Mostrando postagens com marcador TV. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador TV. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 1 de março de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
mídia,tv e poder - Paulo Bernardo defende novo modelo de fiscalização para rádios e TVs
Jacson Segundo - Observatório do Direito à Comunicação
22.02.2011
Em entrevista ao programa É Notícia, da Rede TV!, transmitido na madrugada de segunda-feira (21), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, deu mais algumas informações sobre o conteúdo do projeto de revisão do marco regulatório que está sendo preparado pelo governo. Uma delas é diz respeito à mudança na fiscalização dos meios de comunicação que está sendo planejada.
O ministro voltou a defender que acredita ser importante que existam duas agências de regulação no setor. Uma para os serviços de telecomunicações e outra para a regulação de rádios e TVs, incluindo seus conteúdos. A primeira continuaria sendo a Anatel e a segunda, uma nova. Essa poderia ser criada a partir da Agência Nacional de Cinema (Ancine), hoje vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), que continuaria existindo, mas cumprindo a função de fomento à produção de audiovisual apenas.
A nova agência fiscalizaria se as emissoras estão cumprindo os preceitos constitucionais em relação aos conteúdos. Coibiria, por exemplo, divulgação de conteúdos racistas e outras violações de direitos humanos previstas em lei. Além disso, verificaria o cumprimento de limite de publicidade nas televisões (25%) e de programas jornalísticos (5%), entre outras possíveis funções.
Modelo
Mas quem nesta agência faria a avaliação dos conteúdos? Para Paulo Bernardo, isso seria feito por um conselho indicado pelo Governo Federal e pelo Congresso. “O melhor critério é o que existe hoje. O presidente indica um conselheiro que é aprovado pelo Senado. Não vão ser os jornais que vão escolher os conselheiros evidentemente”, afirmou o ministro.
Este modelo defendido pelo ministro é o que existe na Anatel. Seu Conselho Diretor é composto por cinco membros indicados pelo presidente, após aprovação do Senado. Eles têm mandato de cinco anos, com vencimento sequencial. Substitui-se um conselheiro por ano. O presidente do Conselho é o presidente da Agência, função atualmente ocupada pelo embaixador Ronaldo Sardenberg.
O ministro chegou a exemplificar como seria a aplicação de penalidade em caso de abusos de um concessionário de TV. “Você vai receber uma multa, a televisão provavelmente vai ter que colocar uma tarja dizendo que aquilo foi considerado inadequado”, explicou.
Sociedade civil
Na visão de Paulo Bernardo, esse conselho da nova agência não seria ocupado por representantes da sociedade civil (empresários ou não). “A agência tem que ter estabilidade, desvinculação de interesses econômicos, político-partidários. Se a presidente não tem legitimidade pra indicar (os conselheiros), quem tem?”, opinou. No entanto, ele também não descartou que os conselheiros sejam eleitos. “Se alguém propuser outra forma, pode ser”, relevou.
Mesmo sem definições sobre a questão, Paulo Bernardo foi enfático em afirmar a importância de uma regulação externa nos meios de radiodifusão. “Se o setor de mídia quisesse, poderia ter feito uma autoregulação. Só que nunca fez”, criticou ele, defendendo também que a ação do Ministério Público não tem sido suficiente para coibir os desvios de conduta dos concessionários de rádio e TV.
22.02.2011
Em entrevista ao programa É Notícia, da Rede TV!, transmitido na madrugada de segunda-feira (21), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, deu mais algumas informações sobre o conteúdo do projeto de revisão do marco regulatório que está sendo preparado pelo governo. Uma delas é diz respeito à mudança na fiscalização dos meios de comunicação que está sendo planejada.
O ministro voltou a defender que acredita ser importante que existam duas agências de regulação no setor. Uma para os serviços de telecomunicações e outra para a regulação de rádios e TVs, incluindo seus conteúdos. A primeira continuaria sendo a Anatel e a segunda, uma nova. Essa poderia ser criada a partir da Agência Nacional de Cinema (Ancine), hoje vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), que continuaria existindo, mas cumprindo a função de fomento à produção de audiovisual apenas.
A nova agência fiscalizaria se as emissoras estão cumprindo os preceitos constitucionais em relação aos conteúdos. Coibiria, por exemplo, divulgação de conteúdos racistas e outras violações de direitos humanos previstas em lei. Além disso, verificaria o cumprimento de limite de publicidade nas televisões (25%) e de programas jornalísticos (5%), entre outras possíveis funções.
Modelo
Mas quem nesta agência faria a avaliação dos conteúdos? Para Paulo Bernardo, isso seria feito por um conselho indicado pelo Governo Federal e pelo Congresso. “O melhor critério é o que existe hoje. O presidente indica um conselheiro que é aprovado pelo Senado. Não vão ser os jornais que vão escolher os conselheiros evidentemente”, afirmou o ministro.
Este modelo defendido pelo ministro é o que existe na Anatel. Seu Conselho Diretor é composto por cinco membros indicados pelo presidente, após aprovação do Senado. Eles têm mandato de cinco anos, com vencimento sequencial. Substitui-se um conselheiro por ano. O presidente do Conselho é o presidente da Agência, função atualmente ocupada pelo embaixador Ronaldo Sardenberg.
O ministro chegou a exemplificar como seria a aplicação de penalidade em caso de abusos de um concessionário de TV. “Você vai receber uma multa, a televisão provavelmente vai ter que colocar uma tarja dizendo que aquilo foi considerado inadequado”, explicou.
Sociedade civil
Na visão de Paulo Bernardo, esse conselho da nova agência não seria ocupado por representantes da sociedade civil (empresários ou não). “A agência tem que ter estabilidade, desvinculação de interesses econômicos, político-partidários. Se a presidente não tem legitimidade pra indicar (os conselheiros), quem tem?”, opinou. No entanto, ele também não descartou que os conselheiros sejam eleitos. “Se alguém propuser outra forma, pode ser”, relevou.
Mesmo sem definições sobre a questão, Paulo Bernardo foi enfático em afirmar a importância de uma regulação externa nos meios de radiodifusão. “Se o setor de mídia quisesse, poderia ter feito uma autoregulação. Só que nunca fez”, criticou ele, defendendo também que a ação do Ministério Público não tem sido suficiente para coibir os desvios de conduta dos concessionários de rádio e TV.
Marcadores:
midia tv e poder,
midia e poder,
Paulo Bernardo,
TV
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
mídia e poder tv - Hebe entrevista Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada
As duas andaram pelo jardim e visitaram capela da residência oficial.
Gravação vai ao ar no programa de estreia de Hebe em nova emissora.
Do g1
A apresentadora Hebe Camargo entrevistou a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quinta-feira (24), no Palácio da Alvorada.
A gravação, que começou às 8h30 e terminou às 10h45, vai ao ar na próxima terça-feira (1º) no programa de estreia de Hebe na Rede TV.
A apresentadora deixou o SBT em dezembro do ano passado, após 25 anos na emissora. A escolha de Dilma para participar do programa de estréia na nova emissora está relacionada às comemorações ao Dia da Mulher, em 8 de março.
Durante a gravação, Dilma mostrou o Palácio da Alvorada a Hebe. As duas passearam pelo jardim e visitaram a capela da residência oficial da Presidência. O Palácio do Planalto não divulgou o teor da entrevista.
Gravação vai ao ar no programa de estreia de Hebe em nova emissora.
Do g1
A apresentadora Hebe Camargo entrevistou a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quinta-feira (24), no Palácio da Alvorada.
A gravação, que começou às 8h30 e terminou às 10h45, vai ao ar na próxima terça-feira (1º) no programa de estreia de Hebe na Rede TV.
A apresentadora deixou o SBT em dezembro do ano passado, após 25 anos na emissora. A escolha de Dilma para participar do programa de estréia na nova emissora está relacionada às comemorações ao Dia da Mulher, em 8 de março.
Durante a gravação, Dilma mostrou o Palácio da Alvorada a Hebe. As duas passearam pelo jardim e visitaram a capela da residência oficial da Presidência. O Palácio do Planalto não divulgou o teor da entrevista.
Marcadores:
DILMA ROUSSEFF,
hebe,
midia e poder,
TV
domingo, 20 de fevereiro de 2011
mídia,tv e poder - MAURICIO STYCER - "Legendários" faz "jornalismo justiceiro"
Repórteres do programa da Record e do "CQC", da Band, assumem papel de juízes de forma autoritária e desrespeitosa
--------------------------------------------------------------------------------
NÃO SATISFEITOS EM DENUNCIAR A CORRUPÇÃO OU INÉPCIA DOS PODERES PÚBLICOS E PRIVADOS, COMO MOORE SEMPRE FEZ, JORNALISTAS ESTÃO TOMANDO PARA SI A TAREFA DE RESOLVER COM AS PRÓPRIAS MÃOS OS PROBLEMAS QUE APONTAM
--------------------------------------------------------------------------------
MAURICIO STYCER
ESPECIAL PARA A FOLHA
A ideia de que o jornalismo praticado na televisão pode fugir do formato convencional para se transformar em uma arma de provocação e confronto tem vários pais, mas creio que ninguém fez isso de forma tão consistente e estruturada quanto Michael Moore.
Inicialmente no documentário "Roger and Me" (1989), depois nos programas "TV Nation" (1994-95) e "The Awful Truth" (1999-2000), e em todos os seus filmes seguintes, Moore estabeleceu alguns padrões até hoje seguidos na cobertura crítica e abusada de governos, políticos e corporações.
O presidente de uma grande empresa não quer falar? Moore vai até a sede da companhia e o chama com um megafone. A venda de armas é descontrolada nos EUA?
Moore vai às compras.
Os taxistas de Nova York são racistas? Moore coloca um homem branco mal vestido ao lado de um negro de terno, ambos acenando para os taxistas na rua, e observa a reação dos motoristas.
Ernesto Varela, criado por Marcelo Tas em meados da década de 80, é anterior a essas experiências de Moore.
Sua abordagem a Paulo Maluf é clássica e tornou-se uma referência para jornalistas brasileiros: "Muitas pessoas não gostam do senhor, dizem que o senhor é corrupto. É verdade isso, deputado?".
DEGENERAÇÃO
Algumas experiências recentes na televisão brasileira mostram uma grave deformação das tentativas de Moore e Tas.
Em primeiro lugar, acho espantoso ver repórteres como Danilo Gentili, do "CQC", da Band, considerarem que os entrevistados têm obrigação de falar com a mídia no exato momento em que eles desejam.
Nessas situações, prevalece um comportamento demagógico, de cunho "udenista". Destemido, com o microfone na mão, ele tenta convencer o espectador de que o político tem coisas a esconder e está com medo do herói, digo, do repórter.
O trabalho se completa na ilha de edição, com a inclusão de cenas que invariavelmente revelam seguranças violentos e maus.
Outra degeneração ainda mais grave é o que eu chamaria de "jornalismo justiceiro". Não satisfeitos em denunciar a corrupção ou inépcia dos poderes públicos e privados, como Moore sempre fez, jornalistas estão tomando para si a tarefa de resolver com as próprias mãos os problemas que apontam.
O repórter Elcio Coronato, do "Legendários", da Record, está se especializando nesse tipo perigoso de jornalismo que é chamado pelo criador do programa, Marcos Mion, de "do bem".
No primeiro programa de 2011, ele quis mostrar, em um shopping de São Paulo, que motoristas desrespeitam a reserva de vagas para idosos.
Para isso, impediu, com seu próprio carro, que veículos burlando a lei deixassem o local. Dessa forma, obrigou os motoristas a ouvirem seu sermão sobre aquilo que haviam feito.
COLETOR DE CONES
No segundo programa, exibido no sábado, dia 12, Coronato pretendeu mostrar a falta de fiscalização de estacionamentos irregulares em São Paulo. Sinal disso são os cones, colocados por guardadores particulares, em espaços públicos.
Dentro de uma van, o repórter passou por uma rua recolhendo cones e, por fim, foi à porta da CET e os despejou na calçada.
O "jornalismo justiceiro" é primo de outras formas de "fazer justiça com as próprias mãos". Mais que autoritário, revela o desconhecimento das regras sociais numa sociedade democrática.
O desrespeito à lei não pode justificar outros desrespeitos. Jornalista não é polícia ou juiz.
MAURICIO STYCER é repórter e crítico do UOL
--------------------------------------------------------------------------------
NÃO SATISFEITOS EM DENUNCIAR A CORRUPÇÃO OU INÉPCIA DOS PODERES PÚBLICOS E PRIVADOS, COMO MOORE SEMPRE FEZ, JORNALISTAS ESTÃO TOMANDO PARA SI A TAREFA DE RESOLVER COM AS PRÓPRIAS MÃOS OS PROBLEMAS QUE APONTAM
--------------------------------------------------------------------------------
MAURICIO STYCER
ESPECIAL PARA A FOLHA
A ideia de que o jornalismo praticado na televisão pode fugir do formato convencional para se transformar em uma arma de provocação e confronto tem vários pais, mas creio que ninguém fez isso de forma tão consistente e estruturada quanto Michael Moore.
Inicialmente no documentário "Roger and Me" (1989), depois nos programas "TV Nation" (1994-95) e "The Awful Truth" (1999-2000), e em todos os seus filmes seguintes, Moore estabeleceu alguns padrões até hoje seguidos na cobertura crítica e abusada de governos, políticos e corporações.
O presidente de uma grande empresa não quer falar? Moore vai até a sede da companhia e o chama com um megafone. A venda de armas é descontrolada nos EUA?
Moore vai às compras.
Os taxistas de Nova York são racistas? Moore coloca um homem branco mal vestido ao lado de um negro de terno, ambos acenando para os taxistas na rua, e observa a reação dos motoristas.
Ernesto Varela, criado por Marcelo Tas em meados da década de 80, é anterior a essas experiências de Moore.
Sua abordagem a Paulo Maluf é clássica e tornou-se uma referência para jornalistas brasileiros: "Muitas pessoas não gostam do senhor, dizem que o senhor é corrupto. É verdade isso, deputado?".
DEGENERAÇÃO
Algumas experiências recentes na televisão brasileira mostram uma grave deformação das tentativas de Moore e Tas.
Em primeiro lugar, acho espantoso ver repórteres como Danilo Gentili, do "CQC", da Band, considerarem que os entrevistados têm obrigação de falar com a mídia no exato momento em que eles desejam.
Nessas situações, prevalece um comportamento demagógico, de cunho "udenista". Destemido, com o microfone na mão, ele tenta convencer o espectador de que o político tem coisas a esconder e está com medo do herói, digo, do repórter.
O trabalho se completa na ilha de edição, com a inclusão de cenas que invariavelmente revelam seguranças violentos e maus.
Outra degeneração ainda mais grave é o que eu chamaria de "jornalismo justiceiro". Não satisfeitos em denunciar a corrupção ou inépcia dos poderes públicos e privados, como Moore sempre fez, jornalistas estão tomando para si a tarefa de resolver com as próprias mãos os problemas que apontam.
O repórter Elcio Coronato, do "Legendários", da Record, está se especializando nesse tipo perigoso de jornalismo que é chamado pelo criador do programa, Marcos Mion, de "do bem".
No primeiro programa de 2011, ele quis mostrar, em um shopping de São Paulo, que motoristas desrespeitam a reserva de vagas para idosos.
Para isso, impediu, com seu próprio carro, que veículos burlando a lei deixassem o local. Dessa forma, obrigou os motoristas a ouvirem seu sermão sobre aquilo que haviam feito.
COLETOR DE CONES
No segundo programa, exibido no sábado, dia 12, Coronato pretendeu mostrar a falta de fiscalização de estacionamentos irregulares em São Paulo. Sinal disso são os cones, colocados por guardadores particulares, em espaços públicos.
Dentro de uma van, o repórter passou por uma rua recolhendo cones e, por fim, foi à porta da CET e os despejou na calçada.
O "jornalismo justiceiro" é primo de outras formas de "fazer justiça com as próprias mãos". Mais que autoritário, revela o desconhecimento das regras sociais numa sociedade democrática.
O desrespeito à lei não pode justificar outros desrespeitos. Jornalista não é polícia ou juiz.
MAURICIO STYCER é repórter e crítico do UOL
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
mídia e poder - blog do miro - O que a TV nos manda ver
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
blog Passe Livre:
O Correio do Metrô desta semana, ano 18/edição 397, traz interessante, oportuno e inquietante artigo da jornalista e psicóloga Sandra Fernandes onde ela nos propoe uma reflexão acerca da forma como nós aceitamos, passivamente, a ditadura de conteúdo da TV.
Trata-se de reflexão pra lá de oportuna, tendo em vista que o telespectador brasileiro se depara uma vez mais com o tal do BBB e a manipulação de conteúdo dos telejornais no que diz respeito ao Egito e Oriente Médio. Confira!
*****
O que a TV nos manda ver
Sandra Fernandes
Você já reparou que temos o hábito consolidado de sentar no sofá, ligar a TV e esperar por informações acerca do que está acontecendo no mundo, dia após dia, ouvindo, consumindo, mas nunca questionando? Alguma vez já se perguntou que fatia dos acontecimentos mundiais, nacionais e locais está representada ali? Já pensou em quanta coisa fica fora dos noticiários? Já parou para refletir que existe alguém que decide o que entra no ar e o que não entra? Já se perguntou quais critérios essa pessoa usa para fazer essa triagem noticiosa decidindo o que será e o que não será repassado ao telespectador? Será que aquilo que ela considera importante seria o mesmo que você consideraria importante? Se você pudesse selecionar as informações, será que escolheria as mesmas notícias? O que eles mostram ali realmente influencia sua vida?
É assustador pensar que tem alguém decidindo por nós o que iremos saber e aquilo de que não tomaremos conhecimento. A quem servem esses senhores anônimos, mas conscientes do que fazem, levando mensagens a um público semi-adormecido? Precisamos acordar, despertar de nossa passividade e refletir acerca de como são fabricados, distribuídos e vendidos esses produtos chamados notícias, bens intangíveis, mas que nem por isso deixam de ser bens de consumo. Ligamos nossa TV despreocupadamente acreditando que iremos ouvir verdades. Será? Acreditamos que seus “conselhos” são bons. Será que são? Pensamos que as notícias veiculadas refletem realmente o que há de mais importante para saber. Será mesmo?
Você já reparou nos anúncios que assiste enquanto espera pelo próximo bloco? Quem são aquelas empresas que investem milhões para veicular seus nomes e seus produtos naquele chamado horário nobre em que milhões e milhões de pessoas estão, tal qual você, sentados assistindo aquele programa jornalístico? Claro, elas bancam o custo da produção televisiva que, todos sabemos, é muito alto e que nós recebemos gratuitamente em nossos lares.
Mas, será que em algum momento não pode haver um choque entre os interesses deles (patrocinadores) e nosso direito de conhecer os fatos e suas verdades? Se houver esse conflito, que sairá ganhando, nós, simples consumidores – e no mais das vezes, nem consumidores somos porque não podemos comprar o que eles vendem – ou os grandes e poderosos grupos que patrocinam os telejornais e enchem de glamour e de dinheiro os concessionários de canais de TV? Aliás, vale lembrar que as TVs têm apenas concessões e que, portanto, prestam um serviço publico por delegação do Estado.
Você já reparou que há varias formas de contar a mesma história? Várias abordagens, várias ênfases, vários significados? Já reparou que normalmente a primeira frase de uma matéria televisiva já determina de que forma ela deve ser interpretada e já prepara o caminho para a conclusão que deve ser tomada sobre o que foi dito? Já reparou que não há questões em aberto para você refletir? Tudo vem pronto, mastigado, resolvido. Em perfeita harmonia como roupa prêt-à-porter e como a comida fast-food, também alguém já lhe poupa o trabalho de pensar, de refletir, de analisar os fatos. O risco é você começar a acreditar que não tem capacidade para pensar, já que não lhe dão essa oportunidade.
Você já reparou que todos os dias as pessoas repetem, nas ruas, no trabalho, nos bares, a surrada frase “você viu… na TV ontem, que coisa horrível/engraçada/triste/absurda?” E se você, naquela fatídica noite, precisou levar sua sogra para a rodoviária e perdeu o famigerado pautador de assuntos, passa a ser considerado um desprezível e desatualizado cidadão que não leu na cartilha da boiada a lição da noite anterior. O curioso é que todos saem com a mesma opinião pasteurizada sobre os assuntos e ai de você se discordar do senso comum!
Em suma, alguém decide sobre o que você vai conversar no dia seguinte e que impressão você vai causar no seu grupo social. Curioso, não? Mais curioso ainda é que tudo isso nos parece normal. Estranho é questionar essas coisas. Mas precisamos questioná-las. Não podemos permanecer adormecidos, passivos, conformados. Precisamos ansiar pela verdade simples, clara e objetiva e, sobretudo, não podemos deixar de considerar que toda mensagem é transmitida por alguém que está dentro de um contexto, que faz escolhas, que tem um objetivo ao transmiti-la. É necessário que essas mensagens astutamente elaboradas cheguem a cabeças críticas e conscientes e não apenas depósitos cerebrais de informações e interpretações pré-fabricadas
blog Passe Livre:
O Correio do Metrô desta semana, ano 18/edição 397, traz interessante, oportuno e inquietante artigo da jornalista e psicóloga Sandra Fernandes onde ela nos propoe uma reflexão acerca da forma como nós aceitamos, passivamente, a ditadura de conteúdo da TV.
Trata-se de reflexão pra lá de oportuna, tendo em vista que o telespectador brasileiro se depara uma vez mais com o tal do BBB e a manipulação de conteúdo dos telejornais no que diz respeito ao Egito e Oriente Médio. Confira!
*****
O que a TV nos manda ver
Sandra Fernandes
Você já reparou que temos o hábito consolidado de sentar no sofá, ligar a TV e esperar por informações acerca do que está acontecendo no mundo, dia após dia, ouvindo, consumindo, mas nunca questionando? Alguma vez já se perguntou que fatia dos acontecimentos mundiais, nacionais e locais está representada ali? Já pensou em quanta coisa fica fora dos noticiários? Já parou para refletir que existe alguém que decide o que entra no ar e o que não entra? Já se perguntou quais critérios essa pessoa usa para fazer essa triagem noticiosa decidindo o que será e o que não será repassado ao telespectador? Será que aquilo que ela considera importante seria o mesmo que você consideraria importante? Se você pudesse selecionar as informações, será que escolheria as mesmas notícias? O que eles mostram ali realmente influencia sua vida?
É assustador pensar que tem alguém decidindo por nós o que iremos saber e aquilo de que não tomaremos conhecimento. A quem servem esses senhores anônimos, mas conscientes do que fazem, levando mensagens a um público semi-adormecido? Precisamos acordar, despertar de nossa passividade e refletir acerca de como são fabricados, distribuídos e vendidos esses produtos chamados notícias, bens intangíveis, mas que nem por isso deixam de ser bens de consumo. Ligamos nossa TV despreocupadamente acreditando que iremos ouvir verdades. Será? Acreditamos que seus “conselhos” são bons. Será que são? Pensamos que as notícias veiculadas refletem realmente o que há de mais importante para saber. Será mesmo?
Você já reparou nos anúncios que assiste enquanto espera pelo próximo bloco? Quem são aquelas empresas que investem milhões para veicular seus nomes e seus produtos naquele chamado horário nobre em que milhões e milhões de pessoas estão, tal qual você, sentados assistindo aquele programa jornalístico? Claro, elas bancam o custo da produção televisiva que, todos sabemos, é muito alto e que nós recebemos gratuitamente em nossos lares.
Mas, será que em algum momento não pode haver um choque entre os interesses deles (patrocinadores) e nosso direito de conhecer os fatos e suas verdades? Se houver esse conflito, que sairá ganhando, nós, simples consumidores – e no mais das vezes, nem consumidores somos porque não podemos comprar o que eles vendem – ou os grandes e poderosos grupos que patrocinam os telejornais e enchem de glamour e de dinheiro os concessionários de canais de TV? Aliás, vale lembrar que as TVs têm apenas concessões e que, portanto, prestam um serviço publico por delegação do Estado.
Você já reparou que há varias formas de contar a mesma história? Várias abordagens, várias ênfases, vários significados? Já reparou que normalmente a primeira frase de uma matéria televisiva já determina de que forma ela deve ser interpretada e já prepara o caminho para a conclusão que deve ser tomada sobre o que foi dito? Já reparou que não há questões em aberto para você refletir? Tudo vem pronto, mastigado, resolvido. Em perfeita harmonia como roupa prêt-à-porter e como a comida fast-food, também alguém já lhe poupa o trabalho de pensar, de refletir, de analisar os fatos. O risco é você começar a acreditar que não tem capacidade para pensar, já que não lhe dão essa oportunidade.
Você já reparou que todos os dias as pessoas repetem, nas ruas, no trabalho, nos bares, a surrada frase “você viu… na TV ontem, que coisa horrível/engraçada/triste/absurda?” E se você, naquela fatídica noite, precisou levar sua sogra para a rodoviária e perdeu o famigerado pautador de assuntos, passa a ser considerado um desprezível e desatualizado cidadão que não leu na cartilha da boiada a lição da noite anterior. O curioso é que todos saem com a mesma opinião pasteurizada sobre os assuntos e ai de você se discordar do senso comum!
Em suma, alguém decide sobre o que você vai conversar no dia seguinte e que impressão você vai causar no seu grupo social. Curioso, não? Mais curioso ainda é que tudo isso nos parece normal. Estranho é questionar essas coisas. Mas precisamos questioná-las. Não podemos permanecer adormecidos, passivos, conformados. Precisamos ansiar pela verdade simples, clara e objetiva e, sobretudo, não podemos deixar de considerar que toda mensagem é transmitida por alguém que está dentro de um contexto, que faz escolhas, que tem um objetivo ao transmiti-la. É necessário que essas mensagens astutamente elaboradas cheguem a cabeças críticas e conscientes e não apenas depósitos cerebrais de informações e interpretações pré-fabricadas
domingo, 30 de janeiro de 2011
mídia - tv - A campanha de ódio da Fox News
blog
luisnassif, dom, 30/01/2011 - 12:52
Quando José Serra e Fernando Henrique Cardoso estimularam esse tipo de postura do jornalismo de esgoto contra seus (deles) críticos, incorreram na mesma irresponsabilidade.
Por Marco St.
A Campanha do Ódio de Glenn Back e a Fox News contra acadêmica de esquerda.
Frances Fox Piven desafia ameaças de morte depois de provocações do âncora Glenn Beck
Frances Fox Piven não vai se esconder. Ainda não.
A acadêmica de esquerda de 78 anos de idade é a figura mais recente da campanha de ódio de Glenn Beck e sua legião de fãs. Enquanto ela cuida de se precaver ante as inúmeras ameaças de morte que se seguiram, ela afirma: "Eu não sei se eu estou com medo, mas estou preocupada".
"No início eu pensei que era engraçado, mas agora eu sei que é perigoso ... sua paranóia funciona melhor quando se pode imaginar um diabo. Agora que o diabo está comigo."
últimas três semanas Beck foi implacável contra Piven, acusando-a em suas aparições na TV e em programas de rádio, de ser uma ameaça ao modo de vida americano, repercutindo as teses de um um ensaio que ela e seu falecido marido escreveram em 1966, como uma espécie de plano para derrubar a economia americana .
Chamado "The Weight of the Poor, a autora diz ser necessário integrar os mais pobres na siciedade americana com a ajuda governamental em ações sociais e de bem-estar e forçar o governo a introduzir uma política de garantia de renda. Para Piven, uma voz empenhada de esquerda, até pouco tempo atrás essa publicação era conhecida apenas nos círculos acadêmicos, mas pouco reconhecida fora deles, era apenas uma publicação em uma vida dedicada ao ativismo político e as teorias.
Para Beck, no entanto, Piven é uma ameaça direta para os EUA. Show após show, o comentador de direita tem demonizado Piven e enquadrando-a como parte de uma conspiração de décadas para assumir o país, que culminou com a eleição do presidente Barack Obama. A língua ferina de Beck resultou em uma onda de ameaças de morte contra Piven e seus colegas acadêmicos da Universidade da Cidade de Nova York.
As ameaças são violentas e - à luz do recente tiroteio da congressista do Arizona, Gabrielle Giffords - verdadeiramente assustadoras. Muitos aparecem no site de notícias de Beck, The Blaze. "Um tiro ... se mata", escreveu um. Outras são enviadas diretamente para seu endereço de e-mail ou os de seus colegas. Há tantos que ela tem contato com a polícia e esta semana irá solicitar a Universidade para fazer uma reclamação formal ao FBI.
Apesar do medo real de falta de segurança, ela se recusa a recuar. Certamente, para alguém retratada como um comunista revolucionária, a escolha de Piven, para o encontro com este repórter não poderia ser mais emblemático, um local chamado Centro Havana.
É típico de Piven. O brilho dos olhos da acadêmica se mantém firme quando fala de Beck. "Ele é um tipo muito neurótico e peculiar de pessoa. Eu não acho que ele seja capaz de uma discussão sadia", disse ela. E os seguidores de Beck? "Eles rastejam".
Piven se junta a um seleto grupo na lista de inimigos de Beck, que inclui o bilionário investidor George Soros, o ativista verde Van Jones e, morto há muito tempo, o presidente Woodrow Wilson. Piven compara Beck a uma versão século 21 do padre Charles Coughlin, um direitista da década de 30, padre e radialista, que muitos viram como um defensor do fascsimo nos EUA. "É muito perigoso. Padre Coughlin fundou um terceiro partido político. Glenn Beck tem o Tea Party. Deveríamos estar preocupados", disse ela.
A retórica conspiratória de Beck na Fox, que muitas vezes contas com apresentações em quadros-negros e - no caso de Soros - um show de marionetes, pode parecer um golpe bizarro de "jornalismo" mas isso tem repercussões na vida real. No ano passado, veio á tona o caso de Byron Williams com um caminhão cheio de armas e balas e com a intenção declarada de atacar grupos liberais em San Francisco que Beck havia mencionado. Ele foi parado pela polícia antes que chegasse ao seu detino, mas em uma entrevista na prisão Williams elogiou o apresentador da Fox como uma inspiração.
"Beck nunca disse nada sobre uma real conspiração, contra seus "inimigos", jamais defendeu a violência. Ele nunca vai fazer nada dessa natureza .... Mas vamos dar-lhe cada pedaço de prova de que isso poderia ser uma necessidade", afirmou Williams.
Esse tipo de declaração é suficiente para dar a Piven uma grande preocupação. "Eu estarei ensinando uma nova turma em breve e eu não sei quem vai estar lá", disse ela.
No entanto, ao mesmo tempo ela está animada. A atenção Beck deu-lhe uma oportunidade súbita de propagar as suas opiniões políticas. Ela foi entrevistada pelo New York Times, entre outros canais de notícias, e na semana passada ela apareceu em vários talk shows de televisão, incluindo uma ao ar na rival da Fox , o cabo do canal de notícias MSNBC.
Beck tem, de certa forma, conseguiu o que uma vida de ativismo radical se esforçaram para fazer: criar uma plataforma nacional para Piven, que é presidente honorária dos Socialistas Democráticos da América. Ela quer apresentar ideias de esquerda em um momento de crise económica e social em um cenário de mídia que normalmente os ignora e vê o "socialismo" como um palavrão.
"Esta é realmente uma oportunidade para conter a Fox News e Glenn Beck. Eu não sei se é possível, mas vou tentar. Também permite afirmar o valor da política que defendemos", disse ela .
Não será uma tarefa fácil. Beck tem uma rede de TV, e um gigante global de mídia por trás dele; Piven é uma professor idosa. Mas, pela primeira vez em muito tempo, ela está em demanda. "Finalmente agora temos um megafone", disse ela.
Texto original: http://www.guardian.co.uk/media/2011/jan/30/frances-fox-piven-glenn-beck
luisnassif, dom, 30/01/2011 - 12:52
Quando José Serra e Fernando Henrique Cardoso estimularam esse tipo de postura do jornalismo de esgoto contra seus (deles) críticos, incorreram na mesma irresponsabilidade.
Por Marco St.
A Campanha do Ódio de Glenn Back e a Fox News contra acadêmica de esquerda.
Frances Fox Piven desafia ameaças de morte depois de provocações do âncora Glenn Beck
Frances Fox Piven não vai se esconder. Ainda não.
A acadêmica de esquerda de 78 anos de idade é a figura mais recente da campanha de ódio de Glenn Beck e sua legião de fãs. Enquanto ela cuida de se precaver ante as inúmeras ameaças de morte que se seguiram, ela afirma: "Eu não sei se eu estou com medo, mas estou preocupada".
"No início eu pensei que era engraçado, mas agora eu sei que é perigoso ... sua paranóia funciona melhor quando se pode imaginar um diabo. Agora que o diabo está comigo."
últimas três semanas Beck foi implacável contra Piven, acusando-a em suas aparições na TV e em programas de rádio, de ser uma ameaça ao modo de vida americano, repercutindo as teses de um um ensaio que ela e seu falecido marido escreveram em 1966, como uma espécie de plano para derrubar a economia americana .
Chamado "The Weight of the Poor, a autora diz ser necessário integrar os mais pobres na siciedade americana com a ajuda governamental em ações sociais e de bem-estar e forçar o governo a introduzir uma política de garantia de renda. Para Piven, uma voz empenhada de esquerda, até pouco tempo atrás essa publicação era conhecida apenas nos círculos acadêmicos, mas pouco reconhecida fora deles, era apenas uma publicação em uma vida dedicada ao ativismo político e as teorias.
Para Beck, no entanto, Piven é uma ameaça direta para os EUA. Show após show, o comentador de direita tem demonizado Piven e enquadrando-a como parte de uma conspiração de décadas para assumir o país, que culminou com a eleição do presidente Barack Obama. A língua ferina de Beck resultou em uma onda de ameaças de morte contra Piven e seus colegas acadêmicos da Universidade da Cidade de Nova York.
As ameaças são violentas e - à luz do recente tiroteio da congressista do Arizona, Gabrielle Giffords - verdadeiramente assustadoras. Muitos aparecem no site de notícias de Beck, The Blaze. "Um tiro ... se mata", escreveu um. Outras são enviadas diretamente para seu endereço de e-mail ou os de seus colegas. Há tantos que ela tem contato com a polícia e esta semana irá solicitar a Universidade para fazer uma reclamação formal ao FBI.
Apesar do medo real de falta de segurança, ela se recusa a recuar. Certamente, para alguém retratada como um comunista revolucionária, a escolha de Piven, para o encontro com este repórter não poderia ser mais emblemático, um local chamado Centro Havana.
É típico de Piven. O brilho dos olhos da acadêmica se mantém firme quando fala de Beck. "Ele é um tipo muito neurótico e peculiar de pessoa. Eu não acho que ele seja capaz de uma discussão sadia", disse ela. E os seguidores de Beck? "Eles rastejam".
Piven se junta a um seleto grupo na lista de inimigos de Beck, que inclui o bilionário investidor George Soros, o ativista verde Van Jones e, morto há muito tempo, o presidente Woodrow Wilson. Piven compara Beck a uma versão século 21 do padre Charles Coughlin, um direitista da década de 30, padre e radialista, que muitos viram como um defensor do fascsimo nos EUA. "É muito perigoso. Padre Coughlin fundou um terceiro partido político. Glenn Beck tem o Tea Party. Deveríamos estar preocupados", disse ela.
A retórica conspiratória de Beck na Fox, que muitas vezes contas com apresentações em quadros-negros e - no caso de Soros - um show de marionetes, pode parecer um golpe bizarro de "jornalismo" mas isso tem repercussões na vida real. No ano passado, veio á tona o caso de Byron Williams com um caminhão cheio de armas e balas e com a intenção declarada de atacar grupos liberais em San Francisco que Beck havia mencionado. Ele foi parado pela polícia antes que chegasse ao seu detino, mas em uma entrevista na prisão Williams elogiou o apresentador da Fox como uma inspiração.
"Beck nunca disse nada sobre uma real conspiração, contra seus "inimigos", jamais defendeu a violência. Ele nunca vai fazer nada dessa natureza .... Mas vamos dar-lhe cada pedaço de prova de que isso poderia ser uma necessidade", afirmou Williams.
Esse tipo de declaração é suficiente para dar a Piven uma grande preocupação. "Eu estarei ensinando uma nova turma em breve e eu não sei quem vai estar lá", disse ela.
No entanto, ao mesmo tempo ela está animada. A atenção Beck deu-lhe uma oportunidade súbita de propagar as suas opiniões políticas. Ela foi entrevistada pelo New York Times, entre outros canais de notícias, e na semana passada ela apareceu em vários talk shows de televisão, incluindo uma ao ar na rival da Fox , o cabo do canal de notícias MSNBC.
Beck tem, de certa forma, conseguiu o que uma vida de ativismo radical se esforçaram para fazer: criar uma plataforma nacional para Piven, que é presidente honorária dos Socialistas Democráticos da América. Ela quer apresentar ideias de esquerda em um momento de crise económica e social em um cenário de mídia que normalmente os ignora e vê o "socialismo" como um palavrão.
"Esta é realmente uma oportunidade para conter a Fox News e Glenn Beck. Eu não sei se é possível, mas vou tentar. Também permite afirmar o valor da política que defendemos", disse ela .
Não será uma tarefa fácil. Beck tem uma rede de TV, e um gigante global de mídia por trás dele; Piven é uma professor idosa. Mas, pela primeira vez em muito tempo, ela está em demanda. "Finalmente agora temos um megafone", disse ela.
Texto original: http://www.guardian.co.uk/media/2011/jan/30/frances-fox-piven-glenn-beck
domingo, 23 de janeiro de 2011
mídia e poder - tv - Telespectadores consideram TV Brasil uma alternativa às emissoras comerciais
Jacson Segundo - Observatório do Direito à Comunicação
21.01.2011
Mesmo com índices de audiência ainda baixos se comparados com as emissoras comerciais abertas, a TV Brasil, carro-chefe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), tem se mostrado uma alternativa cultural e informativa para muitas pessoas. Ela é a televisão nacional que mais exibe filmes brasileiros, produções independentes e tem uma elogiada programação infantil.
É a única que mantém um programa de crítica de mídia (Observatório da Imprensa) e tem uma janela direta para os telespectadores, por meio do quadro Outro Olhar, em que qualquer cidadão pode ter seu vídeo exibido em horário nobre pelo telejornal da emissora. Também talvez seja um dos únicos canais que privilegia o continente africano, com produções que falam da África e um correspondente de jornalismo na região.
"Quem assiste percebe que ali há um certo oásis na TV”, diz o jornalista e ouvidor-geral da EBC, Laurindo Leal Lalo Filho. Segundo Lalo, as maiores audiências e elogios da TV Brasil vêm dos conteúdos que o telespectador não encontra em outras emissoras. É o caso da programação infantil, que tem os índices de audiência mais elevados da TV. E seguindo a mesma lógica, de ser complementar, que fez com que a empresa começasse a transmitir jogos do campeonato brasileiro da série C este ano.
Jornalismo
Como ainda não é um órgão totalmente autônomo do governo federal, desde o nascimento a EBC tem sofrido críticas de alguns setores sobre sua possível falta de isenção em relação ao Executivo. Mas, concretamente, esses casos não têm chegado à Ouvidoria da empresa. O ouvidor-geral Laurindo Leal afirma que a questão do jornalismo governista não aparece nas reclamações dos telespectadores. “Passamos o período eleitoral sem grandes problemas”, relata.
O maior volume de reclamações que chegam aos ouvidos de Lalo não é referente ao que acontece no país. “O mais problemático é a cobertura internacional. Ela repete muitas vezes as posições das agências internacionais. No jornalismo é a grande reclamação”, sentencia.
No entanto, mesmo que não se transformem em reclamações formais, não é difícil assistir a matérias nos jornais da TV Brasil que têm enfoque quase idêntico aos feitos nos telejornais comerciais. Talvez isso aconteça pela dificuldade dos profissionais da empresa em diferenciar o jornalismo da emissora das televisões estatais e privadas.
É por esse motivo que o Conselho Curador aprovou em junho de 2010 um parecer cobrando que seja produzido um novo manual de jornalismo – em substituição ao Manual da Radiobrás - para guiar todos seus veículos. O prazo para confecção do material se encerra em 15 de junho deste ano. Para auxiliar nessa reflexão, o Conselho Curador também pretende realizar um seminário internacional sobre jornalismo público neste semestre.
O Conselho Curador, que é o órgão que representa a sociedade na EBC, também tem começado a olhar com mais cuidado a programação da TV, fazendo análises mais densas sobre as qualidades e falhas dos conteúdos exibidos. No ano passado, os conselheiros se dividiram em grupos temáticos para tornar a avaliação dos programas mais precisa. Além disso, o Conselho tem contratado acadêmicos para contribuir nesse processo com pesquisas.
Os 15 representantes da sociedade no Conselho são dos poucos que têm acesso aos índices de audiência da TV Brasil, já que a direção da empresa não divulga esses números. Segundo a presidente do Conselho, Ima Vieira, é possível verificar que a audiência cresceu nos últimos três anos, mas ainda é necessário atingir muito mais gente do que se atinge atualmente. “Não podemos desprezar esse indicador, pois embora nossa missão não seja fazer comunicação para todos ao mesmo tempo, não podemos produzir conteúdo para ninguém ver”, avalia Ima.
Participação social
O trabalho do Conselho vai além de monitorar os veículos da EBC. Sua atuação perpassa todos outros setores da empresa e sua existência é um principais elementos que distinguem uma TV pública das privadas e estatais. Para o ouvidor Laurindo Leal, a dinâmica do Conselho tem evoluído. “Hoje ele atua. Tem câmaras setoriais, se reune para discutir temáticas, produz documentos, solicita informações”, elogia Lalo.
De fato, quando foi criado, em 2007, o Conselho era mais fechado. Nem as atas das reuniões eram públicas. Além disso, a primeira gestão, presidida pelo economista Luiz Gonzaga Beluzzo, teve 19 dos seus 22 membros indicados pelo presidente da República. Outros dois pelo Congresso e um pelos trabalhadores da EBC.
Em 2009, quando o mandato de alguns conselheiros se encerrou, o processo de escolha foi um pouco diferente. Foram abertas indicações feitas pela sociedade para que o presidente Lula definisse os nomes. Mesmo assim, essas indicações ainda passaram pelo filtro do Conselho e pela escolha do presidente.
Se depender da posição da presidente do órgão, é possível que a próxima eleição de conselheiros seja ainda mais aberta à sociedade. “Acredito que é possível discutir mecanismos que garantam uma participação mais direta da sociedade na escolha e nomeação dos próximos conselheiros”, opinou Ima Vieira.
Para Ima, o Conselho também deve permear mais as decisões da EBC. Ela também defende que os responsáveis pelas diretorias diretamente ligadas ao conteúdo deveriam ser aprovados ou no mínimo referendados pelo órgão, já que é ele o responsável por zelar pela área finalística da empresa.
Além de garantir a autonomia e a independência do Conselho Curador existem outras maneiras de aumentar a incidência da população nos rumos da EBC. Uma delas é a realização de audiências públicas. Outra é o fortalecimento da Ouvidoria da empresa que, além do ouvidor-geral, conta com três ouvidores-adjuntos: um para a Agência Brasil, um para as oito rádios da EBC e outro para a TV Brasil.
Na Agência Brasil existe um canal em que o leitor pode postar seu comentário. Da mesma forma existe um programa que debate as reclamações e sugestões dos ouvintes das rádios. Apenas a TV ainda não conta com um espaço público para a Ouvidoria. A promessa desse programa é antiga e, segundo Lalo, ele só ainda não foi ao ar por falta de condições operacionais. “Já tem até material gravado. Estamos dependendo de acertos finais”, garantiu. Ele terá 15 minutos de duração e será exibido semanalmente
21.01.2011
Mesmo com índices de audiência ainda baixos se comparados com as emissoras comerciais abertas, a TV Brasil, carro-chefe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), tem se mostrado uma alternativa cultural e informativa para muitas pessoas. Ela é a televisão nacional que mais exibe filmes brasileiros, produções independentes e tem uma elogiada programação infantil.
É a única que mantém um programa de crítica de mídia (Observatório da Imprensa) e tem uma janela direta para os telespectadores, por meio do quadro Outro Olhar, em que qualquer cidadão pode ter seu vídeo exibido em horário nobre pelo telejornal da emissora. Também talvez seja um dos únicos canais que privilegia o continente africano, com produções que falam da África e um correspondente de jornalismo na região.
"Quem assiste percebe que ali há um certo oásis na TV”, diz o jornalista e ouvidor-geral da EBC, Laurindo Leal Lalo Filho. Segundo Lalo, as maiores audiências e elogios da TV Brasil vêm dos conteúdos que o telespectador não encontra em outras emissoras. É o caso da programação infantil, que tem os índices de audiência mais elevados da TV. E seguindo a mesma lógica, de ser complementar, que fez com que a empresa começasse a transmitir jogos do campeonato brasileiro da série C este ano.
Jornalismo
Como ainda não é um órgão totalmente autônomo do governo federal, desde o nascimento a EBC tem sofrido críticas de alguns setores sobre sua possível falta de isenção em relação ao Executivo. Mas, concretamente, esses casos não têm chegado à Ouvidoria da empresa. O ouvidor-geral Laurindo Leal afirma que a questão do jornalismo governista não aparece nas reclamações dos telespectadores. “Passamos o período eleitoral sem grandes problemas”, relata.
O maior volume de reclamações que chegam aos ouvidos de Lalo não é referente ao que acontece no país. “O mais problemático é a cobertura internacional. Ela repete muitas vezes as posições das agências internacionais. No jornalismo é a grande reclamação”, sentencia.
No entanto, mesmo que não se transformem em reclamações formais, não é difícil assistir a matérias nos jornais da TV Brasil que têm enfoque quase idêntico aos feitos nos telejornais comerciais. Talvez isso aconteça pela dificuldade dos profissionais da empresa em diferenciar o jornalismo da emissora das televisões estatais e privadas.
É por esse motivo que o Conselho Curador aprovou em junho de 2010 um parecer cobrando que seja produzido um novo manual de jornalismo – em substituição ao Manual da Radiobrás - para guiar todos seus veículos. O prazo para confecção do material se encerra em 15 de junho deste ano. Para auxiliar nessa reflexão, o Conselho Curador também pretende realizar um seminário internacional sobre jornalismo público neste semestre.
O Conselho Curador, que é o órgão que representa a sociedade na EBC, também tem começado a olhar com mais cuidado a programação da TV, fazendo análises mais densas sobre as qualidades e falhas dos conteúdos exibidos. No ano passado, os conselheiros se dividiram em grupos temáticos para tornar a avaliação dos programas mais precisa. Além disso, o Conselho tem contratado acadêmicos para contribuir nesse processo com pesquisas.
Os 15 representantes da sociedade no Conselho são dos poucos que têm acesso aos índices de audiência da TV Brasil, já que a direção da empresa não divulga esses números. Segundo a presidente do Conselho, Ima Vieira, é possível verificar que a audiência cresceu nos últimos três anos, mas ainda é necessário atingir muito mais gente do que se atinge atualmente. “Não podemos desprezar esse indicador, pois embora nossa missão não seja fazer comunicação para todos ao mesmo tempo, não podemos produzir conteúdo para ninguém ver”, avalia Ima.
Participação social
O trabalho do Conselho vai além de monitorar os veículos da EBC. Sua atuação perpassa todos outros setores da empresa e sua existência é um principais elementos que distinguem uma TV pública das privadas e estatais. Para o ouvidor Laurindo Leal, a dinâmica do Conselho tem evoluído. “Hoje ele atua. Tem câmaras setoriais, se reune para discutir temáticas, produz documentos, solicita informações”, elogia Lalo.
De fato, quando foi criado, em 2007, o Conselho era mais fechado. Nem as atas das reuniões eram públicas. Além disso, a primeira gestão, presidida pelo economista Luiz Gonzaga Beluzzo, teve 19 dos seus 22 membros indicados pelo presidente da República. Outros dois pelo Congresso e um pelos trabalhadores da EBC.
Em 2009, quando o mandato de alguns conselheiros se encerrou, o processo de escolha foi um pouco diferente. Foram abertas indicações feitas pela sociedade para que o presidente Lula definisse os nomes. Mesmo assim, essas indicações ainda passaram pelo filtro do Conselho e pela escolha do presidente.
Se depender da posição da presidente do órgão, é possível que a próxima eleição de conselheiros seja ainda mais aberta à sociedade. “Acredito que é possível discutir mecanismos que garantam uma participação mais direta da sociedade na escolha e nomeação dos próximos conselheiros”, opinou Ima Vieira.
Para Ima, o Conselho também deve permear mais as decisões da EBC. Ela também defende que os responsáveis pelas diretorias diretamente ligadas ao conteúdo deveriam ser aprovados ou no mínimo referendados pelo órgão, já que é ele o responsável por zelar pela área finalística da empresa.
Além de garantir a autonomia e a independência do Conselho Curador existem outras maneiras de aumentar a incidência da população nos rumos da EBC. Uma delas é a realização de audiências públicas. Outra é o fortalecimento da Ouvidoria da empresa que, além do ouvidor-geral, conta com três ouvidores-adjuntos: um para a Agência Brasil, um para as oito rádios da EBC e outro para a TV Brasil.
Na Agência Brasil existe um canal em que o leitor pode postar seu comentário. Da mesma forma existe um programa que debate as reclamações e sugestões dos ouvintes das rádios. Apenas a TV ainda não conta com um espaço público para a Ouvidoria. A promessa desse programa é antiga e, segundo Lalo, ele só ainda não foi ao ar por falta de condições operacionais. “Já tem até material gravado. Estamos dependendo de acertos finais”, garantiu. Ele terá 15 minutos de duração e será exibido semanalmente
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
mídia e tv - Quem ainda tem medo de cotas na TV?
12/01/2011 |
Marco Altberg
Folha de S. Paulo
Hoje, assistimos na TV por assinatura a mais produções independentes estrangeiras do que à nossa própria produção independente
Aprovado na Câmara dos Deputados após três anos de intensa discussão, o projeto de lei nº 29 seguiu em 2010 para tramitação no Senado, batizado agora de PLC 116. Afinal, do que trata o PLC 116? Entre outras medidas importantes, permite a entrada das empresas de telefonia no mercado de TV por assinatura. Beirando hoje 10 milhões de assinantes, prevê-se a triplicação desse mercado.
A concorrência obrigará uma melhoria dos serviços e seu consequente barateamento. Quem ganha com isso é o consumidor, "surrado" por serviços nem sempre eficientes, com canais internacionais muitas vezes mal adaptados ao mercado brasileiro, como se fôssemos o mesmo público da Argentina ou do Paraguai, constantemente obrigado a assistir ao lixo internacional.
O Brasil mudou, cresceu, se modernizou. A TV em geral e a TV por assinatura em particular devem acompanhar essa transformação.
Isso passa pelo conteúdo brasileiro, assim como foi anos atrás com a indústria fonográfica.
Não temos que provar mais nada a ninguém: nossos filmes são assistidos por multidões. Nossas produções independentes para TV -séries, animações, documentários, programas regulares e especiais- registram alto índice de audiência.
Não faz sentido supor que o assinante brasileiro não queira se ver em sua própria tela. Esse sentimento de vergonha e de baixa estima, felizmente, parece ter ficado para trás. Temos boas histórias, bons profissionais, bons artistas. Afinal, somos brasileiros e desejamos nos ver também na TV por assinatura.
Com cota ou sem cota. Quem tem medo de uma cota simbólica de mínimas três horas e meia por semana? Na verdade, para a produção independente a cota é de apenas a metade: uma hora e 45 minutos por semana. A outra metade, segundo o projeto de lei, é de conteúdo oferecido pelos canais. Assistimos na TV por assinatura a mais produções independentes estrangeiras do que à nossa própria produção independente.
Queremos ter espaço para os nossos conteúdos. Essa discussão toda já aconteceu ao longo desses anos em que o projeto de lei tramitou na Câmara dos Deputados, com todos os agentes desse mercado: canais abertos, canais brasileiros e internacionais por assinatura, produtores independentes, operadores, teles, governo, agências reguladoras e entidades representativas do setor, o que resultou na sua aprovação pela Câmara. Gostaria de conclamar todos aqueles que ainda tenham resistências ao PLC 116 -que será tratado na nova legislatura do Senado no início deste ano-a se apresentar ao debate às claras, de forma transparente, sem medo da defesa legítima de seus interesses, para que, uma vez aprovada a lei no Senado, possa seguir para regulamentação e atender a todos os envolvidos. Lembrando que o projeto prevê um período de dois anos para que o mercado se adapte. Essa é uma construção coletiva e não deveria ser uma batalha de bastidores.
*produtor e diretor, é presidente da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV.
Marco Altberg
Folha de S. Paulo
Hoje, assistimos na TV por assinatura a mais produções independentes estrangeiras do que à nossa própria produção independente
Aprovado na Câmara dos Deputados após três anos de intensa discussão, o projeto de lei nº 29 seguiu em 2010 para tramitação no Senado, batizado agora de PLC 116. Afinal, do que trata o PLC 116? Entre outras medidas importantes, permite a entrada das empresas de telefonia no mercado de TV por assinatura. Beirando hoje 10 milhões de assinantes, prevê-se a triplicação desse mercado.
A concorrência obrigará uma melhoria dos serviços e seu consequente barateamento. Quem ganha com isso é o consumidor, "surrado" por serviços nem sempre eficientes, com canais internacionais muitas vezes mal adaptados ao mercado brasileiro, como se fôssemos o mesmo público da Argentina ou do Paraguai, constantemente obrigado a assistir ao lixo internacional.
O Brasil mudou, cresceu, se modernizou. A TV em geral e a TV por assinatura em particular devem acompanhar essa transformação.
Isso passa pelo conteúdo brasileiro, assim como foi anos atrás com a indústria fonográfica.
Não temos que provar mais nada a ninguém: nossos filmes são assistidos por multidões. Nossas produções independentes para TV -séries, animações, documentários, programas regulares e especiais- registram alto índice de audiência.
Não faz sentido supor que o assinante brasileiro não queira se ver em sua própria tela. Esse sentimento de vergonha e de baixa estima, felizmente, parece ter ficado para trás. Temos boas histórias, bons profissionais, bons artistas. Afinal, somos brasileiros e desejamos nos ver também na TV por assinatura.
Com cota ou sem cota. Quem tem medo de uma cota simbólica de mínimas três horas e meia por semana? Na verdade, para a produção independente a cota é de apenas a metade: uma hora e 45 minutos por semana. A outra metade, segundo o projeto de lei, é de conteúdo oferecido pelos canais. Assistimos na TV por assinatura a mais produções independentes estrangeiras do que à nossa própria produção independente.
Queremos ter espaço para os nossos conteúdos. Essa discussão toda já aconteceu ao longo desses anos em que o projeto de lei tramitou na Câmara dos Deputados, com todos os agentes desse mercado: canais abertos, canais brasileiros e internacionais por assinatura, produtores independentes, operadores, teles, governo, agências reguladoras e entidades representativas do setor, o que resultou na sua aprovação pela Câmara. Gostaria de conclamar todos aqueles que ainda tenham resistências ao PLC 116 -que será tratado na nova legislatura do Senado no início deste ano-a se apresentar ao debate às claras, de forma transparente, sem medo da defesa legítima de seus interesses, para que, uma vez aprovada a lei no Senado, possa seguir para regulamentação e atender a todos os envolvidos. Lembrando que o projeto prevê um período de dois anos para que o mercado se adapte. Essa é uma construção coletiva e não deveria ser uma batalha de bastidores.
*produtor e diretor, é presidente da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV.
domingo, 19 de dezembro de 2010
fsp - tv - Governo viabiliza canal de TV a sindicato de metalúrgicos do ABC
Concessão prometida por Lula estava emperrada havia 18 meses
ELVIRA LOBATO
DO RIO
Na reta final do governo, o Ministério das Comunicações e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) viabilizaram o canal de TV para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que havia sido prometido por Lula.
O processo para concessão estava emperrado na Câmara porque o canal designado pelo presidente à Fundação Sociedade, Comunicação e Trabalho, ligada ao sindicato -o 45, de São Caetano do Sul- já era ocupado por outra fundação, dirigida pelo empresário Marcos Tolentino, de São Paulo.
O empresário conseguiu emperrar a tramitação do processo na Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação da Câmara por 18 meses, até o governo lhe destinar outro canal.
A solução veio no dia 29 de novembro, com uma portaria do Ministério das Comunicações designando o canal 57, na cidade de São Paulo, à fundação de Tolentino.
No dia seguinte à publicação da portaria, a tramitação da TV dos metalúrgicos na Câmara foi reiniciada.
O ministro das Comunicações, José Artur Fillardis, disse que houve remanejamento de frequências na capital paulista, por conta da TV digital, que abriu espaço para canais. "Aproveitamos para reparar o empresário."
O canal 45 retransmitia a Rede Brasil (PR) quando foi prometido ao sindicato.
Atração da Rede Brasil, o deputado federal e ex-candidato a governador de SP Celso Russomanno ficou com a relatoria do processo. Ele segurou o parecer até a criação do canal. No outro dia, mostrou relatório favorável à concessão aos metalúrgicos.
Segundo Tolentino, que trocou de retransmissora de São Caetano para a av. Paulista, esse foi o acordo costurado com as Comunicações.
ELVIRA LOBATO
DO RIO
Na reta final do governo, o Ministério das Comunicações e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) viabilizaram o canal de TV para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que havia sido prometido por Lula.
O processo para concessão estava emperrado na Câmara porque o canal designado pelo presidente à Fundação Sociedade, Comunicação e Trabalho, ligada ao sindicato -o 45, de São Caetano do Sul- já era ocupado por outra fundação, dirigida pelo empresário Marcos Tolentino, de São Paulo.
O empresário conseguiu emperrar a tramitação do processo na Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação da Câmara por 18 meses, até o governo lhe destinar outro canal.
A solução veio no dia 29 de novembro, com uma portaria do Ministério das Comunicações designando o canal 57, na cidade de São Paulo, à fundação de Tolentino.
No dia seguinte à publicação da portaria, a tramitação da TV dos metalúrgicos na Câmara foi reiniciada.
O ministro das Comunicações, José Artur Fillardis, disse que houve remanejamento de frequências na capital paulista, por conta da TV digital, que abriu espaço para canais. "Aproveitamos para reparar o empresário."
O canal 45 retransmitia a Rede Brasil (PR) quando foi prometido ao sindicato.
Atração da Rede Brasil, o deputado federal e ex-candidato a governador de SP Celso Russomanno ficou com a relatoria do processo. Ele segurou o parecer até a criação do canal. No outro dia, mostrou relatório favorável à concessão aos metalúrgicos.
Segundo Tolentino, que trocou de retransmissora de São Caetano para a av. Paulista, esse foi o acordo costurado com as Comunicações.
sábado, 11 de dezembro de 2010
mídia - Sistema de TV digital reduz dependência externa do setor
PAULO R. GONDIM
ESPECIAL PARA A FOLHA
A televisão digital vem sendo implantada em nosso país a partir de um projeto que envolveu muitas instituições (universidades, centros de pesquisa e empresas).
Construído com base em uma visão sistêmica, o Sistema Brasileiro de Televisão Digital representa um marco significativo no sentido da redução da dependência externa em setor de ampla penetração social.
O que temos hoje em termos de televisão digital aberta em nosso país é resultado da conjunção de esforços de órgãos do governo federal, de pesquisadores e do empresariado nacional.
O saldo é positivo. Primeiramente, muitos pesquisadores, atendendo a editais públicos, continuaram a dar as suas contribuições nas respectivas áreas de competência, mas de forma integrada.
Em segundo lugar, algumas empresas nasceram e outras se expandiram, passando a tratar de concepção, projeto e produção de itens dotados de agregado tecnológico aderente ao estado-da-arte, cuja importação passou a ser desnecessária.
Assim, ganhou-se competitividade, com ganhos não só em nossa balança comercial, mas também em decorrência de novos empregos.
As progressivas adesões de países da América do Sul ao sistema nipo-brasileiro estão contribuindo para fortalecer o parque industrial desses países, colocando o Brasil em posição de clara liderança no continente e levando à abertura de um mercado bem mais amplo, em áreas que incluem a produção de software e de equipamentos.
Há, todavia, uma página que ainda não foi virada completamente: a da interatividade. Ela demanda e favorece o desenvolvimento de aplicações e serviços em áreas como educação, saúde, comércio eletrônico e acesso a serviços bancários.
Ela é imprescindível para fazer com que o sistema alcance de forma mais efetiva um de seus objetivos principais: a redução da dívida digital, com reflexos no sentido da inclusão social.
--------------------------------------------------------------------------------
PAULO R. GONDIM é professor da Universidade de Brasília.
Interatividade pode se tornar obrigatória
DE BRASÍLIA
Passados três anos da primeira transmissão em sinal digital no país, o Brasil ainda não conta com novidades significativas, como a interatividade.
Para tentar modificar o cenário, o governo pretende tornar obrigatória, até o primeiro semestre de 2011, a adoção do aplicativo Ginga (responsável pela interação com o conteúdo digital) nas TVs acima de 26 polegadas.
Uma vez tomada a decisão, as empresas que não fabricarem os televisores com o aplicativo não terão incentivos fiscais previstos pelo Processo Produtivo Básico.
Quem já adquiriu uma TV com o conversor integrado, mas sem o Ginga, deve entrar em contato com o fabricante para saber se uma atualização é possível.
Também há a opção de comprar um conversor que já venha com Ginga para ter acesso a conteúdos de interatividade.
Atualmente, as emissoras contam com interação em alguns programas.
Segundo o Fórum Brasileiro de TV Digital, a TV Globo oferece interatividade em duas de suas principais novelas, "Ti-ti-ti" e "Passione".
A Record também tem o recurso na novela "Ribeirão do Tempo" e no programa "A Fazenda".
A TV Bandeirantes oferece o recurso na tabela do Campeonato Brasileiro. A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) também começou a apostar na novidade, com serviços da Caixa e do INSS.
"Esse mercado está só começando e tem muito potencial", afirma Salustiano Fagundes, do Fórum Brasileiro de TV Digital.
As propagandas brasileiras ainda não contam com o recurso da interatividade.
De acordo com Fagundes, ainda está sendo discutido como será o modelo.
ESPECIAL PARA A FOLHA
A televisão digital vem sendo implantada em nosso país a partir de um projeto que envolveu muitas instituições (universidades, centros de pesquisa e empresas).
Construído com base em uma visão sistêmica, o Sistema Brasileiro de Televisão Digital representa um marco significativo no sentido da redução da dependência externa em setor de ampla penetração social.
O que temos hoje em termos de televisão digital aberta em nosso país é resultado da conjunção de esforços de órgãos do governo federal, de pesquisadores e do empresariado nacional.
O saldo é positivo. Primeiramente, muitos pesquisadores, atendendo a editais públicos, continuaram a dar as suas contribuições nas respectivas áreas de competência, mas de forma integrada.
Em segundo lugar, algumas empresas nasceram e outras se expandiram, passando a tratar de concepção, projeto e produção de itens dotados de agregado tecnológico aderente ao estado-da-arte, cuja importação passou a ser desnecessária.
Assim, ganhou-se competitividade, com ganhos não só em nossa balança comercial, mas também em decorrência de novos empregos.
As progressivas adesões de países da América do Sul ao sistema nipo-brasileiro estão contribuindo para fortalecer o parque industrial desses países, colocando o Brasil em posição de clara liderança no continente e levando à abertura de um mercado bem mais amplo, em áreas que incluem a produção de software e de equipamentos.
Há, todavia, uma página que ainda não foi virada completamente: a da interatividade. Ela demanda e favorece o desenvolvimento de aplicações e serviços em áreas como educação, saúde, comércio eletrônico e acesso a serviços bancários.
Ela é imprescindível para fazer com que o sistema alcance de forma mais efetiva um de seus objetivos principais: a redução da dívida digital, com reflexos no sentido da inclusão social.
--------------------------------------------------------------------------------
PAULO R. GONDIM é professor da Universidade de Brasília.
Interatividade pode se tornar obrigatória
DE BRASÍLIA
Passados três anos da primeira transmissão em sinal digital no país, o Brasil ainda não conta com novidades significativas, como a interatividade.
Para tentar modificar o cenário, o governo pretende tornar obrigatória, até o primeiro semestre de 2011, a adoção do aplicativo Ginga (responsável pela interação com o conteúdo digital) nas TVs acima de 26 polegadas.
Uma vez tomada a decisão, as empresas que não fabricarem os televisores com o aplicativo não terão incentivos fiscais previstos pelo Processo Produtivo Básico.
Quem já adquiriu uma TV com o conversor integrado, mas sem o Ginga, deve entrar em contato com o fabricante para saber se uma atualização é possível.
Também há a opção de comprar um conversor que já venha com Ginga para ter acesso a conteúdos de interatividade.
Atualmente, as emissoras contam com interação em alguns programas.
Segundo o Fórum Brasileiro de TV Digital, a TV Globo oferece interatividade em duas de suas principais novelas, "Ti-ti-ti" e "Passione".
A Record também tem o recurso na novela "Ribeirão do Tempo" e no programa "A Fazenda".
A TV Bandeirantes oferece o recurso na tabela do Campeonato Brasileiro. A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) também começou a apostar na novidade, com serviços da Caixa e do INSS.
"Esse mercado está só começando e tem muito potencial", afirma Salustiano Fagundes, do Fórum Brasileiro de TV Digital.
As propagandas brasileiras ainda não contam com o recurso da interatividade.
De acordo com Fagundes, ainda está sendo discutido como será o modelo.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
MÍDIA - Centrais sindicais podem ter horário na TV
Por Altamiro Borges
A Comissão de Trabalho da Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira, dia 17, um projeto de lei que concede às centrais sindicais dez minutos por semana nas emissoras de TV e rádio do país. O texto substitutivo foi apresentado pelo deputado Roberto Santiago (PV-SP) e resulta da fusão de outros dois projetos. Um de autoria de Vicentinho (PT-SP), que fixava a veiculação semanal em horário nobre, e outro de Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que propunha que programas sindicais fossem diários.
Entre outros aspectos positivos, o projeto aprovado prevê que: as peças produzidas pelas centrais irão ao ar entre 6h e 22h às terças-feiras; a veiculação poderá ser feita em bloco de dez minutos ou subdividida em inserções de 30 segundos a um minuto; a exibição não será facultativa, mas obrigatória e gratuita; e as emissoras poderão abater os custos de seus tributos. Nos programas, as centrais poderão tratar de três temas: matérias de interesse de seus representados; mensagens sobre a sua atuação sindical; e divulgação de posições políticas das centrais.
“Caráter conclusivo”
Segundo informa o sítio da Câmara Federal, o substitutivo tramita agora em “caráter conclusivo” pelas comissões da casa. Se aprovado nas duas que ainda restam (Justiça e Ciência/Tecnologia), ele irá direto a votação no Senado, sem passar pelo plenário da Câmara. “O projeto perderá esse caráter em duas situações: se houve parecer divergente entre as comissões; se depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total)”.
Como se nota, são reais as possibilidades do sindicalismo brasileiro finalmente conseguir espaço para divulgar suas idéias nos veículos massivos da radiodifusão, que são uma concessão pública – é sempre bom lembrar. Essa conquista, o chamado de direito de antena, já existe vários países. No recente seminário sobre convergências da mídia, promovido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), o representante de Portugal, por exemplo, falou sobre esse avanço democrático.
Reação será violenta
Mas possibilidade não significa garantia. Pegos de surpresas, os barões da mídia deverão iniciar de imediato a sua gritaria contra o projeto do deputado Roberto Santiago. A Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) tem “influência” no Congresso Nacional. A bancada da radiodifusão, dirigida pelo “senador” Evandro Guimarães, o homem da TV Globo, fará de tudo para barrar a aprovação do projeto. O sindicalismo já está antenado para fazer a contrapressão?
.
A Comissão de Trabalho da Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira, dia 17, um projeto de lei que concede às centrais sindicais dez minutos por semana nas emissoras de TV e rádio do país. O texto substitutivo foi apresentado pelo deputado Roberto Santiago (PV-SP) e resulta da fusão de outros dois projetos. Um de autoria de Vicentinho (PT-SP), que fixava a veiculação semanal em horário nobre, e outro de Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que propunha que programas sindicais fossem diários.
Entre outros aspectos positivos, o projeto aprovado prevê que: as peças produzidas pelas centrais irão ao ar entre 6h e 22h às terças-feiras; a veiculação poderá ser feita em bloco de dez minutos ou subdividida em inserções de 30 segundos a um minuto; a exibição não será facultativa, mas obrigatória e gratuita; e as emissoras poderão abater os custos de seus tributos. Nos programas, as centrais poderão tratar de três temas: matérias de interesse de seus representados; mensagens sobre a sua atuação sindical; e divulgação de posições políticas das centrais.
“Caráter conclusivo”
Segundo informa o sítio da Câmara Federal, o substitutivo tramita agora em “caráter conclusivo” pelas comissões da casa. Se aprovado nas duas que ainda restam (Justiça e Ciência/Tecnologia), ele irá direto a votação no Senado, sem passar pelo plenário da Câmara. “O projeto perderá esse caráter em duas situações: se houve parecer divergente entre as comissões; se depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total)”.
Como se nota, são reais as possibilidades do sindicalismo brasileiro finalmente conseguir espaço para divulgar suas idéias nos veículos massivos da radiodifusão, que são uma concessão pública – é sempre bom lembrar. Essa conquista, o chamado de direito de antena, já existe vários países. No recente seminário sobre convergências da mídia, promovido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), o representante de Portugal, por exemplo, falou sobre esse avanço democrático.
Reação será violenta
Mas possibilidade não significa garantia. Pegos de surpresas, os barões da mídia deverão iniciar de imediato a sua gritaria contra o projeto do deputado Roberto Santiago. A Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) tem “influência” no Congresso Nacional. A bancada da radiodifusão, dirigida pelo “senador” Evandro Guimarães, o homem da TV Globo, fará de tudo para barrar a aprovação do projeto. O sindicalismo já está antenado para fazer a contrapressão?
.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
mídia - TV pública na prática
Por Antônio Achilis em 9/11/2010
Não têm faltado reflexões sobre a construção do caráter da TV pública brasileira. Nos últimos anos fizemos dois fóruns nacionais, quando filosofamos à vontade. Mostramos, através de artigos, seminários, livros e palestras que temos uma boa teoria sobre como deve ser uma televisão pública.
Sabemos, por exemplo, que esse tipo de TV deve se subordinar aos interesses da sociedade, ajudar na formação da cidadania, ter um conteúdo diferente da TV comercial ou, no mínimo, uma abordagem diferente quando as pautas coincidirem. Quem está do lado de dentro, no entanto, sabe como é difícil levar isso à prática – motivo para mais este artigo.
Comecemos por entender que o brasileiro aprendeu a ver televisão ensinado pela TV Globo. Daí que as escolas, os profissionais, os concorrentes, todos querem fazer TV Globo na vida – prova da incontestável competência da emissora líder. É uma pena que seja assim, mas quem quiser se dar bem em televisão neste país tem que fazer TV Globo – que bebeu da fonte americana, sem nenhum demérito para quem conduz um negócio.
Tratamento de conteúdo
Não creio que a TV pública deva partir para uma ruptura brusca com esse modelo, mas pode introduzir elementos diferentes na relação com o telespectador, tratando-o como cidadão e buscando a perspectiva dele em seus conteúdos, sem desprezar o "idioma"com o qual ele está acostumado. Tais mudanças, se não forem um reaprendizado, serão a formulação de alternativas provocadoras. Com o tempo, poderão agregar novos formatos, ou ajudar na libertação de formatos viciantes, agora com a circunstância das mudanças tecnológicas, formando um ambiente de revolução. Por isto a TV pública deve preservar, em paralelo, espaços para experimentação.
Dois elementos são chaves nessas tentativas, em que não prescrevemos rupturas bruscas de modelos: a intencionalidade no trato dos conteúdos e a preparação dos profissionais – nas emissoras e nas escolas. A ruptura progressiva deve começar nas escolas, aproveitando o impulso das novas tecnologias, mesmo que a maioria dessas escolas ainda estejam programadas para ensinar TV Globo. Na TV comercial, os profissionais têm rotinas e modelos industriais, que visam audiência e redução de custos – enfim, apenas um negócio. Essa esteira de produção, quase um fordismo, é mais nítida nos jornalísticos, que são apenas uma das linhas de produtos feitos para preencher o intervalo que existe entre um brake e outro, ainda chamado de programação.
Na comparação entre TVs comerciais e públicas, o mesmo conteúdo certamente tem que receber tratamentos diferentes. Tenhamos como exemplo os casos de violência: podemos fazer a tela sangrar e segurar a audiência ou contribuir para a compreensão das circunstâncias dos fatos, estimular o senso crítico e o exercício da cidadania, mesmo mantendo o emocional intrínseco em cada episódio. Para conceber um tratamento a ser dado a cada conteúdo, o profissional tem que estar preparado e exercitar a tormenta do raciocínio todo santo dia. Ou seja, temos que provocar e espremer o melhor do cérebro de cada jornalista, de cada roteirista e de cada diretor de programa para desviá-los dos objetivos comerciais e conectá-lo, na prática, aos interesses da sociedade.
Então, vamos à prática. Sabemos todos que televisão é um veículo que flutua nas tensões da superfície, por sua própria natureza e sem demérito. O que se pode cobrar de imediato é o link com as fontes de conteúdos mais profundas e consistentes, que dão alguma sustentação, científica ou não, ao que está na superfície. Para falarmos da violência, teremos mais propriedade se enxergarmos o conhecimento existente sobre distribuição de renda, corrupção, impunidade, discriminação, disponibilidade de educação e cultura e perspectivas oferecidas aos jovens.
Universidades e grupos de estudos produzem e interpretam dados sobre os processos da violência e instituições sociais (ONGs ou não) são capazes de decodificar os impactos, sofrimentos e desejos das comunidades mais vitimadas. Até há bem pouco tempo, os valores dessas comunidades, os elementos que formam o seu tecido, sequer mereciam consideração. É muito mais do que anotar os dados do BO e fazer o off, colado numa entrevista com o delegado e/ou o bandido.
Claro que não é para colocar tudo isso em cada matéria, mas este lastro dá ao profissional outra condição de tratamento desse conteúdo e de elaboração daquilo que vai entregar à sociedade. Esse tipo de link é modelo que pode e deve ser aplicado aos demais temas – seja astronomia, cultura, economia... Importante é compreender que o veículo labora na superfície, mas o profissional deve ir fundo.
Cidadania e protagonismo
Para começarmos a girar essa roda de aculturação, uma dinâmica que me parece adequada e bem absorvida são os seminários acoplados a oficinas. Seriam eventos temáticos, dentre questões escolhidas como relevantes (segurança/violência, economia, saúde, cultura, produção científica, educação etc.), abordadas em dois eixos principais: o estado da arte e o desempenho da TV pública. Ou seja: o que se sabe sobre o tema, como ele é tratado atualmente e como deveria aparecer na TV pública. E caberia às oficinas o papel crucial da iniciação.
Esquematicamente poderíamos percorrer as seguintes etapas:
** Estudar as práticas do jornalismo sobre o tema escolhido;
** Identificar fontes de informação, pesquisadores e instituições dedicadas ao tema, em seus vários aspectos e com eles estabelecer conexões;
** Organizar as informações obtidas e montar o programa de atividades. Cabe às escolas adotá-lo na sua grade e às emissoras liberar e pautar seus profissionais para participar dele;
** Seminários levam estas pessoas e conteúdos à discussão com estudantes e profissionais;
** Oficinas fazem a iniciação das mudanças e geram novas discussões;
** As redações estabelecem relações permanentes com as fontes identificadas.
Importante regionalizar este esforço, porque cada tema tem diferenças enormes de uma região para outra. Uma emissora precisa decidir se cobre economia sob a ótica dos consumidores ou dos empresários – ou se reserva espaço para os dois. Mas o que é importante em São Paulo não pode ser imposto ao resto do país. De que é feita a economia do Norte/Nordeste? Como funciona o Centro-Oeste? Em todos os casos há oportunidades para abordagens nacionais, mas sem imposições de conteúdos. Por estas reflexões, cada parte do Brasil poderá identificar as abordagens necessárias, os temas relevantes e ainda ausentes da programação, enfim, ajustar seu conteúdo à sua realidade e impor-se ante o colonialismo eletrônico, vigente através das redes nacionais.
No embalo de uma TV pública melhor, ocorre a contaminação da TV privada. Este é mais um papel das TVs públicas: servir de contraponto, referência e laboratório para melhorar as emissoras comerciais. Vale lembrar este exemplo recente: o segmento que abriu espaço para as periferias das grandes cidades não foi o das TVs comerciais – foram as públicas. E este é apenas uma dentre tantas ousadias, às vezes efêmeras por falta de suporte financeiro. Sem a tal "bufunfa" não dá para segurar os talentos criados e depois capturados pela força da grana das TVs privadas. Enquanto estão do lado de cá, eles teimam em promover cidadania e protagonismo aos que hoje são apenas consumidores e massa de manobra. Apesar do controle remoto.
Não têm faltado reflexões sobre a construção do caráter da TV pública brasileira. Nos últimos anos fizemos dois fóruns nacionais, quando filosofamos à vontade. Mostramos, através de artigos, seminários, livros e palestras que temos uma boa teoria sobre como deve ser uma televisão pública.
Sabemos, por exemplo, que esse tipo de TV deve se subordinar aos interesses da sociedade, ajudar na formação da cidadania, ter um conteúdo diferente da TV comercial ou, no mínimo, uma abordagem diferente quando as pautas coincidirem. Quem está do lado de dentro, no entanto, sabe como é difícil levar isso à prática – motivo para mais este artigo.
Comecemos por entender que o brasileiro aprendeu a ver televisão ensinado pela TV Globo. Daí que as escolas, os profissionais, os concorrentes, todos querem fazer TV Globo na vida – prova da incontestável competência da emissora líder. É uma pena que seja assim, mas quem quiser se dar bem em televisão neste país tem que fazer TV Globo – que bebeu da fonte americana, sem nenhum demérito para quem conduz um negócio.
Tratamento de conteúdo
Não creio que a TV pública deva partir para uma ruptura brusca com esse modelo, mas pode introduzir elementos diferentes na relação com o telespectador, tratando-o como cidadão e buscando a perspectiva dele em seus conteúdos, sem desprezar o "idioma"com o qual ele está acostumado. Tais mudanças, se não forem um reaprendizado, serão a formulação de alternativas provocadoras. Com o tempo, poderão agregar novos formatos, ou ajudar na libertação de formatos viciantes, agora com a circunstância das mudanças tecnológicas, formando um ambiente de revolução. Por isto a TV pública deve preservar, em paralelo, espaços para experimentação.
Dois elementos são chaves nessas tentativas, em que não prescrevemos rupturas bruscas de modelos: a intencionalidade no trato dos conteúdos e a preparação dos profissionais – nas emissoras e nas escolas. A ruptura progressiva deve começar nas escolas, aproveitando o impulso das novas tecnologias, mesmo que a maioria dessas escolas ainda estejam programadas para ensinar TV Globo. Na TV comercial, os profissionais têm rotinas e modelos industriais, que visam audiência e redução de custos – enfim, apenas um negócio. Essa esteira de produção, quase um fordismo, é mais nítida nos jornalísticos, que são apenas uma das linhas de produtos feitos para preencher o intervalo que existe entre um brake e outro, ainda chamado de programação.
Na comparação entre TVs comerciais e públicas, o mesmo conteúdo certamente tem que receber tratamentos diferentes. Tenhamos como exemplo os casos de violência: podemos fazer a tela sangrar e segurar a audiência ou contribuir para a compreensão das circunstâncias dos fatos, estimular o senso crítico e o exercício da cidadania, mesmo mantendo o emocional intrínseco em cada episódio. Para conceber um tratamento a ser dado a cada conteúdo, o profissional tem que estar preparado e exercitar a tormenta do raciocínio todo santo dia. Ou seja, temos que provocar e espremer o melhor do cérebro de cada jornalista, de cada roteirista e de cada diretor de programa para desviá-los dos objetivos comerciais e conectá-lo, na prática, aos interesses da sociedade.
Então, vamos à prática. Sabemos todos que televisão é um veículo que flutua nas tensões da superfície, por sua própria natureza e sem demérito. O que se pode cobrar de imediato é o link com as fontes de conteúdos mais profundas e consistentes, que dão alguma sustentação, científica ou não, ao que está na superfície. Para falarmos da violência, teremos mais propriedade se enxergarmos o conhecimento existente sobre distribuição de renda, corrupção, impunidade, discriminação, disponibilidade de educação e cultura e perspectivas oferecidas aos jovens.
Universidades e grupos de estudos produzem e interpretam dados sobre os processos da violência e instituições sociais (ONGs ou não) são capazes de decodificar os impactos, sofrimentos e desejos das comunidades mais vitimadas. Até há bem pouco tempo, os valores dessas comunidades, os elementos que formam o seu tecido, sequer mereciam consideração. É muito mais do que anotar os dados do BO e fazer o off, colado numa entrevista com o delegado e/ou o bandido.
Claro que não é para colocar tudo isso em cada matéria, mas este lastro dá ao profissional outra condição de tratamento desse conteúdo e de elaboração daquilo que vai entregar à sociedade. Esse tipo de link é modelo que pode e deve ser aplicado aos demais temas – seja astronomia, cultura, economia... Importante é compreender que o veículo labora na superfície, mas o profissional deve ir fundo.
Cidadania e protagonismo
Para começarmos a girar essa roda de aculturação, uma dinâmica que me parece adequada e bem absorvida são os seminários acoplados a oficinas. Seriam eventos temáticos, dentre questões escolhidas como relevantes (segurança/violência, economia, saúde, cultura, produção científica, educação etc.), abordadas em dois eixos principais: o estado da arte e o desempenho da TV pública. Ou seja: o que se sabe sobre o tema, como ele é tratado atualmente e como deveria aparecer na TV pública. E caberia às oficinas o papel crucial da iniciação.
Esquematicamente poderíamos percorrer as seguintes etapas:
** Estudar as práticas do jornalismo sobre o tema escolhido;
** Identificar fontes de informação, pesquisadores e instituições dedicadas ao tema, em seus vários aspectos e com eles estabelecer conexões;
** Organizar as informações obtidas e montar o programa de atividades. Cabe às escolas adotá-lo na sua grade e às emissoras liberar e pautar seus profissionais para participar dele;
** Seminários levam estas pessoas e conteúdos à discussão com estudantes e profissionais;
** Oficinas fazem a iniciação das mudanças e geram novas discussões;
** As redações estabelecem relações permanentes com as fontes identificadas.
Importante regionalizar este esforço, porque cada tema tem diferenças enormes de uma região para outra. Uma emissora precisa decidir se cobre economia sob a ótica dos consumidores ou dos empresários – ou se reserva espaço para os dois. Mas o que é importante em São Paulo não pode ser imposto ao resto do país. De que é feita a economia do Norte/Nordeste? Como funciona o Centro-Oeste? Em todos os casos há oportunidades para abordagens nacionais, mas sem imposições de conteúdos. Por estas reflexões, cada parte do Brasil poderá identificar as abordagens necessárias, os temas relevantes e ainda ausentes da programação, enfim, ajustar seu conteúdo à sua realidade e impor-se ante o colonialismo eletrônico, vigente através das redes nacionais.
No embalo de uma TV pública melhor, ocorre a contaminação da TV privada. Este é mais um papel das TVs públicas: servir de contraponto, referência e laboratório para melhorar as emissoras comerciais. Vale lembrar este exemplo recente: o segmento que abriu espaço para as periferias das grandes cidades não foi o das TVs comerciais – foram as públicas. E este é apenas uma dentre tantas ousadias, às vezes efêmeras por falta de suporte financeiro. Sem a tal "bufunfa" não dá para segurar os talentos criados e depois capturados pela força da grana das TVs privadas. Enquanto estão do lado de cá, eles teimam em promover cidadania e protagonismo aos que hoje são apenas consumidores e massa de manobra. Apesar do controle remoto.
domingo, 31 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Marketing de Serra: da série "só dói quando rio"
blog
luisnassif, dom, 24/10/2010 - 19:26
Por Demarchi
Se fosse uma brincadeira, uma gozação do PT, eu até entenderia. Mas a turma do Serra se expondo ao ridículo mais uma vez ?! Os marqueteiros deles piraram ?!!!
luisnassif, dom, 24/10/2010 - 19:26
Por Demarchi
Se fosse uma brincadeira, uma gozação do PT, eu até entenderia. Mas a turma do Serra se expondo ao ridículo mais uma vez ?! Os marqueteiros deles piraram ?!!!
domingo, 24 de outubro de 2010
GABRIEL PRIOLLI - Lei não eximiria os pais de controlarem o que o filho vê
ESPECIAL PARA A FOLHA
Vamos direto ao ponto: fazer televisão comercial e reduzir a veiculação de publicidade -infantil ou qualquer outra- são metas inconciliáveis. Não é possível esperar que uma empresa tome medidas, de moto próprio, para limitar o seu lucro.
Se a busca natural da maximização de resultados eventualmente envolver a veiculação de conteúdos sensíveis, a TV, então, apresentará as mais elaboradas justificativas para colocá-los no ar e assegurar a robustez do caixa.
No limite, se for acuada, assumirá o papel de vítima e dirá que querem censurá-la. Resistirá sempre, até o ponto da insensatez se necessário.
É certamente intenso o bombardeio de mensagens comerciais sobre as crianças e todos os telespectadores. Sobretudo nas efemérides favoráveis ou especialmente criadas para estimular o consumo, como o Dia da Criança, das Mães, dos Pais, o Natal ou a Páscoa.
É certo também que os pequenos são menos capazes de resistir aos apelos sedutores da boa publicidade e que a exposição de suas mentes em formação à volúpia consumista não ajuda a formar adultos moderados. Mas, diante disso, o que fazer exatamente?
CONTROLE
Estabelecido o conflito de interesses entre o empreendimento comercial da televisão e a sociedade que deseja proteger-se de mensagens nocivas, só há um caminho razoável e democrático a seguir: o da regulação.
Não a autorregulação, que, diante do problema, apenas tergiversa e eventualmente coíbe hoje para liberar amanhã. Mas o regramento legal, amplamente debatido pela cidadania, votado e aprovado no Parlamento, fiscalizado pelo executivo, arbitrado pela Justiça. O que nada tem a ver com censura.
Convém, entretanto, não esperar milagres. A eventual suspensão da publicidade na programação infantil não dará proteção total às crianças.
Elas seguirão assistindo à programação adulta, como fazem usualmente, e estarão expostas a mensagens muito mais nocivas do que anúncios de brinquedos.
Assim sendo, não há como escapar: o controle mais efetivo será sempre o cuidado dos pais. Quanto menos remoto, melhor.
--------------------------------------------------------------------------------
GABRIEL PRIOLLI é jornalista e diretor de televisão
Vamos direto ao ponto: fazer televisão comercial e reduzir a veiculação de publicidade -infantil ou qualquer outra- são metas inconciliáveis. Não é possível esperar que uma empresa tome medidas, de moto próprio, para limitar o seu lucro.
Se a busca natural da maximização de resultados eventualmente envolver a veiculação de conteúdos sensíveis, a TV, então, apresentará as mais elaboradas justificativas para colocá-los no ar e assegurar a robustez do caixa.
No limite, se for acuada, assumirá o papel de vítima e dirá que querem censurá-la. Resistirá sempre, até o ponto da insensatez se necessário.
É certamente intenso o bombardeio de mensagens comerciais sobre as crianças e todos os telespectadores. Sobretudo nas efemérides favoráveis ou especialmente criadas para estimular o consumo, como o Dia da Criança, das Mães, dos Pais, o Natal ou a Páscoa.
É certo também que os pequenos são menos capazes de resistir aos apelos sedutores da boa publicidade e que a exposição de suas mentes em formação à volúpia consumista não ajuda a formar adultos moderados. Mas, diante disso, o que fazer exatamente?
CONTROLE
Estabelecido o conflito de interesses entre o empreendimento comercial da televisão e a sociedade que deseja proteger-se de mensagens nocivas, só há um caminho razoável e democrático a seguir: o da regulação.
Não a autorregulação, que, diante do problema, apenas tergiversa e eventualmente coíbe hoje para liberar amanhã. Mas o regramento legal, amplamente debatido pela cidadania, votado e aprovado no Parlamento, fiscalizado pelo executivo, arbitrado pela Justiça. O que nada tem a ver com censura.
Convém, entretanto, não esperar milagres. A eventual suspensão da publicidade na programação infantil não dará proteção total às crianças.
Elas seguirão assistindo à programação adulta, como fazem usualmente, e estarão expostas a mensagens muito mais nocivas do que anúncios de brinquedos.
Assim sendo, não há como escapar: o controle mais efetivo será sempre o cuidado dos pais. Quanto menos remoto, melhor.
--------------------------------------------------------------------------------
GABRIEL PRIOLLI é jornalista e diretor de televisão
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
PARA UM CARA QUE SE DIZ ECONOMISTA - SEM DIPLOMA E SEM CONHECIMENTO, DIGA-SE -SÃO PATÉTICAS AS FALSAS PROMESSAS DO PROGRAMA DE TV DO SERRA
LÚCIA CARDOSO, APÓS OUVIR E PARODIAR AS MENTIRAS DO PROGRAMA DE SERRA , VINCULADO AOS LATIFUNDIÁRIOS FEUDAIS, À TFP, ENTIDADE MAIS REACIONÁRIA E VIOLENTA DA POLÍTICA BRASILEIRA, QUE DEFENDEU A DITADURA
E PROPOSTAS DO ARCO DA VELHA, DA ERA MEDIEVAL...
COMO REPETEM OS GRANDES PENSADORES, O HOMEM É A SUA VERDADE - MENTIRAS, NO CASO DO SERRA - E SUAS CIRCUNSTRÂNCIS, ISTO É, SEUS ALIADOS RACISTAS E HITLERISTAS - OUVIU BORNHAUSEN DIZER QUE QUERIA EXTERMINAR COM "ESSA RAÇA DO PT?" VOCÊ SABE SOBRE TODA A CORRUPÇÃO DA PRIVATARIA E DA ESTAGNAÇÃO DEMOTUCANAS DA ERA FHC E DA CORRUPÇÃO VERGONHOSA DO DEMO ARRUDA NO DF?
NÃO DÊ BOLA PARA AS INFÂMIAS DOS FALSOS E MENTIROSOS E-MAILS QWU ROLAM NA INTERNET, TODOS PREPARADOS E PRODUZIDOS INDUSTRIALMENTE PELA CAMPANHA DE SERRA!!!
E PROPOSTAS DO ARCO DA VELHA, DA ERA MEDIEVAL...
COMO REPETEM OS GRANDES PENSADORES, O HOMEM É A SUA VERDADE - MENTIRAS, NO CASO DO SERRA - E SUAS CIRCUNSTRÂNCIS, ISTO É, SEUS ALIADOS RACISTAS E HITLERISTAS - OUVIU BORNHAUSEN DIZER QUE QUERIA EXTERMINAR COM "ESSA RAÇA DO PT?" VOCÊ SABE SOBRE TODA A CORRUPÇÃO DA PRIVATARIA E DA ESTAGNAÇÃO DEMOTUCANAS DA ERA FHC E DA CORRUPÇÃO VERGONHOSA DO DEMO ARRUDA NO DF?
NÃO DÊ BOLA PARA AS INFÂMIAS DOS FALSOS E MENTIROSOS E-MAILS QWU ROLAM NA INTERNET, TODOS PREPARADOS E PRODUZIDOS INDUSTRIALMENTE PELA CAMPANHA DE SERRA!!!
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)