Nova tecnologia pretende extinguir dados digitais, de propósito
Autodestruição de mensagens eletrônicas aumentaria segurança.
Ainda é preciso resolver questões legais associadas à técnica.
John Markoff
Do 'New York Times'
Um grupo de cientistas da computação da Universidade de Washington desenvolveu uma forma de fazer com que mensagens eletrônicas se "autodestruam" depois de certo tempo, como mensagens escritas na areia, varridas pela onda do mar.
Os pesquisadores acham que o novo software, chamado Vanish, que exige criptografia de mensagens, será cada vez mais requisitado, à medida que as informações pessoais e comerciais são armazenadas em máquinas centralizadas ou servidores, não em computadores pessoais. Atualmente, isso é chamado de "computação na nuvem", e as nuvens consistem nos dados – incluindo e-mail, documentos e calendários baseados na web – armazenados em vários servidores.
A ideia de desenvolver tecnologias para fazer desaparecer dados digitais, depois de um período específico, não é nova. Vários serviços que realizam essa função existem na web, e alguns dispositivos eletrônicos, como chips de memória Flash, acrescentaram essa capacidade de proteger dados armazenados ao apagá-los automaticamente após certo tempo. No entanto, os pesquisadores disseram ter se deparado com uma abordagem única que confia na "destruição" de uma chave de criptografia que não é mantida por nenhuma das partes em trocas de e-mail, mas amplamente espalhada por um sistema de compartilhamento de arquivo peer-to-peer.
A criptografia de chave pública torna possível que duas partes que nunca se encontraram fisicamente compartilhem um segredo digital e, como resultado, participem de uma conversa eletrônica segura, protegida de possíveis "bisbilhoteiros". A tecnologia está no centro dos sistemas de comércio eletrônicos mais modernos.
Vanish
- DESVANESCEDOR
O Vanish usa o sistema de criptografia baseado em chave de uma forma diferente. Ele faz com que uma mensagem decodificada seja automaticamente re-criptografada num momento específico no futuro, eliminando o medo de que terceiros possam acessar a chave necessária para ler a mensagem.
As peças da chave, pequenos números, tendem a "erodir" com o tempo, enquanto gradualmente caem em desuso. Para fazer com que as chaves sofram erosão, ou expirem, o Vanish tira vantagem da estrutura de um sistema de arquivos peer-to-peer. Essas redes são baseadas em milhões de computadores pessoas, cujo endereço na Internet muda enquanto eles entram e saem da rede. Isso torna extremamente difícil para que um bisbilhoteiro ou espião una as peças da chave, pois ela nunca é mantida num único local.
A tecnologia Vanish é aplicável em mais que apenas e-mails ou outras mensagens eletrônicas. Tadayoshi Kohno, professor assistente da Universidade de Washington e um dos criadores do Vanish, diz que o programa torna possível controlar o "tempo de vida" de qualquer tipo de dado armazenado na nuvem, incluindo informações do Facebook, documentos do Google ou blogs. O valor potencial dessa tecnologia foi recebido com grande alívio na semana passada, quando um hacker roubou dados pertencentes ao Twitter, empresa de mídia social, e os enviou por e-mail para empresas de publicações na web dos Estados Unidos e da França.
O significado desse avanço é que o "modelo de confiança" do Vanish não depende da integridade de terceiros, como ocorre com outros sistemas. Os pesquisadores citam um incidente no qual um fornecedor comercial de serviços de e-mail criptografados revelou o conteúdo de comunicações digitais quando intimado por uma agência de cumprimento da lei no Canadá. Os cientistas reconheceram a existência de questões legais inexploradas envolvendo o uso de sua tecnologia. Por exemplo, algumas leis exigem que as empresas arquivem seus e-mails e os tornem acessíveis.
Eles desenvolveram um protótipo do sistema Vanish baseado num módulo plug-in para o navegador Mozilla Firefox. Usar o sistema exige que ambas as partes da comunicação tenham uma cópia do módulo, que é um dos limites da tecnologia. Kohno disse não visualizar o Vanish sendo usado em todos os tipos de comunicação, mas somente nos casos mais delicados
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
O BIG BROTHER DAS EMPRESAS - OU A CONCILIAÇÃO DA MEMÓRIA ANTIGA COM AS MUDANÇAS DO MUNDO
Criado para informatizar, unificar as informações sobre a arrecadação de tributos e coibir a sonegação de empresas, o Sped Contábil(Sistema Público de Escrituração Digital) é o Big Brother das empresas - 87 por cento das 8.200 empresas já aderiram, obrigatoriamente (!).
O Sped foi criado para informatizar, unificar as informações sobre a arrecadação de tributos e coibir a sonegação de empresas.
Na prática, as companhias passam a ser muito mais vigiadas.
Conforme formulários e livros contábeis vêm sendo substituídos por arquivos digitais, uma nova dinâmica no relacionamento de contribuintes com órgãos fiscais se instala.
"É um mundo novo. Antes os dados eram gerados, e, quando requisitados, os contribuintes informavam à Receita.
Agora é on-line, no caso da Nota Fiscal Eletrônica, que começou para algumas empresas em abril de 2008.
A Receita tem o coração da empresa nas mãos. É uma mudança de cultura, um divisor de águas dos contribuintes com o fisco", dizem os empresários.
BENEFÍCIOS
Mas entre os benefícios do novo sistema para as empresas, está a simplificação. Não será mais preciso imprimir e armazenar livros contábeis e fiscais, que passam a ser eletrônicos. A autenticação, feita nas Juntas Comerciais onde a papelada era carimbada, passa a ser digital.
"Caminhões de livros são enviados às Juntas Comerciais. Um grande banco em Brasília, quinzenalmente, lota duas Kombis para essa entrega", dizem os fiscais.
Outra vantagem é a unificação, o que diminui o custo.
Mas o desafio para as empresas que já começaram a ingressar no mundo da burocracia digitalizada é conciliar informações atuais com as antigas.
"Nesta fase de transição, de um mundo antigo para o novo, o contribuinte deve ficar muito atento e fazer a conciliação dos dados fornecidos"
(Seria a conciliação da memória antiga com a mudança do mundo!).
O Sped foi criado para informatizar, unificar as informações sobre a arrecadação de tributos e coibir a sonegação de empresas.
Na prática, as companhias passam a ser muito mais vigiadas.
Conforme formulários e livros contábeis vêm sendo substituídos por arquivos digitais, uma nova dinâmica no relacionamento de contribuintes com órgãos fiscais se instala.
"É um mundo novo. Antes os dados eram gerados, e, quando requisitados, os contribuintes informavam à Receita.
Agora é on-line, no caso da Nota Fiscal Eletrônica, que começou para algumas empresas em abril de 2008.
A Receita tem o coração da empresa nas mãos. É uma mudança de cultura, um divisor de águas dos contribuintes com o fisco", dizem os empresários.
BENEFÍCIOS
Mas entre os benefícios do novo sistema para as empresas, está a simplificação. Não será mais preciso imprimir e armazenar livros contábeis e fiscais, que passam a ser eletrônicos. A autenticação, feita nas Juntas Comerciais onde a papelada era carimbada, passa a ser digital.
"Caminhões de livros são enviados às Juntas Comerciais. Um grande banco em Brasília, quinzenalmente, lota duas Kombis para essa entrega", dizem os fiscais.
Outra vantagem é a unificação, o que diminui o custo.
Mas o desafio para as empresas que já começaram a ingressar no mundo da burocracia digitalizada é conciliar informações atuais com as antigas.
"Nesta fase de transição, de um mundo antigo para o novo, o contribuinte deve ficar muito atento e fazer a conciliação dos dados fornecidos"
(Seria a conciliação da memória antiga com a mudança do mundo!).
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O REI DA MÍDIA SÓ PENSA NA GRANA
Do magnata Rupert Murdoch ao TheStreet.com, sobre Twitter: "É um fenômeno assombroso, mas eu não tenho ideia de que como vão monetizá-lo. Ninguém faz dinheiro na web hoje, fora os sites de busca".
quinta-feira, 2 de julho de 2009
HABEMUS TWITTER - SÓ FALTA PENSAR!
A campanha pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado ganhou força na internet, com a criação de um site e de um perfil no microblog Twitter.
O perfil "Fora Sarney" no site tem mais de 3.500 seguidores. Já o "Brazilians", virou um ponto de encontro virtual para que as pessoas combinassem protestos reais no Rio, em Porto Alegre, Campinas e São Paulo.
Ainda no Twitter, o apresentador Marcos Mion, o músico Junior Lima e o ator Bruno Gagliasso formaram um grupo chamado "Os Piratas" e iniciaram uma campanha para convencer o ator americano Ashton Kutcher a postar as palavras "fora Sarney" no seu Twitter.
Kutcher, que tem o perfil mais popular no programa, seguido por 2,5 milhões de pessoas, respondeu: "Para os brasileiros; só VOCÊS têm o poder de afastar seu senador. É o SEU país. VOCÊS devem lutar pelo que acreditam. Eu não tenho voto".
Ontem, os protestos pedindo cassação ou renúncia de Sarney ocorreram em diversas cidades. Em São Paulo, cerca de 70 pessoas fizeram manifestação na avenida Paulista.
Em Campinas, o protesto reuniu apenas dez pessoas em frente à prefeitura. No Rio de Janeiro, 30 manifestantes protestaram na frente da Câmara Municipal.
No Amapá, domicílio eleitoral do senador, um ato convocado por PSOL, PSB e setores do PT reuniu numa praça da capital, Macapá, cerca de 50 pessoas, segundo a Polícia Militar. O movimento diz ter reunido 300.
O perfil "Fora Sarney" no site tem mais de 3.500 seguidores. Já o "Brazilians", virou um ponto de encontro virtual para que as pessoas combinassem protestos reais no Rio, em Porto Alegre, Campinas e São Paulo.
Ainda no Twitter, o apresentador Marcos Mion, o músico Junior Lima e o ator Bruno Gagliasso formaram um grupo chamado "Os Piratas" e iniciaram uma campanha para convencer o ator americano Ashton Kutcher a postar as palavras "fora Sarney" no seu Twitter.
Kutcher, que tem o perfil mais popular no programa, seguido por 2,5 milhões de pessoas, respondeu: "Para os brasileiros; só VOCÊS têm o poder de afastar seu senador. É o SEU país. VOCÊS devem lutar pelo que acreditam. Eu não tenho voto".
Ontem, os protestos pedindo cassação ou renúncia de Sarney ocorreram em diversas cidades. Em São Paulo, cerca de 70 pessoas fizeram manifestação na avenida Paulista.
Em Campinas, o protesto reuniu apenas dez pessoas em frente à prefeitura. No Rio de Janeiro, 30 manifestantes protestaram na frente da Câmara Municipal.
No Amapá, domicílio eleitoral do senador, um ato convocado por PSOL, PSB e setores do PT reuniu numa praça da capital, Macapá, cerca de 50 pessoas, segundo a Polícia Militar. O movimento diz ter reunido 300.
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segunda-feira, 22 de junho de 2009
EU SOU SÓ UM, O DIABO É O OUTRO!
A Ciência não foi nem é neutra.
Ou: na prática a teoria é outra,
eu sou só um, o diabo é o outro
Ou: na prática a teoria é outra,
eu sou só um, o diabo é o outro
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quarta-feira, 17 de junho de 2009
PODER MIDIÁTICO MUDA ATÉ FUSO HORÁRIO
Jamais esqueço a manchete de um jornal puxa-saco da da ditadura
que mancheteou no dia 22 de setembro um release do governo, dizendo:
PRESIDENTE GEISEL INAUGURA A PRIMAVERA(!!!)
Eram os donos do tempo e do poder!
Hoje a grande mídia da época mantém o poder de mudar até fuso horário:
veja matéria da Folha:
Projeto de lei aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado unifica os três fusos horários do Brasil, ordenando que todo o país seja regido pelo horário de Brasília.
O projeto ainda será analisado pela Comissão de Relações Exteriores. Depois, pode ser votado no plenário do Senado. Se aprovado, segue para tramitação na Câmara. Poderá virar lei se for aprovado e sancionado pelo presidente Lula.
Um dos argumentos do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), autor do projeto, é que a unificação dos fusos facilitará as transmissões de TV e rádio, que em 2007 trabalharam para reduzir de quatro para três os fusos horários no país.
A eventual unificação dos fusos atende ao lobby das TVs. Em 2007, uma portaria federal obrigou as emissoras a respeitarem os fusos do país na veiculação dos programas. Uma novela com classificação indicativa para 14 anos, por exemplo, não pode ser levada ao ar antes das 21h, seja no horário de Brasília ou do Acre (uma hora atrasado em relação à capital).
Para as emissoras, porém, é comercialmente mais vantajoso unificar a programação. O lobby das TVs é capitaneado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), entidade que congrega Globo, SBT e Record.
Na justificativa do projeto, Arthur Virgílio argumenta que o atraso de uma hora em Estados do Norte e do Centro-Oeste dificulta a integração econômica e causa "descompasso no ritmo de progresso nas comunicações e nos transportes".
Ainda segundo a justificativa do projeto, um único fuso horário "se justifica ante a unificação e informatização do sistema financeiro, o desenvolvimento dos transportes aéreos e das comunicações via satélite".
Danos ao sono
Segundo o neurologista Flávio Alóe, do centro de sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de SP, a unificação causará sono nas pessoas que terão de adiantar o relógio ao horário de Brasília.
"Anos atrás, estudos no Canadá mostraram que, nos dias após a mudança de horário, aumentavam os acidentes relacionados a dormir no volante."
Os fusos brasileiros foram definidos em 1913: o Acre ficou cinco horas atrás do meridiano de Greenwich (que passa pela Inglaterra); AM, MT, MS, RO e RR ficaram quatro horas atrás; o resto do país ficou com três horas de atraso; e Fernando de Noronha, com duas horas.
Em abril do ano passado, o fuso do Acre foi incorporado ao de MT, MS, AM, RO e RR.
que mancheteou no dia 22 de setembro um release do governo, dizendo:
PRESIDENTE GEISEL INAUGURA A PRIMAVERA(!!!)
Eram os donos do tempo e do poder!
Hoje a grande mídia da época mantém o poder de mudar até fuso horário:
veja matéria da Folha:
Projeto de lei aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado unifica os três fusos horários do Brasil, ordenando que todo o país seja regido pelo horário de Brasília.
O projeto ainda será analisado pela Comissão de Relações Exteriores. Depois, pode ser votado no plenário do Senado. Se aprovado, segue para tramitação na Câmara. Poderá virar lei se for aprovado e sancionado pelo presidente Lula.
Um dos argumentos do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), autor do projeto, é que a unificação dos fusos facilitará as transmissões de TV e rádio, que em 2007 trabalharam para reduzir de quatro para três os fusos horários no país.
A eventual unificação dos fusos atende ao lobby das TVs. Em 2007, uma portaria federal obrigou as emissoras a respeitarem os fusos do país na veiculação dos programas. Uma novela com classificação indicativa para 14 anos, por exemplo, não pode ser levada ao ar antes das 21h, seja no horário de Brasília ou do Acre (uma hora atrasado em relação à capital).
Para as emissoras, porém, é comercialmente mais vantajoso unificar a programação. O lobby das TVs é capitaneado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), entidade que congrega Globo, SBT e Record.
Na justificativa do projeto, Arthur Virgílio argumenta que o atraso de uma hora em Estados do Norte e do Centro-Oeste dificulta a integração econômica e causa "descompasso no ritmo de progresso nas comunicações e nos transportes".
Ainda segundo a justificativa do projeto, um único fuso horário "se justifica ante a unificação e informatização do sistema financeiro, o desenvolvimento dos transportes aéreos e das comunicações via satélite".
Danos ao sono
Segundo o neurologista Flávio Alóe, do centro de sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de SP, a unificação causará sono nas pessoas que terão de adiantar o relógio ao horário de Brasília.
"Anos atrás, estudos no Canadá mostraram que, nos dias após a mudança de horário, aumentavam os acidentes relacionados a dormir no volante."
Os fusos brasileiros foram definidos em 1913: o Acre ficou cinco horas atrás do meridiano de Greenwich (que passa pela Inglaterra); AM, MT, MS, RO e RR ficaram quatro horas atrás; o resto do país ficou com três horas de atraso; e Fernando de Noronha, com duas horas.
Em abril do ano passado, o fuso do Acre foi incorporado ao de MT, MS, AM, RO e RR.
HOMOSSEXUALIDADE E MUDANÇA EVOLUTIVA - EM ANIMAIS!
Ser diferente não significa ser homossexual.
E para classificar qualquer uma das formas de comportamente a ciência primeiro se pergunta qual é a vantagem evolutiva (para as espécies) para que sejam isso ou aquilo!
Antes de fazer sexo alguém pergunta por isso?
(Obviamente essa pergunta não é científica)
Muitos duvidam. Com muito prazer, diria Barthes.
Leia o texto de Ricardo Mioto, publicado pela Folha de São Paulo.
"Relações homossexuais são quase universais no reino animal e podem ser agentes importantes de mudança evolutiva, afirma uma dupla de pesquisadores dos EUA. No entanto, eles alertam que os zoólogos podem estar rotulando de "homossexualismo" uma série de comportamentos diferentes.
O estudo, publicado hoje no periódico "Trends in Ecology and Evolution", é uma revisão das pesquisas já feitas sobre relações homossexuais animais.
Essa área ganhou grande atenção do público após 1999, quando o zoólogo Bruce Baghemil publicou o livro "Biological Exuberance", documentando homossexualismo em mais de 400 espécies. Há milhares de exemplos na literatura.
Que machos gostem de fazer sexo com machos e fêmeas com fêmeas é um enigma evolutivo. Afinal, um gene gay (ou vários genes) seria eliminado, pois à primeira vista ele não ajuda a espécie a se perpetuar.
"A grande questão é como explicar qual é o sentido evolutivo", diz César Ades, etólogo (especialista em comportamento animal) da USP (Universidade de São Paulo).
Qual é, então, a vantagem da homossexualidade para os animais? Os autores do novo estudo, Nathan Bailey e Marlene Zuk, da Universidade da Califórnia em Riverside, dão um exemplo. Veja as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí.
Essas aves se unem em casais lésbicos que às vezes duram a vida inteira para criar os filhotes, especialmente quando há escassez de machos. Até um terço dos casais da espécie são formados por fêmeas. O resultado é que elas têm mais sucesso do que fêmeas "solteiras" na criação dos filhotes. O comportamento homossexual, portanto, muda a dinâmica da população -e pode ter consequências evolutivas importantes.
A conclusão do estudo é que não existe apenas uma vantagem universal. Ao contrário, a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes formas ao longo da evolução. O nome designa, então, vários fenômenos diferentes, com motivações distintas.
Humanos
Por isso, é complicado transpor essas conclusões para humanos. "Existe homossexualidade numa variedade grande de animais: moscas, lagartos, golfinhos. Qual animal tomar como medida para comparar conosco?", diz Ades.
Entre os animais, os mais próximos de nós são os bonobos. As fêmeas dessa espécie de chimpanzé são vistas frequentemente se relacionando sexualmente - e não raro atingem o orgasmo dessa maneira. Alguns machos se beijam e praticam sexo oral uns nos outros.
É mais difícil entender as causas do homossexualismo em primatas, especialmente em humanos. A quantidade de fatores envolvidos é muito maior. Ao contrário do que acontece com os peixes-mexerica, por exemplo, não se trata de algo simples como não saber diferenciar machos e fêmeas.
Algumas coisas, entretanto, se sabe. Estudos com gêmeos mostram que existe uma tendência hereditária a ser gay ou lésbica. Mas esses trabalhos não conseguem mostrar quais os mecanismos por trás disso.
Além disso, comportamento homossexual é diferente de orientação sexual. Foram encontradas boas explicações para o primeiro item no reino animal, mas ainda é complicado entender quais as vantagens evolutivas que se pode ter simplesmente nunca se relacionando com seres do outro sexo.
GAY POR QUÊ?
Animais diferentes têm motivos diferentes para a comportamento homossexual
>> Para fazer as pazes
Nada melhor do que o sexo para criar um ambiente de intereção que facilite reconciliações
É visto no macaco japonês
>> Por engano
Algumas espécies não possuem maneiras boas de saber quem é macho e quem é fêmea
É visto no peixe mexirica
>> Para formar alianças
Relações entre indivíduos do mesmo sexo permitem a formação de fortes laços, prevenindo conflitos
É visto nos golfinhos-nariz-de-garrafa
>> Para praticar
Indívíduos com pouca experiência sexual aprendem a cortejar com animais do mesmo sexo
É visto na mosca-das-frutas
>> Para reforçar a hierarquia
Para mostrar quem manda em que quem, os bichos estabelecem relações de poder através do sexo homossexual
É visto nos bisões.
>> Para criar os filhos
Fêmeas podem se unir depois de a prole nascer, tendo mais sucesso do que as não-lésbicas"
É visto nas albatrozes-de-laysan
E para classificar qualquer uma das formas de comportamente a ciência primeiro se pergunta qual é a vantagem evolutiva (para as espécies) para que sejam isso ou aquilo!
Antes de fazer sexo alguém pergunta por isso?
(Obviamente essa pergunta não é científica)
Muitos duvidam. Com muito prazer, diria Barthes.
Leia o texto de Ricardo Mioto, publicado pela Folha de São Paulo.
"Relações homossexuais são quase universais no reino animal e podem ser agentes importantes de mudança evolutiva, afirma uma dupla de pesquisadores dos EUA. No entanto, eles alertam que os zoólogos podem estar rotulando de "homossexualismo" uma série de comportamentos diferentes.
O estudo, publicado hoje no periódico "Trends in Ecology and Evolution", é uma revisão das pesquisas já feitas sobre relações homossexuais animais.
Essa área ganhou grande atenção do público após 1999, quando o zoólogo Bruce Baghemil publicou o livro "Biological Exuberance", documentando homossexualismo em mais de 400 espécies. Há milhares de exemplos na literatura.
Que machos gostem de fazer sexo com machos e fêmeas com fêmeas é um enigma evolutivo. Afinal, um gene gay (ou vários genes) seria eliminado, pois à primeira vista ele não ajuda a espécie a se perpetuar.
"A grande questão é como explicar qual é o sentido evolutivo", diz César Ades, etólogo (especialista em comportamento animal) da USP (Universidade de São Paulo).
Qual é, então, a vantagem da homossexualidade para os animais? Os autores do novo estudo, Nathan Bailey e Marlene Zuk, da Universidade da Califórnia em Riverside, dão um exemplo. Veja as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí.
Essas aves se unem em casais lésbicos que às vezes duram a vida inteira para criar os filhotes, especialmente quando há escassez de machos. Até um terço dos casais da espécie são formados por fêmeas. O resultado é que elas têm mais sucesso do que fêmeas "solteiras" na criação dos filhotes. O comportamento homossexual, portanto, muda a dinâmica da população -e pode ter consequências evolutivas importantes.
A conclusão do estudo é que não existe apenas uma vantagem universal. Ao contrário, a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes formas ao longo da evolução. O nome designa, então, vários fenômenos diferentes, com motivações distintas.
Humanos
Por isso, é complicado transpor essas conclusões para humanos. "Existe homossexualidade numa variedade grande de animais: moscas, lagartos, golfinhos. Qual animal tomar como medida para comparar conosco?", diz Ades.
Entre os animais, os mais próximos de nós são os bonobos. As fêmeas dessa espécie de chimpanzé são vistas frequentemente se relacionando sexualmente - e não raro atingem o orgasmo dessa maneira. Alguns machos se beijam e praticam sexo oral uns nos outros.
É mais difícil entender as causas do homossexualismo em primatas, especialmente em humanos. A quantidade de fatores envolvidos é muito maior. Ao contrário do que acontece com os peixes-mexerica, por exemplo, não se trata de algo simples como não saber diferenciar machos e fêmeas.
Algumas coisas, entretanto, se sabe. Estudos com gêmeos mostram que existe uma tendência hereditária a ser gay ou lésbica. Mas esses trabalhos não conseguem mostrar quais os mecanismos por trás disso.
Além disso, comportamento homossexual é diferente de orientação sexual. Foram encontradas boas explicações para o primeiro item no reino animal, mas ainda é complicado entender quais as vantagens evolutivas que se pode ter simplesmente nunca se relacionando com seres do outro sexo.
GAY POR QUÊ?
Animais diferentes têm motivos diferentes para a comportamento homossexual
>> Para fazer as pazes
Nada melhor do que o sexo para criar um ambiente de intereção que facilite reconciliações
É visto no macaco japonês
>> Por engano
Algumas espécies não possuem maneiras boas de saber quem é macho e quem é fêmea
É visto no peixe mexirica
>> Para formar alianças
Relações entre indivíduos do mesmo sexo permitem a formação de fortes laços, prevenindo conflitos
É visto nos golfinhos-nariz-de-garrafa
>> Para praticar
Indívíduos com pouca experiência sexual aprendem a cortejar com animais do mesmo sexo
É visto na mosca-das-frutas
>> Para reforçar a hierarquia
Para mostrar quem manda em que quem, os bichos estabelecem relações de poder através do sexo homossexual
É visto nos bisões.
>> Para criar os filhos
Fêmeas podem se unir depois de a prole nascer, tendo mais sucesso do que as não-lésbicas"
É visto nas albatrozes-de-laysan
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domingo, 14 de junho de 2009
Ondas cerebrais viram sons eletrônicos!
O projeto multimídia Subtle Body, que transforma ondas cerebrais
em sons eletrônicos, foi apresentado na parte dedicada à música.
Jeff Stott e Mohammed Mohanna, os criadores da "música cerebral",
conectaram um capacete com eletrodos a um computador.
Ao serem capturadas, as ondas cerebrais são transformadas em sons eletrônicos
agudos e desordenados, sob batidas preestabelecidas.
O Subtle Body também leva imagens gravadas no computador a reagir
às ondas cerebrais, fazendo com que adquiram cores quentes para cérebros
mais agitados e cores frias para pessoas mais calmas.
Com uma webcam e dois sensores laser, o estudante de música e ciências
da computação da Universidade da Califórnia (Berkeley) Yotam Mann Falar
criou um aparelho de superfície multitoque -um software respondia a
toques dos dedos na superfície coberta pela webcam e pelo laser.
Cada toque do dedo mexia com volume e amplitude dos sons vindos de sua máquina.
O produtor de guitarras Ben Lewry (myspace.com/benlewry) parecia deslocado ao
apresentar um instrumento tão tradicional. Mas uma de suas guitarras exibia
imagens em uma tela sob as cordas que reagia a notas e acordes.
A guitarra foi transformada em um controlador de Midi. Quando ela é ligada
ao computador, as notas reagem em tempo real a imagens pré-gravadas.
Do computador, o instrumento é ligado a um amplificador comum. O problema maior,
explica Lewry, é a instabilidade do instrumento.
"Ela já deu pau várias vezes", diz
em sons eletrônicos, foi apresentado na parte dedicada à música.
Jeff Stott e Mohammed Mohanna, os criadores da "música cerebral",
conectaram um capacete com eletrodos a um computador.
Ao serem capturadas, as ondas cerebrais são transformadas em sons eletrônicos
agudos e desordenados, sob batidas preestabelecidas.
O Subtle Body também leva imagens gravadas no computador a reagir
às ondas cerebrais, fazendo com que adquiram cores quentes para cérebros
mais agitados e cores frias para pessoas mais calmas.
Com uma webcam e dois sensores laser, o estudante de música e ciências
da computação da Universidade da Califórnia (Berkeley) Yotam Mann Falar
criou um aparelho de superfície multitoque -um software respondia a
toques dos dedos na superfície coberta pela webcam e pelo laser.
Cada toque do dedo mexia com volume e amplitude dos sons vindos de sua máquina.
O produtor de guitarras Ben Lewry (myspace.com/benlewry) parecia deslocado ao
apresentar um instrumento tão tradicional. Mas uma de suas guitarras exibia
imagens em uma tela sob as cordas que reagia a notas e acordes.
A guitarra foi transformada em um controlador de Midi. Quando ela é ligada
ao computador, as notas reagem em tempo real a imagens pré-gravadas.
Do computador, o instrumento é ligado a um amplificador comum. O problema maior,
explica Lewry, é a instabilidade do instrumento.
"Ela já deu pau várias vezes", diz
O CÉREBRO SIMULA A REALIDADE E A HISTÓRIA DE NOSSA VIDA
MACHADO DE ASSIS DISSE QUE CAPITU
TINHA OS OLHOS OBLÍQUOS E DISSIMULADOS!
Isto há mais de cem anos.
Na era da ciência e da tecnologia, descobre-se muito mais:
"Acho que o cérebro é um grande simulador, ele simula
a realidade completa, toda a história da nossa vida"
Miguel Nicolelis neurocientista da Universidade Duke (EUA), que completou:
Deus
é uma necessidade
que todos nós temos
de explicar de onde viemos.
(Por falar em Machado, ele dizia que,
se Deus existe, manipula tudo com cordéis!)
TINHA OS OLHOS OBLÍQUOS E DISSIMULADOS!
Isto há mais de cem anos.
Na era da ciência e da tecnologia, descobre-se muito mais:
"Acho que o cérebro é um grande simulador, ele simula
a realidade completa, toda a história da nossa vida"
Miguel Nicolelis neurocientista da Universidade Duke (EUA), que completou:
Deus
é uma necessidade
que todos nós temos
de explicar de onde viemos.
(Por falar em Machado, ele dizia que,
se Deus existe, manipula tudo com cordéis!)
segunda-feira, 25 de maio de 2009
mais uma vitória do governo
o ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende mostra mais um vitória do governo em relação ao governo anterior. "
"O aumento do número de artigos publicados do Brasil, proporcionalmente maior que o do resto do mundo, consolida uma tendência
COMO NOTICIOU esta Folha no último dia 6, a produção científica do Brasil, medida pelo número de artigos indexados na base internacional de dados Thomson Reuters-ISI, cresceu 56% em 2008, se comparada com 2007. O país passou da 15ª para a 13ª colocação no ranking mundial de artigos publicados, ultrapassando países com longa tradição científica, como a Rússia e a Holanda.A notícia foi comemorada pela comunidade científica brasileira, que conta atualmente com 200 mil membros, entre mestres e doutores.Mas a formação, como é feita hoje, com exigências de cursar disciplinas e fazer pesquisa para elaborar dissertações e teses, só foi iniciada em 1963, quando o professor Alberto Luiz Coimbra criou "na marra" a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) na então Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro).Somente cinco anos depois o Ministério da Educação regulamentou a pós-graduação, "legalizando" os diplomas concedidos pela Coppe e por outros cursos. E apenas em 1969, com a criação do regime de tempo integral para docentes pesquisadores, os grupos de pesquisa e os cursos de pós-graduação se disseminaram em todo o país e o sistema nacional de ciência e tecnologia (C&T) começou a ganhar dimensão e consistência.O fato de a nossa ciência ser tão recente é a principal razão para a surpresa da notícia de que o Brasil ultrapassou Rússia e Holanda no ranking de publicações científicas. Mas esse fato não teve comemoração unânime.Logo surgiram os céticos e críticos perscrutadores.A primeira crítica é que a ciência brasileira não tem o impacto medido pelas citações na mesma proporção dos artigos publicados. Isso é verdade e decorre, dentre outras razões, da pouca tradição de nossa ciência.Outra crítica, mais forte, foi a descoberta de que o grande aumento da produção de um ano para outro decorreu da ampliação da base da Reuters. O número de revistas brasileiras indexadas passou de 63, em 2007, para 103, em 2008.No entanto, a Reuters também aumentou a base das revistas indexadas de todos os países, principalmente daqueles fora do núcleo de longa tradição científica. Em todo o mundo, a base passou de 9.000 para mais de 10 mil, e o número total de artigos indexados cresceu de 960 mil, em 2007, para 1,4 milhão, em 2008 -um salto de 49%.O aumento do número de artigos do Brasil, proporcionalmente maior que o do restante do mundo, vem consolidar uma tendência das três últimas décadas. A contribuição do país na produção mundial, que em 1981 era de 0,44%, hoje é de 2,12%.O aumento na formação de pesquisadores e no número de artigos científicos publicados é resultado de um esforço continuado de toda a sociedade. Mas o governo federal teve papel essencial nesse processo, principalmente por meio de suas agências de fomento, CNPq, Finep e Capes.Assim, compartilho da opinião do ministro da Educação, Fernando Haddad, que creditou essa evolução ao governo federal, mas também ao papel das fundações estaduais de amparo à pesquisa, em especial da Fapesp, e ao trabalho dos cientistas.A significativa evolução dos últimos anos é decorrente, em grande parte, da prioridade hoje atribuída à ciência e à tecnologia.O orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia passou de R$ 2,835 bilhões, em 2002, para R$ 6,632 bilhões, em 2008. Nesse mesmo período, o número de bolsas de pós-graduação do CNPq passou de 11.347 para 18.500, e as de pesquisa passaram de 7.765, em 2002, para 12.015. No caso da Capes, as bolsas de pós-graduação passaram de 23.334, em 2002, para 39.892.Pela primeira vez na história, o país tem um Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, com prioridades claras e programas com objetivos, metas e orçamentos, os quais totalizam R$ 41 bilhões para projetos em universidades, centros de pesquisa e empresas.O financiamento à pesquisa científica e tecnológica e à inovação tem estimulado pesquisadores e empresários empreendedores. Um exemplo do aperfeiçoamento dos instrumentos de apoio e da política de C&T está na criação dos 123 institutos nacionais de C&T, que receberam recursos da ordem de R$ 605 milhões.O caminho para tornar esse setor um dos pilares do desenvolvimento nacional ainda é longo, mas está sendo percorrido com consistência, determinação e velocidade crescentes."
"O aumento do número de artigos publicados do Brasil, proporcionalmente maior que o do resto do mundo, consolida uma tendência
COMO NOTICIOU esta Folha no último dia 6, a produção científica do Brasil, medida pelo número de artigos indexados na base internacional de dados Thomson Reuters-ISI, cresceu 56% em 2008, se comparada com 2007. O país passou da 15ª para a 13ª colocação no ranking mundial de artigos publicados, ultrapassando países com longa tradição científica, como a Rússia e a Holanda.A notícia foi comemorada pela comunidade científica brasileira, que conta atualmente com 200 mil membros, entre mestres e doutores.Mas a formação, como é feita hoje, com exigências de cursar disciplinas e fazer pesquisa para elaborar dissertações e teses, só foi iniciada em 1963, quando o professor Alberto Luiz Coimbra criou "na marra" a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) na então Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro).Somente cinco anos depois o Ministério da Educação regulamentou a pós-graduação, "legalizando" os diplomas concedidos pela Coppe e por outros cursos. E apenas em 1969, com a criação do regime de tempo integral para docentes pesquisadores, os grupos de pesquisa e os cursos de pós-graduação se disseminaram em todo o país e o sistema nacional de ciência e tecnologia (C&T) começou a ganhar dimensão e consistência.O fato de a nossa ciência ser tão recente é a principal razão para a surpresa da notícia de que o Brasil ultrapassou Rússia e Holanda no ranking de publicações científicas. Mas esse fato não teve comemoração unânime.Logo surgiram os céticos e críticos perscrutadores.A primeira crítica é que a ciência brasileira não tem o impacto medido pelas citações na mesma proporção dos artigos publicados. Isso é verdade e decorre, dentre outras razões, da pouca tradição de nossa ciência.Outra crítica, mais forte, foi a descoberta de que o grande aumento da produção de um ano para outro decorreu da ampliação da base da Reuters. O número de revistas brasileiras indexadas passou de 63, em 2007, para 103, em 2008.No entanto, a Reuters também aumentou a base das revistas indexadas de todos os países, principalmente daqueles fora do núcleo de longa tradição científica. Em todo o mundo, a base passou de 9.000 para mais de 10 mil, e o número total de artigos indexados cresceu de 960 mil, em 2007, para 1,4 milhão, em 2008 -um salto de 49%.O aumento do número de artigos do Brasil, proporcionalmente maior que o do restante do mundo, vem consolidar uma tendência das três últimas décadas. A contribuição do país na produção mundial, que em 1981 era de 0,44%, hoje é de 2,12%.O aumento na formação de pesquisadores e no número de artigos científicos publicados é resultado de um esforço continuado de toda a sociedade. Mas o governo federal teve papel essencial nesse processo, principalmente por meio de suas agências de fomento, CNPq, Finep e Capes.Assim, compartilho da opinião do ministro da Educação, Fernando Haddad, que creditou essa evolução ao governo federal, mas também ao papel das fundações estaduais de amparo à pesquisa, em especial da Fapesp, e ao trabalho dos cientistas.A significativa evolução dos últimos anos é decorrente, em grande parte, da prioridade hoje atribuída à ciência e à tecnologia.O orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia passou de R$ 2,835 bilhões, em 2002, para R$ 6,632 bilhões, em 2008. Nesse mesmo período, o número de bolsas de pós-graduação do CNPq passou de 11.347 para 18.500, e as de pesquisa passaram de 7.765, em 2002, para 12.015. No caso da Capes, as bolsas de pós-graduação passaram de 23.334, em 2002, para 39.892.Pela primeira vez na história, o país tem um Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, com prioridades claras e programas com objetivos, metas e orçamentos, os quais totalizam R$ 41 bilhões para projetos em universidades, centros de pesquisa e empresas.O financiamento à pesquisa científica e tecnológica e à inovação tem estimulado pesquisadores e empresários empreendedores. Um exemplo do aperfeiçoamento dos instrumentos de apoio e da política de C&T está na criação dos 123 institutos nacionais de C&T, que receberam recursos da ordem de R$ 605 milhões.O caminho para tornar esse setor um dos pilares do desenvolvimento nacional ainda é longo, mas está sendo percorrido com consistência, determinação e velocidade crescentes."
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