quarta-feira, 27 de maio de 2009

Brasil sai bem da crise

Dados do mercado financeiro que devem ser preservados para entender o Brasil.

Mesmo antes do final do mês, maio já aparece como um dos meses com maior entrada de investidores estrangeiros no mercado acionário do Brasil, de acordo com dados até o último dia 21. Esse crescente apetite pelas ações brasileiras levou a Bovespa a atingir ontem o seu maior nível (51.840 pontos) desde 19 de setembro passado, logo após a agudização da crise global, no dia 15 daquele mês.Em 2009, os ganhos acumulados pela Bolsa brasileira chegam a 38%. Para analistas, o comportamento da Bolsa indica que o país pode sair da crise maior do que entrou."O Brasil se destaca porque, se existe um sentimento de que o pior já passou, também há a impressão de que o pior passou longe do país", afirma Alan Gandelman, diretor-presidente da filial local da corretora britânica Icap."A Bovespa alcançou o patamar máximo de 73 mil pontos em maio de 2008 por causa da percepção de que a economia brasileira havia mudado. E agora se chegou à conclusão de que as transformações sofridas de fato ajudaram o país a atravessar as turbulências com menos sobressaltos. As estratégias adotadas pelo governo e pelo Banco Central mostraram-se muito acertadas", segundo Gandelman.Quando a crise internacional se complicou, os grandes investidores internacionais, em pânico, correram para tirar seu dinheiro de aplicações mundo afora para cobrir as perdas sofridas nos EUA e na Europa e comprar títulos do Tesouro americano, considerados como um porto seguro na crise. A Bovespa, que havia atingido seu pico em maio, caiu a 29,4 mil pontos em 27 de outubro.Passado o nervosismo exacerbado, os investidores voltam a procurar opções mais rentáveis, e o Brasil se destaca, com um dos juros reais mais altos do mundo e moeda em alta.O saldo de aplicação de estrangeiros (diferença entre compra e venda de ações) na Bovespa estava positivo em R$ 4,221 bilhões até o dia 21 de maio. Se o mês acabasse ali, seria, apesar da crise global, o segundo maior saldo da série histórica da Bovespa, que começa em abril de 1993.As Bolsas e as moedas dos países emergentes são as que mais têm se valorizado com a melhora de humor dos mercados internacionais.A política de juros baixos adotada pelos países ricos para tentar combater os efeitos da crise estimula o investidor a pegar dinheiro emprestado nesses mercados para aplicar em países emergentes.Grandes produtores de commodities, como o Brasil e a Austrália, e empresas do setor se beneficiam ainda das políticas de estímulo econômico da China, grande consumidor desses produtos básicos.

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