Mostrando postagens com marcador Trabalho e Emprego. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Trabalho e Emprego. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de março de 2011

emir sader -A centralidade do trabalho - cartamaior -

Durante muito tempo as análises críticas do capitalismo promoveram as relações de trabalho a tema central, a partir das próprias análises de Marx, que definem como centrais as relações capital-trabalho nesse tipo de sociedade. Se deduziam, no campo político, consequências que reduziam praticamente as contradições sociais a essas relações que, uma vez superadas, levariam à emancipação de toda a humanidade.

Temas como os de gênero, de etnias, de meio ambiente, seriam resolvidos pela superação da contradição capital-trabalho. Mais além de saber se os países que se assumiram como socialistas ao longo do século XX aboliram essa contradição central (avançaram nessa direção, mas estatizaram os meios de produção ao invés de socializá-los, abolindo ou quase, a propriedade dos meios de produção, mas transferindo-a para uma burocracia estatal e não para os trabalhadores), nessas sociedades aquelas contradições, apontadas como secundárias, sobreviveram fortemente.

Com as grandes transformações operadas no mundo a partir dos anos 80, o mundo do trabalho passou por um processo de total reversão dessa centralidade, seja pela incorporação positiva de outras contradições – como as apontadas, de gênero, de etnia, de meio ambiente -, mas também como uma enorme desqualificação das atividades ligadas ao trabalho.

Como ressaca daquela centralidade excludente do período anterior, se passou ao seu oposto.

O tema, que era um dos mais abordados na vida acadêmica nas décadas anteriores, passou a ser um entre outros, com interesse claramente declinante. A mídia passou a inviabilizar totalmente as relações de trabalho – tanto o noticiário, quanto a ficção, como as telenovelas, em que o mundo do trabalho praticamente não existe, apenas marginalmente.

Como interessa às elites dominantes ter as centrais sindicais e os sindicatos em situação de marginalidade de fraqueza, esse objetivo foi levado adiante com afinco. Criaram um mundo em que aparentemente ninguém mais trabalha, quando é o contrário o que ocorre: nunca tantos viveram do seu próprio trabalho. Acontece que as duríssimas políticas neoliberais incentivaram o trabalho precário, promovendo a fragmentação da classe trabalhadora. Nunca se trabalhou tanto, nunca tantos trabalharam tanto, mas em condições heterogêneas, com alto desemprego e subemprego, sem carteira de trabalho, sem poder apelar à lei e à organização sindical.

Mas a grande maioria da humanidade vive do trabalho e para o trabalho. Dedica todo o seu dia a isso, desde que se desperta, passando pelo duro transporte até o local de trabalho, por jornadas pesadas, pelo retorno à casa, processo que no seu conjunto abarca praticamente 2/3 do dia, para descansar, repor minimamente as energias e retornar no dia seguinte.

O trabalho continua sendo a atividade que, de longe, mais ocupa a grande maioria da humanidade. Uma atividade precária, mal remunerada, alienada -em que os trabalhadores, que produzem as riquezas, não decidem o que produzem, para quem produzem, a que preço, etc. -, que é o cotidiano de bilhões de pessoas em todo o mundo.

Desconhecer essa realidade ou subestimá-la, é se situar fora do mundo real das pessoas. Não por acaso as políticas que mais distribuem renda – confirmado pelo processo brasileiro – tem a ver com aumentos de salários, em particular do salário mínimo, de tal forma as atividades de trabalho são centrais para a sobrevivência das pessoas.

Se as atividades humanas não podem ser reduzidas às do trabalho, a realidade é que elas cruzam a vida de praticamente todos: negros, índios, mulheres, idosos, crianças (infelizmente) trabalham. Os empresários, por sua vez, vivem do trabalho alheio.

Por isso as atividades do mundo do trabalho e tudo o que as envolve tem que voltar a ser preocupações centrais dos governos democráticos, dos movimentos populares, do pensamento crítico e de todos os que lutam pela emancipação humana, conscientes que as relações continuam a ocupar lugar central no capitalismo – seus economistas não subestimam isso – e tem que ser contempladas centralmente na construção de um Brasil justo e solidário.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Desemprego é o menor em 8 anos. Renda média também bate marca histórica

Taxa cai para 6,7% em agosto, a mais baixa desde o início da série da pesquisa, em 2002

Jacqueline Farid / RIO – O Estado de S.Paulo
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,7% em agosto, a menor taxa mensal desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002. Até a divulgação de ontem, os recordes de baixa na taxa estavam restritos aos meses de dezembro, quando há tradicionalmente um forte aquecimento do mercado de trabalho. A renda média real também foi recorde no mês.

Os dados dos primeiros oito meses de 2010 já apontam para um resultado que deverá confirmar também a menor taxa da série, para um ano fechado.

De janeiro a agosto, a taxa média foi de 7,2%, bem inferior ao melhor dado anterior para o período, de 2008, quando foi de 8,2%. O gerente da pesquisa mensal de emprego do instituto, Cimar Azeredo, atribui ao “cenário econômico muito favorável” os bons números de agosto.

Ele observou que, mesmo não sendo possível adiantar se haverá novas quedas na taxa mensal nas próximas pesquisas, a série histórica mostra que, de setembro a dezembro, as taxas costumam ser menores ou iguais às apuradas em agosto, já que há aquecimento do mercado de trabalho nos últimos meses do ano.

Em agosto, segundo Azeredo, a taxa caiu porque o número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) também caiu, com a criação de novas vagas no mercado de trabalho. Em relação a julho, o número de ocupados aumentou 0,5%, com a geração de 115 mil vagas. “É um número a ser comemorado”, disse.

Na comparação com agosto do ano passado, a ocupação aumentou 3,2%, com a geração de 691 mil vagas. Já o número de desocupados caiu 2,6% em agosto ante julho (menos 43 mil pessoas) e teve queda de 15,3% (menos 289 mil pessoas) ante agosto de 2009, mas ainda soma 1,6 milhão de pessoas nas seis regiões.

Analistas também projetam uma continuidade na evolução positiva para o emprego e a renda nos próximos meses. Para Bernardo Wjuniski, ” o mercado de trabalho deve continuar aquecido”. Ele estima que e a taxa de desemprego prossiga em declínio, fechando 2010 no patamar de 6,9%. No ano passado, a taxa foi de 8,1%.

Ainda mais otimista está o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho. “O viés para o quarto trimestre é ainda mais otimista: não devemos nos surpreender se a taxa no final do ano romper para baixo a faixa de 6%, podendo se situar em 5,8%”, disse ele, que sublinha que os salários também estão subindo acima do padrão histórico.

Renda. O rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 1.472,10 em agosto, o maior patamar da série histórica da pesquisa mensal de emprego do IBGE. Segundo o gerente da pesquisa, a continuidade do crescimento da renda reflete o aumento da fiscalização e da conscientização dos trabalhadores, maior rapidez no julgamento de causas trabalhistas e também a queda da inflação em agosto.

Além disso, segundo Azeredo, o próprio aumento da formalidade eleva a renda, assim como a terceirização, já que as empresas contratadas por outra precisam apresentar um contingente de funcionários legalizados.

O emprego formal também prosseguiu em elevação em agosto e, segundo o gerente, retomou, na comparação anual, o ritmo de crescimento de antes da crise.

COLABOROU MARCÍLIO SOUZA

Boas notícias para o trabalho
Análise: Clemente Ganz Lúcio – O Estado de S.Paulo
A divulgação de agosto de 2010 da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE indica este ano como o melhor desde 2002 no que se refere a taxa de desemprego e nível de remuneração.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pelo Dieese, Fundação Seade e parceiros regionais (com metodologia diferente) também tem registrado as menores taxas de desemprego para o mesmo mês em mais de uma década.

Mas as boas notícias não param por aí. O nível de ocupação cresce acima de 3%, revelando uma elasticidade produto-emprego próxima de 0,5. Em outras palavras, para cada 1% de crescimento do PIB, cresce em 0,5% o nível de ocupação. É sinal de que o crescimento do nível de ocupação está distribuído pelos principais setores: indústria, serviços, comércio e construção civil.

Também é positiva a criação de empregos formais, com carteira assinada. Em um ano foram criados 685 mil empregos com carteira nas seis regiões pesquisadas. Como o total de ocupações criadas em 12 meses atingiu 691 mil, pode-se dizer que praticamente toda a expansão da ocupação se deu pelo crescimento do emprego formal, melhorando a qualidade das ocupações nas áreas metropolitanas.

E, fechando o quadro de boas notícias, o rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 5,5% na comparação anual e 1,4% em relação ao mês anterior.

A renda média no Brasil ainda é baixa, não há dúvida, a massa de salários representa pouco mais de 40% do PIB e a taxa de desemprego, em que pese venha caindo, ainda se encontra em patamar elevado.

Entretanto, mantida a tendência de melhora dos últimos anos é possível crer que o mercado de trabalho tenha papel central na reversão de nossa injusta distribuição de renda

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Zé Baixaria sempre votou contra o trabalhador:

9 de Julho de 2010 – 2h00

Centrais acusam tucano de impostura e golpe contra trabalhadores

As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de cordeiro.

Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Falsificando a história

A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB.

“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.

Reprovado pelo Diap

Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.

Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

PODER MIDIÁTICO MUDA ATÉ FUSO HORÁRIO

Jamais esqueço a manchete de um jornal puxa-saco da da ditadura
que mancheteou no dia 22 de setembro um release do governo, dizendo:

PRESIDENTE GEISEL INAUGURA A PRIMAVERA(!!!)

Eram os donos do tempo e do poder!

Hoje a grande mídia da época mantém o poder de mudar até fuso horário:

veja matéria da Folha:

Projeto de lei aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado unifica os três fusos horários do Brasil, ordenando que todo o país seja regido pelo horário de Brasília.
O projeto ainda será analisado pela Comissão de Relações Exteriores. Depois, pode ser votado no plenário do Senado. Se aprovado, segue para tramitação na Câmara. Poderá virar lei se for aprovado e sancionado pelo presidente Lula.
Um dos argumentos do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), autor do projeto, é que a unificação dos fusos facilitará as transmissões de TV e rádio, que em 2007 trabalharam para reduzir de quatro para três os fusos horários no país.
A eventual unificação dos fusos atende ao lobby das TVs. Em 2007, uma portaria federal obrigou as emissoras a respeitarem os fusos do país na veiculação dos programas. Uma novela com classificação indicativa para 14 anos, por exemplo, não pode ser levada ao ar antes das 21h, seja no horário de Brasília ou do Acre (uma hora atrasado em relação à capital).
Para as emissoras, porém, é comercialmente mais vantajoso unificar a programação. O lobby das TVs é capitaneado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), entidade que congrega Globo, SBT e Record.
Na justificativa do projeto, Arthur Virgílio argumenta que o atraso de uma hora em Estados do Norte e do Centro-Oeste dificulta a integração econômica e causa "descompasso no ritmo de progresso nas comunicações e nos transportes".
Ainda segundo a justificativa do projeto, um único fuso horário "se justifica ante a unificação e informatização do sistema financeiro, o desenvolvimento dos transportes aéreos e das comunicações via satélite".

Danos ao sono
Segundo o neurologista Flávio Alóe, do centro de sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de SP, a unificação causará sono nas pessoas que terão de adiantar o relógio ao horário de Brasília.
"Anos atrás, estudos no Canadá mostraram que, nos dias após a mudança de horário, aumentavam os acidentes relacionados a dormir no volante."
Os fusos brasileiros foram definidos em 1913: o Acre ficou cinco horas atrás do meridiano de Greenwich (que passa pela Inglaterra); AM, MT, MS, RO e RR ficaram quatro horas atrás; o resto do país ficou com três horas de atraso; e Fernando de Noronha, com duas horas.
Em abril do ano passado, o fuso do Acre foi incorporado ao de MT, MS, AM, RO e RR.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lula: mesmo em crise, Estado deve respeitar os direitos humanos

A crise econômica e financeira não servirá como “pretexto” para o descumprimento das obrigações de cada Estado com a promoção e a proteção dos direitos humanos.

A afirmação foi feita hoje (15) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ele elogiou o empenho da comunidade internacional no combate à discriminação, mas afirmou que os ‘flagelos’ ainda são muitos.

Lula lembrou do compromisso de combater o racismo – assumido há dois meses na Conferência de Revisão de Durban – e cobrou o cumprimento das promessas.

“A reforma das instituições internacionais, com maior participação dos países em desenvolvimento, é essencial para assegurar uma governança mais justa e eficaz", disse.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Construção civil: aumento do emprego

O emprego formal na construção civil cresceu 0,85% em abril em relação a março, de acordo com levantamento do SindusCon-SP e da FGV Projetos feito em todo o país. Com a abertura de 18.028 vagas no mês passado, o setor passou a empregar 2.139.718 pessoas.O resultado praticamente repete a expansão de 0,87% no emprego do setor em março. Nos quatro primeiros meses do ano, a construção civil já abriu quase 55 mil vagas.Apesar do saldo positivo, o número não repõe a perda de cerca de 110 mil postos de trabalho nos dois últimos meses do ano passado.Segundo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, a expansão do emprego na construção civil neste ano ainda reflete contratos assinados antes de a crise se agravar no Brasil.O setor está preocupado com a atividade no segundo semestre, já que houve uma redução no volume de lançamentos a partir do final de 2008 que deve se refletir no período.