O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve ontem sua defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e acusou a oposição de querer ganhar o cargo "no tapetão".
Apesar do crescente isolamento de Sarney, Lula afirmou ser contrário a seu afastamento temporário da presidência do Senado. "O DEM e o PSDB querem que Sarney se afaste para Marconi Perillo [PSDB-GO] assumir, o que não é nenhuma vantagem para ninguém", disse Lula na cidade líbia de Sirte, onde participou da reunião de cúpula da União Africana.
Para Lula, os únicos beneficiados com o afastamento de Sarney seriam Perillo, vice-presidente do Senado, e o PSDB, "que querem ganhar o Senado no tapetão".
"Assim não é possível. Isso não faz parte do jogo democrático. Se o PSDB queria o Senado, deveria ter indicado um candidato e disputado. Se o PFL [hoje DEM] quisesse, não deveria ter apoiado o Sarney", afirmou o presidente. "O que é preciso é voltar à normalidade e discutir as coisas substanciais que interessam ao Brasil."
Lula já havia advertido que a crise no Senado ameaçava paralisar o país, impedindo a votação de medidas de combate à crise econômica. Ontem ele manteve a posição.
"Tem coisas importantes para serem votadas na Câmara e no Senado. O importante para o governo é que se vote o que tiver de votar, que se apure o que tiver de apurar, e vamos fazer o barco voltar a funcionar, porque o Brasil não pode ficar esperando", afirmou Lula.
"Problema do Senado"
Em seguida, questionado se a saída temporária de Sarney da presidência do Senado não serviria para melhorar o clima político e permitir a condução de uma investigação sobre os escândalos, Lula pareceu recuar: "Este é um problema do Senado. O Executivo não dá palpite sobre isso. Para ser senador, tem de ter mais de 35 anos de idade. Com 35 anos de idade eu praticamente já tinha 20 anos de contribuição social", disse.
A defesa da não interferência contrasta com as seguidas declarações de Lula nas últimas semanas em defesa de Sarney. Antes de acusar a oposição, o presidente já havia culpado a imprensa, chamando as revelações de atos secretos e nepotismo de "denuncismo".
Ele chegou a defender um tratamento diferenciado para Sarney, dizendo que o ex-presidente não deveria ser considerado uma pessoa comum. Ontem, disse que é hora de os senadores trabalharem: "Que tomem a decisão que tiverem de tomar. Mas, pelo amor de Deus, que trabalhem, para que o Senado funcione corretamente e não paralise as coisas que estão lá para serem votadas", pediu.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
DEMOTUCANOS QUEREM GANHAR NO TAPETÃO
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