É evidente a tentativa de golpe feita pelos
demotucanos para ganhar a presidência do senado.
Mas uma solução de verdade custará tempo
e vontade de cortar na carne
de senadores, partidos e servidores, principalmente dos próprios demotucanos
e sua voracidade de privatização da era FHC.
Os demotucanos querem, na verdade, atacar,
dar o golpe, para evitar que os investiguem.
Mas o tempo não é só o presente
ao qual os demotucanos e a grande mídia pautada por eles
querem dominar e expropriar a fim de defender seus interesses.
Querem ganhar o tempo (o futuro) no tapetão, isto é,
a direção do senado e um caminho para
facilitar a disputa de 2010.
Só esquecem que todos têm passado.
O tempo tem memória,
o tempo tem história.
Há quem diga que o passado é um inferninho que precisa ficar no lusco-fusco
- e tudo a media-luz, crepúsculo interior, lembra tango argentino, não?
Do contrário, segundo Jânio de Freitas, ninguém
no Senado e fora dele, pode prever ao que levará o escândalo.
Só com a manutenção, ironicamente,
desse inferninho desiluminado
manter-se-á o futuro?
Leia a análise dele:
A CONCENTRAÇÃO sobre José Sarney das más responsabilidades no Senado, acompanhada das pressões para forçar seu afastamento da presidência, tem mais indícios suspeitos do que evidências de propósitos sérios -com exceção de raros senadores de que Pedro Simon é exemplo reconhecido.
Sejam mesmo 600, menos ou mais, os atos secretos que puseram combustível na revelação de irregularidades e ilegalidades no Senado, todos ali sabem duas coisas a respeito. Primeiro, os atos em questão não foram praticados no mandato da atual Mesa Diretora, empossada no começo do ano. Realizados por iniciativa ou assentimento de diferentes Mesas Diretoras no decorrer de anos, envolvem número farto de seus componentes e, com a variação das composições, benefícios para integrantes de todos ou quase todos os partidos.
É muita gente, dos autores aos parlamentares atendidos, interessada em uma aparente solução política, à maneira do que foi feito para Antonio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda e, com dose recordista de cinismo, para o feliz pecuarista Renan Calheiros. Mais ainda se a solução administrativa já foi adotada sem dificuldades, com os afastamentos do mecenas Agaciel Maciel e uns poucos mais.
O passado precisa ficar no lusco-fusco. Do contrário, ninguém, no Senado e fora dele, pode prever até onde irá e ao que levará o escândalo, mas lá todos sabem que os riscos são muito grandes. Não é esquecimento, por exemplo, que retém a divulgação das centenas de atos secretos, para que se conheçam suas finalidades, ocasiões, Mesas Diretoras em vigência e senadores atendidos. Na mesma linha, a ênfase dada a nomeações (não necessariamente impróprias) encobre o problema de altíssimas compras autorizadas e suas licitações, quando houve.
Já a ofensiva do PSDB pela saída de Sarney tem particularidades. Quando haverá outra oportunidade de ter um integrante do partido na presidência do Senado, controlando a pauta, as votações, os pedidos de CPI e tanto mais, como ocorrerá se José Sarney deixar o cargo para o vice-presidente peessedebista Marconi Perillo? Mas não se suponha que seria essa a única ou a maior conquista. O PSDB no lugar de Sarney é quase todo o caminho para a certeza de que, se a desordem no Senado sair por completo do controle, a posse da presidência será a última trincheira para proteger peessedebistas comprometidos, como já se sabe haver durante este governo e também no anterior.
Os 600 os quantos sejam os atos secretos estão longe de ser tudo o que deveria ser investigado no Senado, para devolver-lhe alguma respeitabilidade. Mas, por mim, duvido que completem os dedos das mãos os senadores, nos 81, que desejem investigação verdadeira.
PODRES PODERES
Se Sarney pedir licença, o substituto imediato é o atual primeiro-vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO). O tucano seria candidato a mandato-relâmpago. Tem processos na Justiça e entraria na mira de peemedebistas humilhados. É detestado por Lula, e a própria bancada do PSDB acha que duraria pouco.
Na hipótese de inviabilização de Perillo, a substituta é a segunda-vice-presidente, Serys Slhessarenko (PT-MT). Ela faz parte da turma com funcionário-fantasma morando no exterior e salário pago pelo Senado. Uma licença de Sarney poderia desencadear efeito dominó.
E se o peemedebista renunciar à presidência do Senado? Nova eleição teria de ser feita em cinco dias. Talvez isso forçasse à renúncia de toda a Mesa Diretora, o que exigiria nova eleição no mesmo prazo.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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