolsa Família, o forte aumento do salário mínimo e os investimentos em infraestrutura.
Clemente Ganz, diretor-técnico do Dieese, observa que o salário mínimo vem crescendo acima da média da remuneração do trabalho no país. Isso, acrescenta, tem impacto maior nas regiões mais pobres, onde uma parte maior da remuneração está atrelada ao piso nacional.
Grandes investimentos do governo em infraestrutura também são considerados importantes, ao estimularem indústria e construção civil.
No caso de Pernambuco, os investimentos públicos mais que duplicaram, passando de um média anual de R$ 680 milhões, entre 2003 e 2006, para R$ 1,68 bilhões, entre 2007 e 2010.
Empresas em busca de incentivos fiscais e mão de obra mais barata também explicam o aquecimento da economia e dos salários fora de São Paulo.
No caso de Minas Gerais, há ainda o fator "China", país que consome ferozmente o minério de ferro produzido no Estado.
CONTINUIDADE
Com o fortalecimento do mercado doméstico, a tendência, dizem economistas, é que a diferença entre os salários regionais caia mais.
"Nosso mercado de trabalho está ficando mais homogêneo, com um forte crescimento da classe média em todo o país", destaca João Saboia, diretor do Instituto de Economia da UFRJ.
Apesar do otimismo generalizado, Raul Silveira Neto, da Universidade Federal de Pernambuco, considera que a baixa qualidade do ensino e da saúde no país pode limitar a expansão dos salários.
"O bem-estar não está evoluindo no mesmo ritmo dos rendimentos. Melhorar emprego e renda dá mais voto que melhorar saneamento e educação", disse
Rendimento médio no Rio de Janeiro cresceu 30% em 8 anos
DE SÃO PAULO
DO RIO DE JANEIRO
DE PORTO ALEGRE
Os salários médios da região metropolitana fluminense cresceram mais de 30% em oito anos, superando os de São Paulo.
Grande parte desse crescimento está associado à recuperação da indústria do Rio, com destaque para a siderúrgica, automotiva e naval.
O salário industrial médio na região metropolitana chegou a R$ 1.934,80 em fevereiro, 11,6% acima do de São Paulo (R$ 1.733,90).
Ruvail de Souza Paulista Filho, 51, é um dos trabalhadores do Rio que melhoraram de vida com o ressurgimentos dos grandes projetos industriais e os investimentos no setor de petróleo.
O operário trabalhou na construção da siderúrgica CSA até 2009 e fez um curso técnico patrocinado pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo) depois que saiu da obra.
O curso o ajudou a arrumar uma posição melhor no emprego atual, de inspetor de controle na construção do novo prédio do Cenpes, o centro de pesquisa da Petrobras, na zona norte do Rio.
Ele não revela o salário, mas diz que ganha "bem mais" e consegue guardar dinheiro. "Melhorei de vida."
Das metrópoles pesquisadas mensalmente pelo IBGE, Porto Alegre é onde os rendimentos mais vêm se aproximando dos de São Paulo, depois dos do Rio.
No setor que engloba educação, saúde e servidores públicos, os salários já aumentaram em média 17%. (MARIANA SCHREIBER, PEDRO SOARES e GRACILIANO ROCHA
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domingo, 20 de março de 2011
MARCELO NERI - Brasil x Brics
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Lideramos o G3 do futebol, com 12 das 20 Copas: os Bigs -Brasil, Itália e Alemanha, nessa ordem
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OS PAÍSES emergentes conquistam crescente atenção mundial, especialmente depois da recente "débâcle" dos países ricos.
Segundo o acrônimo Brics, criado por Jim O'Neill, da Goldman Sachs, Brasil, Rússia, Índia, China e agora a África do Sul seriam os principais tijolos edificadores da riqueza em 2030. Mais da metade dos pobres do mundo hoje está nesses países. Os Brics importam tanto na riqueza futura como na pobreza presente.
A ascensão dos Brics se reflete na escolha das sedes dos dois principais eventos esportivos do planeta no período 2008 a 2018: China (Olimpíada de 2008), África do Sul (Copa de 2010), Brasil (Copa de 2014 e Olimpíada de 2016) e Rússia (Copa de 2018).
Os Brics acabaram de virar um grupo oficial de países. As tradicionais uniões regionais tipo Mercosul acabam reunindo nações similares. Os Brics são mais interessantes pelas diferenças do que pelas semelhanças. Em particular, o Brasil tem descasado dos demais Brics em algumas dimensões. Senão, vejamos:
Crescimento - o começo das chamadas décadas perdidas de crescimento brasileiras a partir de 1980 quase coincide com o começo do milagre econômico chinês.
O Brasil tem crescido menos do que os demais Brics. China e Índia crescem mais que nós em todos os anos desde 1992.
Há que considerar que nos demais Brics, assim como na maioria dos países desenvolvidos, o principal medidor usado de progresso, o PIB, tem crescido mais que a renda de pesquisas domiciliares (as similares da Pnad brasileira).
Por exemplo, na China, o PIB cresce dois pontos percentuais por ano acima da renda dos domicílios chineses. O oposto acontece no Brasil. Desde 2003, a renda da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) tem crescido 1,8 ponto percentual por ano acima do PIB.
Ou seja, se trocarmos a taxa de crescimento do PIB pela da Pnad entre 2003 e 2010, a goleada aplicada pelos chineses cai de 10% x 4% para 8% x 6%.
Desigualdade - Partindo de níveis bem mais altos, a desigualdade cai aqui e aumenta nos demais Brics. Na Rússia pós-comunista, o índice de Gini, que varia de 0 a 1, tem alta recorde de 0,28 em 1992 para 0,44 em 2008. Já na África do Sul pós-apartheid, o Gini chega à incrível marca de 0,7.
Na década de 2000, as taxas de crescimento anual de renda domiciliar per capita dos 20% mais pobres e dos 20% mais ricos em cada um dos diferentes países foi: China (8,5% e 15,1%); Índia (1,0% e 2,8%); África do Sul (5,8% e 7,6%), enquanto no Brasil o bolo dos mais pobres cresce mais do que o dos mais ricos (6,3% e 1,7%).
Ou seja, o bolso dos brasileiros, em especial dos pobres brasileiros, cresce mais que o PIB. O oposto acontece nos demais Brics.
Felicidade - Segundo o Gallup World Poll, o grau de satisfação com a vida, a média do Brasil em 2009 era 7 numa escala de 0 a 10. Superamos os demais: África do Sul (5,2), Rússia (5,2), China (4,5) e Índia (4,5). Mais do que isso, o Brasil é o único dos Brics que melhora no ranking mundial de felicidade, saindo do 22º lugar em 2006 para 17º em 2009 entre 144 países.
No jogo do crescimento do PIB, acompanhado de perto pelos economistas, os Brics têm goleado os países desenvolvidos. Já o Brasil estaria numa espécie de zona de rebaixamento da primeira divisão dos emergentes.
Já na disputa do dia a dia que importa mais aos demais mortais, leia-se o trinômio dinheiro, desigualdade e felicidade, a comparação com os demais Brics nos é favorável.
Agora, no quesito mais fundamental de todos, aquele que determina a felicidade geral das nações no longo prazo, e depois dele, qual seja a comparação futebolística: esqueçam os Brics, mas não todos os chamados Piigs -Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain)-, que estão quebrados e sem banco de reservas, literalmente.
Os nossos hermanos espanhóis e argentinos que me perdoem, mas o verdadeiro G3 do futebol mundial com 12 das 20 Copas do Mundo disputadas são o que eu chamo aqui de "Bigs", Brasil, Itália e Alemanha (Germany), nessa ordem.
Lideramos o G3 do futebol, com 12 das 20 Copas: os Bigs -Brasil, Itália e Alemanha, nessa ordem
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OS PAÍSES emergentes conquistam crescente atenção mundial, especialmente depois da recente "débâcle" dos países ricos.
Segundo o acrônimo Brics, criado por Jim O'Neill, da Goldman Sachs, Brasil, Rússia, Índia, China e agora a África do Sul seriam os principais tijolos edificadores da riqueza em 2030. Mais da metade dos pobres do mundo hoje está nesses países. Os Brics importam tanto na riqueza futura como na pobreza presente.
A ascensão dos Brics se reflete na escolha das sedes dos dois principais eventos esportivos do planeta no período 2008 a 2018: China (Olimpíada de 2008), África do Sul (Copa de 2010), Brasil (Copa de 2014 e Olimpíada de 2016) e Rússia (Copa de 2018).
Os Brics acabaram de virar um grupo oficial de países. As tradicionais uniões regionais tipo Mercosul acabam reunindo nações similares. Os Brics são mais interessantes pelas diferenças do que pelas semelhanças. Em particular, o Brasil tem descasado dos demais Brics em algumas dimensões. Senão, vejamos:
Crescimento - o começo das chamadas décadas perdidas de crescimento brasileiras a partir de 1980 quase coincide com o começo do milagre econômico chinês.
O Brasil tem crescido menos do que os demais Brics. China e Índia crescem mais que nós em todos os anos desde 1992.
Há que considerar que nos demais Brics, assim como na maioria dos países desenvolvidos, o principal medidor usado de progresso, o PIB, tem crescido mais que a renda de pesquisas domiciliares (as similares da Pnad brasileira).
Por exemplo, na China, o PIB cresce dois pontos percentuais por ano acima da renda dos domicílios chineses. O oposto acontece no Brasil. Desde 2003, a renda da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) tem crescido 1,8 ponto percentual por ano acima do PIB.
Ou seja, se trocarmos a taxa de crescimento do PIB pela da Pnad entre 2003 e 2010, a goleada aplicada pelos chineses cai de 10% x 4% para 8% x 6%.
Desigualdade - Partindo de níveis bem mais altos, a desigualdade cai aqui e aumenta nos demais Brics. Na Rússia pós-comunista, o índice de Gini, que varia de 0 a 1, tem alta recorde de 0,28 em 1992 para 0,44 em 2008. Já na África do Sul pós-apartheid, o Gini chega à incrível marca de 0,7.
Na década de 2000, as taxas de crescimento anual de renda domiciliar per capita dos 20% mais pobres e dos 20% mais ricos em cada um dos diferentes países foi: China (8,5% e 15,1%); Índia (1,0% e 2,8%); África do Sul (5,8% e 7,6%), enquanto no Brasil o bolo dos mais pobres cresce mais do que o dos mais ricos (6,3% e 1,7%).
Ou seja, o bolso dos brasileiros, em especial dos pobres brasileiros, cresce mais que o PIB. O oposto acontece nos demais Brics.
Felicidade - Segundo o Gallup World Poll, o grau de satisfação com a vida, a média do Brasil em 2009 era 7 numa escala de 0 a 10. Superamos os demais: África do Sul (5,2), Rússia (5,2), China (4,5) e Índia (4,5). Mais do que isso, o Brasil é o único dos Brics que melhora no ranking mundial de felicidade, saindo do 22º lugar em 2006 para 17º em 2009 entre 144 países.
No jogo do crescimento do PIB, acompanhado de perto pelos economistas, os Brics têm goleado os países desenvolvidos. Já o Brasil estaria numa espécie de zona de rebaixamento da primeira divisão dos emergentes.
Já na disputa do dia a dia que importa mais aos demais mortais, leia-se o trinômio dinheiro, desigualdade e felicidade, a comparação com os demais Brics nos é favorável.
Agora, no quesito mais fundamental de todos, aquele que determina a felicidade geral das nações no longo prazo, e depois dele, qual seja a comparação futebolística: esqueçam os Brics, mas não todos os chamados Piigs -Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain)-, que estão quebrados e sem banco de reservas, literalmente.
Os nossos hermanos espanhóis e argentinos que me perdoem, mas o verdadeiro G3 do futebol mundial com 12 das 20 Copas do Mundo disputadas são o que eu chamo aqui de "Bigs", Brasil, Itália e Alemanha (Germany), nessa ordem.
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
economia política - Desemprego tem menor taxa para janeiro em 8 anos, diz IBGE
RIO - A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,1% em janeiro, ante 5,3% em dezembro. O resultado é o menor para meses de janeiro desde 2003. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego em janeiro deste ano também ficou bem abaixo da apurada em janeiro de 2010 (7,2%). O resultado veio dentro do esperado.
O aumento da taxa de desemprego de dezembro para janeiro representa a dispensa de trabalhadores temporários costumeiramente contratados no último trimestre de cada ano, segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) Cimar Azeredo. "Isso sempre acontece, este aumento da taxa de desocupação em janeiro. É um fato sazonal e esperado no mercado", afirmou ele.
Azeredo lembrou que, nos últimos meses de cada ano, sempre ocorre um aumento no número de trabalhadores temporários, para atender o mercado interno mais aquecido do período. Mas, nos primeiros meses de cada ano, esses trabalhadores temporários são dispensados, e entram novamente no mercado de trabalho para buscar emprego, elevando assim a taxa de desemprego. "Mas o que é preciso ver é que, na comparação com os meses de janeiro da série histórica, esta (a taxa de janeiro de 2011) é a menor taxa de desocupação da série", observou. "Este janeiro é melhor do que o mês de janeiro do ano passado, o que representa uma continuidade daquela trajetória de redução da população desocupada, descontado efeitos sazonais", completou.
O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação positiva de 0,5% em janeiro ante dezembro, e aumento de 5,3% na comparação com janeiro do ano passado.
População ocupada
A população ocupada nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 22,08 milhões de pessoas em janeiro deste ano. Isso representa uma queda de 1,6% ante dezembro do ano passado, mas uma alta de 2,2% ante janeiro de 2010.
Já a população desocupada, ou seja, sem emprego, foi de 1,423 milhão de pessoas em janeiro deste ano, o que representa uma alta de 13,7% na comparação com dezembro do ano passado e recuo de 15,6% ante janeiro de 2010.
Ainda segundo o instituto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de 10,474 milhões de pessoas em janeiro deste ano. É uma estabilidade ante dezembro de 2010 e uma elevação de 6,6% ante janeiro de 2010.
Rendimento é recorde para o mês
O rendimento médio real dos trabalhadores em janeiro deste ano, que foi de R$ 1.538,30 nas seis principais regiões metropolitanas do País, foi o mais elevado valor para o mês da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), iniciada em março de 2002.
O gerente da PME, Cimar Azeredo, destacou que, mesmo com o avanço da inflação nos últimos meses do ano passado, e no começo deste ano, o trabalhador brasileiro mostrou saldo positivo na renda, com altas de 0,5% na renda em janeiro deste ano contra dezembro de 2010; e aumento de 5,3% contra janeiro de 2010.
Para o especialista, os aumentos apurados na renda do trabalhador refletem a saída dos trabalhadores temporários do mercado de trabalho, de dezembro de 2010 para janeiro de 2011. Ele explicou que este tipo de trabalhador ganha menos do que um trabalhador já efetivado, o que puxa para baixo a média dos ganhos do trabalhador. "Mesmo com o avanço da inflação, a renda aumentou devido a retirada destes trabalhadores temporários do mercado de trabalho", resumiu.
Massa de renda
A massa de renda média real habitual dos ocupados somou R$ 34,6 bilhões em janeiro deste ano, com queda de 0,8% ante dezembro, e aumento de 8,4% em relação a janeiro de 2010.
Já a massa de renda média real efetiva dos ocupados foi estimada em R$ 42,9 bilhões em dezembro do ano passado, com alta de 18,3% ante novembro e aumento de 8,6% na comparação com dezembro de 2009. O rendimento médio real efetivo sempre se refere ao mês anterior ao da PME.
O aumento da taxa de desemprego de dezembro para janeiro representa a dispensa de trabalhadores temporários costumeiramente contratados no último trimestre de cada ano, segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) Cimar Azeredo. "Isso sempre acontece, este aumento da taxa de desocupação em janeiro. É um fato sazonal e esperado no mercado", afirmou ele.
Azeredo lembrou que, nos últimos meses de cada ano, sempre ocorre um aumento no número de trabalhadores temporários, para atender o mercado interno mais aquecido do período. Mas, nos primeiros meses de cada ano, esses trabalhadores temporários são dispensados, e entram novamente no mercado de trabalho para buscar emprego, elevando assim a taxa de desemprego. "Mas o que é preciso ver é que, na comparação com os meses de janeiro da série histórica, esta (a taxa de janeiro de 2011) é a menor taxa de desocupação da série", observou. "Este janeiro é melhor do que o mês de janeiro do ano passado, o que representa uma continuidade daquela trajetória de redução da população desocupada, descontado efeitos sazonais", completou.
O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação positiva de 0,5% em janeiro ante dezembro, e aumento de 5,3% na comparação com janeiro do ano passado.
População ocupada
A população ocupada nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 22,08 milhões de pessoas em janeiro deste ano. Isso representa uma queda de 1,6% ante dezembro do ano passado, mas uma alta de 2,2% ante janeiro de 2010.
Já a população desocupada, ou seja, sem emprego, foi de 1,423 milhão de pessoas em janeiro deste ano, o que representa uma alta de 13,7% na comparação com dezembro do ano passado e recuo de 15,6% ante janeiro de 2010.
Ainda segundo o instituto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de 10,474 milhões de pessoas em janeiro deste ano. É uma estabilidade ante dezembro de 2010 e uma elevação de 6,6% ante janeiro de 2010.
Rendimento é recorde para o mês
O rendimento médio real dos trabalhadores em janeiro deste ano, que foi de R$ 1.538,30 nas seis principais regiões metropolitanas do País, foi o mais elevado valor para o mês da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), iniciada em março de 2002.
O gerente da PME, Cimar Azeredo, destacou que, mesmo com o avanço da inflação nos últimos meses do ano passado, e no começo deste ano, o trabalhador brasileiro mostrou saldo positivo na renda, com altas de 0,5% na renda em janeiro deste ano contra dezembro de 2010; e aumento de 5,3% contra janeiro de 2010.
Para o especialista, os aumentos apurados na renda do trabalhador refletem a saída dos trabalhadores temporários do mercado de trabalho, de dezembro de 2010 para janeiro de 2011. Ele explicou que este tipo de trabalhador ganha menos do que um trabalhador já efetivado, o que puxa para baixo a média dos ganhos do trabalhador. "Mesmo com o avanço da inflação, a renda aumentou devido a retirada destes trabalhadores temporários do mercado de trabalho", resumiu.
Massa de renda
A massa de renda média real habitual dos ocupados somou R$ 34,6 bilhões em janeiro deste ano, com queda de 0,8% ante dezembro, e aumento de 8,4% em relação a janeiro de 2010.
Já a massa de renda média real efetiva dos ocupados foi estimada em R$ 42,9 bilhões em dezembro do ano passado, com alta de 18,3% ante novembro e aumento de 8,6% na comparação com dezembro de 2009. O rendimento médio real efetivo sempre se refere ao mês anterior ao da PME.
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
agricultura - Produção de grãos em 2010 foi recorde, diz IBGE
Safra do ano foi de 149,5 milhões de toneladas, 2,4% superior à de 2008
Soja e milho puxaram o bom resultado; para o instituto, as condições climáticas excepcionais foram o principal fator
FÁBIA PRATES
DO RIO
Mesmo com ligeira redução da área plantada (-1,3%), a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2010 atingiu recorde de 149,5 milhões de toneladas, alta de 11,6% sobre a produção registrada em 2009.
O resultado, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), supera em 2,4% a safra de 2008 (146 milhões de toneladas), até então a maior desde o início do levantamento, em 1975.
CLIMA BOM
Condições climáticas "excepcionais" foram responsáveis pelo recorde histórico, segundo análise do IBGE.
"O produtor plantou e o tempo ajudou", disse Mário Antônio de Souza, técnico da Gerência de Agricultura do instituto.
Soja e milho, que juntos respondem por 83% da produção de grãos do país, puxaram o bom resultado.
A produção de soja (68,5 milhões ou 45,8% do total), também recorde, cresceu 20,2% na comparação com 2009 e obteve o melhor rendimento médio da série, com 2.939 quilos por hectare.
Por causa dos bons preços do grão, a área plantada cresceu 7,1%.
A área de colheita do milho foi 6,5% menor, mas, mesmo assim, a produção avançou 9,4%. Nesse caso, o efeito da "chuva certa na hora certa" é mais evidente, segundo o IBGE.
"O milho não estava com os preços tão favoráveis e o país tinha um estoque elevado. O produtor plantou menos, mas as condições climáticas garantiram a colheita", diz Souza.
Com pouco mais de 56 milhões de toneladas, a produção de milho foi a segunda maior da série, menor apenas do que a verificada em 2008 (59 milhões).
PREVISÃO DE RECUO
Para 2011, o IBGE projeta produção de 145,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, o que representa um recuo de 2,5% sobre o verificado em 2010.
"Há uma estimativa de menos chuva no Sul, mas o grau de imprevisibilidade na produção agrícola é grande. Tudo pode mudar", disse o técnico do IBGE.
A região Sul é a principal produtora de grãos do país, com participação de 42,9% no total.
Em segundo lugar, o Centro-Oeste responde por 35,1% da produção brasileira.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também divulgou ontem projeção para a produção de grãos para a safra 2010/11: 149,4 milhões de toneladas.
A previsão é que a colheita da soja atinja 68,6 milhões de toneladas (a estimativa do IBGE é de 67,9 milhões).
Os dois órgãos estimam excelente desempenho para o algodão. O IBGE fala em aumento de 37% na produção. A Conab, em 55,2%.
José Mário Schreiner, presidente da comissão de grãos da CNA (Confederação Nacional de Agricultura), diz que as cotações da fibra, "as melhores dos últimos anos", fazem do algodão uma das grandes apostas da safra deste ano.
"Muitos estão substituindo a cultura do milho pela do algodão", disse Schreiner
Soja e milho puxaram o bom resultado; para o instituto, as condições climáticas excepcionais foram o principal fator
FÁBIA PRATES
DO RIO
Mesmo com ligeira redução da área plantada (-1,3%), a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2010 atingiu recorde de 149,5 milhões de toneladas, alta de 11,6% sobre a produção registrada em 2009.
O resultado, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), supera em 2,4% a safra de 2008 (146 milhões de toneladas), até então a maior desde o início do levantamento, em 1975.
CLIMA BOM
Condições climáticas "excepcionais" foram responsáveis pelo recorde histórico, segundo análise do IBGE.
"O produtor plantou e o tempo ajudou", disse Mário Antônio de Souza, técnico da Gerência de Agricultura do instituto.
Soja e milho, que juntos respondem por 83% da produção de grãos do país, puxaram o bom resultado.
A produção de soja (68,5 milhões ou 45,8% do total), também recorde, cresceu 20,2% na comparação com 2009 e obteve o melhor rendimento médio da série, com 2.939 quilos por hectare.
Por causa dos bons preços do grão, a área plantada cresceu 7,1%.
A área de colheita do milho foi 6,5% menor, mas, mesmo assim, a produção avançou 9,4%. Nesse caso, o efeito da "chuva certa na hora certa" é mais evidente, segundo o IBGE.
"O milho não estava com os preços tão favoráveis e o país tinha um estoque elevado. O produtor plantou menos, mas as condições climáticas garantiram a colheita", diz Souza.
Com pouco mais de 56 milhões de toneladas, a produção de milho foi a segunda maior da série, menor apenas do que a verificada em 2008 (59 milhões).
PREVISÃO DE RECUO
Para 2011, o IBGE projeta produção de 145,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, o que representa um recuo de 2,5% sobre o verificado em 2010.
"Há uma estimativa de menos chuva no Sul, mas o grau de imprevisibilidade na produção agrícola é grande. Tudo pode mudar", disse o técnico do IBGE.
A região Sul é a principal produtora de grãos do país, com participação de 42,9% no total.
Em segundo lugar, o Centro-Oeste responde por 35,1% da produção brasileira.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também divulgou ontem projeção para a produção de grãos para a safra 2010/11: 149,4 milhões de toneladas.
A previsão é que a colheita da soja atinja 68,6 milhões de toneladas (a estimativa do IBGE é de 67,9 milhões).
Os dois órgãos estimam excelente desempenho para o algodão. O IBGE fala em aumento de 37% na produção. A Conab, em 55,2%.
José Mário Schreiner, presidente da comissão de grãos da CNA (Confederação Nacional de Agricultura), diz que as cotações da fibra, "as melhores dos últimos anos", fazem do algodão uma das grandes apostas da safra deste ano.
"Muitos estão substituindo a cultura do milho pela do algodão", disse Schreiner
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
IBGE - SEGURANÇA - 47% dos brasileiros se sentem inseguros
Dados do IBGE se referem à sensação da pessoa no local onde vive; local mais apontado como seguro é a casa
Pará registra a menor sensação de segurança, seguido de RJ e DF; 7,3% da população foi vítima de roubo ou furto
ITALO NOGUEIRA
JANAINA LAGE
DO RIO
Quase a metade dos brasileiros com dez anos ou mais (47,2%) se sentem inseguros na cidade onde vivem, mostra a pesquisa Características da Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil, do IBGE.
A pesquisa é feita com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009.
O Pará é o Estado onde a sensação de segurança é mais baixa. Na região metropolitana de Belém, apenas 14,6% dos entrevistados se sentem seguros. O Rio aparece em segundo lugar e o Distrito Federal, em terceiro.
São Paulo está em 11º lugar entre os Estados, mas na região metropolitana a sensação de insegurança é maior e atinge 65% das pessoas.
O estudo mostra ainda que 7,3% da população foi vítima de roubo ou furto entre setembro de 2008 e setembro de 2009, o que representa 11,9 milhões de pessoas.
A última pesquisa do IBGE sobre o tema, de 1988, indicava taxa de 5,4% -esse levantamento não questionou a sensação de segurança.
"O Brasil mudou muito de 1988 para cá. Passou por crises recessivas e viveu uma fase forte de desemprego. É um período em que aumentou o processo de urbanização. Quanto mais a população se urbaniza, maior é a tendência de ocorrerem conflitos", disse o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.
Segundo o estudo, 76,9 milhões declararam que se sentem inseguros, o equivalente a 47,2%. Nas áreas urbanas, a taxa sobe: 50,3%.
PERÍMETRO SEGURO
"O sentimento de insegurança faz com que as pessoas se encolham, façam cada vez menos atividades ou fiquem mais tempo num perímetro seguro", diz o sociólogo Gláucio Soares, especialista em pesquisa de vitimização.
Para ele, porém, não há necessariamente correlação direta entre a incidência de crimes e a sensação de segurança. "Os chilenos, por exemplo, percebem um risco de homicídios altíssimo, embora o país tenha taxa de assassinatos baixa", diz ele.
Para o IBGE, as pesquisas brasileira e chilena não são totalmente comparáveis.
A aposentada Eda Martins Magalhães, 70, diz que a insegurança no Rio não impede que ela saia de casa. Mas afirma que caminha na rua "com um olho no padre e o outro na missa".
"No ônibus, você não sabe quem está dentro. Na calçada, não sabe com quem está andando. Já fui roubada no supermercado", diz.
Embora esteja em segundo no ranking, o Rio teve a segunda taxa mais baixa de roubos e furtos do país.
Para o sociólogo Luiz Flávio Sapori, "o problema do crime do Rio não é a quantidade, mas a qualidade". "Há domínio territorial por tráfico e milícia, uma afronta maior ao poder do Estado."
Quem mais sofre roubos são homens jovens com renda alta. Apesar disso, os homens disseram se sentir mais seguros do que as mulheres.
O estudo mostrou ainda que 1,6% das pessoas foram agredidas no período. Em 1988, foi 1%. Um quarto das mulheres declarou ter sido vítima do cônjuge. Quase metade não foi à polícia denunciar a agressão sofrida
Parte das vítimas de roubo não procura polícia
DO RIO
Mais da metade das vítimas de roubo não procurou a polícia, aponta o IBGE. O principal motivo, segundo a pesquisa, é a falta de confiança nas corporações.
O instituto estima que 3,1 milhões entre os 6 milhões que foram roubados no período não notificaram a polícia. O estudo revela, também, a subnotificação dos crimes.
Para a pesquisadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), a socióloga Julita Lemgruber, a subnotificação contribui "para que a polícia não tenha clareza do que acontece em termos de criminalidade".
Na avaliação dela, a desconfiança na polícia é provocada por casos de corrupção. O problema é agravado, diz, em razão da falta de mecanismos de controle externo das corporações que aproximem a população dos agentes.
Entre os que sofreram furtos, a subnotificação chega a 62,3%, taxa considerada comum em todo o mundo.
O principal motivo apontado pelos entrevistados é a "falta de provas" contra quem consideram suspeito, seguido da falta de importância do objeto roubado.
Não acreditar na polícia foi resposta de 23,1% das vítimas de furto no período.
De acordo com o IBGE, a Justiça foi a instância mais procurada para a solução de conflitos, seguido da polícia e do Procon.
ANÁLISE
Estatísticas criminais no Brasil vivem "apagão" que atrapalha o planejamento
CLÁUDIO BEATO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A situação das estatísticas criminais no Brasil é grave.
Gestores estaduais e federais contam com poucas informações confiáveis, obrigando-os a planejar às cegas, sem direção clara e com uma noção apenas pálida se o que se faz funciona ou não.
Infelizmente, o "apagão" das estatísticas criminais nem sequer está na pauta de nossos problemas de segurança pública.
Diante desse quadro, as pesquisas de vitimização - quando se pergunta às pessoas diretamente se elas foram vítimas ou não de crimes, se procuraram ou não a polícia e por que o fizeram ou deixaram de fazer- tornam-se instrumento importante para vislumbrar essa zona cinzenta entre o que foi registrado oficialmente e os delitos que não chegam ao conhecimento das autoridades.
Mais que isso, permitem fazer uma avaliação mais consistente acerca das polícias e da satisfação em relação aos seus serviços, bem como do sentimento de insegurança da população.
São reveladoras, portanto, da alma e do espírito da população no que tange à segurança pública.
O suplemento de vitimização da Pnad vem compor mais de uma dezena de outras pesquisas feitas a nível regional para tentar chegar a um retrato mais fidedigno da criminalidade, além de outra similar já realizada pelo IBGE em 1988.
Seus resultados vêm corroborar o que tem sido revelado nas outras enquetes: o brasileiro não se sente seguro nas grandes cidades, e poucos procuram as autoridades para registrar os crimes dos quais são vítimas.
Mais que isso, existe uma grande diferença de sentimentos e vítimas entre os grupos sociais.
Entretanto, pesquisas de vitimização, por sua importância, centralidade e necessidade como instrumento de política pública, merecem muito mais que um suplemento da Pnad.
Elas devem ser ferramentas completas e aprofundadas para a compreensão de alguns fatores causais, a fim de que políticas públicas possam ser formuladas a partir de seus achados,
Casa é a "ilha de segurança" dos que têm renda maior
Segundo o IBGE, 82,8% de brasileiros que ganham mais que cinco salários se sentem seguros onde moram
59,4% das casas tinham algum dispositivo de segurança em 2009; nas áreas urbanas, índice de uso subiu para 64,9%
ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO
DO RIO
Mesmo vizinha de um edifício que sofreu arrastão recentemente, a paulistana Janette Tavano Bacal, 43, sente-se segura quando atravessa os dois portões que a separam da avenida Higienópolis, onde mora em um condomínio de classe média alta na região central da capital.
"Eu me sinto segura dentro de casa, mesmo sendo uma ilusão, já que não há segurança em lugar nenhum", diz a jornalista.
Janette faz coro com os 82,8% de brasileiros que têm renda per capita maior que cinco salários mínimos. Eles se sentem seguros em casa, segundo pesquisa realizada pelo IBGE. Na mesma faixa de renda, 41,4% sentem-se seguros em relação à cidade onde vivem.
A sensação de segurança de Janette é dada por medidas básicas, como o controle de entrada de pessoas e carros do condomínio, feito por uma barreira de dois portões.
Segundo a pesquisa do IBGE, 59,4% das residências no país tinham, em 2009, algum dispositivo de segurança. Na área urbana, a presença sobe para 64,9%. A grade é a mais comum em casas, e o olho mágico, em apartamentos.
"Os investimentos em segurança são altos entre os que têm mais renda. Aquilo que era segurança com investimento pequeno há algum tempo já virou padrão.
Trancas, ferrolhos e grades, por exemplo. Chegando ao cúmulo dos condomínios fechados", analisa o sociólogo Gláucio Soares.
ESTRESSE
A busca por mais segurança fez Janette se mudar para um condomínio na Granja Viana. Por seis anos ela viveu em uma das 500 casas do lugar, cercadas de verde e vigiadas por seguranças.
A tranquilidade durou até o ano passado, quando a família decidiu retornar ao antigo apartamento em São Paulo. "Estávamos cansados do estresse diário para chegar em casa por estradas inseguras", conta Janette.
Temiam os frequentes assaltos e sequestros relâmpados na Raposo Tavaves e na estrada secundária que dava acesso ao condomínio. "Dentro dos muros, eu me sentia segura", recorda-se ela
Pará registra a menor sensação de segurança, seguido de RJ e DF; 7,3% da população foi vítima de roubo ou furto
ITALO NOGUEIRA
JANAINA LAGE
DO RIO
Quase a metade dos brasileiros com dez anos ou mais (47,2%) se sentem inseguros na cidade onde vivem, mostra a pesquisa Características da Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil, do IBGE.
A pesquisa é feita com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009.
O Pará é o Estado onde a sensação de segurança é mais baixa. Na região metropolitana de Belém, apenas 14,6% dos entrevistados se sentem seguros. O Rio aparece em segundo lugar e o Distrito Federal, em terceiro.
São Paulo está em 11º lugar entre os Estados, mas na região metropolitana a sensação de insegurança é maior e atinge 65% das pessoas.
O estudo mostra ainda que 7,3% da população foi vítima de roubo ou furto entre setembro de 2008 e setembro de 2009, o que representa 11,9 milhões de pessoas.
A última pesquisa do IBGE sobre o tema, de 1988, indicava taxa de 5,4% -esse levantamento não questionou a sensação de segurança.
"O Brasil mudou muito de 1988 para cá. Passou por crises recessivas e viveu uma fase forte de desemprego. É um período em que aumentou o processo de urbanização. Quanto mais a população se urbaniza, maior é a tendência de ocorrerem conflitos", disse o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.
Segundo o estudo, 76,9 milhões declararam que se sentem inseguros, o equivalente a 47,2%. Nas áreas urbanas, a taxa sobe: 50,3%.
PERÍMETRO SEGURO
"O sentimento de insegurança faz com que as pessoas se encolham, façam cada vez menos atividades ou fiquem mais tempo num perímetro seguro", diz o sociólogo Gláucio Soares, especialista em pesquisa de vitimização.
Para ele, porém, não há necessariamente correlação direta entre a incidência de crimes e a sensação de segurança. "Os chilenos, por exemplo, percebem um risco de homicídios altíssimo, embora o país tenha taxa de assassinatos baixa", diz ele.
Para o IBGE, as pesquisas brasileira e chilena não são totalmente comparáveis.
A aposentada Eda Martins Magalhães, 70, diz que a insegurança no Rio não impede que ela saia de casa. Mas afirma que caminha na rua "com um olho no padre e o outro na missa".
"No ônibus, você não sabe quem está dentro. Na calçada, não sabe com quem está andando. Já fui roubada no supermercado", diz.
Embora esteja em segundo no ranking, o Rio teve a segunda taxa mais baixa de roubos e furtos do país.
Para o sociólogo Luiz Flávio Sapori, "o problema do crime do Rio não é a quantidade, mas a qualidade". "Há domínio territorial por tráfico e milícia, uma afronta maior ao poder do Estado."
Quem mais sofre roubos são homens jovens com renda alta. Apesar disso, os homens disseram se sentir mais seguros do que as mulheres.
O estudo mostrou ainda que 1,6% das pessoas foram agredidas no período. Em 1988, foi 1%. Um quarto das mulheres declarou ter sido vítima do cônjuge. Quase metade não foi à polícia denunciar a agressão sofrida
Parte das vítimas de roubo não procura polícia
DO RIO
Mais da metade das vítimas de roubo não procurou a polícia, aponta o IBGE. O principal motivo, segundo a pesquisa, é a falta de confiança nas corporações.
O instituto estima que 3,1 milhões entre os 6 milhões que foram roubados no período não notificaram a polícia. O estudo revela, também, a subnotificação dos crimes.
Para a pesquisadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), a socióloga Julita Lemgruber, a subnotificação contribui "para que a polícia não tenha clareza do que acontece em termos de criminalidade".
Na avaliação dela, a desconfiança na polícia é provocada por casos de corrupção. O problema é agravado, diz, em razão da falta de mecanismos de controle externo das corporações que aproximem a população dos agentes.
Entre os que sofreram furtos, a subnotificação chega a 62,3%, taxa considerada comum em todo o mundo.
O principal motivo apontado pelos entrevistados é a "falta de provas" contra quem consideram suspeito, seguido da falta de importância do objeto roubado.
Não acreditar na polícia foi resposta de 23,1% das vítimas de furto no período.
De acordo com o IBGE, a Justiça foi a instância mais procurada para a solução de conflitos, seguido da polícia e do Procon.
ANÁLISE
Estatísticas criminais no Brasil vivem "apagão" que atrapalha o planejamento
CLÁUDIO BEATO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A situação das estatísticas criminais no Brasil é grave.
Gestores estaduais e federais contam com poucas informações confiáveis, obrigando-os a planejar às cegas, sem direção clara e com uma noção apenas pálida se o que se faz funciona ou não.
Infelizmente, o "apagão" das estatísticas criminais nem sequer está na pauta de nossos problemas de segurança pública.
Diante desse quadro, as pesquisas de vitimização - quando se pergunta às pessoas diretamente se elas foram vítimas ou não de crimes, se procuraram ou não a polícia e por que o fizeram ou deixaram de fazer- tornam-se instrumento importante para vislumbrar essa zona cinzenta entre o que foi registrado oficialmente e os delitos que não chegam ao conhecimento das autoridades.
Mais que isso, permitem fazer uma avaliação mais consistente acerca das polícias e da satisfação em relação aos seus serviços, bem como do sentimento de insegurança da população.
São reveladoras, portanto, da alma e do espírito da população no que tange à segurança pública.
O suplemento de vitimização da Pnad vem compor mais de uma dezena de outras pesquisas feitas a nível regional para tentar chegar a um retrato mais fidedigno da criminalidade, além de outra similar já realizada pelo IBGE em 1988.
Seus resultados vêm corroborar o que tem sido revelado nas outras enquetes: o brasileiro não se sente seguro nas grandes cidades, e poucos procuram as autoridades para registrar os crimes dos quais são vítimas.
Mais que isso, existe uma grande diferença de sentimentos e vítimas entre os grupos sociais.
Entretanto, pesquisas de vitimização, por sua importância, centralidade e necessidade como instrumento de política pública, merecem muito mais que um suplemento da Pnad.
Elas devem ser ferramentas completas e aprofundadas para a compreensão de alguns fatores causais, a fim de que políticas públicas possam ser formuladas a partir de seus achados,
Casa é a "ilha de segurança" dos que têm renda maior
Segundo o IBGE, 82,8% de brasileiros que ganham mais que cinco salários se sentem seguros onde moram
59,4% das casas tinham algum dispositivo de segurança em 2009; nas áreas urbanas, índice de uso subiu para 64,9%
ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO
DO RIO
Mesmo vizinha de um edifício que sofreu arrastão recentemente, a paulistana Janette Tavano Bacal, 43, sente-se segura quando atravessa os dois portões que a separam da avenida Higienópolis, onde mora em um condomínio de classe média alta na região central da capital.
"Eu me sinto segura dentro de casa, mesmo sendo uma ilusão, já que não há segurança em lugar nenhum", diz a jornalista.
Janette faz coro com os 82,8% de brasileiros que têm renda per capita maior que cinco salários mínimos. Eles se sentem seguros em casa, segundo pesquisa realizada pelo IBGE. Na mesma faixa de renda, 41,4% sentem-se seguros em relação à cidade onde vivem.
A sensação de segurança de Janette é dada por medidas básicas, como o controle de entrada de pessoas e carros do condomínio, feito por uma barreira de dois portões.
Segundo a pesquisa do IBGE, 59,4% das residências no país tinham, em 2009, algum dispositivo de segurança. Na área urbana, a presença sobe para 64,9%. A grade é a mais comum em casas, e o olho mágico, em apartamentos.
"Os investimentos em segurança são altos entre os que têm mais renda. Aquilo que era segurança com investimento pequeno há algum tempo já virou padrão.
Trancas, ferrolhos e grades, por exemplo. Chegando ao cúmulo dos condomínios fechados", analisa o sociólogo Gláucio Soares.
ESTRESSE
A busca por mais segurança fez Janette se mudar para um condomínio na Granja Viana. Por seis anos ela viveu em uma das 500 casas do lugar, cercadas de verde e vigiadas por seguranças.
A tranquilidade durou até o ano passado, quando a família decidiu retornar ao antigo apartamento em São Paulo. "Estávamos cansados do estresse diário para chegar em casa por estradas inseguras", conta Janette.
Temiam os frequentes assaltos e sequestros relâmpados na Raposo Tavaves e na estrada secundária que dava acesso ao condomínio. "Dentro dos muros, eu me sentia segura", recorda-se ela
domingo, 5 de dezembro de 2010
IBGE - A força das muilheres
As mulheres brasileiras estão vivendo cada vez mais que os homens. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos homens chegou a 69 anos e 5 meses, enquanto que para as mulheres é de 77 anos. Na média, a esperança de vida ao nascer chegou aos 73 anos e 2 meses no País em 2009 - quatro meses a mais que em 2008.
A pesquisa mostra que a diferença entre a expectativa de homens e mulheres aumentou nas três últimas décadas. Em 1980, era de 6 anos: um brasileiro vivia, em média, 59,7 anos; uma brasileira vivia 65,7 anos. A vantagem para elas, em 2009, chegou a 7 anos, 7 meses e 6 dias a mais de vida.
Fatores diversos são apontados para o descompasso entre a expectativa de vida feminina e masculina. Enquanto as mulheres cuidam mais da saúde, os homens bebem e fumam mais. Mas um dado mostra-se significativo nesta balança: a violência.
Em 1980, os homens de 22 anos tinham duas vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma idade. Conforme o gerente de população e indicadores do IBGE, Juarez Oliveira, em 2009, um homem de 22 anos tinha 4,5 vezes mais chances de morrer que uma mulher da mesma idade, por se encontrar mais exposto à violência. O excedente atual é de 4 milhões de mulheres na população. Para 2050, a projeção é de 14 milhões de mulheres a mais. Os homens entre 15 e 19 anos respondem por 87,35% do total de mortes violentas no País, taxa que vai para 90,21% entre 20 e 24 anos.
A geriatra Eliane Portilho atesta que a presença feminina é mais comum em consultórios médicos. "Quando o homem vai ao médico normalmente é levado pela mulher ou pela filha", opina. "Constata-se também maiores casos de alcoolismo e tabagismo entre os homens", confirma.
Filha de Leolila Corsino Tolentino, que completou 106 anos de vida, Wilma Alves Tolentino, aos 70 anos, é exemplo do fenômeno. Ao se aposentar depois de 47 anos de serviço, em 2003, Wilma tratou de ocupar sua rotina das formas mais diversas possíveis. "Faço caminhada todos os dias, e tudo quanto é curso possível de arte na escola Veiga Valle. Também costumo viajar pelo menos uma vez por ano", salienta.
Assim como a mãe, Wilma Tolentino faz exames médicos regulares. "Penso que há algo genético, já que minha irmã mais velha, aos 89 anos, também segue toda animada. Mas aprendemos, inclusive com minha mãe, a manter a mente ocupada com coisas boas", afirma Wilma.
De acordo com o geógrafo Denis Castilho, professor do Instituto de Estudo Sócio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o envelhecimento da população brasileira, em geral, é previsível. "Vivemos em um país em desenvolvimento. Nos últimos anos, cresceu não somente a qualidade de vida mas o oferecimento de serviços", enumera o geógrafo. "As pessoas têm mais acesso a informação, vão mais ao médico. Temos uma população idosa que se cuida mais, faz programas, atividades específicas para a idade. Todos esses elementos tendem a aumentar a expectativa de vida",diz.
A geriatra Eliane Portilho reforça. "São efeitos em cascata. Melhorou o saneamento básico, a assistência à saúde, programas específicos para idosos", afirma a médica. "Trabalho com geriatria há 17 anos e a disponibilidade de serviços melhorou demais. Em Goiânia, não havia tratamento a idosos há 20 anos atrás. Melhorou muito", diz.
Portilho, que costuma tratar muitos casos de depressão na terceira idade, aconselha a manutenção de atividades, mesmo com a aposentadoria. O aposentado José Manoel Rodrigues, segue a receita. Em novembro, completou 102 anos de idade, sem nunca descuidar no quintal da chácara onde mora com a nora, no Jardim Marques de Abreu, próximo à GO-060. "Ele foi criado na roça", afirma a filha Neusa Rodrigues Lima, de 60 anos.
A maior longevidade, contudo, não traz apenas boas notícias. Com o aumento da expectativa de vida, haverá redução média de 0,4% no benefício previdenciário do trabalhador que se aposentar entre ontem e 30 de novembro de 2011. O achatamento ocorre devido ao fator previdenciário, utilizado pelo INSS para adiar as aposentadorias.
Mortalidade infantil reduz, mas a ritmo lento
A queda significativa da taxa de mortalidade infantil, do índice registrado em 1980 (69,12 mortes por mil nascimentos) para o apontado em 2009 (22,47 por mil) ainda não tirou o país dentre os piores da América Latina.
Segundo pesquisa apresentada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de mortalidade infantil brasileira somente é inferior a de países como Paraguai, Bolívia e Haiti (veja quadro). A distância com o apresentado pelos países que encabeçam a lista, como Islândia, Singapura e Japão, ainda é gritante.
Em 28 anos, os programas de vacinação em massa, o incentivo ao aleitamento materno, o acompanhamento de gestantes e recém-nascidos, além da expansão do saneamento básico, entre outros fatores, contribuíram para a forte queda da participação das mortes pós-neonatais (de 1 mês a 1 ano de vida) .
A pesquisa mostra que a diferença entre a expectativa de homens e mulheres aumentou nas três últimas décadas. Em 1980, era de 6 anos: um brasileiro vivia, em média, 59,7 anos; uma brasileira vivia 65,7 anos. A vantagem para elas, em 2009, chegou a 7 anos, 7 meses e 6 dias a mais de vida.
Fatores diversos são apontados para o descompasso entre a expectativa de vida feminina e masculina. Enquanto as mulheres cuidam mais da saúde, os homens bebem e fumam mais. Mas um dado mostra-se significativo nesta balança: a violência.
Em 1980, os homens de 22 anos tinham duas vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma idade. Conforme o gerente de população e indicadores do IBGE, Juarez Oliveira, em 2009, um homem de 22 anos tinha 4,5 vezes mais chances de morrer que uma mulher da mesma idade, por se encontrar mais exposto à violência. O excedente atual é de 4 milhões de mulheres na população. Para 2050, a projeção é de 14 milhões de mulheres a mais. Os homens entre 15 e 19 anos respondem por 87,35% do total de mortes violentas no País, taxa que vai para 90,21% entre 20 e 24 anos.
A geriatra Eliane Portilho atesta que a presença feminina é mais comum em consultórios médicos. "Quando o homem vai ao médico normalmente é levado pela mulher ou pela filha", opina. "Constata-se também maiores casos de alcoolismo e tabagismo entre os homens", confirma.
Filha de Leolila Corsino Tolentino, que completou 106 anos de vida, Wilma Alves Tolentino, aos 70 anos, é exemplo do fenômeno. Ao se aposentar depois de 47 anos de serviço, em 2003, Wilma tratou de ocupar sua rotina das formas mais diversas possíveis. "Faço caminhada todos os dias, e tudo quanto é curso possível de arte na escola Veiga Valle. Também costumo viajar pelo menos uma vez por ano", salienta.
Assim como a mãe, Wilma Tolentino faz exames médicos regulares. "Penso que há algo genético, já que minha irmã mais velha, aos 89 anos, também segue toda animada. Mas aprendemos, inclusive com minha mãe, a manter a mente ocupada com coisas boas", afirma Wilma.
De acordo com o geógrafo Denis Castilho, professor do Instituto de Estudo Sócio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o envelhecimento da população brasileira, em geral, é previsível. "Vivemos em um país em desenvolvimento. Nos últimos anos, cresceu não somente a qualidade de vida mas o oferecimento de serviços", enumera o geógrafo. "As pessoas têm mais acesso a informação, vão mais ao médico. Temos uma população idosa que se cuida mais, faz programas, atividades específicas para a idade. Todos esses elementos tendem a aumentar a expectativa de vida",diz.
A geriatra Eliane Portilho reforça. "São efeitos em cascata. Melhorou o saneamento básico, a assistência à saúde, programas específicos para idosos", afirma a médica. "Trabalho com geriatria há 17 anos e a disponibilidade de serviços melhorou demais. Em Goiânia, não havia tratamento a idosos há 20 anos atrás. Melhorou muito", diz.
Portilho, que costuma tratar muitos casos de depressão na terceira idade, aconselha a manutenção de atividades, mesmo com a aposentadoria. O aposentado José Manoel Rodrigues, segue a receita. Em novembro, completou 102 anos de idade, sem nunca descuidar no quintal da chácara onde mora com a nora, no Jardim Marques de Abreu, próximo à GO-060. "Ele foi criado na roça", afirma a filha Neusa Rodrigues Lima, de 60 anos.
A maior longevidade, contudo, não traz apenas boas notícias. Com o aumento da expectativa de vida, haverá redução média de 0,4% no benefício previdenciário do trabalhador que se aposentar entre ontem e 30 de novembro de 2011. O achatamento ocorre devido ao fator previdenciário, utilizado pelo INSS para adiar as aposentadorias.
Mortalidade infantil reduz, mas a ritmo lento
A queda significativa da taxa de mortalidade infantil, do índice registrado em 1980 (69,12 mortes por mil nascimentos) para o apontado em 2009 (22,47 por mil) ainda não tirou o país dentre os piores da América Latina.
Segundo pesquisa apresentada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de mortalidade infantil brasileira somente é inferior a de países como Paraguai, Bolívia e Haiti (veja quadro). A distância com o apresentado pelos países que encabeçam a lista, como Islândia, Singapura e Japão, ainda é gritante.
Em 28 anos, os programas de vacinação em massa, o incentivo ao aleitamento materno, o acompanhamento de gestantes e recém-nascidos, além da expansão do saneamento básico, entre outros fatores, contribuíram para a forte queda da participação das mortes pós-neonatais (de 1 mês a 1 ano de vida) .
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Pesquisa do IBGE indica que 11,2 milhões de brasileiros ainda passavam fome em 2009
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de domicílios brasileiros onde as famílias admitem que não têm alimentos em quantidade e qualidade adequadas diminuiu de 34,9% para 30,2%, entre 2004 e 2009. Mas cerca de 11,2 milhões de pessoas no país ainda conviviam com a fome no ano passado. A proporção de domicílios com brasileiros nessa condição, no entanto, tem diminuído ao longo dos anos, passando de 7% para 5%, no período.
As constatações são do suplemento Segurança Alimentar, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano passado. O documento, divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classifica os graus de insegurança alimentar e aponta que 65,6 milhões de brasileiros não se alimentam direito.
Desse total, 40,1 milhões (20,9% da população total) convivem com a forma leve de insegurança alimentar (quando admitem que pode faltar dinheiro para comida). Mais 14,3 milhões estão na situação moderada – casos em que, no período de três meses anteriores à pesquisa, houve restrição de comida. Os demais (11,2 milhões) passam pela privação de alimentos, a insegurança alimentar grave.
De acordo com a presidente da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh), Marília Leão, apesar da evolução dos indicadores no últimos anos, o dado revela um problema dramático: a fome. "Quando encontramos domicílios em situação de insegurança alimentar grave significa que efetivamente houve episódios de fome, inclusive em crianças", afirmou.
"Temos que considerar essa situação porque a fome implicará prejuízos grandes no perfil nutricional e no desenvolvimento delas. Consequentemente, no potencial que essas crianças têm como pessoa", completou Marília, que também integra o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do governo federal.
Com a queda do percentual de insegurança alimentar entre 2004 e 2009, cerca de 7 milhões de pessoas melhoraram suas condições. É o caso da empregada doméstica Lurdes Ludugério moradora de Niterói. Ela conta que, depois que a família passou a receber dinheiro de programas de transferência de renda, a alimentação melhorou, principalmente a dos cinco netos.
"Compramos bem mais comida do que antes do Bolsa Família", afirmou. É a filha mais velha, que vive com ela na mesma casa, a beneficiária do cartão do governo. No momento, a moça está desempregada.
A maior parte da população com fome no país está no Norte (9,2% dos domicílios) e no Nordeste (9,3%). No Sul e no Sudeste, os percentuais não chegam a 3%. Diferenças também são verificadas em relação à situação dos domicílios. Na zona urbana, 6,2% e 4,6% das famílias estão em situação de insegurança moderada ou grave, respectivamente, enquanto na zona rural as proporções são de 8,6% e 7%.
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de domicílios brasileiros onde as famílias admitem que não têm alimentos em quantidade e qualidade adequadas diminuiu de 34,9% para 30,2%, entre 2004 e 2009. Mas cerca de 11,2 milhões de pessoas no país ainda conviviam com a fome no ano passado. A proporção de domicílios com brasileiros nessa condição, no entanto, tem diminuído ao longo dos anos, passando de 7% para 5%, no período.
As constatações são do suplemento Segurança Alimentar, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano passado. O documento, divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classifica os graus de insegurança alimentar e aponta que 65,6 milhões de brasileiros não se alimentam direito.
Desse total, 40,1 milhões (20,9% da população total) convivem com a forma leve de insegurança alimentar (quando admitem que pode faltar dinheiro para comida). Mais 14,3 milhões estão na situação moderada – casos em que, no período de três meses anteriores à pesquisa, houve restrição de comida. Os demais (11,2 milhões) passam pela privação de alimentos, a insegurança alimentar grave.
De acordo com a presidente da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh), Marília Leão, apesar da evolução dos indicadores no últimos anos, o dado revela um problema dramático: a fome. "Quando encontramos domicílios em situação de insegurança alimentar grave significa que efetivamente houve episódios de fome, inclusive em crianças", afirmou.
"Temos que considerar essa situação porque a fome implicará prejuízos grandes no perfil nutricional e no desenvolvimento delas. Consequentemente, no potencial que essas crianças têm como pessoa", completou Marília, que também integra o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do governo federal.
Com a queda do percentual de insegurança alimentar entre 2004 e 2009, cerca de 7 milhões de pessoas melhoraram suas condições. É o caso da empregada doméstica Lurdes Ludugério moradora de Niterói. Ela conta que, depois que a família passou a receber dinheiro de programas de transferência de renda, a alimentação melhorou, principalmente a dos cinco netos.
"Compramos bem mais comida do que antes do Bolsa Família", afirmou. É a filha mais velha, que vive com ela na mesma casa, a beneficiária do cartão do governo. No momento, a moça está desempregada.
A maior parte da população com fome no país está no Norte (9,2% dos domicílios) e no Nordeste (9,3%). No Sul e no Sudeste, os percentuais não chegam a 3%. Diferenças também são verificadas em relação à situação dos domicílios. Na zona urbana, 6,2% e 4,6% das famílias estão em situação de insegurança moderada ou grave, respectivamente, enquanto na zona rural as proporções são de 8,6% e 7%.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
São Paulo perde e Rio de Janeiro ganha participação na economia brasileira
Rafael Rosas | VALOR
Do Rio
A economia de São Paulo seguiu perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2008. As Contas Regionais, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a participação do Estado na economia nacional passou de 37,3% em 1995 para 33,1% em 2008 – uma queda contínua, depois de 34,6% em 2002 e 33,9% em 2007.
“Há uma desconcentração econômica notória em função de uma perda da indústria por conta da guerra fiscal e dos incentivos dados por outros Estados”, explica Frederico Cunha, gerente da coordenação de contas nacionais do IBGE.
O resultado de 2008 mostra que, pela primeira vez desde 1995, a participação somada dos PIBs de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná fica igual à de São Paulo. Também foi a primeira vez que a participação dos demais 22 Estados, com 33,8% do total, supera a de São Paulo. Entre 2007 e 2008, o PIB paulista perdeu 0,8 ponto percentual de participação no bolo nacional, mas Cunha evita creditar essa baixa inteiramente à crise internacional.
“Não tem como dizer que o fator principal é a crise. Houve perdas no setor financeiro e na indústria em São Paulo, mas 47% da agricultura do Estado é cultivo de cana ou de laranja e os dois produtos tiveram resultado ruim em 2008″, diz.
A queda entre 1995 e 2008 foi mais pronunciada na indústria, uma vez que São Paulo passou de 44,4% do total do setor em 1995 para 33,9% em 2008. O Rio passou de 8% para 12,7% e ultrapassou Minas Gerais no segundo lugar. A indústria mineira cresceu menos e passou de 9,1% do total do país para 11% entre 1995 e 2008.
O setor de serviços mostrou um nível de concentração mais próximo ao PIB nacional e São Paulo, que representava 35,6% do total em 1995, passou para 33,4% em 2008. O Rio também perdeu participação e foi de 13,4% para 11,6% no período. A administração pública contribuiu para que os 19 Estados com menor peso no setor de serviços vissem a sua fatia no bolo ir de 17,9% em 1995 para 21,3% em 2008. Na agropecuária, a participação dos Estados no PIB do setor mostra desconcentração. O Estado líder, Minas, tinha 17,3% de participação no PIB do setor em 1995 e passou para 15,3% em 2008
Do Rio
A economia de São Paulo seguiu perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2008. As Contas Regionais, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a participação do Estado na economia nacional passou de 37,3% em 1995 para 33,1% em 2008 – uma queda contínua, depois de 34,6% em 2002 e 33,9% em 2007.
“Há uma desconcentração econômica notória em função de uma perda da indústria por conta da guerra fiscal e dos incentivos dados por outros Estados”, explica Frederico Cunha, gerente da coordenação de contas nacionais do IBGE.
O resultado de 2008 mostra que, pela primeira vez desde 1995, a participação somada dos PIBs de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná fica igual à de São Paulo. Também foi a primeira vez que a participação dos demais 22 Estados, com 33,8% do total, supera a de São Paulo. Entre 2007 e 2008, o PIB paulista perdeu 0,8 ponto percentual de participação no bolo nacional, mas Cunha evita creditar essa baixa inteiramente à crise internacional.
“Não tem como dizer que o fator principal é a crise. Houve perdas no setor financeiro e na indústria em São Paulo, mas 47% da agricultura do Estado é cultivo de cana ou de laranja e os dois produtos tiveram resultado ruim em 2008″, diz.
A queda entre 1995 e 2008 foi mais pronunciada na indústria, uma vez que São Paulo passou de 44,4% do total do setor em 1995 para 33,9% em 2008. O Rio passou de 8% para 12,7% e ultrapassou Minas Gerais no segundo lugar. A indústria mineira cresceu menos e passou de 9,1% do total do país para 11% entre 1995 e 2008.
O setor de serviços mostrou um nível de concentração mais próximo ao PIB nacional e São Paulo, que representava 35,6% do total em 1995, passou para 33,4% em 2008. O Rio também perdeu participação e foi de 13,4% para 11,6% no período. A administração pública contribuiu para que os 19 Estados com menor peso no setor de serviços vissem a sua fatia no bolo ir de 17,9% em 1995 para 21,3% em 2008. Na agropecuária, a participação dos Estados no PIB do setor mostra desconcentração. O Estado líder, Minas, tinha 17,3% de participação no PIB do setor em 1995 e passou para 15,3% em 2008
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