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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A UM DEMOTUCANO DO PIG

NÃO BRIGUE COMIGO,
NÃO FUI EU
QUEM DISSE QUE VOCÊ
SÓ GOSTA DE CANTAR PNEU
E OLHAR PARA O SEU
RPÓPRIO UMBIGO
lúcia cardoso, a ficcionista mal-amada

domingo, 18 de julho de 2010

Justiça eleitoral flerta com o golpe de Estado, alerta juiz de Direito

16/7/2010 14:45,

A vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau flerta com um possível golpe de Estado ao cogitar a possibilidade da cassação dos direitos políticos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da candidatura de Dilma Rousseff (PT), na opinião do juiz Carlos Alberto Saraiva. Segundo afirmou o magistrado, “o país já se acostumou a ver membros das altas esferas do Poder Judiciário darem declarações públicas de viés partidário”.


Sandra Cureau é vice-procuradora-geral do TSE
Cureau disse, nesta sexta-feira, que requisitou as fitas da cerimônia de lançamento do edital do trem-bala para estudar a possibilidade de entrar com ação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por abuso de poder político e uso da máquina pública em favor da candidata do governo, Dilma Rousseff. A ação também pode ser feita contra a candidata petista. Sandra Cureau disse que, pelo que ela leu nos jornais, em tese, houve abuso de poder político e uso da máquina pública.

– Isso é absolutamente proibido – disse a jornalistas.

A ação a ser proposta por Sandra Coureau, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma vez acatada, resultaria na cassação da candidatura de Dilma Rousseff e o presidente Lula poderia ser punido com multa mesmo com a cassação de seus direitos políticos, em uma ação por abuso de poder político.

Durante a cerimônia oficial de lançamento do edital do trem-bala, que ligará São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, o presidente Lula promoveu a candidata Dilma Rousseff, atribuindo a ela a responsabilidade pelo projeto.

– A verdade é a seguinte: eu não posso deixar de dizer, aqui, que nós devemos o sucesso disso tudo que a gente está comemorando aqui a uma mulher. Na verdade, nem poderia falar o nome dela porque tem um processo eleitoral, mas a história a gente também não pode esconder por causa de eleição – disse o presidente, na terça-feira, durante a solenidade no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória do governo.

Na sequência, Lula acrescentou que “a verdade é que a companheira Dilma Rousseff assumiu a responsabilidade de fazer esse Trem de Alta Velocidade (TAV), e foi ela quem cuidou, junto com a Miriam Belchior, junto com a Erenice (atual ministra da Casa Civil)”. Ele foi aplaudido pelo público presente.

Arroubos persecutórios

Na opinião do juiz Carlos Alberto Saraiva, aposentado pelo TJ/RJ, tendo como última atuação o V Juizado Especial Cível de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, no blog que edita, ele afirmou que “o país já se acostumou a ver membros das altas esferas do Poder Judiciário darem declarações públicas de viés partidário. Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello são os dois maiores expoentes desse tipo de conduta. Todavia, se formos analisar o trabalho do Supremo Tribunal Federal, notar-se-á que os arroubos persecutórios desses juízes contra Lula e o PT nunca tiveram maiores conseqüências”.

Ainda segundo o magistrado, “há membros e membros do Poder Judiciário. Tanto o Supremo Tribunal Federal quanto o Tribunal Superior Eleitoral são colegiados. O fato de abrigarem membros espalhafatosos e dispostos a gerar fatos políticos do interesse dos seus benfeitores – como no caso de Gilmar Mendes, que se tornou juiz da Suprema Corte graças a FHC – não significa que tenham força para levar aquele colegiado às decisões que gostariam”.

“O silêncio da geração de juízes do STF – e que integram o TSE – nomeados por Lula mostra que não se prestam a fazer serviços políticos. Prova disso está nas recusas e nas concordâncias da Justiça Eleitoral com as representações dos tucanos contra Lula e Dilma Rousseff. Apesar da judicialização do processo eleitoral desencadeada pela campanha de José Serra, o Tribunal Eleitoral tem mostrado que a força dos conservadores na Justiça já não é mais aquela”, acrescentou.

De acordo com Carlos Saraiva, “há um misto de desespero, devaneio e pseudo estratégia política nas ameaças da direita de melar o processo eleitoral impedindo Dilma de disputar uma eleição que as pesquisas já mostram – mesmo que não sejam mostradas – que pode ser definida no primeiro turno a favor da candidata petista. Além disso, Serra fez coisa igual ou pior do que essa de que acusam Lula enquanto sonham com uma vitória eleitoral no tapetão. Fez pior porque Lula fez num evento qualquer como o do trem-bala e Serra, fez na TV, no horário eleitoral de seu partido na Bahia, o que fez o TSE multá-lo na terça-feira passada por ‘propaganda antecipada’. A mídia, aliás, não divulgou. Enquanto noticiava as multas de Lula e Dilma sem parar, escondia a multa de Serra”.

O juiz alerta que “desta maneira, a Justiça Eleitoral teria que cometer a enormidade de tratar Dilma e Serra de formas diferentes, pois se cassar um terá que cassar o outro, de forma que as declarações da vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau aludindo a pedido de cassação da candidatura da petista, não acredito nada, nada que seriam acolhidas pelo plenário do TSE”.

“Em vez de me preocupar com os devaneios golpistas e com a disposição de membros do Judiciário para aparecerem mais do que a jabulani na Copa ou para criarem fatos políticos para o consórcio demo-tucano, prefiro ver o lado bom desse caso das ameaças de impugnarem a candidatura de Dilma. O flerte com o golpe judiciário confirma notícias como a veiculada pelo colunista da Folha de São Paulo Fernando Rodrigues, de que em pesquisa nacional com três mil pessoas que o PT teria encomendado a petista teria 43% das intenções de voto e Serra, 36%. Pode ser isso, pode ser mais, mas a notícia também combina com uma certa euforia que está se vendo no PT e com o crescente mau-humor que o tucano vem expondo publicamente”, disse o juiz.

Elogios de Goldman

Na esteira dos comentários elogiosos à Dilma Rousseff, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, também resolveu promover o seu candidato à Presidência da República, José Serra, durante eventos oficiais do Estado. Goldman não apenas enalteceu a administração Serra, mas deixou clara sua preferência pela candidatura tucana.

– Só espero que a gente possa, a partir de 1º de janeiro, fazer esse Ambulatório Médico de Especialidades, que é um projeto do Serra, em todo o Brasil. É isso o que nós queremos, e sabemos a capacidade que o Serra tem de construir – afirmou, em seu discursou, durante inauguração no dia 19 de junho, uma semana após a oficialização da candidatura Serra.

A assessoria do governador achou por bem não divulgar a íntegra dos discursos feitos no dia 19.

domingo, 26 de julho de 2009

ONDA MORALISTA E A MÍDIA DEMOTUCANA E GOLPISTA


A onda moralista que a mídia desencadeou contra o Senado e em especial contra determinado senador lembra a virulência udenista que, expressando a indignação das grandes parcelas da classe média, criaram as condições objetivas para o movimento militar de 1964.


CARLOS HEITOR CONY

Até quando?
RIO DE JANEIRO - Com a queda de Getulio Vargas em 1945, por deliberação dos militares que depuseram o ditador, o poder foi entregue ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro José Linhares.
Naquele tempo e como parte ainda hoje, o funcionalismo público em seus vários graus (federal, estadual e municipal) era a espinha dorsal do mercado de trabalho brasileiro.
Linhares nomeou muita gente, inclusive parentes, o que fez o Barão de Itararé reclamar: "Não são Linhares, são milhares".
Quando Juscelino nomeou um parente com o nome de sua família para importante cargo em estatal, o "Correio da Manhã" publicou o editorial mais curto da imprensa mundial: "O presidente da República nomeou um Kubitschek. Este nome não nos é estranho".
O nepotismo é hoje condenado e com razão, mas na escala dos crimes institucionais, é venial, como a gula, a preguiça e a soberba em relação aos pecados mortais, como o homicídio e o roubo.
Ao visitar José Alencar no hospital, Lula encontrou-se com o senador Eduardo Suplicy e reclamou: "Você está há 18 anos no Congresso e não sabia de nada?!" Não somente Suplicy, mas centenas de congressistas nesses últimos anos nada sabiam do que se passava nos porões da Câmara ou do Senado.


A onda moralista que a mídia desencadeou contra o Senado e em especial contra determinado senador lembra a virulência udenista que, expressando a indignação das grandes parcelas da classe média, criaram as condições objetivas para o movimento militar de 1964.
Lembro uma foto publicada do guarda-roupa da mulher de João Goulart com a legenda: "Até quando vamos suportar isso?"

sexta-feira, 24 de julho de 2009

LULA CONDENA GOLPISMO

"Quero reiterar a condenação mais veemente ao golpe contra o presidente de Honduras, Manuel Zelaya. Trata-se de retrocesso que nossa região não pode tolerar, e não podemos transigir. Repudiamos veementemente a quebra da ordem democrática em Honduras e apoiamos os esforços da comunidade internacional para que o presidente Zelaya possa retornar a Tegucigalpa no mais breve prazo possível e exercer as funções que o voto popular lhe conferiu".

Essa condenação ao golpismo foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. quque conversou, por telefone, com o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no momento em que este chegou à região da fronteira entre seu país e a Nicarágua, na tarde desta sexta-feira.

SOLIDÁRIO

Segundo uma fonte próxima ao Planalto, Lula teria desejado "boa sorte" a Zelaya e recomendado "cuidado" para que não haja derramamento de sangue em Honduras.

Durante a ligação, que teve cerca de 10 minutos de duração, Zelaya parecia tranquilo, segundo o presidente brasileiro.

Lula disse ainda que estava "solidário" ao presidente deposto, mas acrescentou que não poderia avaliar a decisão de Zelaya de voltar para Honduras nas atuais circunstâncias.

APOIO

Em um discurso durante a Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, em Assunção, nesta sexta-fera, Lula já havia reiterado seu apoio a Zelaya e a condenação do governo brasileiro à deposição de Zelaya.

Deposto no último dia 28 de junho, Zelaya cruzou a fronteira da Nicarágua com Honduras na tarde desta sexta-feira, acompanhado por correligionários.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

LULA: "Dependendo da carga de manchetes da imprensa, a pessoa já está condenada".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que os procuradores, ao realizarem uma investigação, também pensem "na biografia dos investigados". Em discurso, Lula criticou a imprensa por julgar as pessoas antes do processo finalizado.
"Uma instituição que tem o poder que tem o Ministério Público brasileiro, garantido pela Constituição, tem o direito e a obrigação de agir com a máxima seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está fazendo a investigação, mas pensando, da mesma forma, na biografia de quem está sendo investigado", disse.

Segundo o presidente, "dependendo da carga de manchetes da imprensa, a pessoa já está condenada".


Lula disse que jamais fará pedidos pessoais ou impedirá investigações e que a instituição precisa atuar de forma responsável, sob pena de sofrer "castramento" de sua liberdade por alguém que se sinta atingido.
O presidente afirmou, ainda, que a corrupção tem aparecido mais no seu governo porque passou a ser mais combatida. "Você pode engavetar processo, aceitar pressão do Poder Legislativo, do Poder Executivo, da imprensa que às vezes quer condenar antes do processo ser feito corretamente", afirmou.

COMO DEUS,
O PIG EXISTE!!!


O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, discordou de Lula. Segundo ele, a imprensa nunca atua de forma isolada, mas com respaldo de autoridades.: "É um delegado que precipita uma conclusão, é um promotor, às vezes é um juiz".


(Como fez o judiciário no golpe de Honduras?)



Acho que essa declaração de Gilmar Mendes no meio de uma informação sobre a posse de um procurador revela várias hipóteses que comprova(ra)m a existência do chamado Partido da Imprensa Golpista - o PIG.

Ou: por que o redator colocaria essa opinião ali no meio?


Para livrar-se de possíveis argumentos de que o Pig existe?

Redimir-se do que disseram antes?

Ou continuar as denúncias sob o manto protetor de parte da Justiça?

Por que até agora nada foi explicado sobre a farsa do grampo do Gilmar Mendes e do senador Demóstenes Torres publicada na revista Veja?

Releia a frase de Mendes e compare com o que o judiciário fez em Honduras:


"É um delegado que precipita uma conclusão, é um promotor, às vezes é um juiz".


Até as pedras sabem que existe um esquema de golpismo contra o governo Lula.

Demotucanos e parte da grande mídia autopautam-se.

Um dá ao outro a dica para a próxima jogada.

Fornecem dados e informações - afinal os congressistas têm acesso privilegiado aos dados do governo.

MONTA-SE A FÁBRICA DE DENÚNCIAS E ESCÂNDALOS DE SUPOSTAS CORRUPÇÕES.

CONDENA-SE À PRIORI.

COM O APOIO DE CERTA PARTE DA JUSTIÇA, COMO MENDES.

E POR AÍ VÃO, IMUNES E IMPUNES.

GRANDE MÍDIA: FIAPOS DE HONRA OU O ENREDO DE PRECONCEITO E DESINFORMAÇÃO

Justiça, mídia e ficção
GUILHERME GUIMARÃES FELICIANO


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A liberdade literária não pode servir de pretexto para desfigurar a realidade, desautorizando instituições legítimas e democráticas
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A LIBERDADE de expressão artística é valor constitucional irrefragável. Não se concebe a ideia mesma de Estado democrático de Direito sem que se assegure aos artistas em geral o direito de obviar, debater, criticar, censurar ou mesmo escarnecer. Mas haverá limites?
Essa é uma indagação secular, talvez atemporal: era atual nos tempos de Gregório de Matos, crítico atroz da Igreja Católica e dos desgovernos da "cidade da Bahia" no século 17, e continua atual em tempos de José Simão, quando a sátira recai sobre os dotes da bela estrela de novelas.
Decerto que há limites. Nem sempre bosquejados com a precisão que se desejaria, mas há limites.
No plano individual, vamos encontrá-los na integridade do chamado "conteúdo essencial" (os alemães diriam "Wesensgehalt") de direitos fundamentais como a honra, a imagem ou a intimidade. Isto é, a liberdade de expressão ou de informação não pode ser exercida em níveis tais que recuse à pessoa o fiapo de honra ou de privacidade sem o qual ninguém -rico ou pobre, anônimo ou famoso- poderia (con)viver dignamente.
No plano coletivo, vamos encontrar os limites nas boas práticas de comunicação social. É o ponto que me interessa ferir.
A crítica social é sempre bem-vinda e cumpre importante papel na conscientização dos povos. Imbuídos dessa saudável convicção, não é de hoje que os autores de folhetins inserem em seus roteiros personagens, cenas e contextos que concitam a uma conduta socialmente positiva ou politicamente correta. Podem fazê-lo diretamente (incorporando a ação valiosa ao leque de atitudes do galã) ou indiretamente (estabelecendo um vínculo de identidade entre a ação desvalida e certa personagem, que adiante será escarnecida ou malfadada).
Quando, porém, essa última estratégia não se basta na crítica pontual e faz generalização preconceituosa, a medida desproporcional transforma o remédio em veneno. Planta-se no imaginário popular uma falsa percepção de mundo, não raro com efeitos nocivos para a própria sociabilidade.
É o que ocorre, hoje em dia, com algumas novelas de grande audiência que resvalam na imagem do Judiciário e de algumas das chamadas funções essenciais à administração da Justiça (como a advocacia). E, de todas, a que mais agride é justamente a mais vista, em pleno horário nobre.
Ali, um personagem de caráter duvidoso -que as resenhas definem como "advogado trabalhista" que "aposta sempre no jeitinho brasileiro"- convence trabalhadores da construção a se ferirem ou se automutilarem com a promessa de polpudas indenizações. Insinua-se até que o "esquema" já teria exitosos precedentes. O que dizer dessa visão de mundo?
Não se nega que haja, entre advogados trabalhistas, maus profissionais que se prestem a semelhantes fraudes. Mas esses não são meros cafajestes bravateiros, como poderia sugerir a história. São criminosos. Não merecem o olhar de simpatia que a figura do "malandro" geralmente inspira. E não são, em absoluto, a regra. Perfazem uma franca e execrável minoria.
Importa lembrar que o Brasil já ocupou por seguidos anos a pouca honrosa liderança do ranking mundial de acidentes de trabalho. Dados da OIT apontam que, em 2008, cerca de 6.000 pessoas morriam por dia no mundo em razão de acidentes e doenças ligadas a atividades laborais. É uma chaga mundial, que vitima especialmente as populações dos países em desenvolvimento.
Quando, porém, generaliza-se a imagem do engodo, transmite-se ao empresário, ao cidadão e até ao trabalhador moralmente débil a ideia de que não temos uma legião de mutilados, mas uma legião de espertalhões.
Esteriliza-se o sentimento de repúdio, convola-se em regra a exceção e transforma-se a vítima em algoz.
Em tais casos, se a liberdade de expressão artística é malconduzida e inspira cuidados, o que há de fazer?
Os mais exaltados acorreriam às barras dos tribunais para obstaculizar a sequência narrativa do folhetim.
A mim, contudo, parecem suficientes o esclarecimento e o protesto públicos pelo mesmo veículo da agressão: a mídia. Deixa-se livre o artista para refletir com os seus botões. Para isso, este artigo.
A liberdade literária, nos folhetins de TV ou em todas as demais manifestações dramatúrgicas, não pode servir de pretexto para desfigurar a realidade, desautorizando instituições legítimas e democráticas. Vale aqui, como lá, a advertência atribuída aos irmãos Goncourt: "No teatro das coisas humanas, o cartaz é quase sempre o contrário da peça".
Pois bem: que o cartaz da livre expressão não oculte, nesses tempos confusos, um enredo de preconceito e desinformação.



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GUILHERME GUIMARÃES FELICIANO , 36, juiz do trabalho, é vice-presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra-XV) e professor da Faculdade de Direito da USP. Publicou, entre outras obras, "Direito à Prova e Dignidade Humana".

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O USO DA PALAVRA: CONTEXTOS E INTERESSES

A palavra sempre é usada com algum interesse - não existe fala imparcial, cada um defende um ponto-de-vista, uma opinião, um mode de ser ou de dizer as coisas.

O histórico de cada pessoa, portanto, é fundamental para saber-se quais os objetivos e as intenções dessa pessoa.

Sem conhecermos as implicações históricas, individuais e sociais dos fatos, entre outros inúmeros fatores - inclusive genealógicos, antropológicos, filosóficos, etc.etc.etc - não saberemos contextualizar, interpretar esses fatos.

A palavra sempre é usada com algum interesse - não existe fala imparcial, cada um defende um ponto-de-vista, uma opinião, um mode de ser ou de dizer as coisas.

O histórico de cada pessoa, portanto, é fundamental para saber-se quais os objetivos e as intenções dessa pessoa.

Sem conhecermos as implicações históricas, individuais e sociais dos fatos, entre outros inúmeros fatores - inclusive genealógicos, antropológicos, filosóficos, etc.etc.etc - não saberemos contextualizar, interpretar esses fatos.



Esse assunto vai longe.

Precisa ser desdobrado.

Aliás, como tudo na vida - até que a morte nos separe!

Até
que
a
morte
nos
separe
de
nós
mesmos!

TRADUTORE, TRADITORE!

oi, teste. um teste sem querer que deu certo. vamos ver no que vai dar. jamais pensei que com amplas tentativas de erro e acerto pudesse chegar aos mesmos erros de sempre. ainda bem
Que eu não saiba, tudo bem, mas que erre e varra as possibilidades tantas vezes parece burrice sacrossanta mas ensandecida.



The major difference between a thing that might go wrong and a thing that cannot possibly go wrong is that when a thing that cannot possibly go wrong goes wrong it usually turns out to be impossible to get at or repair.

A principal diferença entre uma coisa que poderia dar errado e uma coisa que não pode dar errado é que quando uma coisa que não pode dar errado dá errado, geralmente, acaba por ser impossível chegar a uma temperatura igual ou reparação.
- Douglas Adams



put in so many enigmas and puzzles that it will keep the professors busy for centuries arguing over what I meant, and that's the only way of insuring one's immortality.

Invente um monte de enigmas e quebra-cabeças. Esta é a única maneira de segurar a imortalidade: manter os professores ocupados durante séculos argumentando sobre o que eu quis dizer.
James Joyce



A man is in general better pleased when he has a good dinner upon his table, than when his wife talks Greek.
Um homem fica, em geral, mais satisfeito quando ele tem um bom jantar à sua mesa, do que quando a mulher fala grego.
Samuel Johnson


I have yet to see any problem, however complicated, which, when you looked at it in the right way, did not become still more complicated.
Quanto mais você sae aproxima do problema para resolvê-lo mais complexo ele fica!!!
Poul Anderson


It pays to be obvious, especially if you have a reputation for subtlety.
Paga-se para ser óbvio, especialmente se você tem uma reputação de sutileza.
- Isaac Asimov


If one could only teach the English how to talk, and the Irish how to listen, society here would be quite civilized.
Wilde

Se alguém pudesse ensinar ao inglês como conversar e ao irlandês como ouvir, a sociedade aqui seria muito civilizada.(!)


Matthew 24:29

Immediately after the tribulation of those days shall the sun be darkened, and the moon shall not give her light, and the stars shall fall from heaven, and the powers of the heavens shall be shaken:
Logo depois da atribulação daqueles dias o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas devem cair do céu, e os poderes dos céus serão abalados:

goethe
Divide and rule, a sound motto. Unite and lead, a better one.


Dividir para reinar, um som lema. Unidade e comando, (outro!) melhor.


Sê paciente; espera
Eugénio de Andrade

Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.


que a palavra apareça
ao vento que a mereça

e o diálogo aí cresça
sem que desmereça
nem se desfaleça

LULA UNE, A MÍDIA PUNE!!!

MÍDIA PUNE ANTES DA JUSTIÇA


EU: LULA UNE,
A MÍDIA PUNE



Frase

"A expressão do presidente (senadores da oposição são pazzaiolos) é de que vai haver uma tendência para a conciliação. Eu pergunto a vocês: tem outra saída? Não, e é o que vai ocorrer. O processo de conciliação política e os órgãos fiscalizadores policiais investigativos do Estado estão funcionando e eventualmente vão ter inquéritos"

TARSO GENRO

ministro da Justiça, comentando a expressão usada por Lula, que chamou os senadores de "pizzaiolos" anteontem ao falar sobre a crise envolvendo a Casa


Pizzaiolos protestam após terem

sido comparados aos senadores por Lula


Pizzaiolos protestaram ontem após o presidente Lula ter dito que os senadores da oposição eram "bons pizzaiolos".
Em comunicado divulgado ontem, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade disse que o nome da profissão "ocupou papel de destaque de forma pejorativa e depreciativa, ofendendo diretamente uma profissão digna e que merece respeito de toda a sociedade".
O comunicado assinado por Moacyr Roberto Tesch Auersvald e Francisco Calasans Lacerda, respectivamente presidente e vice da confederação, diz que "o profissional suporta as altas temperaturas do forno à lenha, numa luta incansável contra o tempo" para "produzir o alimento que sacia a fome de ricos e pobres, sendo intolerável a desvalorização do ofício secular, nascido em Nápoles".
Ontem à noite, o Sinthoresp, sindicato paulista que abrange a categoria, fez a entrega do comunicado a pizzaiolos em uma pizzaria da Vila Mariana.
Já a reação dos senadores qualificados de "pizzaiolos" veio na forma de voto de censura. Apresentado por Cristovam Buarque (PDT-DF), a ação é meramente simbólica e teve 11 assinaturas -cinco de senadores de base aliada.
O requerimento será apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça, mas precisa ser aprovado no plenário para ser encaminhado ao presidente. Um voto similar contra o venezuelano Hugo Chávez está parado há um ano e meio.
Cristovam disse que pizzaiolos "são aqueles que estão mais próximos do presidente" e que as declarações de Lula "são irresponsáveis e caracterizam um desserviço à nação".
O senador José Agripino (DEM-RN) disse que "o destempero verbal de Lula ao chamar os senadores da oposição de "bons pizzaiolos" deveria se referir a ele mesmo". A defesa do presidente coube ao vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF): "Se alguém se sentiu ofendido, peço desculpas por antecipação. O negócio é que o presidente fala a linguagem popular", afirmou.


15 ESTUDANTES!

Ontem, cerca de 15 estudantes entraram no prédio do Senado Federal e atiraram três pizzas no corredor que liga os gabinetes dos senadores ao plenário.
Eles vestiam camisetas com letras que formaram a frase: "Fora arney". Explicaram então que a letra "S" não estava presente porque o seu portador havia sido barrado pela segurança da Casa.
A Polícia Legislativa do Senado negou que isso tenha ocorrido e afirmou que o "S" não apareceu porque deve ter se perdido no complexo do Congresso Nacional.
Para evitar novos protestos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a Polícia Legislativa decidiu impedir a entrada de visitantes no prédio hoje.
Protestos no Senado são proibidos. Os estudantes só conseguiram fazer o ato porque esconderam as camisetas com as letras, entraram na Casa por portarias diferentes e informaram que iriam visitar gabinetes.
Como eles conseguiram as pizzas ainda é um mistério para a polícia. A suspeita é que algum gabinete de senador as pediu pelo "disque-pizza", o que camuflou a entrada da comida no Senado.
Os estudantes não foram presos, segundo a Polícia Legislativa do Senado, porque saíram pacificamente. Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os senadores da oposição de "bons pizzaiolos."





E SE A DENÚNCIA FOR MENTIROSA?


O Ministério Público irá investigar se houve "desvio de finalidade" na utilização dos recursos, além de suposta "ofensa aos princípios da legalidade, moralidade e publicidade".

No ofício enviado ontem, os procuradores pedem que o procuradora-geral da República requisite de Sarney o seguinte:
"Informações e documentos, relativamente aos últimos cinco anos, sobre o número das contas-correntes, das agências, nomes das instituições financeiras, nomes, qualificação e endereço dos titulares das contas (últimos cinco anos), atos normativos que disciplinam o uso de tais contas, relatórios de ação de controle sobre o uso de tais ativos, bem assim sobre as providências eventualmente adotadas pela Presidência do Senado acerca da matéria jornalística em questão".


Outro exemplo de como os demotucanos e a grande mídia dita golpista age:

o jornal publica uma meia-verdade ou uma notícia mesmo falsa e um demotucano repercute ou se baseia nisso para pedir à justiça explicações e punições - como se vê no trecho citado acima, a justiça também pede explicações e a coisa não tem mais fim.



Tudo pode decorrer de uma mentira! E daí? Mídia, como religião, segundo eles, não se discute!

"Na próxima semana, Virgílio apresentará outra denúncia contra o senador com base em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" segundo a qual o ex-diretor-geral Agaciel Maia nomeou por ato secreto, após negociação que foi captada em grampos da PF, o namorado da filha de Fernando Sarney. O rapaz não se manifestou."



E dá-lhe ´perseguição a um alvo selecionado conforme os interesses autopautados entre esse chamado partido da imprensa golpista - pig - e os demotucanos.


E quem acredita nesse jogo ou é um ingênuo manipulado ou um sincero indignado, mas jamais uma pessoa bem informada.


Frases

"A opinião pública é muito volúvel. Quem faz a opinião pública são os jornais e eles estão acabando"
PAULO DUQUE
senador do PMDB-RJ e presidente do Conselho de Ética, ao afirmar que não teme ser cobrado para que atue com isenção na análise da denúncias contra José Sarney


CIRO GOMES
Pressionada pelo PSDB-SP, a oposição a Lula (principalmente o PSDB-SP que pauta essa grande mídia) obrigou "o governo a confraternizar com os mesmos setores que estavam provocando essa âncora que não deixa o Brasil acelerar o seu passo"(os chamados patrimonialistas e coronéis).




EU: LULA UNE,
A MÍDIA PUNE

BASES DOS EUA NA COLÔMBIA PROVOCA CRÍTICA DOS VIZINHOS

EUA ampliam presença
militar na Colômbia


Bogotá diz que está "perto" de fechar acordo que permitirá ao Pentágono usar três bases e provoca crítica interna e dos vizinhos
Washington deve levar ao país atividades antidroga da base americana de Manta, no Equador, que Quito fecha hoje após dez anos de uso


O governo da Colômbia anunciou ontem que está "perto" de fechar um acordo com a Casa Branca para aumentar a presença militar dos EUA em três bases colombianas, provocando críticas da oposição e dos vizinhos esquerdistas.
A confirmação das negociações coincide com o encerramento, hoje, das atividades da única base militar americana formalmente instalada na América do Sul, a de Manta, no Equador.
O presidente equatoriano, Rafael Correa, prometera desde a campanha eleitoral, em 2006, que não renovaria o contrato para o uso da base pelos EUA, que expira neste ano. Em 2008, a nova Constituição do país aprovou veto a qualquer base estrangeira no Equador.
Desde 2006, então, os EUA procuravam um local para reinstalar as atividades de Manta, de onde partiam os aviões de monitoramento de plantações de coca e das rotas de narcotráfico, responsáveis, segundo os EUA, por 60% das apreensões de droga da região.
Ontem, o governo da Colômbia fez uma audiência pública com a presença do chanceler, o ministro do Interior e o ministro da Defesa para explicar as conversas em curso com os americanos, ante os pedidos de maior transparência.
Segundo os funcionários, se o acordo for fechado, a Colômbia ampliará a presença americana nas bases de Malambo, no norte, e Palanquero e Apiay, no centro do país.
A Colômbia, que já é a maior receptora de ajuda militar dos EUA fora do Oriente Médio, tem dito que as bases não serão americanas, já que Bogotá terá o controle das operações.
O governo de Álvaro Uribe diz que não é necessária a aprovação do eventual acordo pelo Congresso americano, uma vez que o reforço se dará dentro dos limites já estabelecidos pelos EUA no Plano Colômbia, de combate ao narcotráfico e à guerrilha: até 800 militares e até 600 civis contratados.
Segundo o governo Uribe, os EUA investirão até US$ 5 bilhões em instalações militares que serão herdadas pela Colômbia, além de terem o compromisso de compartilhar informações de inteligência.
Segundo a Associated Press, o acordo incluiria visitas "mais frequentes" por navios americanos em duas bases navais no Caribe. A Colômbia também teria condições especiais para a compra de armas e aviões.

Desconfiança regional
A audiência de ontem foi marcada pelo esforço do governo em aplacar a desconfiança interna e dos vizinhos, pouco mais de um ano depois do ataque de Bogotá a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Equador.
Após o bombardeio, que provocou a mais grave crise diplomática regional em dez anos, não faltaram insinuações de que a Colômbia tinha contado com ajuda americana.
"Os políticos latino-americanos que aceitam uma base militar americana são traidores da sua pátria", disse em La Paz o presidente boliviano, Evo Morales. Ele lembrou ter expulsado do país os funcionários da DEA, num outro revés para as atividades antitráfico dos EUA.
O general Freddy Padilla, ministro colombiano da Defesa, repetiu ontem que das bases não partirão missões que "projetem força" em direção a outros países. O Pentágono não comentou as negociações.
No começo de abril, porém, um documento da Força Aérea dos EUA, apresentado num seminário militar no Alabama, citava que a base de Palanquero poderia se transformar num ponto de partida para operações de longo alcance. "Perto de metade do continente pode ser coberta pelo [avião] C-17 sem reabastecer" desde a base, diz o documento.
"É um imenso erro diplomático", diz Rafael Pardo, ex-ministro da Defesa e pré-candidato do Partido Liberal, centrista, à sucessão de Uribe.



Mudança é faca de dois
gumes para o Brasil


IGOR GIELOW


Para o Brasil, a concentração da logística militar americana baseada na América do Sul na Colômbia tem duas consequências principais.
Primeiro, parece marcar um retrocesso na lenta e gradual infiltração de presença militar de Washington na região. Para os militares brasileiros, que nunca gostaram de ver atividades deste tipo sob o manto generalizado de combate ao narcotráfico, é uma boa notícia.
Por outro lado, há um possível desenvolvimento desta concentração de recursos na Colômbia que não pode ser desprezado estrategicamente. E não se trata da paranoia de que "estão preparando a conquista da Amazônia", que sempre pulula nessas ocasiões.
Trata-se de um acirramento da polarização entre a Colômbia pró-americana e o "eixo bolivariano" comandado por Hugo Chávez. O venezuelano não esconde as pretensões de influência além de suas fronteiras, vide sua atuação na crise hondurenha. No ano passado, o ataque colombiano às Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) no Equador e a reação belicista de Caracas deram um gostinho do que poderia acontecer no futuro.
Hoje isso é especulação. Não é certo que os "bolivarianos" sairiam da retórica e iriam às vias de fato contra a Colômbia, por qualquer motivo que seja, com os EUA firmes por lá.
Mas se isso viesse a acontecer, o Brasil teria de lidar com influxo de refugiados, possibilidade de ações dentro de sua porosa fronteira amazônica e, principalmente, seria chamado a assumir o papel natural de líder regional que costuma negligenciar. Mediar conflitos de verdade em sua periferia é bem diferente do que propor a paz no Oriente Médio.




frase
A COLÕMBIA É O MAIOR EXPORTADOR DE COCAÍNA
E OS EUA OS MAIORES CONSUMIDORES -

ALGO A VER?



EUA culpam corrupção
por tráfico venezuelano


Relatório do Congresso diz que Guarda Nacional do
país de Chávez coopera com cartéis colombianos!!!


DO "FINANCIAL TIMES", EM CARACAS

A crescente espiral do narcotráfico na Venezuela vem sendo agravada pela corrupção oficial e a recusa em cooperar com os EUA, indica um relatório do Congresso americano.
Uma cópia do relatório, à qual o "Financial Times" teve acesso, indica que os esforços para combater o contrabando de cocaína passando pela Venezuela, que quadruplicou entre 2004 e 2007, vêm sendo prejudicados pela corrupção na Guarda Nacional, que, segundo o relatório, colabora com o narcotráfico colombiano.
O senador Richard Lugar, líder da Comissão de Relações Exteriores e autor do pedido do relatório, em fevereiro de 2008, disse: "As conclusões desse estudo aumentam meu receio de que a falha da Venezuela em cooperar com os EUA no combate às drogas esteja relacionada à corrupção no governo".
Apesar dos mais de US$ 6 bilhões investidos pelo governo dos EUA para combater o tráfico de cocaína vinda da Colômbia, o relatório argumenta que o esforço vem sendo enfraquecido pelo fato de a Venezuela não impedir grupos guerrilheiros de esquerda, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de usar seu território como refúgio.
Acredita-se que as Farc sejam responsáveis pelo envio de cerca de 60% da cocaína que chega aos Estados Unidos vinda da Colômbia.
Lugar disse que a "atitude de não cooperação" da Venezuela exige uma "revisão abrangente" da política americana em relação a Caracas, num momento em que os dois países procuram melhorar suas relações, abaladas desde que os EUA apoiaram tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez em 2002.
Em 2008, o venezuelano expulsou o embaixador dos EUA, motivando uma atitude recíproca por parte de Washington, mas os dois embaixadores foram reenviados a seus postos no mês passado, numa tentativa de reparar as relações.
Mesmo assim, Chávez continua a recusar-se a autorizar a DEA, a agência dos EUA responsável pelo combate às drogas, a operar na Venezuela, tendo encerrado a cooperação com o órgão em 2005 devido a suspeitas de espionagem.
Autoridades venezuelanas rejeitaram críticas semelhantes feitas pelos EUA no passado, dizendo que a Venezuela é vítima de um acidente geográfico, pelo fato de situar-se entre o maior produtor mundial de cocaína, a Colômbia, e o maior consumidor, os EUA.
Embora o governo venezuelano diga que as apreensões médias de cocaína aumentaram em até 60% desde que foi encerrada a cooperação com a DEA, os EUA questionam a confiabilidade dessas cifras.



RESCALDOS DO GOLPE DE 2002


GLOBOVISIÓN, A QUE DEU O GOLPE
E TIROU SARRO DE CHAVEZ
MAS NO FINAL SAIU DE FININHO; EMPRESÁRIOS E O BISPO EM FUGA:

PRESIDENTE DE EMISSORA É PROIBIDO DE SAIR DO PAÍS

A Justiça da Venezuela proibiu anteontem o presidente do canal de TV oposicionista Globovisión, Guillermo Zuloaga, de deixar o país enquanto estiver respondendo a processo criminal por promover especulação de preços. Multado e repreendido reiteradas vezes pelo governo Chávez, que chama a Globovisión de "golpista" e ameaça fechar a emissora, Zuloaga se diz perseguido e afirmou que a medida é "terrorismo legal" contra a liberdade de expressão.


Justiça veta saída de opositor de Chávez do país
23/7/2009

Presidente da Globovisión recebe notificação após destituição de juíza do caso, que disse sofrer pressões



A Justiça da Venezuela notificou ontem o presidente da TV oposicionista Globovisión, Guillermo Zuloaga, de que ele está proibido de deixar o país.
Acusado de fraude
, terá de se apresentar ao tribunal a cada oito dias.

Na semana passada, o empresário, que alega ser vítima de perseguição por causa da linha da Globovisión, recebera a mesma ordem, transmitida pela Promotoria de Caracas. Mas horas depois a juíza do caso, Alicia Torres, negou ter assinado a ordem e denunciou sofrer pressão para fazê-lo.

Na segunda, Torres anunciou ter sido exonerada do cargo.
Também ontem, autoridades venezuelanas iniciaram a expropriação de um terreno do líder oposicionista e prefeito licenciado de Maracaibo (noroeste), Manuel Rosales. Ele é acusado de corrupção e está exilado no Peru desde abril.

Enquanto isso, um grupo de opositores busca usar a crise em Honduras a seu favor. Liderados pelo prefeito distrital de Caracas, Antonio Ledezma, o grupo está nos EUA para denunciar o "golpe em câmera lenta" aplicado com intimidação da mídia e da Justiça.

Ledezma foi recebido anteontem pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza. O opositor também disse ter sido recebido por Dan Restrepo, encarregado da América Latina no Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
A reunião entra para a série de rusgas recentes entre os americanos e Chávez, para quem o Departamento de Estado dos EUA promoveu o golpe em Honduras -embora tenha afirmado que o presidente Barack Obama não estava a par da atuação de sua diplomacia.
"Se formos escolher um modelo de presidente na região, a atual liderança da Venezuela não seria particularmente um. Se isso é uma lição que o presidente Zelaya aprendeu desse episódio [o golpe], então é uma boa lição", disse anteontem Philip Crowley, porta-voz da Chancelaria americana.



Programa secreto da CIA será investigado
DA ASSOCIATED PRESS

A Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes (deputados) dos EUA anunciou ontem que irá investigar se a CIA (agência de inteligência) quebrou alguma lei por não ter relatado ao Congresso a existência de um programa para matar líderes da Al Qaeda.
O deputado democrata Silvestre Reyes disse que a proposta de equipes de extermínio será uma das diversas operações de inteligência apreciadas por um inquérito mais amplo.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

CORONÉIS AGORA ELETRÔNICOS MAS PATRIMONIALISTAS CONTRA UMA OLIGARQUIA

Qual é a diferença entre um oligarca latifundiário e outro agora eletrônico?

Oswald de Andrade, herdeiro da oligarquia cafeeira, criou a metáfora da antropofagia para designar a sua plataforma estética. Cabia devorar a tradição, como os caetés devoraram o bispo Sardinha, para dar à luz algo novo e vigoroso -no caso, uma cultura nacional. Na relação entre Lula e os velhos oligarcas, não se sabe ao certo quem é devorado e quem devora.


OU: A DIALÉTICA VOS DEVORARÁ?


Eliane Cantanhêde pergunta:

"Desvios? Corrupção? Bobagens, meros instrumentos contra adversários, peças a serem sacadas quando convém e logo esquecidos?

A pergunta da articulista da FSP Eliane Cantanhede é para questionar o suposto apoio da situação aos "farsantes e corruptos".

Esqueceu de perguntar-se a mesma coisa: por que a grande mídia seleciona seus adversários e esquece de seus "amigos" também denunciados - os demotucanos - e da privataria crimimosa de FHC?

Quem são os coronéis, afinal, senão esses que reduzem o
debate político a mero moralismo?

A mero purismo interesseiro no golpe contra o governo Lula?

E, acima de tudo, não têm nenhuma alternativa político-econômica para o país a não ser espinafrar o governo?

Onde estão os pensadores demotucanos?
Entredevoram-se na mídia
e autopautam-se na insensatez
envernizada por expressões
como pureza, moralidade,
mais uma farsa lacerdista-udenista historicamente comprovada
como um dos maiores males do país,
tanto quanto o coronelismo latifundiário e agora eletrônico
e seu patrimonialismo que se assemelha ao das capitanias hereditárias
- se(i)smarias, as seis famílias que dominam,
manda(va)m e desmanda(va)m,
pressionam e chantageiam
as instituições,
escraviza(va)m corpos,
mentes e corações.

O coronel eletrônico José Sarney concedeu mais de uma centena de veículos de comunicação para esses mesmos que agora o detratam - por que antes ( alguns poucos meses) o mimoseavam com elogios?

Ah, sim, os interesses coronelísticos de então - como sempre - eram favoráveis a ambos, é isso?


Sem perguntar-se, Cantanhêde termina o seu comentário assim:

"Para que todo o purismo dos tempos de oposição (agora demotucana) não esfarele como a mais reles farsa."

Outro articulista, Clóvis Rossi, disse que
ainda não percorreu o longo percurso do ceticismo ao cinismo
e foi logo ao ponto, pediu a dissolução da Casa e a convocação
imediata de novos eleições.

"Não há dispositivos legais que permitam essa saída? Ok, então, tudo vai ficar no clássico engana-trouxa em que os políticos brasileiros se especializaram."

Rossi também disse na época do eufemístico termo mensalão criado pelo farsante e denunciante Roberto Jerferson, cassado:

O jornalista não é um canalha total - ou algo semelhante.

Parafraseando-o, alguns deles percorrem ainda o caminho ao encontro do cinismo, em busca de uma auto-análise.



AO ABRAÇAR COLLOR, LULA
ABRAÇA A HISTÓRIA E TENTA MUDÁ-LA
DESNUDANDO OS VERDADEIROS INTERESSES.
E TENTA FAZER AS PAZES COM ELA.




Cantanhêde diz: - Cada um tem "o cara" que merece. O de Barack Obama é Lula. O de Lula agora é Collor, disputado a tapa entre governo e oposição, entre Lula e os senadores José Agripino e Arthur Virgílio, nesses tempos de CPI da Petrobras. Mais uma vez, Lula não está sendo educativo, não leva em conta o efeito de suas palavras e seus atos sobre milhões, consolidando a percepção cada vez mais generalizada de que a política é uma farsa e os políticos são todos farsantes.
Os ataques contra Lula na eleição de 1989, em que até filha entrou no meio, foram uma farsa? Os ataques contra Collor nas CPIs de 1992, em que um Fiat Elba virou símbolo de escândalo, também? Tudo não passa de jogo político, de um vale-tudo sem ética, sem moral, para vencer e aniquilar o adversário?"

Do monte de denúncias contra Collor levantadas principalmente pela imprensa e os interesses que representava à
época só restou a lembrança do Fiat?


Memória seletiva?

Collor foi absolvido pela justiça pelos seus supostos crimes. Caiu por pressão política - e os corruptores de sempre foram absolvidos à priori, ninguém falou deles (observe-se que os corruptores de hoje são denunciados à justiça, a PF já prendeu muitos deles, essa é a diferença).

Ao radicalizar a democracia,
ao desnudar esses interesses,
Lula usa a simples dialética
que, ao fim e ao cabo,
desvenda-os com maior clareza.

Os intreresses da grande mídia que pressionou Collor são os mesmos de hoje que pretendem desestabilizar Lula?
São os mesmos contrários à Petrobrás que "suicidaram" Vargas?

O artigo do escritor Carlos Heitor Cony (que experientou vários tempos históricos) aproxima-se dessa dialética:


"Acredito que muitos se escandalizaram com a foto publicada ontem, na qual dois políticos, um presidente da República e um ex, Lula e Collor exatamente, estão abraçados, sorrindo, dividindo o mesmo palanque. Não se precisa ir tão longe no passado para lembrar a campanha em que os dois se engalfinharam, inclusive com o baixo recurso usado por um deles, que desencavou uma filha bastarda do outro. Coisas.
Política é assim mesmo -dizem os políticos. Citam a famosa foto de Luiz Carlos Prestes, recém-saído da prisão do Estado Novo, ao lado de Getúlio Vargas, que para todos os efeitos históricos ficou sendo o seu carcereiro. Queiramos ou não, os dois estavam certos, como Lula e Collor politicamente estavam certos quando brigavam e estão certos quando voltam à cordialidade que se espera dos homens públicos.
Mas nem todo mundo é político -graças a Deus. Em outros setores da faina humana, as coisas são diferentes. Dou um exemplo: Monteiro Lobato queria entrar na Academia Brasileira de Letras, tentou três vezes, retirando a candidatura que já lançara.
Numa das vezes, tinha tudo para ser eleito, inclusive com o voto de Getúlio Vargas, que tomara posse após uma reforma no regimento da ABL. Com o prestígio, a popularidade e o valor literário consagrados, Lobato já podia encomendar o fardão. Mas o jornalista Júlio Mesquita, seu amigo e admirador, ponderou: "Você vai sentar ao lado do homem que o prendeu e o manteve preso tantos anos!" No mesmo dia, Lobato retirou sua candidatura. Coisas.
No enterro de Magalhães Jr., no complicadíssimo cemitério São João Batista, cheio de degraus e buracos, vi o comunista Dias Gomes levando praticamente no colo o general da Junta Militar, Lyra Tavares. Mais uma vez: coisas."



MÍDIA INGLESA: QUALQUER SEMELHANÇA COMO O JORNALISMO
BRASILEIRO NEOCONSERVADOR NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!!

No Brasil a verdade jornalística é indiscutível.

É como se fosse questão de gosto, de religião, de futebol: não se discute.

Quem contrariar essa norma, entra na lista negra dos jornais e da mídia em geral, que só ouve, aliás, sempre os
mesmos, os que como verdadeiros papagaios de pirata papagueiam só o que interessa aos grandes grupos econômicvos que financiam através da ilusão publicitária as fábricas de ilusões e meias-verdades midiáticas.

Na Itália, aliás praticamente no Ocidente inteiro (por tabela, portanto, em todo o mundo, a mídia é dominada por Berlusconis da vida - ele é dono de toda a mídia privada da Itália,logo, o dono do poder absoluto.

Murdoch, nos EUA e na Inglaterra. Conservador, claro. Pra que mudar se dá lucro?



Leia o artigo do economista de Kenneth Maxwell sobre as

Imprudências da imprensa

"A imprensa se tornou assunto importante. No Reino Unido, o "Guardian" saiu ao ataque, alegando que o "News of the World" estava investigando de maneira inescrupulosa astros do esporte e outras celebridades.
As manchetes que o "News of the World" trazia em uma edição desta semana bastam para mostrar o problema: "Os Beckham: veja fotos das férias de Posh e Becks". Abaixo, a revelação de que a irmã de Michael Jackson acredita que ele foi assassinado. Depois, "Topless: foto do terceiro mamilo de Lily Allen".
Mas a acusação mais séria do "Guardian" era que o "News of the World" não havia deixado de lado suas operações de pirataria telefônica e de obtenção de informações sob falsos pretextos. E tampouco havia deixado de utilizar investigadores particulares para obter acesso ilegal a dados pessoais como registros tributários, extratos bancários e contas telefônicas detalhadas de ministros, parlamentares, atores e figuras do esporte.
A história se estende a Nova York. O "News of the World" é controlado pela News International., de Rupert Murdoch, que controla o "Wall Street Journal" e o "New York Post". Executivos do império mundial de mídia vêm sendo intercambiáveis. Les Hinton, por exemplo, ex-presidente do conselho da News International, agora trabalha em Nova York como presidente-executivo da Dow Jones, a controladora do "Wall Street Journal".
As acusações do "Guardian" tem implicações políticas. O líder do Partido Conservador, David Cameron, alardeado como futuro primeiro-ministro britânico pela revista do "New York Times", contratou o executivo Alan Coulson, antigo editor do "News of the World". Coulson deixou o jornal em 2007 depois de revelações sobre as técnicas de reportagem escusas utilizadas entre 2003 e 2007. O "editor de assuntos da realeza", Clive Goodman, e o investigador particular Glenn Mulcaire foram detidos e condenados à prisão por escutas ilegais em telefones de membros da família real. O "Guardian" acusa o News Group Newspapers, subsidiária da News International que publica o "News of the World", de ter pago US$ 1,6 milhão em um recente acordo extrajudicial para encerrar processos movidos por pessoas contra as quais praticou espionagem.
O jornal "Washington Post" também sofreu embaraços. Planejava realizar "saraus" na casa da diretora editorial Katherine Weymouth. Por US$ 25 mil, profissionais de lobby e executivos receberam a promessa de acesso privilegiado a membros do governo Obama, do Congresso e a repórteres da publicação. Quando a oferta chegou ao conhecimento do público, o jornal rapidamente recuou."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

CAPITALISTAS CRUEIS E SELVAGENS APROPRIAM-SE DA MAIS-VALIA, DAS PROPINAS E ATE DAS GORJETAS!!!

Os capitalistas selvagens e crueis brasileiros apropriam-se das proprinas e ate das gorjetas dos garcons!!!
Apropriam-se da mais-valia, da propina e da gorjeta.

E nas horas vagas reunem uma elite falida para tentar derrubar io governo democratico e popular de Lula - lembre-se do movimento "Cansei", que cara de pau, que cinismo reunidos num mesmo movimento escrachador do tesouro brasileiro, muitos amigos da empresaria da Daslu, que como outras confiscam o dinheiro do fisco manipulando os valores dos produtos importados para suas chiques clientes dessa elite falida moralmente.

Essa mesma elite que fala em democracia e copia os modelos do imperialismo norte-americano mas esquece de aplica-los no Brasil.

Machado de Assis ja dizia: os escravocratas sabiam tudo do iluminismo e das coisas da europa, mas aqui chicoteavam seus escravos. - Trabalha, negro!!!

Esse editorial da FSP - representante da elite paulista que tambem copia e pretende sofisticar nosso capitalismo selvagem - critica essa postura expropriatoria, mas esquece de criticar sua propria postura politica, quando chama a ditadura de ditabranda e por ai vai...

...E todo o dia e sempre igual na pauta reciproca com os demotucanos para pressionar o governo Lula!!!

Gorjeta para quem?
NÃO DEIXA DE ser uma pitoresca evidência da verdadeira compulsão nacional para o regulamento o fato de a gorjeta para garçons ter se tornado tema de um projeto de lei recentemente aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Decerto a elaboração do diploma não é fruto de mera gratuidade ou de capricho parlamentar. Tem justificativas, sendo a mais enfática delas uma outra especialidade da casa: o desvio da finalidade original de um montante. Trata-se da transferência para os donos de estabelecimentos da gratificação oferecida de boa-fé por clientes a funcionários.
Para surpresa de muitos, reportagens publicadas por esta Folha sobre o assunto mostraram que é comum proprietários de bares e restaurantes, em especial os frequentados por gente de poder aquisitivo mais elevado, se apropriarem em parte ou integralmente das gratificações.
No Estado de São Paulo há pelo menos 7.000 ações judiciais sobre a questão. Na tentativa de sanar o abuso, o projeto prevê a obrigatoriedade do repasse da gorjeta aos funcionários, ficando o estabelecimento autorizado a reter 1/5 do valor para eventual pagamento de encargos.
A proposta provocou frenética reação de donos de alguns dos mais caros restaurantes do país. Um deles, passando clamorosamente do ponto, chegou mesmo a prever "quebradeira" no setor.
Melhor seria que nada disso estivesse acontecendo. Que os bares e restaurantes cumprissem as obrigações trabalhistas e cobrassem pelo que oferecem de acordo com as oportunidades do mercado. E que os clientes, seguindo a tradição, pagassem, se assim desejassem, gratificação aos atendentes -cabendo a estes gerir coletiva ou individualmente os recursos. Mas isso seria simples demais para o Brasil.



Está todo mundo cansado de saber que
a corrupção, o trambique, a cara-de-pau,
não são uma exclusividade dos políticos.


CLÓVIS ROSSI

Valores
SÃO PAULO - A seção brasileira do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) informa que o próximo relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil terá como tema "valores". O tema surgiu de uma pesquisa que envolveu 500 mil brasileiros, a partir da pergunta "O que deve mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade?".
As respostas majoritárias foram: respeito, justiça, paz, ausência de preconceito, humanidade, amor, honestidade, valor espiritual, responsabilidade e consciência -conjunto de conceitos afinal reunido no tema "valores".
Surpreso com esse tipo de preocupação em um país tão escandalosamente macunaímico? Até o coordenador do relatório, Flávio Comim, se diz surpreso, mas atribui o resultado ao fato de que, pela primeira vez, esse tipo de pesquisa continha uma pergunta aberta, com o que "as pessoas falaram o que quiseram".
Para mim, o resultado é absolutamente surpreendente. Juraria que, fora um punhado de indignados, uma parcela importante, talvez majoritária, dos brasileiros tivesse incorporado exatamente o oposto, ou seja, a ausência de qualquer tipo de respeito a valores do tipo honestidade, responsabilidade e consciência.
Está todo mundo cansado de saber que a corrupção, o trambique, a cara-de-pau, não são uma exclusividade dos políticos. Com perdão por recorrer a um desgastado lugar-comum, cristalizou-se a ideia de que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, como dizia antiga propaganda de cigarro.
Vai ver que o brasileiro cansou da esculhambação. Talvez tenha percebido que a esperteza, no fim do dia, come o esperto. Vai ver descobriu que quem suborna o guarda da esquina ganha bem menos do que quem suborna gente mais graúda.
Tomara. Aguardemos o relatório do IDH em 2010.

DE COMO APONTAR O ERRO DE MUITOS
MAS ESCOLHER SEUS CULPADOS PREFERIDOS

OU:

OU A NARRAÇAO SELETIVA DO MUNDO

VALDO CRUZ

Você sabia?
BRASÍLIA - Você sabia que todo funcionário terceirizado do Senado tem de registrar presença diária num moderno sistema de controle de ponto acionado por digitais? E que os servidores contratados, com estabilidade e salários bem mais elevados, não têm de passar por esse tipo de controle?
Você sabia que, depois da crise no Senado, está faltando vaga na garagem da Casa porque servidores que não apareciam decidiram dar o ar da graça? E que alguns ficam ali, aguardando uma vaguinha, até por uma hora, sem fazer nada?
Você sabia que há TVs de LCD espalhadas pelo Senado com pouca serventia? Uma delas instalada no canto de um corredor, onde ninguém para. Você, com certeza, gostaria de saber o autor da ideia genial de fazer essas comprinhas.
Você sabia que há registro de um servidor, num determinado mês, ter recebido contracheque somando R$ 80 mil? E que muita gente costuma receber contracheques extras sem saber o motivo?
Você sabia que o setor de segurança do Senado conta com 158 funcionários do quadro de pessoal? E mesmo assim contrataram quatro empresas para prestar serviços de... segurança.
Você sabia que há muita gente no Senado louquinha para essa crise acabar logo e não dar em nada? Gente que está se fazendo de morta pelos corredores da Casa e que não quer perder suas boquinhas.
Por fim, você sabia que tudo isso, e muito mais, é bancado pelos impostos que paga ao final de cada mês? E fica irritado em pagar por saber que não recebe de volta pelo menos parte em benefícios bancados pelo governo.
E, no final, ainda tem de ouvir do presidente Lula que nossa carga tributária não é tão alta assim e que na Suécia ela é maior. Se ele nos garantisse os mesmos direitos dos contribuintes suecos e prometesse uma geral no Senado, tudo bem. Mas estamos longe disso.

DE COMO USAR NUMA ENTREVISTA A ÚNICA FRASE
EM QUE O ENTREVISTADO CRITICA O ADVERSÁRIO
QUE A GRANDE MÍDIA ESCOLHEU COMO CULPADO
DE QUASE TUDO DE RUIM QUE OCORRE NO PAÍS


FIASCO
"É uma convicção de que essa operação [no Araguaia] será um fiasco sem as informações dos militares que sabem os locais onde ocorreram os sepultamentos clandestinos. Se isso ocorrer, será ruim para o governo do presidente Lula e para as Forças Armadas"
ALDO ARANTES
observador independente da comissão que busca ossadas, ontem na Folha.





sexta-feira, 10 de julho de 2009

SUPOSTO FANTASMA RESPONDE AO REPÓRTER: "MINHA EMPRESA EXISTE. PROVA É QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO COMIGO"

O jornal acusa a empresa de ser fantasma, descobre depois o endereço dela, telefona para o dono, insiste na versão, mas ouve o óbvio:
"Sou conhecido na cidade. Minha empresa existe.
A prova é que você está
falando comigo".


Há uma parte da Grande Mídia que é especializada em desenvolver
idéias e campanhas contra seus adversários políticos
(sim, é por isso que ela é conhecida como Partido da Imprensa
Golpista)
com falsos pressupostos e versões de notícias quase sempre desmentidas pelos fatos
posteriormente.

No fim, como não tem mais argumentos para provar as falsas acusações, volta a acusar os que acusava de não terem provado sua inocência.

E usa a frase famosa: nesse país tudo termina em pizza. Isso é uma vergonha!

APURAR, NÃO DEMONIZAR
E TENTAR DAR O GOLPE!
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que a "demonização" do presidente do senado José Sarney é uma tática para que os escândalos da Casa terminem em "pizza". Em Teresina, a ministra disse que o governo é a favor de "apurar", e não de "demonizar". Segundo ela, "há interesses políticos" na queda do presidente do Senado e que os adversários podem estar querendo dar "um golpe".


APURAR, SIM, O QUE A ECONOMIST
CHAMA DE CASA DOS HORRORES!!!



Em reportagem publicada ontem, a revista britânica resumiu os escândalos recentes do Senado. Destacou que os 81 senadores precisam de 10 mil funcionários para servi-los, muitos deles favorecidos por indicações. Disse que Sarney é um "sobrevivente", mas que tem o apoio de Lula.

Virgílio é citado no artigo da "Economist", que lembra o empréstimo feito por Agaciel para que o senador pagasse despesas em uma viagem a Paris. A partir de denúncias como esta, a revista afirma que "parece injusto que Sarney seja o único pressionado a renunciar".

OU MELHORAR A GESTÃO

A proposta da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de reforma administrativa do Senado não atingirá os senadores. A verba indenizatória, a cota de passagem aérea, o auxílio-moradia e outras regalias, como carro com motorista e celular sem limite de conta, ficarão intocadas.
O consultor da FGV responsável pelo estudo, Bianor Cavalcante, justificou: "Não vamos colocar os senadores no mesmo pé que os funcionários." A única restrição para os senadores deve ser no número de funcionários comissionados que eles poderão contratar nos gabinetes.
A FGV propõe redução de 30% a 40% nas indicações políticas. Atualmente, o Senado tem 2.875 servidores comissionados, que geram uma despesa anual de R$ 233,7 milhões. A maior parte está nos gabinetes: 2.616.
Bianor disse que não há como substituir os funcionários por concursados. "É legítimo que gabinetes tenham funcionários de confiança."
A intenção é acabar com os desdobramentos dos cargos comissionados. A previsão da FGV é economizar R$ 107 milhões por ano cortando 2.400 pessoas, contando comissionados e terceirizados.
A fundação propôs ainda que o diretor-geral, o secretário de controle interno e o advogado-geral do Senado tenham mandatos de dois anos prorrogáveis por mais dois e seus nomes aprovados no plenário do Senado.

ROSSI E A SÍNDROME DO
ESQUECIMENTO E DA
FORÇAÇÃO DE BARRA!!


Um dos melhores articulistas do país, Clóvis Rossi compara o escândalos nacionais com os que atingem Barlusconi, que reclama que leva pau da imprensa italiana e da estrangeira.

Só que ele esqueceu de dizer que, no caso brasileiro, a questão da conspiração é devida a uma parte da imprensa - uma delas é a própria Folha de São Paulo, além do Globo e das chamadas se(i)marias que dominam a área da comunicação no país.

A síndroma do esquecimento que ajuda a ele e a essa mídia analisar a questão conforme seus interesses, faz com que esqueça de dizer que a mídia internacional no caso brasileiro sempre elogiou o governo Lula, tanto é que faz o maior sucesso lá fora.
Além de que essa mídia internacional acaba ocupando o espaço que deveria ser da mídia nacional
Tudo por causa da tal conspiração e dos exageros da mídia neocom, tipo Veja e congêneres, que insiste em demonizar e criminalizar os movimentos sociais e tudo que tiver relação com os movimentos populares, o PT, etc.

Financial Times e BBC, por exemplo, acabam sendo reconhecidos pelos leitores como verdadeiramente imparciais nas suas coberturas porque não demonizam, atêm-se aos fatos.

Leia o texto de Clóvis Rossi:

"Mídia golpista" à italiana

Era uma vez a farsa da teoria da conspiração da "mídia golpista", inventada no auge do mensalão por intelectuais cortesãos e pela mídia chapa-branca. O que havia na verdade era a conspiração dos fatos, fatos que levaram a suposta vítima da conspiração a pedir publicamente desculpas pelos "erros" (crimes) cometidos por seus partidários.
Tudo o que eu jamais imaginei na vida é que esse filme velho e de má qualidade viesse a ser reproduzido no reino de Silvio Berlusconi, o premiê italiano, que teria tudo para ser a absoluta antítese de Lula e do petismo.
Berlusconi é aquela direita rançosa que Lula e o PT cansaram-se de desancar, antes de amasiar- se com ela, uma vez chegados ao poder.
Agora, o premiê está envolvido em um escândalo de sexo, orgias e, suspeita-se, algo mais, que o jornal "La Repubblica" noticia com firmeza -e algumas publicações estrangeiras também, às vezes até mais, para ódio de Berlusconi.
Sua reação? Sim, óbvio, acusar uma conspiração contra ele. Como no Brasil, não há conspiração, conforme deixa claro Ezio Mauro, diretor responsável por "La Repubblica", que assina texto de capa com duas frases que caberiam perfeitamente no caso mensalão/escândalos posteriores:
A primeira: "Sufocado pelos escândalos que construiu inteiramente com suas mãos, Silvio Berlusconi atribui aos jornais a causa de seus males, o "embaraço" e a "queda na reputação", de que fala o "Financial Times'".
A segunda: "Os jornais estrangeiros e a "Repubblica", como é a regra no mundo livre, não fizeram outra coisa a não ser dar conta disso [os fatos] aos cidadãos-eleitores".
Sou obrigado a admitir que dá uma baita tristeza ter sido antes e ser agora testemunha ocular de que cabe um paralelismo entre Berlusconi, justamente Berlusconi, e o petismo.

A PROVA DO GOLPISMO.

OU:
A GRANDE MÍDIA CRITICA
O QUE DESEJA ARDENTEMENTE:
CHEGAR AO PODER COM OS DEMOTUCANOS EM 2010


Como sempre, parte da grande mídia, quando quer golpear o governo com suas denúncias seletivas, acaba confessando o que mais deseja: derrubar todos os personagens da política brasileira que impeçam que os demotucanos alcancem o poder em 2010.

Claro, no lugar dos denunciados seletivamente, entrarão os demotucanos, aí tudo estará resolvido, em tudo haverá ética e justiça...

A articulista Eliane Cantanhêde, por vias tortas (em função dos exemplos que a mídia dá cotidianamente), acaba confessando o que mais desejam os demotucanos, ao deixar claro quem são os poderosos que eles querem derrubar e os amigos (que não cita) que irão substituí-los, os demotucanos.

Isto é, escolhem seletivamentge suas vítimas. Essa mídia esquece que os seus partidários, os demotucanos, são responsáveis pela maior privataria da história brasileira e pela chamada herança maldita deixada ao governo Lula.

Diz que "o cerco a Sarney está se fechando, com a união de duas pontas da crise: a Petrobras e a Fundação José Sarney no Maranhão. (O vice é um tucano)

Ela viaja no seu desejo assim:

Quando o presidente da República se afasta, assume o vice. Quando o vice fica impedido por qualquer motivo, é a vez do presidente da Câmara. Quando o presidente da Câmara não pode, ou não quer, o terceiro na linha de sucessão é o presidente do Senado. Que é Sarney.

Lula viaja muito.

O vice José Alencar está muito doente.(Esse homem não morre, como resiste!)

Por enquanto, o presidente da Câmara, Michel Temer, está a postos para fazer as vezes de vice. O problema vai começar quando, e se, Temer conseguir maioria na convenção do PMDB para formalizar a aliança com o PT para 2010 e virar candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff. Nessa condição, a de candidato a vice, ele não vai poder assumir a Presidência.

A não ser que consiga (como já tenta) um parecer jurídico dizendo diferente, quem vai para o trono? O Sarney!

(COMO DIZIA O CHACRINHA, QUEM QUER BACALHAU?
TERESINHA!!!
QUEM DISSER E FIZER MAIS BESTEIRAS IRÁ PARA O TRONO!).

A opinião pública (a parte da grande mídia pautada pelos demotucanos), já indignada com a permanência dele na presidência do Senado (a se confirmar...), vai adorar (isto é, nós vamos adorar derrubar o Sarney para evitar isso,é o nosso sonho golpista cotidiano).

"O pior, meu caro e minha cara, é que Lula anda namorando a ideia de se licenciar da Presidência nos últimos três meses, para botar Dilma debaixo do braço e sair por aí fazendo o que ele mais gosta na vida: subir em palanque. Ano eleitoral, campanha pegando fogo, e Sarney na Presidência. Era só o que faltava. Ou falta."

LOUCA POR UMA VAGA

Cristiana Lobo, da Globo e uma das meninas do Jô, levanta a hipótese (que urgência, que pressa! Lembra do golpe em Honduras?) de que, anestesiado, o presidente interino José Alencar deixaria vaga a função.

O Brasil está sem presidente, já que Lula viajou!

(Que pauta harmônica entre Globo, FSP e os demotucanos!)
A grande mídia especulando e os demotucanos expurgando Sarney para substituí-lo por um demotucano que é vice do senado!!! Querem vacâncias, vagas, o vazio para preenchê-lo. Ao invés de produzirem, encherem o copo, olham para ele como se estivesse vazio!!!


Leia esse trecho da desejante Lobo:

" José Alencar esteve consciente e conversou com assessores da presidência da República. Como ele não falou na possibilidade de ficar impedido de ficar no exercício da presidência da República, ninguém tocou no assunto com ele. Para assessores da presidência, seria um constrangimento tratar desse assunto com alguém que estava sendo conduzido à sala de cirurgia em situação tão delicada.

- Preferimos aguardar e não nos apegar a formalismos. Até por respeito ao próprio vice José Alencar, decidimos esperar, torcendo por sua rápida recuperação - disse o chefe de gabinete da presidência da República, Gilberto Carvalho.

No Supremo Tribunal Federal, a interpretação da Constituição é a de que o cargo só estará vago se o Congresso assim o declarar. Daí, seria convocado a assumir o segundo na linha sucessória - no caso, o presidente da Câmara."


QUANDO OS FATOS NÃO LEVAM AO QUE EU QUERO, DANEM-SE OS FATOS, CRIEM-SE VERSÕES, HIPÓTESES CRUÉIS E ESTAPAFÚRDIAS.
PRA RESUMIR, MIL AVERSÕES CONTRA OS MEUS ADVERSÁRIOS POLÍTICOS QUE RESISTEM AOS MEUS GOLPES POLÍTICOS!!!


"1984":GRAMPOS ILEGAIS.
OU:MURDOCH, O CIDADÃO
KANE, O DONO DO PODER


Um tabloide britânico pertencente ao grupo do magnata das comunicações Rupert Murdoch grampeou ilegalmente centenas de celebridades e de políticos para obter acesso a informações pessoais, segundo o jornal "The Guardian".
A polícia britânica chegou a anunciar um inquérito para investigar a denúncia contra o "News of the World", mas depois recuou, alegando não haver necessidade de reabrir investigação já realizada há dois anos com acusações similares.
De acordo com a reportagem, jornalistas do tabloide contrataram investigadores privados para obter históricos fiscais e de seguro social, extratos bancários e contas telefônicas detalhadas de até 3.000 pessoas.
O "News of the World" já pagou a alvos do esquema US$ 1,6 milhão em três acordos extrajudiciais, afirma o "Guardian".
Entre os alvos estão o prefeito de Londres, Boris Johnson, o ex-vice-premiê de Tony Blair John Prescott e os atores Jude Law e Gwyneth Paltrow.
O tabloide da News Corp., de Murdoch, é o jornal dominical de maior tiragem no país, com 3 milhões de exemplares. Em evento nos EUA, Murdoch se recusou a falar sobre o caso.
Em 2007, um processo contra o "News of the World" por grampos envolvendo a família real, inclusive os príncipes William e Harry, resultou na demissão e na prisão do editor da seção responsável e do investigador particular contratado.
Apesar da negativa da polícia em reabrir inquérito, a Procuradoria anunciou a revisão das provas do caso de 2007, segundo a FSP.

RESQUÍCIOS DA ERA BUSCH

O então presidente George W. Bush autorizou outras atividades secretas de inteligência - que ainda não se tornaram públicas - quando lançou um programa intensivo de escutas telefônicas sem autorização, diz o resumo de um relatório, que descreve o programa completo como "Programa de Vigilância do Presidente".

O relatório descreve o programa como "sem precedentes" e aumenta as questões sobre a base legal usada para a sua criação. Ele também diz que a retenção e o uso das informações coletadas pelas agências de inteligência deveriam ser cuidadosamente monitorados.


Está todo mundo cansado de saber que
a corrupção, o trambique, a cara-de-pau,
não são uma exclusividade dos políticos.


CLÓVIS ROSSI

Valores
SÃO PAULO - A seção brasileira do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) informa que o próximo relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil terá como tema "valores". O tema surgiu de uma pesquisa que envolveu 500 mil brasileiros, a partir da pergunta "O que deve mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade?".
As respostas majoritárias foram: respeito, justiça, paz, ausência de preconceito, humanidade, amor, honestidade, valor espiritual, responsabilidade e consciência -conjunto de conceitos afinal reunido no tema "valores".
Surpreso com esse tipo de preocupação em um país tão escandalosamente macunaímico? Até o coordenador do relatório, Flávio Comim, se diz surpreso, mas atribui o resultado ao fato de que, pela primeira vez, esse tipo de pesquisa continha uma pergunta aberta, com o que "as pessoas falaram o que quiseram".
Para mim, o resultado é absolutamente surpreendente. Juraria que, fora um punhado de indignados, uma parcela importante, talvez majoritária, dos brasileiros tivesse incorporado exatamente o oposto, ou seja, a ausência de qualquer tipo de respeito a valores do tipo honestidade, responsabilidade e consciência.
Está todo mundo cansado de saber que a corrupção, o trambique, a cara-de-pau, não são uma exclusividade dos políticos. Com perdão por recorrer a um desgastado lugar-comum, cristalizou-se a ideia de que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, como dizia antiga propaganda de cigarro.
Vai ver que o brasileiro cansou da esculhambação. Talvez tenha percebido que a esperteza, no fim do dia, come o esperto. Vai ver descobriu que quem suborna o guarda da esquina ganha bem menos do que quem suborna gente mais graúda.
Tomara. Aguardemos o relatório do IDH em 2010.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A IMPRENSA É FOLHETINESCA, DETETIVESCA, GUILHOTINESCA!?

Os jornalistas "estenderam sobre a sociedade uma teia assombrosa que absorve denúncias vindas de fontes anônimas, lembrando os comitês de salvação pública da Revolução Francesa que alimentaram de sangue a guilhotina nos anos do terror."

O artigo de hoje na Folha de São Paulo do escritor Carlos Heitor Cony corajosamente expõe a força descomunal da imprensa no Brasil. Confessa que vários segmentos sociais sentem desconforto (certamente um eufemismo) em relação à atuação detetivesca da grande mídia que lembra "1984", de Orwel.

FOLHETINESCA, DETETIVESCA, GUILHOTINESCA


CARLOS HEITOR CONY
Eu, pecador, me confesso
RIO DE JANEIRO - Antes, no melhor das festas, se alguém duvidasse, a imprensa já era tida como quarto poder, uma instituição que exercia um poder paralelo. Na verdade, não é um poder, mas uma força. Com as novas técnicas de comunicação e com a sacralidade das fontes, ela se transformou no escoadouro dos descontentamentos (lícitos ou não), dos ressentimentos (pessoais ou grupais), das pressões e compressões de uma sociedade heterogênea que inclui desde índios e menores inimputáveis até políticos e empresários que podem roubar.
Esse caldo em ebulição seria a matéria que justificaria a existência e a expressão do Estado que, no caso brasileiro, antecedeu a Nação.
Abriu-se um vácuo e, nele, a força da comunicação encontrou o seu espaço. E o fez com exuberante boa vontade. Não é a vida nacional que pauta a imprensa. É a imprensa que pauta a vida nacional, através de seus órgãos mais excitáveis.
Dá a régua e o compasso. A classe política empacou, ataca e se defende a esmo, desarticuladamente, de acordo com a direção e a intensidade dos petardos que recebe.
Mas quem acusa a imprensa? Quem se atreve a mostrar e demonstrar que o gigante também tem, como todos os gigantes, os seus pés de barro? Há desconforto em todas as classes, juízes, militares, empresários e policiais em relação aos jornalistas. Eles se transformaram em detetives, em esmiuçadores de contas de luz e telefone, de depósitos bancários, declarações de Imposto de Renda, despesas nos postos de gasolina e nas agências dos Correios.
Estenderam sobre a sociedade uma teia assombrosa que absorve denúncias vindas de fontes anônimas, lembrando os comitês de salvação pública da Revolução Francesa que alimentaram de sangue a guilhotina nos anos do terror.


(ACHO QUE O CONY SÓ ESQUECEU DE CITAR OS MAIS PREJUDICADOS PELA GRANDE MÍDIA, OS MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES COMO O MST, POR EXEMPLO, SINDICATOS,PARTIDOS POLÍTICOS QUE NÃO ACEITAM A PAUTA SELETIVA DESSA MÍDIA DITA GOLPISTA).

terça-feira, 7 de julho de 2009

"NÃO ADIANTA NEGAR, EU SEI QUE O SENHOR É CORNO"

Conheci um repórter que entrevistava um cara perguntando se ele era corno, o cara dizia "eu não", mas ele insistia: "Não adianta negar, eu sei que o senhor é corno!".

Carlos Heitor Cony, em seu artigo de hoje na Folha de São Paulo, de uma entrevista que ouviu sobre Michael Jackson.

Essa frase poderia retratar bem o tipo de jornalismo neocon(servador) exercido por parte da Grande Mídia, aquela já denominada Partido da Imprensa Golpista, que enfoca um personagem e cai de pau até desmoralizá-lo, mesmo que para isso tenha de repetir exaustivamente as mesmas denúncias, nem sempre verdadeiras.

Cansa o público e a lógica.
Depois reclama que tudo resultou em pizza.
É que geralmente não havia nem a masssa - os fatos -, só um molho venenoso, um monte de ingredientes e versões que viram aversões.

Em suma, parafraseando o repórter:

- O senhor diz que não é corrupto nem corno mas corno e corrupto o será para todo o sempre...

Sua reputação será assassinada, não adianta tentar negar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

HONDURAS: DITADURA MIDIÁTICA

O golpe de Estado em Honduras sobrevive através da ditadura da mídia - a maioria a favor dos golpistas e, as que são contrárias, são tiradas do ar.


A semelhança com o golpe de Estado contra Chavez em 2002 é impressionante: só que o povo estava mobilizado neste caso.
Mas em Honduras até o bispo discursou em defesa do golpe, tipo de apoio também ocorrido na Venezuela.

(a presidenta argentina Cristina Kirchner sabe disso tudo:
enviará sua polêmica proposta de nova lei de radiodifusão ao Congresso atual. O projeto, em fase final de consulta pública, atinge os interesses do "Clarín", o maior grupo de mídia do país, por abrir o mercado de TV a cabo para empresas de serviços públicos e limitar a participação dos atuais operadores, entre outros pontos).


Veja a matéria da Folha sobre Honduras

TVs locais e estrangeiras foram tiradas do ar


O governo interino de Honduras bloqueou ontem os sinais de TV e rádio no país para impedir que a população acompanhasse a tentativa frustrada do pouso no aeroporto de Tegucigalpa do avião que levava o presidente deposto, Manuel Zelaya. A medida atingiu tanto emissoras estrangeiras quanto nacionais.
Às 16h30 locais (19h30 pelo horário de Brasília), quando o sinal foi interrompido em meio aos confrontos nos arredores do aeroporto, o canal 11 era a única emissora hondurenha que transmitia as cenas de violência -os demais, que apoiam o governo interino de Roberto Micheletti, continuaram a sua programação normal.
Emissoras de TV a cabo como a americana CNN em espanhol, bastante vista nos últimos dias em Honduras, deixaram de ser transmitidas por cerca de 45 minutos.
No mesmo período, foi imposta às emissoras nacionais uma programação oficial que reprisou imagens da entrevista coletiva dada horas antes por Micheletti, na qual o presidente interino acusou a vizinha Nicarágua de enviar tropas à região da fronteira.
As TVs hondurenhas também voltaram a exibir o discurso pronunciado no sábado pelo influente arcebispo Oscar Andrés Rodríguez, exortando a Zelaya a não voltar para evitar um "banho de sangue".
Desde a deposição de Zelaya, a Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), sob intervenção de autoridades militares, vem retirando do ar, por alguns períodos, meios de comunicação favoráveis ao presidente deposto.

MOVIMENTOS POPULARES

Execrado pelas elites econômicas e políticas de Honduras, o presidente deposto Manuel Zelaya tenta viabilizar sua volta ao país por meio da mobilização de pequenas organizações de esquerda, como sindicatos, partidos e movimentos étnicos.
"Temíamos que Zelaya ficasse no poder, mas convocar Assembleia Constituinte é uma boa medida", diz Maria Reyes, 48, do grupo Rede de Mulheres.
Reyes participava da marcha ao lado de cerca de 50 membros da Rede de Mulheres, que dá assistência a vítimas de violência familiar nos bairros pobres de Tegucigalpa.
A ativista, que não votou em Zelaya, é filiada à Unificação Democrática (UD), principal partido de esquerda que tenta crescer na política bipartidária hondurenha, dominada pelos partidos Liberal (centro-direita), ao qual Zelaya é filiado, e Nacional (direita).
Mesmo sendo a terceira força parlamentar, a UD, que apoia a convocação da Assembleia Constituinte, possui apenas 5 dos 128 deputados (o Congresso é unicameral).
Presente no protesto com 400 manifestantes, o Copin (Conselho das Organizações Indígenas e Populares) trouxe filiados do oeste do país, onde há grande população indígena.
"Zelaya veio da oligarquia, masfez propostas interessantes", explica Berta Caceres, 40, dirigente do Copin, durante a marcha rumo ao aeroporto.
Entre as iniciativas de Zelaya elogiadas por Caceres estão a aproximação com Cuba e Venezuela e a não concessão de jazidas mineiras no país.
O presidente deposto também tem o apoio de lideranças locais ligadas ao Partido Liberal, cuja cúpula rompeu politicamente com Zelaya.

CALAR É CRIME

"Há tempos em que manter-se calado é um crime, e ficar calado nesse tempo de repressão em Honduras seria um crime, dado esse golpe contra a democracia", disse Zelaya, citando um autor hondurenho.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse temer que a violência se propague na região. "Nós devemos saber ler a história e a importância de um evento em particular".


TEOREMA BRASILEIRO, CUBA E OBAMA

O jornalista Clóvis Rossi diz que "a grande inquietação do governo brasileiro com a crise em Honduras, além do golpe em si e da instabilidade decorrente, é com os presumíveis prejuízos para a política norte-americana na América Latina:


1 - Quando a Assembleia Geral da OEA discutia, no início de junho, a revogação da punição a Cuba (que acabou aprovada), o presidente Barack Obama ligou para seu colega Luiz Inácio Lula da Silva para informar-se melhor da posição brasileira.
No meio da conversa, disse que pretendia deixar as relações EUA-Cuba plenamente normalizadas até o final de seu mandato dentro de três anos e meio. Já então soou como uma ideia excessivamente otimista.
2 - Agora, o governo brasileiro sente que Obama ficará sob pressão para não normalizar as relações com Cuba, a partir do paradigma hondurenho: se o americano for duro com Honduras, como o Itamaraty acha que vem sendo, a direita nos EUA exigirá a mesma dureza em relação a Cuba.
Ou, em termos formais, fica difícil para Obama apoiar a suspensão de Honduras, com base na Carta Democrática da OEA, e não exigir de Cuba respeito idêntico a esse mecanismo.
3 - A reintegração de Cuba, como ficou evidente nas recentes cúpulas latino-americanas, é considerada a pedra de toque para a mudança nas relações América Latina-Washington, prometida por Obama."

SAÍDA?
ELEIÇÕES

O único caminho que pode conduzir a uma saída seria a realização das eleições presidenciais, marcadas para novembro antes do golpe e mantidas pelo menos verbalmente depois dele.
Dependendo das condições em que se realizar o pleito, seria em tese uma maneira de zerar o quadro institucional, se os organismos internacionais que monitoram eleições na região lhe aplicarem o rótulo de "livre e justa", que é o selo de qualidade exigido internacionalmente.

O REI DA MÍDIA SÓ PENSA NA GRANA

Do magnata Rupert Murdoch ao TheStreet.com, sobre Twitter: "É um fenômeno assombroso, mas eu não tenho ideia de que como vão monetizá-lo. Ninguém faz dinheiro na web hoje, fora os sites de busca".

O PERIGO DA CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA

"Tivemos que enfrentar um grupo de quatro pessoas que controla 90% dos jornais e 80% das transmissões de rádio e TV neste país, e essas pessoas puderam apresentar à população a sua versão do nexo entre presidente Zelaya e presidente Chávez."

Pensou Brasil?

Não, essa frase é do ministro da Cultura do governo afastado de Honduras, Rodolfo Pastor, que afirmou, em entrevista exclusiva à BBC, que o modelo predileto do presidente deposto do país Manuel Zelaya é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
"um afeto muito profundo pelo povo pobre e um compromisso de trabalhar com esse povo. É algo que nenhum outro líder hondurenho havia explicitado, a intenção de lutar pela gente pobre deste país".

Acrescenta, "que vários conselheiros e ideólogos do presidente Lula foram enviados a Honduras para dar consultoria em programas do governo, como (o assessor especial da Presidência da República) Marco Aurélio Garcia".


POLARIZAÇÃO

o nível de confrontação no país está muito elevado. A única coisa que posso antever é mais violência. Nunca se sentiu em Honduras um risco de guerra civil. Hoje, sim, existe esse perigo. Porque há uma ampla base social para as duas posições, que estão completamente polarizadas."

POR ESSAS E OUTRAS É QUE CONSIDERO LULA O MAIOR ESTADISTA DA NOSSA HISTÓRIA, PORQUE CONSEGUIU UM PACTO QUE, PELO MENOS POR ENQUANTO, IMPEDE A CONSECUÇÃO DE UM GOLPE SEMPRE TENTADO PELOS INTERESSES AMALGAMADOS NO CHAMADO PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA.

sábado, 4 de julho de 2009

MÍDIA: QUANTO CUSTA ESSA PERGUNTA? OU: A VERDADE, DOA A QUEM MAIS DOAR!?

Ou ainda: a mídia não tem inimigos nem ideologia, tem caixa registradora,
segundo um velho coronel da imprensa provinciana.



Leia a notícia que saiu - nos EUA!


O conselho jurídico me sugeriu que eu perguntasse exatamente quanto cada uma dessas
perguntas está custando. Parece que eu esqueci meu cartão [de crédito]".

Essa frase é um sarro que o o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs tirou do repórter
do "Post" Michael Shear numa entrevista em que ele perguntou sobre o sistema de saúde.

Isso ocorreu um dia depois da revelação do site Politico de que o jornal "Washington Post"
estava organizando jantares com a presença de membros da equipe de governo Obama
e do Congresso pelo preço de US$ 25 mil.

Isso virou piada nos EUA.

O jornal voltou atrás e desistiu de promover o primeiro evento, que aconteceria no
dia 21 de julho, na casa da publisher do jornal, Katharine Weymouth.

O jantar extraoficial para lobistas e executivos poderia custar até US$ 250 mil para
um "patrocínio anual".

O panfleto que anunciava o evento dizia tratar-se de "uma oportunidade exclusiva para
participar do debate sobre reforma da saúde com os poucos selecionados que de fato
vão fazê-la". Entre os "selecionados", membros do governo, congressistas e editores
do "Post".

MISTURA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO,
ENTRE A ÁREA COMERCIAL E A REDAÇÃO?

A revelação do escândalo fez Gregory Craig, conselheiro jurídico de Obama, dar um alerta às autoridades, dizendo que elas precisam de aprovação prévia para ir a tais eventos.
Já "Post" confirmou a notícia, mas disse que os editores do jornal não sabiam dos jantares. "O panfleto veio de uma divisão comercial para conferências e eventos, e a Redação não estava a par", disse a porta-voz do jornal, Kris Coratti, à Fox News. Ela disse que os jornalistas jamais participariam de um evento como esse.
Apesar de a publisher do jornal ter afirmado que o Post "nunca irá comprometer sua integridade
jornalística", ela disse não ver problemas com o fato. De acordo com um texto publicado pelo
próprio "Post", Weymouth argumentou que "outras organizações de notícia patrocinam conferências
do tipo, e ela continua confortável com a ideia de jantares pagos de lobistas ou executivos de
corporações com autoridades e jornalistas, desde que os que pagam pelo evento não tenham controle
sobre o conteúdo".

A VERDADE - DOA A QUEM MAIS DOAR

Na parede de alguns jornais brasileiros há a frase famosa -
A VERDADE, DOA A QUEM DOER.

Os próprios jornalistas mais irônicos (não cínicos, cínicos são sempre os outros, principalmente os vendedores de verdades e notícias!)transformaram a frase em piada -

A VERDADE - DOA A QUEM MAIS DOAR!

Essa frase cada vez mais ficou patente e ridícula com o chamado jornalismo neocon(servador), iniciado nos EUA e copiado no Brasil pelos princiapis veículos de comunicação de massa, especialmente a revista Veja, cuja característica ficou famosa: "mais vale um dossiê - mesmo falso - do que a verdade" - brincam os jornalistas.

O que vale é o escândalo, mesmo com o já famigerado "assassinato de reputações", como já denunciou o jornalista Luis Nassif. em seu blog.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

LULA, O ESTADISTA, DESMASCAROU O GOLPE

Nada como a vitória do Corinthians e a visita dos jogadores ao Planalto para que ficasse clara a metáfora da necessidade de botar a bola no chão e voltar a ser jogado o jogo limpo da democracia e do diálogo para resolver a questão política chamada pela grande mídia de crise, mas que não passava de um golpe patético para que os demotucanos voltassem a dirigir o Senado e o país em 2010, escolhendo um mártir ou uma vítima da vez - a bola da vez - na figura de Sarney.


Desta vez não há como distorcer os fatos, jogar o velho jogo da versão seletiva que vira aversão a um único personagem-vítima, tipo Collor, por exemplo.

É a velha seletividade que na verdade impede as transformações, individualizando culpas, quando se sabe que a questão é histórica, estrutural.

Veja o próprio recuo da grande mídia. Baixou a bola também.
O jogo se joga no chão, não na insanidade do infinito.



"Lula diz a Sarney que crise é guerra contra seu governo

Para presidente, situação no Senado se deve à tentativa da oposição de desestabilizar aliança entre PMDB e PT em 2010

Após conversa com o petista, senador disse que, diante da mudança no discurso do PT, ficaria "fora de cogitação" deixar a presidência da Casa


CONSENSO PELA GOVERNABILIDADE

Depois de ameaçar renunciar ao cargo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ao presidente Lula que o PT precisa assumir sua responsabilidade política e dar apoio ao PMDB -dando sequência à sua estratégia para se manter no comando da Casa. Disposto a enquadrar seu partido, Lula concordou com Sarney e prometeu cobrar dos senadores petistas respaldo ao peemedebista contra o que classifica de "guerra política" visando enfraquecer seu governo e desestabilizar uma aliança entre PMDB e PT para 2010. Os dois se falaram no final da manhã por telefone, quando Lula avisou a Sarney que o receberia hoje. O encontro, a princípio agendado para ontem, foi adiado para que o presidente tivesse tempo de costurar o enquadramento de seu partido -estava programado um jantar, ainda ontem, entre Lula e a bancada dos senadores do PT no Palácio da Alvorada. Segundo a Folha apurou, o presidente fez questão de lembrar a Sarney que defendeu sua permanência no cargo em duas entrevistas durante sua viagem à África. O peemedebista agradeceu e ouviu de Lula um apelo para se manter na presidência. Após conversar com o presidente, Sarney confidenciou a aliados que, diante da mudança de tom no discurso petista e caso o partido passe a apoiá-lo, ficaria "fora de cogitação" renunciar. Nos últimos dias, diante da pressão familiar, ele chegou a cogitar deixar o cargo. Na conversa, Lula e Sarney fizeram a mesma avaliação dos últimos lances da crise: a oposição (DEM e PSDB) aproveitou a revelação de desvios administrativos da Casa para fragilizar governo e peemedebistas que apoiam o presidente. O cenário começou a mudar quando Sarney ameaçou renunciar, fazendo questão de destacar sobretudo a petistas que sua saída criaria sérias dificuldades para o governo Lula no Senado, além de pôr em risco o apoio do PMDB à candidatura da ministra Dilma Rousseff a presidente em 2010. O PT fez um recuo tático e passou a dar declarações em defesa de sua permanência. Além disso, senadores de PSDB e DEM começaram a ligar dizendo que estavam do seu lado. Nas contas do PMDB, ao menos 7 dos 14 senadores democratas e 5 dos 13 tucanos não concordam com a posição de seus partidos. Ao todo, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), contabiliza 53 ou 54 votos a favor de Sarney. Ontem, Renan disse que "Sarney botou a bola no chão e o jogo voltou ao campo da política", tendo a seu lado o apoio mais importante, de Lula. Ontem, o peemedebista procurou dar um ar de normalidade em sua agenda. Esteve na Casa pela manhã. Na chegada e na saída, seguranças impediram que a imprensa se aproximasse ao instalarem na passagem cordões de isolamento.

Colaborou KENNEDY ALENCAR, da Sucursal de Brasília"


Note esta última colaboração, importante para que a sanidade volte a pairar na grande mídia.


DILMA CRITICA DEM POR NÃO ASSUMIR ERROS E APÓIA SARNEY


O governo Lula deu ontem novas manifestações de apoio ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em sua estratégia de mantê-lo no cargo. Enquanto a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) saiu publicamente em defesa do peemedebista, Lula o recebeu em seu gabinete e prometeu fazer o PT apoiá-lo. Sarney respondeu que, nesse caso, ficará no cargo.
Principal interessada na aliança com o PMDB em 2010, Dilma não só apoiou Sarney como atacou os democratas, partido que pediu a licença do presidente do Senado. A ministra disse que o DEM comandou nos últimos anos a Primeira Secretaria da Casa e também precisa assumir sua responsabilidade pela crise.
O encontro de Lula e Sarney aconteceu ontem pela manhã e durou mais de uma hora. O peemedebista exigiu que o PT fique do seu lado no que classificou de uma "guerra política".
Sobre Sarney, Dilma disse ser a favor de uma apuração de todas as acusações, mas afirmou que, ao tentar rifar o peemedebista, os oposicionistas querem sair do foco da crise. O senador é um dos principais defensores do apoio do PMDB à sua candidatura a presidente.
"A primeira coisa que eu, como gestora pública, olharia é quem é que é responsável pelos contratos, pelas passagens, por tudo? A Primeira Secretaria. Soube que os integrantes da Primeira Secretaria foram do DEM. Estranhamente, os integrantes do DEM pedem o afastamento do presidente Sarney", disse a ministra.
"Ela está querendo tirar o foco. Imagina que as pessoas estão desinformadas. Onde é que tem acusação contra o DEM? Já contra o Sarney tem", disse o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).
Para a ministra, trata-se de um modelo que consiste em "esconder a questão debaixo do tapete", o que dá em "pizza".
"Tem uma prática no Brasil que não está correta. É achar que sempre que você pega uma pessoa e joga aos leões você está no caminho de solucionar as questões éticas", afirmou.
Ela também criticou a "demonização" de Sarney e disse que ele não pode ser o único responsabilizado pelos escândalos que assolam a Casa desde a eleição do peemedebista.

Estratégia

Durante o encontro de ontem, Lula e Sarney definiram uma estratégia comum para manter o peemedebista no cargo: reaproximar petistas e peemedebistas do Senado, discutindo desde já palanques para as eleições de 2010 e uma aliança para apoiar a eventual candidatura de Dilma. Lula acha que a crise dá uma oportunidade para reaglutinar PT e PMDB contra PSDB e DEM.
Lula disse a Sarney que procurou mostrar a seu partido a importância de mantê-lo no cargo em nome da governabilidade. E prometeu monitorar o PT. Ou seja, senadores como Tião Viana (PT-AC), que em público são cautelosos, mas batem em Sarney nos bastidores.
Lula reforçou o conselho para Sarney tentar se reaproximar de Tião e Marina Silva (PT-AC), a fim de tentar deixar Flavio Arns (PT-PR) isolado nas críticas a ele.
Sarney começou o encontro listando medidas que tomou no Senado, destacando que quer reduzir em 40% o quadro de funcionalismo da Casa e cortar para sete o número de diretorias. Lembrou ainda que pediu à Polícia Federal que investigue as operações de crédito consignado, que incluem a empresa de um neto seu


REAJUSTES SOCIAIS

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que é "estigmatizada" por questões políticas. "Hoje no Brasil tudo é [chamado de] eleitoreiro", disse após defender reajustes para o funcionalismo público federal previstos para este ano.
No mesmo dia, Dilma confirmou que o governo pretende aumentar o valor pago pelo Bolsa Família e sinalizou que poderá ser criado um critério permanente de reajuste.
O programa é a principal vitrine da política social do governo Lula e deverá ser o carro-chefe da campanha de Dilma à Presidência da República no ano que vem.
"Não estamos pretendendo fazer uma medida pontual. Pretendemos fazer um critério, explicitar um critério pelo qual o Bolsa Família deve ser reajustado", afirmou.
Ela disse, no entanto, que o desenho do reajuste ainda está sendo feito e que precisaria ainda conversar com o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).