"O Senado e a Câmara, num nível menor, revelaram-se para a sociedade como duas instituições perdulárias. O preço é a perda da credibilidade, em seguida, a perda total do respeito. Como é possível aceitar este caminho, fazer da política uma vergonhosa atividade humana?"
Essa frase de Fernando Gabeira revela que ele deixará a função de deputado federal por vergonha?!
É a prova de que até na renúncia dos outros Gabeira e os demotucanos são seletivos?
Essa frase (do artigo de hoje na FSP) revela simplesmente como as palavras retiradas do seu contexto têm uma valoração completamente diferente daquela que o autor quis dar.
De certa forma o jornalismo é feito dessas contradições.
Quem não souber interpretar essa contradição, não entenderá as virtudes e mazelas da grande mídia atualmente.
Nesse caso específico Gabeira queria mesmo era a renúncia do presidente do Senado José Sarney...
Quer dizer: no caso de Sarney, é vergonhoso continuar; no caso de Gabeira, continuar é ter a oportunidade de tratar a coisa pública como coisa privada tanto quanto Sarney, pois Gabeira defende os interesses demotucanos e da Grande Mídia que querem defenestrar Sarney.
Mero jogo político em vésperas de eleição.
As soluções para a velha contradição entre público e privado não são encontradas porque - pelo menos por enquanto - a maioria não quer.
Tudo questão de hegemonia na luta pelo poder.
MEMÓRIA E INIMIGOS SELETIVOS
A grande mídia usa a memória seletiva para chamar a ditadura de ditabranda e também selecionar os inimigos da hora.
No caso do senador Sarney, ficou claro isso.
Objetivo: desbancar Sarney para colocar no lugar dele um do PSDB, Pirillo.
um exemplo:
..."O presidente da Casa também passou por outros constrangimentos ao admitir que recebia auxílio-moradia irregularmente e que emprestou apartamento funcional a um ex-senador e a uma funcionária do gabinete, algo proibido."
Essa é nova.
Algo proibido!!!
Ou é proibido ou não.
É mais ou menos proibido,
conforme os meus interesses
e seletividades do que seja proibido?
É proibido mas é legal?
Qual proibição legal eu escolho para proibir, meter o pau?
Esse é só um exemplo menor. Imagine os maiores e melhores momentos!
CRÍTICAS SELETIVAS CONFORME MEUS INTERESSES
O presidente do STF Gilmar Mendes liberou Daniel Dantas da condenação com dois habeas-corpus em 48 horas, nas férias judiciárias de julho de 2008.
Mas não é só por isso que sua atuação é criticada por advogados e promotores e magistrados. É pela sua atuação ativa, isto é, opina sobre o processo antes de julgá-lo e sobre qualquer assunto que esteja ocorrendo no país, sempre de forma conservadora - ele é considerado um patrimonialista, fazendeiro.
O ministro Joaquim Barboa e ele discutiram no STF, Barbosa falando dos jagunços de Mendes, este desprezando a atuação daquele.
Os três poderes funcionam democraticamente, portanto. Cada um na sua.
Essas discussões fazem parte do jogo democrático.
Mas o presidente da OAB SP Luiz Flávio Borges D´Urso mostrou que age politicamente, interfere nos outros poderes como pretende também Mendes.
VIÉS GOLPISTA
Criticou Barbosa porque, na verdade, este não conversa com advogados que defendem causas diretas no STF, para se preservar, para deixar clara a diferença entre o público e o privado.
Mas D´Urso enveredou pela análise política:
"A liturgia do poder – que adorna os palcos institucionais e exerce o dom de conferir grandeza aos atos e atitudes dos membros da hierarquia – foi estiolada. A quebra do rito formal do Supremo sinaliza para o estado de deterioração que se espraia pelo universo organizacional, atingindo particularmente a esfera dos poderes.
Junta-se o Poder Judiciário ao campo obscuro da imagem onde já está inserido o Poder Legislativo, às voltas com uma intensa bateria de denúncias, que já se desenvolve há mais de dois meses. Sob esta avaliação, acentua-se a força do Poder Executivo, impulsionada pelo prestígio pessoal da figura do presidente Lula. Nesse caso, o sistema de pesos e contrapesos, arquitetado por Montesquieu, em sua visão tripartite dos Poderes, ameaça naufragar, abrindo possibilidades para o agigantamento de um presidencialismo de matiz absolutista, que, como sabemos, praticamente direciona as atividades do Poder Legislativo. Basta registrar o uso desmedido das medidas provisórias, que deixaram de ser excepcionais para se incorporar ao cotidiano da agenda parlamentar, disse ele."
Numa democracia plena, essa conversa cheira a golpe, ainda mais porque são notórias as vinculações dele com os demotucanos e grande mídia que insistem em demonizar o governo federal e os movimentos sociais para a retomada do poder em 2010.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
A LUTA PELA HEGEMONIA DO PODER
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