quinta-feira, 2 de julho de 2009

O EXTERMINADOR DOS PRESENTES

Vítima talvez de seu próprio legado (o Exterminador do Futuro, "O Vingador do Futuro" e "Conan, o Bárbaro", além de Mister Universo em 1969, entre outros títulos universalmente cosméticos e violentos), o governador republicano Arnold Schwarzenneger conseguiu mesmo foi quase quebrar o chamado Eldorado, o Estado Dourado da Califórnia, negar as dívidas e esfolar os pobres.

Ao invés de se vingar do futuro, ele se vingará dos presentes e dirá:
"devo não nego, pago quando puder" a parte dos credores e dos fornecedores do Estado. Isto é, vai "pagar" suas contas com IOUs, uma espécie de nota promissória (do inglês "I owe you", "estou lhe devendo", um reconhecimento de dívida).

Com ele (e o capitalismo?) não tem conversa:

Quando a receita de impostos cai "eles cortam salários, empregos e serviços públicos, quase sem dó. O corte proposto por Schwarzenneger é típico do "terminator", o exterminador: vai no pescoço dos pobres. O grosso do programa de corte de gastos viria do "Programa de Saúde da Família" (para crianças mais pobres), do "Bolsa Família" da Califórnia e do fundo de bolsas para estudantes universitários, além de reduções nos salários dos cerca de 235 mil servidores estaduais", diz brilhantemente o jornalista Vinícius Torres Freire.

E conclui:
"Em suma, o facão californiano incidiria sobre programas que auxiliam basicamente a população chamada de "hispânica ou latina", cerca de 36% dos habitantes do Estado. Por falar nisso, 39% da população acima de cinco anos fala outra língua que não o inglês em casa (ante 18% da média americana); 26% dos californianos são estrangeiros. Os deputados democratas querem, em vez de cortar, aumentar impostos (têm maioria relativa, mas não o bastante: precisam de dois terços dos votos para aprovar medidas fiscais). Os republicanos apoiam Schwarzenneger. Dado o impasse, o Estado está ficando literalmente sem caixa para pagar as contas."

Nenhum comentário:

Postar um comentário