Pobre chama o ladrão.
Rico e poderoso e patrimonialista chama a polícia e o Estado e diz, gloriosamente: a
nação somos nós!
Veja o que diz o articulista da Folha Clóvis Rossi sobre os tais escândalos do Senado - tudo para derrubar o presidente da Casa José Sarney e substituí-lo por um representante demotucano, o vice, que é do PSDB, conhecido partido paulista.
Como costuma fazer com os movimentos sociais, chamando a polícia para prender os que lutam pela terra, por exemplo, os patrimonialistas a chamam agora para substituir um patrimonialista pelo outro, esquecendo que a questão é de renovação da política, com a necessária partipação dos mais interessados, o povo.
Rossi chefa a sugerir que o Senado virou um prostíbulo, comparando com os escândalos sexuais do líder Berlusconi na Itália.
No final do texto, diz:
"Não me venham, por favor, com violação da Constituição, respeito a um outro poder etc. O Senado caiu na clandestinidade. Clandestinos, ainda mais quando fazem trambiques com dinheiro público, são alvo da polícia necessariamente."
Não levanta a discussão sobre o fim do Senado, numa movimentação da sociedade, e não só dos patrimonialistas donos do poder até midiático eletrônico.
Curiosamente, como sempre, porém, no próprio texto, Rossi, que é um dos melhores repórteres internacionais, diz:
"O descontrole foi longe demais.
Ou melhor, o que já se sabe sobre a Casa foi longe demais,
mas, pelo andar da carruagem, ainda pode-se chegar bem mais longe."
Conclusão: sabe-se que há muito mais, como o interesse dos demotucanos em tirar Sarney e colocar um representante que interessa a eles, mas sobre isso nada é dito.
Sempre o mesmo equívoco dos patrimonialistas do estamento conservador:
a nação somos n ós!
Nós, quem, cara-pálida?
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