Qual é a diferença entre um oligarca latifundiário e outro agora eletrônico?
Oswald de Andrade, herdeiro da oligarquia cafeeira, criou a metáfora da antropofagia para designar a sua plataforma estética. Cabia devorar a tradição, como os caetés devoraram o bispo Sardinha, para dar à luz algo novo e vigoroso -no caso, uma cultura nacional. Na relação entre Lula e os velhos oligarcas, não se sabe ao certo quem é devorado e quem devora.
OU: A DIALÉTICA VOS DEVORARÁ?
Eliane Cantanhêde pergunta:
"Desvios? Corrupção? Bobagens, meros instrumentos contra adversários, peças a serem sacadas quando convém e logo esquecidos?
A pergunta da articulista da FSP Eliane Cantanhede é para questionar o suposto apoio da situação aos "farsantes e corruptos".
Esqueceu de perguntar-se a mesma coisa: por que a grande mídia seleciona seus adversários e esquece de seus "amigos" também denunciados - os demotucanos - e da privataria crimimosa de FHC?
Quem são os coronéis, afinal, senão esses que reduzem o
debate político a mero moralismo?
A mero purismo interesseiro no golpe contra o governo Lula?
E, acima de tudo, não têm nenhuma alternativa político-econômica para o país a não ser espinafrar o governo?
Onde estão os pensadores demotucanos?
Entredevoram-se na mídia
e autopautam-se na insensatez
envernizada por expressões
como pureza, moralidade,
mais uma farsa lacerdista-udenista historicamente comprovada
como um dos maiores males do país,
tanto quanto o coronelismo latifundiário e agora eletrônico
e seu patrimonialismo que se assemelha ao das capitanias hereditárias
- se(i)smarias, as seis famílias que dominam,
manda(va)m e desmanda(va)m,
pressionam e chantageiam
as instituições,
escraviza(va)m corpos,
mentes e corações.
O coronel eletrônico José Sarney concedeu mais de uma centena de veículos de comunicação para esses mesmos que agora o detratam - por que antes ( alguns poucos meses) o mimoseavam com elogios?
Ah, sim, os interesses coronelísticos de então - como sempre - eram favoráveis a ambos, é isso?
Sem perguntar-se, Cantanhêde termina o seu comentário assim:
"Para que todo o purismo dos tempos de oposição (agora demotucana) não esfarele como a mais reles farsa."
Outro articulista, Clóvis Rossi, disse que
ainda não percorreu o longo percurso do ceticismo ao cinismo
e foi logo ao ponto, pediu a dissolução da Casa e a convocação
imediata de novos eleições.
"Não há dispositivos legais que permitam essa saída? Ok, então, tudo vai ficar no clássico engana-trouxa em que os políticos brasileiros se especializaram."
Rossi também disse na época do eufemístico termo mensalão criado pelo farsante e denunciante Roberto Jerferson, cassado:
O jornalista não é um canalha total - ou algo semelhante.
Parafraseando-o, alguns deles percorrem ainda o caminho ao encontro do cinismo, em busca de uma auto-análise.
AO ABRAÇAR COLLOR, LULA
ABRAÇA A HISTÓRIA E TENTA MUDÁ-LA
DESNUDANDO OS VERDADEIROS INTERESSES.
E TENTA FAZER AS PAZES COM ELA.
Cantanhêde diz: - Cada um tem "o cara" que merece. O de Barack Obama é Lula. O de Lula agora é Collor, disputado a tapa entre governo e oposição, entre Lula e os senadores José Agripino e Arthur Virgílio, nesses tempos de CPI da Petrobras. Mais uma vez, Lula não está sendo educativo, não leva em conta o efeito de suas palavras e seus atos sobre milhões, consolidando a percepção cada vez mais generalizada de que a política é uma farsa e os políticos são todos farsantes.
Os ataques contra Lula na eleição de 1989, em que até filha entrou no meio, foram uma farsa? Os ataques contra Collor nas CPIs de 1992, em que um Fiat Elba virou símbolo de escândalo, também? Tudo não passa de jogo político, de um vale-tudo sem ética, sem moral, para vencer e aniquilar o adversário?"
Do monte de denúncias contra Collor levantadas principalmente pela imprensa e os interesses que representava à
época só restou a lembrança do Fiat?
Memória seletiva?
Collor foi absolvido pela justiça pelos seus supostos crimes. Caiu por pressão política - e os corruptores de sempre foram absolvidos à priori, ninguém falou deles (observe-se que os corruptores de hoje são denunciados à justiça, a PF já prendeu muitos deles, essa é a diferença).
Ao radicalizar a democracia,
ao desnudar esses interesses,
Lula usa a simples dialética
que, ao fim e ao cabo,
desvenda-os com maior clareza.
Os intreresses da grande mídia que pressionou Collor são os mesmos de hoje que pretendem desestabilizar Lula?
São os mesmos contrários à Petrobrás que "suicidaram" Vargas?
O artigo do escritor Carlos Heitor Cony (que experientou vários tempos históricos) aproxima-se dessa dialética:
"Acredito que muitos se escandalizaram com a foto publicada ontem, na qual dois políticos, um presidente da República e um ex, Lula e Collor exatamente, estão abraçados, sorrindo, dividindo o mesmo palanque. Não se precisa ir tão longe no passado para lembrar a campanha em que os dois se engalfinharam, inclusive com o baixo recurso usado por um deles, que desencavou uma filha bastarda do outro. Coisas.
Política é assim mesmo -dizem os políticos. Citam a famosa foto de Luiz Carlos Prestes, recém-saído da prisão do Estado Novo, ao lado de Getúlio Vargas, que para todos os efeitos históricos ficou sendo o seu carcereiro. Queiramos ou não, os dois estavam certos, como Lula e Collor politicamente estavam certos quando brigavam e estão certos quando voltam à cordialidade que se espera dos homens públicos.
Mas nem todo mundo é político -graças a Deus. Em outros setores da faina humana, as coisas são diferentes. Dou um exemplo: Monteiro Lobato queria entrar na Academia Brasileira de Letras, tentou três vezes, retirando a candidatura que já lançara.
Numa das vezes, tinha tudo para ser eleito, inclusive com o voto de Getúlio Vargas, que tomara posse após uma reforma no regimento da ABL. Com o prestígio, a popularidade e o valor literário consagrados, Lobato já podia encomendar o fardão. Mas o jornalista Júlio Mesquita, seu amigo e admirador, ponderou: "Você vai sentar ao lado do homem que o prendeu e o manteve preso tantos anos!" No mesmo dia, Lobato retirou sua candidatura. Coisas.
No enterro de Magalhães Jr., no complicadíssimo cemitério São João Batista, cheio de degraus e buracos, vi o comunista Dias Gomes levando praticamente no colo o general da Junta Militar, Lyra Tavares. Mais uma vez: coisas."
MÍDIA INGLESA: QUALQUER SEMELHANÇA COMO O JORNALISMO
BRASILEIRO NEOCONSERVADOR NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!!
No Brasil a verdade jornalística é indiscutível.
É como se fosse questão de gosto, de religião, de futebol: não se discute.
Quem contrariar essa norma, entra na lista negra dos jornais e da mídia em geral, que só ouve, aliás, sempre os
mesmos, os que como verdadeiros papagaios de pirata papagueiam só o que interessa aos grandes grupos econômicvos que financiam através da ilusão publicitária as fábricas de ilusões e meias-verdades midiáticas.
Na Itália, aliás praticamente no Ocidente inteiro (por tabela, portanto, em todo o mundo, a mídia é dominada por Berlusconis da vida - ele é dono de toda a mídia privada da Itália,logo, o dono do poder absoluto.
Murdoch, nos EUA e na Inglaterra. Conservador, claro. Pra que mudar se dá lucro?
Leia o artigo do economista de Kenneth Maxwell sobre as
Imprudências da imprensa
"A imprensa se tornou assunto importante. No Reino Unido, o "Guardian" saiu ao ataque, alegando que o "News of the World" estava investigando de maneira inescrupulosa astros do esporte e outras celebridades.
As manchetes que o "News of the World" trazia em uma edição desta semana bastam para mostrar o problema: "Os Beckham: veja fotos das férias de Posh e Becks". Abaixo, a revelação de que a irmã de Michael Jackson acredita que ele foi assassinado. Depois, "Topless: foto do terceiro mamilo de Lily Allen".
Mas a acusação mais séria do "Guardian" era que o "News of the World" não havia deixado de lado suas operações de pirataria telefônica e de obtenção de informações sob falsos pretextos. E tampouco havia deixado de utilizar investigadores particulares para obter acesso ilegal a dados pessoais como registros tributários, extratos bancários e contas telefônicas detalhadas de ministros, parlamentares, atores e figuras do esporte.
A história se estende a Nova York. O "News of the World" é controlado pela News International., de Rupert Murdoch, que controla o "Wall Street Journal" e o "New York Post". Executivos do império mundial de mídia vêm sendo intercambiáveis. Les Hinton, por exemplo, ex-presidente do conselho da News International, agora trabalha em Nova York como presidente-executivo da Dow Jones, a controladora do "Wall Street Journal".
As acusações do "Guardian" tem implicações políticas. O líder do Partido Conservador, David Cameron, alardeado como futuro primeiro-ministro britânico pela revista do "New York Times", contratou o executivo Alan Coulson, antigo editor do "News of the World". Coulson deixou o jornal em 2007 depois de revelações sobre as técnicas de reportagem escusas utilizadas entre 2003 e 2007. O "editor de assuntos da realeza", Clive Goodman, e o investigador particular Glenn Mulcaire foram detidos e condenados à prisão por escutas ilegais em telefones de membros da família real. O "Guardian" acusa o News Group Newspapers, subsidiária da News International que publica o "News of the World", de ter pago US$ 1,6 milhão em um recente acordo extrajudicial para encerrar processos movidos por pessoas contra as quais praticou espionagem.
O jornal "Washington Post" também sofreu embaraços. Planejava realizar "saraus" na casa da diretora editorial Katherine Weymouth. Por US$ 25 mil, profissionais de lobby e executivos receberam a promessa de acesso privilegiado a membros do governo Obama, do Congresso e a repórteres da publicação. Quando a oferta chegou ao conhecimento do público, o jornal rapidamente recuou."
quinta-feira, 16 de julho de 2009
CORONÉIS AGORA ELETRÔNICOS MAS PATRIMONIALISTAS CONTRA UMA OLIGARQUIA
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