domingo, 31 de outubro de 2010

Chegamos ao dia decisivo.

TIJOLAÇO
brizola neto

Foram meses que ensinaram muito a todos nós.
Creio que o primeiro ensinamento foi algo que todos partilhamos: do mais humilde dos brasileiros ao próprio presidente Lula.
O de que não existe caminho para justiça social no Brasil que não passe pelo desenvolvimento econômico e pela afirmação de nossa soberania como nação.
Acho que todos entendemos que, reescrevendo a frase que ficou famosa nos tempos do “milagre econômico” da ditadura, o bolo só cresce se for mais bem dividido e só é mais bem dividido quando cresce.
Progresso econômico e progresso social são duas faces inseparáveis de um Brasil que quer e precisa crescer.
De fato, basta examinar todos os indicadores econômicos e sociais para que se veja que o governo Lula disparou em realizações e em popularidade no seu segundo mandato, ao assumir claramente sua natureza nacional e popular, deixando à beira do caminho aqueles que defendiam, embora com menos ferocidade, as mesmas regras neoliberais que marcaram o governo FHC.
Numa palavra, foi finalmente o governo Lula quem retomou a linha de afirmação nacional, econômica e social que marcou a vida brasileira nas décadas de 30, 40, 50 e até mesmo na década de 60, pois o progresso desse país tinha uma força inercial que nem mesmo a ditadura militar, embora com seus componentes entreguistas, conseguiu romper de imediato.
A década final do regime autoritário, marcada pela estagnação, foi sucedida primeiro pela nulidade de Sarney, o energúmeno, e depois, pelo neoliberalismo privatista se afirmou com a nova ditadura: a do pensamento único.
Em 1995, com Fernando Henrique Cardoso, o viés subalterno que passou a comandar a vida brasileiro sentiu-se seguro ao ponto de rasgar o véu da hipocrisia e declarar que sua missão era sepultar definitivamente o que chamaram de Era Vargas, significando com isso o seu desejo de alienar todas as riquezas desta nação e conformar o Brasil a uma condição colonial.
Mas manter o Brasil como colônia, embora o venham conseguindo há cinco séculos, é algo que não se consegue se há liberdade.
Um grande e maravilhoso país, com um grande e generosa população só pode ser pequeno se nos aceitarmos assim, se nos desprezarmos como povo e como nação. Se vivermos na tristeza e no silêncio.
Foi por isso que suprimiram a liberdade em 64. Foi por isso que a deformaram, com o poder midiático, na eleição de Collor e, depois, com a ideia de que a história dos conflitos pela afirmação das nações era passado e a globalização e o mercado eram fenômenos divinos e invencíveis.
Daí nos vem o segundo ensinamento: se a liberdade de imprensa sempre foi uma ferramenta da rebeldia generosa e da decência humana, o direito à comunicação, que a engloba, é ainda maior: é o fundamento da liberdade e da democracia.
Controlá-lo, desde os tempos em que os livros dependiam do imprimatur dos senhores dos feudos terrestres e celestiais, sempre foi a chave do poder.
É verdade que os meios tecnológicos, pouco a pouco, foram eliminando estes “privilégios de impressão”, culminando nesta maravilhosa ferramenta que é a internet.
Mas um a um, o poder sempre procurou se apoderar deles e desvirtuar o seu sentido libertário, fazendo dele não apenas o que deve também ser, diversão e entretenimento, mas diversionismo e entorpecimento.
E, sejamos realistas, os espaços que abrimos aqui, na internet, ainda são pequenos e pouco significativos perto das estruturas de manipulação e mentira que dominam e que, também aqui, conseguem montar.
Um governo popular, no Brasil, tem de encarar a democratização da comunicação como a espinha dorsal de sua sobrevivência política.
Porque os inimigos de um Brasil popular contam com quase toda a comunicação, com suas máquinas de produzir mentiras, de distorcer verdades e de deformar consciências.
Outro dia, num evento na Carta Capital exortou os políticos a não terem medo da grande imprensa.
Concordo com ele, mas é preciso que o Governo também não a tema, como vem sendo tristemente verdadeiro há décadas.
Procurei praticar aqui, tanto quanto pude, este conselho.
Este pequeno espaço, que começamos a abrir há menos de um ano e meio, modestamente, procurou não ter este medo, nem viver em função de vantagens, poder ou sucesso eleitoral.Nunca, apesar dos conselhos para que o fizesse, deixei de lado as grandes lutas para cair no terreno estéril e falso da promessa, da cooptação, da formação de grupos de interesse.
Hoje, no dia em que se encerra uma etapa importante da luta histórica de nosso povo, o corpo está extenuado, mas a consciência serena.
Este mês, 1,2 milhão de acessos ao Tijolaço e , sobretudo, os mais de 15 mil comentários postados desde 1º de outubro mostram que este se tornou um lugar de encontro, para dividir ideias, angústias, revoltas e paixões.
Para dividirmos o que somos de verdade, pois é o que somos de verdade o melhor que podemos dar uns aos outros.
A minha gratidão a todos os que colaboraram neste processo, lendo, criticando, sugerindo, me dando até uns “foras” de vez em quando.
Carregar este sobrenome e escrever sob um título que identifica a luta de um grande homem é um enorme peso para alguém tão pequeno.
Mas se cada um de nós, nas nossas pequenas forças, pudermos, cada um, conduzir um grão de areia, é certo que juntos podemos fazer uma montanha.
A minha gratidão e reconhecimento a todos, e que o destino sorria a este povo tão sofrido.
Viva o povo brasileiro, razão de ser do Brasil

Dilma Lá! Sem medo de ser feliz!



Dilma Rousseff deve ser eleita 1ª mulher presidente do Brasil


Vota Brasil! Dilma 13 presidente

Lula diz que Serra 'sai menor' da campanha

O Presidente Lula afirmou neste domingo, após votar em São Bernardo do Campo (SP), que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, "sai menor" da campanha eleitoral.



O Presidente Lula vota na Escola Estadual João Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo, depois concede entrevista coletiva aos jornalistas
Lula afirmou: "Essa campanha foi muito violenta de uma parte para outra, acho que o candidato Serra sai menor dessa campanha, porque a agressividade deles tucanos à companheira Dilma é uma coisa que eu imaginava que já tivesse terminado na política brasileira".


"Fui candidato cinco vezes, perdi três e vocês nunca me viram com a agressividade que teve nessa campanha", reiterou.


Lula ainda criticou a politização da religião e a "disseminação do ódio e do preconceito contra Dilma".


Ele não quis cantar vitória de sua candidata, mas afirmou que, pelas pesquisas, é mais provável que ela ganhe. No entanto, ponderou que "em eleição e mineração" só se sabe o resultado no final.


Lula descartou participar diretamente de um eventual governo Dilma. "Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar de um governo do futuro presidente. Dilma precisa construir um governo que seja a cara dela, com jeito dela, com pessoas em que ela confie."Folha

Programa TV - Noite - 29/10 - DILMA

Dilma Rousseff deve ser eleita 1ª mulher presidente do Brasil

Encontro de evangélicos desmascara campanha de ódio contra Dilma

31 de outubro de 2010
A pedido do presidente Lula e de Dilma, o senador Magno Malta (PR-ES) tem viajado o país desmascarando a campanha de ódio e mentiras contra a candidata petista à Presidência da República. Evangélico e conhecido pela contundência com que defende valores morais no Senado, Malta está acima de qualquer suspeita para defender Dilma da central de boatos inédita que se armou na internet para favorecer José Serra se utilizando de preconceitos religiosos.

Junto com ele, estiveram no Clube Homs, na Avenida Paulista, outras lideranças como o deputado federal bispo Robson Rodovalho (PP-DF), o prefeito de Osasco Emidio de Souza, os vereadores de São Paulo, Carlos Apolinário (DEM) e Jamil Murad (PCdoB), Ciro Moura, que foi candidato ao Senado pelo PTC, o vereador de Cotia, Toninho Kalunga (PT) e o deputado estadual José Candido (PT), entre outras lideranças.

O senador desmascara o cinismo de quem ativou a campanha contra Dilma, contando que, a partir de uma pesquisa qualitativa, perceberam que era possível empurrar José Serra ao segundo turno aumentando a votação de Marina, se utilizando de sua ligação com os evangélicos. “Foi aqui nessa avenida Paulista que fizeram isso. Enquanto nosso povo se digladia com mentiras contra a Dilma, eles tomam whisky e riem de nós”, afirmou Malta.

Embora não tenha ligação com o PT, o senador disse que entrou nessa disputa de idéias porque acredita no projeto do Governo de Dilma. “O que me move e me trouxe hoje aqui é o meu senso de justiça. Pensam que eu sou corajoso, mas não sou, tenho sede de justiça. É esse senso que me faz vencer os umbrais do medo”, afirmou. O senador disse que, assim que começaram os ataques baixos contra Dilma, Lula pediu que ele fizesse por ela o que fez por ele, cruzando o país “dessatanizando” o petista.

“Quando você vê um esfaqueado, você tem que ajudar. Não pode deixar de salvar porque tem medo de sujar o carro ou ter que depor na polícia”, disse. Malta contou que também é vítima de preconceito por ser filho de uma faxineria nordestina e negra, assim como por ser evangélico e nunca ter feito uma faculdade. “A elite do meu estado nunca engoliu minha eleição. Com tantos ricos, cultos e bonitos e elegem esse pé-rapado”, afirmou.

Malta ressaltou o modo heróico como Dilma tem levado a tortura pública que tem sofrido. “Mulher é mesmo mais forte que homem. O que essa mulher sofreu não é brincadeira. Homem é tudo frouxo. Pra aguentar o que essa mulher está aguentando, só sendo mulher!”

O senador lembrou aos cristãos presentes que “a boca que honra Deus, não desonra ninguém”, referindo-se às calúnias que muitos espalham contra Dilma sem verificar se são verdadeiras. “Quem fala pelo cotovelo é obrigado a desmentir com a boca”, intimou.

Alertou para o fato dos eleitores cristãos não estarem trabalhando para eleger um papa ou um pastor. “Os adversários levaram o debate para um viés religioso e não espiritual”, salientou. Ele distinguiu a solidariedade e a busca pela justiça como valores espirituais, diferente de temas ligados à doutrinas de igrejas.

O senador foi pródigo em exemplos do que ocorreu nesta eleição para destruir a reputação de Dilma. São tantos e tão absurdos que Malta brincou: “Aí, já é cansar muito”. Citou vários ataques específicos feitos à candidata e foi revelando a farsa de cada um, assim como sua irrelevância para o processo eleitoral. Malta chegou a questionar porque Serra e Marina não são questionados por contradições mais graves.

“A Marina não é meia boca não, ela é cristã mesmo, mas ninguém cobrou Marina sobre o apoio que deu a Gabeira, no Rio”, disse ele sobre o político do mesmo partido da acreana, que defende a legalização das drogas e o casamento homossexual. “Assistindo o programa de TV em que Marina defende Gabeira, se fechar o olho, você vai achar que ela está falando do apóstolo Paulo”, afirmo o senador, provocando risos. Ele defendeu a atitude da candidata, pois o partido é plural.

Malta reverenciou a luta de Dilma contra a ditadura, usada pelo adversário de forma subterrânea para desqualificá-la. “Foi a luta de pessoas como a Dilma que me deu, a mim o filho da faxineria do interior do nordeste, a possibilidade de ser senador da República”, afirmou, brincando que, se Dilma se convertesse a evangélica, haveria fila nas igrejas para ver a “ex-guerrilheira que Jesus salvou”.

Entre muitas outras considerações sobre o nível de baixaria que a campanha de Serra assumiu como estratégia eleitoral oficial e extra-oficial, Malta também falou dos inúmeros avanços do governo Lula contra os atrasos que representaram o governo de Fernando Henrique. Ele defendeu que são esses os verdadeiros argumentos a serem considerados pelos cristãos brasileiros na hora de votar. O evento encerrou-se com a oração: “Te agradecemos de ter nascido nesse Brasil abençoado. Dai-nos, ó Deus bendito, a Dilma presidente!”

Manifestações

Depois do senador Malta ter sido tão contundente e detalhista em sua defesa de Dilma, os demais participantes se restringiram a sucintas declarações:

“Deus nos deu um grande presente: um governo que é a resposta à oração. Um presidente sensível. Conheço Dilma e não vejo ela focada em nada que não seja trabalho. Esse governo na mão dela vai ser uma benção”, foi a fala do bispo Rodovalho.

O vereador Apolinário afirmou apenas que “quem quiser andar pra trás, vota no Serra”. O político que é da mesma base aliada de Serra afirmou que o Brasil que quer é Dilma presidente. “Com certeza vamos continuar tendo esse Brasil maravilhoso que tivemos com o presidente Lula”, reconheceu.

O presidente do PTC, Ciro Moura, declarou que o evento vem confirmar a vontade cristã de eleger Dilma. “Sou antigo, quase história viva, e quero dizer que nunca vi uma campanha tão agressiva. O nosso adversário deixou sua teórica educação para desrespeitar a Dilma com mentiras.” Ciro afirmou que se qualquer boato contra Dilma fosse verdade, o Partido Trabalhista Cristão não estaria com Dilma. “Quero alertar o seguinte: quem mente não merece o voto e nosso adversário está mentindo. O Lula foi um presidente bom? Foi o melhor presidente que conheci na minha vida. Dilma será a continuidade dele.”

O prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT) minimizou a força da boataria dizendo que, após o início do primeiro turno houve dúvidas, mas a boataria deu lugar à verdade. “Os cristãos, católicos e evangélicos, estão despertando para a verdade”, afirmou.

“A Dilma é uma mulher muito honrada que ajudou esse país que o Lula está fazendo”, ressaltou. Ele disse, ainda, que vivemos num país que tem valores e valorizar a família é o que a Dilma e o presidente Lula têm feito. “Todas as fases da vida têm que ser protegidas, desde a gravidez, até a juventude e a velhice.”

“Eu, como cristão, quero pedir que não se deixem levar pelas calúnias que se espalharam pelos subterrâneos da internet”, disse Emídio. Ele ainda pediu que, em vez de ficar respondendo mentiras que nunca acabam, resta-nos falar o que temos de bom na nossa candidata. “Não precisa falar mal de ninguém”, disse

O combate ao coronelismo eletrônico

Por Mauro Malin em 28/10/2010


Um dos motes da campanha do senador eleito Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, reafirmado após o pleito em entrevista à Folha de S. Paulo (20/10), foi a luta pela democratização dos meios de comunicação, centrada no combate ao "coronelismo eletrônico", o controle de concessões de rádio e televisão por parlamentares ou grupos políticos.

"A Constituição Federal veda que parlamentares sejam donos, sócios ou gerentes de concessões de rádio e televisão, como reza o artigo 54", diz Taques, em entrevista por telefone ao Observatório da Imprensa, "mas o Brasil todo sabe que muitas emissoras pertencem a grupos políticos. Parece até que políticos nascem com o dom de ser donos de emissoras. É uma farsa."

Essa circunstância frequentemente impõe o monopólio da comunicação social e, para o futuro senador, "o Estado democrático de direito pressupõe pluralismo".

Enfoque político

Taques abordou esse tema, e assumiu o compromisso de se engajar no combate à distorção, em reunião com jornalistas durante sua campanha. Ele foi eleito com 708 mil votos (o outro senador eleito no estado, com 1.073 mil votos, foi o ex-governador Blairo Maggi, do PR).

Não é a primeira vez que Taques lida com a questão dos meios de comunicação. Ele integrou o Ministério Público Federal durante 15 anos. Onze anos atrás, participou de um grupo de trabalho que discutiu a situação das concessões.

"Agora, a partir de uma plataforma política, quero discutir o assunto politicamente, não judicialmente", afirma. "Naquela época, não tivemos meios para ajuizar as ações competentes."

(Em outubro de 2005, o Projor, entidade mantenedora do Observatório da Imprensa, encaminhou à Procuradoria Geral da República o relatório de pesquisa "Concessionários de radiodifusão no Congresso Nacional: ilegalidade e impedimento", realizada pelo professor Venício A. de Lima, colunista do OI, com a colaboração de Marcela Duarte D’Alessandro e Fábio Lúcio Koleski. Em julho de 2007, o Ministério Público Federal no Distrito Federal propôs, com base na documentação do Projor, ações civis públicas para anular a concessão de seis empresas de rádio e TV vinculadas a deputados e ex-deputados federais. Leia mais em "Parlamentares na radiodifusão".)

Taques supõe que a situação das concessões de rádio e televisão em Mato Grosso seja semelhante às de outros estados. Ele não sabe dizer se entre os eleitos do PDT em 2010 existem parlamentares que têm vínculo com emissoras, nem tampouco se os demais 53 senadores eleitos os têm. "Estou fazendo um novo levantamento, que deverá ficar pronto até fevereiro, quando começará a nova legislatura."

Impressos diferem de mídia eletrônica

O senador eleito é contra a criação de um órgão federal para controlar a imprensa. "Não há democracia sem liberdade de imprensa", diz. Mas chama a atenção para a diferença entre jornais e revistas, de um lado, e concessões de rádio e televisão, de outro. Nesse último caso, diz, a União federal, poder concedente, faz parte da identidade do veículo. "Uma rede de televisão pode tomar posição em relação a determinado assunto ou mesmo candidatura, mas a sociedade tem o direito de conhecer outras opiniões", argumenta.

"A mídia presta bons serviços", afirma Taques, "e meu propósito é sobretudo o de esclarecer o assunto. A democratização dos meios de comunicação é uma das discussões importantes que o país precisa realizar, assim como as relativas ao aborto, ao papel das Forças Armadas, à repartição dos recursos do pré-sal, ao voto distrital, ao financiamento público de campanhas políticas, às metas da ONU para a educação."

Mensagens ao homem comum

Pedro Taques tem 42 anos e é professor de Direito. Foi promotor de Justiça em São Paulo e procurador da República. Ostenta em seu currículo a participação nas investigações que ajudaram a desmantelar o esquema criminoso liderado pelo então deputado federal Hildebrando Pascoal (caso da motosserra), o escândalo da Sudam, no qual foi indiciado o então senador e hoje deputado federal Jáder Barbalho, e, em Mato Grosso, o desencadeamento da operação Arca de Noé, que culminou na prisão de João Arcanjo Ribeiro, dito "Comendador", que comandava o jogo de caça-níqueis e o crime organizado em Mato Grosso.

Sobre sua campanha, diz que foi realizada em bairros pobres e que a maioria de seus eleitores ganha até cinco salários mínimos. "O eleitor de Mato Grosso e do Brasil está preparado para um momento que é novo no país, quando se entende que o cidadão é mais importante do que o Estado, não é gado. Fui eleito fazendo um discurso, junto a esse eleitorado, que para muitos seria incapaz de sensibilizar a base."

Os riscos à legitimidade do jornalismo

OB DA IMPRENSA
Por Francisco José Castilhos Karam em 26/10/2010

Reproduzido do objETHOS, 25/10/2010; título original "Ética, campanhas de desprestígio e riscos à legitimidade do jornalismo"

Os últimos rankings sobre liberdade de imprensa, expressos em levantamentos feitos por entidades de âmbito internacional, têm colocado, entre outros, países nórdicos, como Finlândia e Noruega, no topo da lista onde os profissionais exercem com maior liberdade e segurança suas tarefas. Já o Brasil tem aparecido em posições não muito favoráveis entre os que participam do levantamento.

Há várias interpretações. Uma delas, certamente, é a de que onde as sociedades são mais justas, equilibradas, honestas e onde as necessidades sociais são mais satisfeitas, há menor risco para a atividade jornalística. Com este cenário, os governos são mais honestos e o Estado é mais transparente; as empresas privadas menos corruptas e corruptoras e os cidadãos mais íntegros. Com isso, a atividade jornalística é mais segura e não necessita ir a fundo e substituir as tarefas delegadas ao Judiciário, à Política e à Polícia. E nem cobrar do Estado, por meio de estratégias investigativas que, para chegar à denúncia, envolvem o risco físico dos repórteres e jornalistas em geral. Assim, onde há mais corrupção em vários níveis do Estado e onde os negócios públicos são mais obscuros, envolvendo setores privados, todo bom jornalista corre mais risco, porque ele é o último recurso da voz pública, do cidadão, da esperança.

Angulações interesseiras

A investigação jornalística é necessária e ainda mais profunda em zonas de risco, onde as esferas do segredo ampliam-se. E rompê-lo significa, literalmente, correr risco de ser demitido, preso, torturado ou mesmo assassinado. Este sinal é positivo para a profissão jornalística. Isto aponta que o jornalismo também cumpre suas finalidades contemporâneas e que acerta – e muito!

Mas isto não significa que toda denúncia tenha base verídica, fontes qualificadas, apuração, checagem e boa edição. A conhecida expressão "campanha suja" se insere num quadro que desmoraliza a profissão e faz os jornalistas ainda correrem mais riscos, não físicos propriamente, mas de ver sua profissão perder sua credibilidade; e de ver sua legitimidade social ir por água abaixo, levada pelo turbilhão da falta de representatividade e de legitimidade sociais. Os jornalistas erram – e não poucas vezes! E com conseqüências sociais para a cidadania e democracia por vezes irreversível.

É natural que, no jornalismo, as denúncias precisem ser investigadas; que as pautas tenham persistência; que as fontes sejam checadas; que o governo seja sempre cobrado, sobretudo quando se apresenta um quadro de reeleição. Mas quando alguns fatos não resistem ao mundo real e quando as fontes são meticulosamente escolhidas para coincidir com os pontos de vista do projeto editorial das diferentes mídias, a desconfiança cresce, sobretudo na população não escutada e que pode viver outras realidades sem correspondência no tratamento midiático.

Talvez isso explique um pouco a enorme defasagem entre as denúncias contra o atual governo federal e a ampliação gradativa da aceitação deste nas pesquisas. A credibilidade fica sob julgamento quando não há correspondência entre declarações hegemônicas e fatos com o mundo vivido pelo cidadão comum.

A cobertura também pode ser mais a favor ou mais opositora , desde que ancorada em fatos e em fontes que possam dar uma interpretação mais controversa e complexa ao mundo real que todos enfrentamos e vivenciamos diariamente. No entanto, quando os fatos e declarações de fontes são angulados, majoritariamente, para beneficiar os projetos particularistas de empresas, incluindo as da mídia, sobra pouco para os valores do jornalismo os quais se afirmou e se quer continuar afirmando na história.

Valor central

Qual o sinônimo de "campanha suja" ou "campanha de desprestígio"? Pode-se aproximá-lo de fatos não comprovados, de fontes não identificadas, de meias verdades, de insinuações, de presunção de culpabilidade, de misturar vida privada com pública, de interpretação e editorialização do noticiário sistematicamente contra (mesmo que haja fontes, dados e fatos a favor), de linguagem agressiva mais centrada em adjetivos que desmoralizam e desprestigiam do que em substantivos reveladores de fatos e de resultados de investigações sérias.

Quando as campanhas de desprestígio assumem protagonismo em relação a fatos e fontes confiáveis, é porque um pouco da própria democracia se perde. E, com ela, perde-se um pouco da própria legitimidade jornalística de a profissão se arvorar como uma mediação pela qual o cidadão tem possibilidades de escolhas lúcidas, coerentes… uma espécie de bússola para o cotidiano de sua vida.

Portanto, renova-se a pergunta: mantém-se o reconhecimento social da profissão jornalística nas eleições 2010 ou ele sai enfraquecido no pós-cobertura político-eleitoral? Parece, à primeira vista, haver um enorme divórcio entre a representação do mundo e das necessidades sociais com a cobertura ou campanha promovida por parte – apenas parte – da mídia. Se esta tem correspondência na vontade e ideologia de alguns setores sociais, certamente afastou-se de grandes contingentes populacionais em termos de satisfação de expectativas. E este talvez tenha sido, até o momento, o fator decisivo para a ineficácia de tais campanhas. O paradigma da eleição à Presidência talvez sirva para outras eleições, no Brasil e América Latina.

Empresas jornalísticas se estruturam, historicamente, também como negócios. Credibilidade informativa é um dos valores centrais e reafirmado em todos os cantos do planeta. A possível perda dela pode levar para um túnel sem saída uma atividade com fundamental papel na construção e manutenção da democracia: o Jornalismo.

Dilma Rousseff vota em Porto Alegre

Ela estava acompanhada do governador eleito do RS, Tarso Genro.
A petista demorou cerca de 10 segundos para realizar o voto.
Thiago Guimarães
Do G1, em Porto Alegre

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, votou na manhã deste domingo (31), em Porto Alegre. Ela estava acompanhada de Tarso Genro (PT), governador eleito do estado. Em seguida ela foi para a casa da filha, que fica a poucos metros do local de votação. Depois ela deve embarcar para Brasília.

Dilma chegou à escola Escola Estadual Santos Dumont, no bairro Assunção, zona sul de Porto Alegre, para realizar seu voto por volta das 9h08. Ela e o governador eleito Tarso Genro votam na mesma seção. Os dois demoraram cerca de 10 segundos para realizar o voto.

Mais cedo, a petista participou de um café da manhã em um hotel no centro da cidade, junto a cerca de 200 lideranças políticas do estado.

"É exigido que as pessoas que assumam a direção do país tenham sentido republicano e compromisso democrático de governar para todos. Agora, a minha coligação que me trouxe até aqui é a coligação com a qual vou governar. Eu vou governar para todos, conversar com todos os brasileiros, sem exceção. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der seu voto", disse a petista ao chegar no hotel.

Carta Maior - O QUE ESTÁ EM JOGO HOJE NAS URNAS?

O QUE ESTÁ EM JOGO HOJE NAS URNAS?

O aborto ou os 70 bilhões de barris do pré-sal; uns seis trilhões de dólares; o maior impulso industrializante do país desde Vargas? Quais valores estão em jogo, esses, confirmados hoje nos 15 bilhões de barris, só no poço de Libra, ou os da água benta falsa de Serra? Se prevalecer o modelo tucano de exploração, o pré-sal vira remessa de lucros e exportação de óleo bruto nas mãos das petroleiras internacionais. Perde-se seu efeito multiplicador numa cadeia de suprimento industrial da ordem de 55 mil itens, desde plataformas e navios, a válvulas, aço e parafusos. Porém mais que isso, perder-se-ia a chance histórica deste país eliminar a miséria e abrir uma avenida de ampla convergência de oportunidades e direitos para as gerações do presente e do futuro. Qual é a discussão mais relevante? É essa, por isso não sai no Jornal.
(Carta Maior; 31-10)

CARTAMAIOR - VOTE COM ORGULHO

Hoje, a esperança progressista de todo o mundo dirige seu olhar para o Brasil. Dois projetos de futuro confrontam-se aqui numa síntese dos antagonismos históricos realçados pela crise econômica mundial. Trata-se de decidir a quem pertence o destino da sociedade e do desenvolvimento no século XXI: ao escrutínio da cidadania organizada e ativa –que não restringe sua participação ao momento do voto-- ou à supremacia das finanças desreguladas, cujos impulsos irracionais, mais uma vez evidenciados nesta crise, esfarelam ciclicamente não apenas a riqueza fictícia, mas os direitos que sustentam a convivência compartilhada e, cada vez mais, os recursos que formam as bases da vida na Terra. A América Latina representa hoje a fronteira do mundo onde o embate entre essas duas lógicas evolui de forma cada vez mais nítida e veloz a favor das forças populares. A eleição brasileira representa sem dúvida o grande guarda-chuva político que influenciará decisivasmente o passo seguinte da história regional . As diferentes concepções de desenvolvimento e de estratégia internacional ficaram claramente demarcadas ao longo da campanha que desemboca agora na urna eletrônica. Por isso, hoje, vote 13, vote com orgulho, vote pelo Brasil. Mas também pelo futuro de uma América Latina mais justa e solidária.

CBN: a barra pesada na redação

Blog
luisnassif, dom, 31/10/2010 - 09:31
Por Weden
O caso de Luciano Garrido, chefe de redação da CBN-RJ, é um exemplo de quem leva o jornalismo a sério, mesmo que isso lhe custe problemas como os causados pela diretora Mariza Tavarez. Extremamente sufocado, ele não conseguiu seguir e pediu demissão.

______________

Poderíamos fazer um levantamento dos jornalistas que foram constrangidos nas redações brasileiras por conta desse engajamento nada sutil da velha mídia na campanha de Serra.

Que a imprensa tenha lá seu favorito, sem problemas, desde que não venda gato por lebre, desde que se não mascare de imparcial.

Mas constranger jornalistas que querem fazer o seu trabalho, com a convicção de quem acredita que o jornalismo pode ser minimamente isento, aí é demais.

Se o repórter, o redator, mesmo o chefe de reportagem não querem produzir reportagens tendenciosas, que ele seja respeitado; que o o veículo procure outro afeito a esse tipo de prática. Sempre encontrará.

Seria importante o relato de gente que sempre trabalhou com honestidade, em nome do bom jornalismo, e foi sequestrado no seu direito de não ser tendencioso, de não ser parcial ao extremo

EYDIE GORMÉ





A "trilha sonora" de Dilma

BLOG
luisnassif, dom, 31/10/2010 - 09:13
Por Gunter Zibell
As campanhas podem ter sido o que há de mais insosso. Mas eu gostei das músicas feitas oficialmente ou espontaneamente para a campanha de Dilma. As que "colecionei" podem servir de “trilha sonora” para a apuração... rsrs

Várias não receberam título. Pela ordem :

- a que acho mais bonita, de Lucidio Santana (ou Lucino Santana)

- a versão que Paulo E. Reis (Dilmaboy) fez para o hit de Lady Gaga. Ganhou uma animação bem engraçadinha com a Dilmatoy

- o primeiro dos jingles oficiais, compostos ou produzidos por João Santana

- o segundo jingle oficial, na versão completa (na propaganda da TV o texto sobre as regiões foi no geral omitido ou encurtado)

- “Marchinha da Dilma”

- “Quero Dilma”, de Tião Simpatia (a que mais circulou na pré-campanha)

- “Rap da Dilma”

- um curtinho em ritmo nordestino

- mais um oficial, “Agora é Dilma” (ou “O Brasil tá querendo Dilma”)

- “Dilma-lá!”, o clássico revisitado por Wagner Tiso

- “O que a gente quer é Dilma Presidente" de Claudio Salles. (bem longuinho... 5 m.)





















DILMA - Novo Tempo - Ivan Lins / Vitor Martins

Dilma lidera com 19 pontos de vantagem sobre Serra em MG

DataTempo/CP2.Levantamento mostra petista com 59,50% das intenções de voto contra 40,50% do tucano

Liderança é mantida no levantamento espontâneo com frente de 16,73 pontos

Publicado no Jornal OTEMPO em 30/10/2010

CARLA KREEFFT



Pesquisa DataTempo/CP2 realizada em todo o Estado mostra vantagem da candidata do PT, Dilma Rousseff, de 19 pontos percentuais em relação ao seu adversário, o candidato do PSDB, José Serra. A petista registra 59,50% dos votos válidos (não são considerados os brancos, nulos e os indecisos) contra 40,50% do tucano.

Contabilizando todas as intenções de votos (brancos, nulos, indecisos), Dilma tem 52,53% da preferência do eleitorado contra 35,81% de Serra. São 16,72 pontos percentuais de frente para a petista. Afirmam que não sabem em quem votar ou não respondem 5,40% dos pesquisados. Dizem que vão anular o voto 4,14% e 1,54% pretende votar em branco. Afirma que não quer votar em ninguém 0,58% dos entrevistados.

Na comparação com a pesquisa DataTempo/CP2 divulgada em 20 de outubro, as intenções de voto em Dilma cresceram de 51,22% para 52,53% – variação abaixo da margem de erro, que é de 2,16 pontos percentuais. Já José Serra caiu de 38,37% para 35,81% – um pouco acima da margem de erro.

Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos aos entrevistados, Dilma Rousseff se mantém na liderança. Nessa situação, ela tem 50,80% das intenções de voto contra 34,07% de José Serra. São 16,73 pontos percentuais de diferença em favor da petista – praticamente a mesma vantagem verificada no levantamento estimulado.

análise
“O voto parece mais cristalizado”
A pesquisa publicada em 2 de outubro previa uma vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, o que não se confirmou nas urnas. Isso decorreu da intensa movimentação nos três últimos dias de campanha, que resultou no crescimento de Marina Silva. Na campanha do segundo turno, após o impacto inesperado, Dilma reage, enquanto Serra, que esboçou um crescimento no início, cai na reta final.

Agora não deverá ocorrer o mesmo o erro. O motivo? O voto parece mais cristalizado em decorrência da saturação do embate eleitoral.

Antônio de Pádua
Diretor do Datatempo/CP2

Dados
DataTempo/CP2. Foram realizadas 2.062 entrevistas em Minas Gerais, de 26 a 28 de outubro. A margem de erro é de 2,16 pontos percentuais e o registro na Justiça Eleitoral tem número 3750/2010

45 razões para não votar em Serra

material didático que circula na internet:

1- Em 1995, quando o PSDB assumiu o governo do Estado de São Paulo, a participação paulista no PIB era de 37%. Em 2004, ela era apenas de 32,6% - ou seja, o Estado perdeu 12% de participação na riqueza nacional durante a Tucanagem. Isto significa menor crescimento econômico e menos geração de renda e empregos;

2- Segundo o Dieese, o declínio econômico explica a taxa de desemprego de 17,5% em 2004, que cresceu 33,6% ao longo do governo tucano. Ela é superior à média nacional - cerca de 10%. Para agravar o drama dos desempregos, os Gatucanos ainda reduziram em R$ 9 milhões o orçamento das frentes de trabalho;

3- Os Gatucanos conduziram todo processo de privatização das estatais, que arrecadou R$ 32,9 bilhões entre 1995-2000. Apesar da vultuosa soma arrecadada, o Balanço Geral do Estado mostra que a dívida paulista consolidada cresceu de R$ 34 bilhões, em 1994, para R$ 138 bilhões, em 2004;

4- No exercício financeiro de 2003, as contas do Estado atingiram um déficit (receita menos despesa) de mais de R$ 572 milhões. E os Gatucanos ainda se gabam de ser um “gerente competente”;

5- São Paulo perdeu R$ 5 bilhões na venda do Banespa, considerando o total da dívida do banco estatal com a União paga às pressas por Alckmin para viabilizar sua venda ao grupo espanhol Santander;

6- De 1998 a 2004, o orçamento estadual apresentou estimativas falsas de “excesso de arrecadação” no valor de R$ 20 bilhões. Boa parte deste dinheiro foi desviada para campanhas publicitárias;

7- Os Gatucanos isentaram os ricos de impostos. De 1998 a 2004, a arrecadação junto aos devedores de tributos caiu 52%, representando uma perda de quase R$ 1 bilhão que poderiam ser investidos nas áreas sociais;

8- Os investimentos também declinaram no desgoverno tucanalha. Sua participação percentual nos gastos totais caiu para 3,75%, em 2004 - bem inferior o montante de 1998, de 5,3% dos gastos;

9- Os tucanalhas arrocharam os salários dos servidores públicos. O gasto com ativos e inativos caiu de 42,51% das despesas totais do Estado, em 1998, para 40,95%, em 2004, resultado da política de arrocho e redução das contratações via concurso público. Já os cargos nomeados foram ampliados na gestão tucana;

10- Os Gatucanos não cumpriram a promessa do desenvolvimento regional do Estado. Das 40 agências previstas em 2003, nenhuma foi criada. Os R$ 5,8 bilhões orçados para o desenvolvimento não foram aplicados;

11- Os Gatucanos ainda cortaram os gastos nas áreas sociais. Apesar do excesso de arrecadação de R$ 12 bilhões, entre 2001-2004, o governo deixou de gastar os recursos previstos. No ano de 2004, a área de desenvolvimento social perdeu R$ 123 milhões;

12- Os Gatucanos concederam regime tributário especial às empresas, o que explica a fragilidade fiscalizatória na Daslu, que teve a sua proprietária presa por crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas. Vale lembrar que José Serra esteve presente na abertura desta loja de luxo;

13- No desgoverno tucanalha, houve redução de 50% no orçamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que existe há 106 anos e é responsável por estudos sobre desenvolvimento econômico, geração de renda e fortalecimento da indústria paulista. Em julho passado, o IPT demitiu 10% dos seus funcionários;

14- Os Gatucanos extinguiram o cursinho pré-vestibular gratuito (Pró-Universitário), deixando de investir R$ 3 milhões, o que impediu a matrícula de 5 mil alunos interessados na formação superior;

15- Os tucanhalhas vetaram a dotação orçamentária de R$ 470 milhões para a educação. A “canetada” anulou a votação dos deputados estaduais. O ex-governador Alckmin mentiu ao afirmar que investia 33% do orçamento em educação, quando só aplicava o mínimo determinado pela Constituição Estadual – 30%;

16- O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais avaliou que a qualidade do ensino paulista é a pior do Brasil. Segundo esta fonte oficial, a porcentagem de alunos que se encontram nos estágios crítico e muito crítico representava 41,8% do total de alunos - 86,6% pior do que a média nacional;

17- O programa de transferência de renda tucanalha atendia 60 mil pessoas com um benefício médio de R$ 60. Durante a gestão da prefeita Marta Suplicy, o mesmo programa atendia 176 mil famílias com um complemento de renda de R$ 120;

18- Após 12 anos de reinado Gatucano, as escolas continuaram sem a distribuição gratuita de uniformes, material escolar e transporte, ao contrário da experiência na administração da prefeita Marta Suplicy;

19- Os tucanos, que dizem na mídia ser contra aumento de impostos, elevar a taxa de licenciamento dos veículos em mais de 200% (em valores reais) ao longo de seu desgoverno;

20- A Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa rejeitou as contas Tucanas de 2004, após encontrar um saldo de R$ 209 milhões de recursos do Fundef que jamais foram investidos na educação e verificar que o aumento custo das internações hospitalares, apesar da diminuição do tempo de internação;

21- Os tucanos vetaram projeto de lei que instituía normas para democratizar a participação popular em audiências públicas e na elaboração do orçamento, o que revela seu caráter autoritário e antidemocrático;

22- O investimento em saúde no desgoverno tucanalha não atingiu sequer os 12% da receita de impostos, conforme determina a Lei. Para maquiar esta ilegalidade, o governo retirou da receita estadual os R$ 1,8 bilhão que o governo estadual recebeu pela lei Kandir, prejudicando a saúde pública;

23- Desafiando a Lei e o próprio Tribunal de Contas do Estado, os tucanos contabilizam nas contas da saúde programas que não guardam relação com o setor, como a assistência aos detentos nas penitenciárias;

24- A ausência de políticas públicas e a redução dos investimentos resultaram na flagrante precarização dos serviços de saúde. Muitos leitos ficaram desativados e desocupados por falta de pessoal e material. Só no Hospital Emílio Ribas, menos de 50% dos leitos ficaram desocupados e maioria deles foi desativada;

25- Devido à incompetência gerencial tucanalha o Hospital Sapopemba, que atende uma vasta parcela da população da periferia, ficou durante muito tempo com cerca de 90% dos seus leitos desocupados;

26- A média salarial dos servidores estaduais da saúde ficou 47% abaixo da rede municipal na gestão de Marta Suplicy. A ausência de contratações e os salários aviltados resultaram no aumento das filas, na demora para se marcar consultas e no abandono de postos de atendimento – como o de Várzea do Carmo;

27- O prometido Hospital da Mulher ficou mais de dez anos no papel. O desgoverno tucanalha ainda teve a desfaçatez de estender uma faixa no esqueleto do prédio com publicidade da inauguração da obra inacabada;

28- OS tucanos fizeram alarde das unidades de computadores do Acessa-SP. O saldo de doze anos de tucanato foi de um Acessa para cada 158.102 habitantes. Em apenas quatro anos de gestão de Marta, a proporção foi de um Telecentro para cada 83.333 habitantes;

29- Os tucanos foram responsáveis pelo maior déficit habitacional do Brasil, segundo a ONU. O déficit é de 1,2 milhão de moradias. Desde 2000, o governo não cumpria a lei estadual que determina, no mínimo, 1% do orçamento em investimentos na área de habitação. Os recursos não aplicados somaram R$ 548 milhões;

30- Os tucanos fizeram com que São Paulo declinasse no ranking nacional do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o que atesta a brutal regressão social no Estado durante o reinado tucano.

31- Desde a construção do primeiro trecho do Metrô, em setembro de 1974, os tucanos foram os que menos investiram na ampliação das linhas - apenas 1,4 km de linhas/ano, abaixo da média de 1,9 km/ano da história da empresa. O Metrô de São Paulo é o mais caro do Brasil e um dos mais caros do mundo;

32- Ao final de seu Governo, o tucano Alckmin voltou a atacar a educação ao vetar o aumento em 1% no orçamento, aprovado pela Assembléia Legislativa. Numa fraude contábil, ele ainda transferiu parte da receita do setor para a área de transporte, o que representou um corte de R$ 32 milhões na educação;

33- Apesar do silêncio da mídia, o desgoverno tucanalha esteve envolvido em várias suspeitas de corrupção. Um diálogo telefônico entre os deputados estaduais Romeu Tuma Jr. e Paschoal Thomeu revelou o flagrante esquema de compra de votos na eleição do presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo;

34- Durante 12 anos de governo do PSDB, cerca de 60 mil professores foram demitidos. O valor da hora aula no Estado é uma vergonha; não passa de R$ 5,30! Os Tucanos também tem inaugurado Fatecs (escolas técnicas) de “fachada”, sem as mínimas condições de funcionamento;

35- O desgoverno tucano expulsou mais do que assentou famílias no campo. Da promessa de assentar 8 mil famílias, apenas 557 foram contempladas. Outro descaso aconteceu na habitação: os tucanos prometeram construir 250 mil casas, mas, desde 1999, só foram erguidas 37.665 unidades;

36- O tucano Alckmista impôs a maior operação-abafa de Comissões Parlamentares de Inquérito no país para evitar a apuração das denúncias de corrupção. Ao todo, 65 pedidos de CPIs foram engavetados. Entre elas, as que investigariam ilícitos na Febem, nas obras de rebaixamento da Calha do Tietê, na CDHU e no Rodoanel;

37- Somente na obra de rebaixamento da calha do rio Tietê foram registrados aditivos que ultrapassaram o limite legal de 25%. O valor inicial da obra era de R$ 700 milhões, mas o custo efetivo ultrapassou R$ 1 bilhão. Além disso, o valor inicial do contrato de gerenciamento saltou de R$ 18,6 para R$ 59,3 milhões;

38- O Tribunal de Contas da União (TCU) também detectou irregularidades em 120 contratos da CDHU, que recebe 1% do ICMS arrecadado pelo Estado, ou seja, cerca de R$ 400 milhões. Mais uma evidência dos atos ilícitos cometidos pelo PSDB paulista de José Serra;

39- Os gatucanos também devem explicações sobre a privatização da Eletropaulo, ocorrida em 1998. A empresa acumulou uma dívida superior a R$ 5,5 bilhões, incluindo mais de R$ 1 bilhão com o BNDES, que foi bancado pelo Estado. Entre 1998-2001, a empresa privatizada remeteu US$ 318 milhões ao exterior;

40- Já na privatização dos pedágios, os Tucanos doaram à empresa Ecovias R$ 2,6 milhões ao reajustar a tarifa do sistema Anchieta-Imigrantes acima da inflação, o que feriu o Código de Proteção ao Consumidor. Em apenas um ano, a empresa privatizada arrecadou nas tarifas excorchantes R$ 2.675.808,00;

41- José Serra vetou o estacionamento gratuito nos shoppings de São Paulo e o projeto de lei que garantia a liberação das vagas nos hipermercados, tudo para beneficiar os poderosos conglomerados comerciais;

42- Os tucanalhas da repressão no seu governo. Ele usou a tropa de choque da PM para reprimir os 500 estudantes e docentes que protestaram contra o veto às verbas para educação na Assembléia Legislativa, transformada numa praça de guerra. Estudantes e Funcionários da USP foram reprimidas violentamente, PMs e Policiais Civis se enfrentaram armados nas ruas e a Favela de Heliópolis foi palco de uma ataque despropositado onde muitos perdram sua vida. A PM também reprimiu duramente as ocupações de terra do MST;

43- Os tucanos, primados do Choque de indiGestão, gastaram R$ 5,5 milhões nas obras do aeroporto “fantasma” em Itanhaém, no litoral sul. Ele tem capacidade para receber um Boeing 737, com cem passageiros, mas até o ano passado foi usado, em média, por cinco pessoas ao dia. O aeroporto é motivo de justificadas suspeitas de irregularidades;

44- Os tucanalhas reduziram os investimentos públicos, apesar dos excedentes de arrecadação entre 2001-2004. O Estado deixou de gastar cerca de R$ 1,5 bilhões na saúde; R$ 4 bilhões na educação; R$ 705 milhões na habitação; R$ 1,8 bilhão na segurança pública; e R$ 163 milhões na área de emprego e trabalho;

45- Em 2004, a Secretaria de Agricultura e Desabastecimento tucana deixou de aplicar R$ 51 milhões previstos no orçamento. Programas nas áreas de alimentação e nutrição devolveram a verba. Os recursos poderiam ser convertidos em 53.346 cestas básicas, 780.981 refeições e 670.730 litros de leite por mês.

DILMA ROUSSEFF - Um Brasil melhor, com justiça e democracia

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Ao longo desta campanha, apresentei o compromisso de dar continuidade aos avanços obtidos por nossa democracia, em especial no governo Lula
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Para um país que viveu boa parte da sua história mergulhado no autoritarismo, poder decidir seu futuro nas urnas, com liberdade, será sempre um momento de festa e de orgulho. Hoje, escolhemos os nossos governantes debatendo, criticando, com liberdade de imprensa e de opinião, inseridos na realidade viva e plural de um verdadeiro Estado democrático de Direito.
É sempre oportuno lembrar que gerações de brasileiros sonharam em poder viver disputas eleitorais como a que hoje vivemos, podendo falar e escrever o que pensam, defender em voz livre o que acham justo, convivendo sem ódio, com tolerância e respeito aos que não compartilham da mesma opinião.
Muitos lutaram, sofreram e deram suas vidas para que isso fosse possível. A nossa democracia é fruto da luta, das lágrimas e da vida de homens e de mulheres que, no passado, não tiveram medo de abrir as portas para o futuro que hoje nos orgulhamos de viver.
Neste domingo, a democracia nos dará, mais uma vez, a oportunidade de continuar a construir um país melhor e mais justo.
Nos últimos oito anos, a nossa democracia provou que é possível fazer com que o Brasil cresça de maneira sustentada, econômica e ambientalmente, distribuindo renda e promovendo justiça social.
Provou que é possível construir um novo país, corrigindo o passado e planejando o futuro, em uma madura convivência entre as instituições republicanas e uma sociedade plural, ativa e vigilante. Provou que o brasileiro pode se orgulhar de viver em nosso país, falando com potências estrangeiras de igual para igual, sem arrogância, mas também sem subserviência.
O país da submissão ao Fundo Monetário deu lugar ao Brasil do Fundo Soberano, com reservas expressivas, e do pré-sal.
Ao longo desta campanha, apresentei ao país o compromisso de dar continuidade aos extraordinários avanços obtidos pela nossa democracia, em especial durante o governo Lula.
Sob o comando de um presidente nascido nas camadas mais pobres da população, vivemos uma transformação histórica profunda. Superamos a estagnação e começamos a combater a desigualdade, inaugurando uma nova era de prosperidade, justiça e otimismo no país.
É necessário que essa transformação continue.
O país da recessão deu lugar a uma economia dinâmica, que gerou 15 milhões de empregos formais, multiplicou exportações e fez renascer setores estratégicos como a indústria naval, a construção civil e a agricultura familiar.
Por outro lado, ninguém pode negar que a ascensão à cidadania de 28 milhões de pessoas que saíram da pobreza, graças ao crescimento econômico e a programas sociais abrangentes e eficazes, deu uma dimensão substantiva, e não meramente formal, ao desenvolvimento da nossa democracia.
É como também devemos ver os 36 milhões de brasileiros na nova classe média, ou os quase 2 milhões de jovens no ensino superior, graças ao ProUni e às universidades públicas que devemos seguir ampliando. Seguindo por esse caminho, alcançaremos novo patamar, em que a noção de liberdade ultrapassa o justo direito de reivindicar.
Por tudo isso, contados os votos, seja qual for a decisão soberana da maioria dos brasileiros, devemos voltar os olhos para o futuro e somar forças, na construção de um país ainda melhor.
A democracia foi conquistada pelos brasileiros como um valor fundamental. E, pela força do voto, ela fará com que o Brasil continue seu processo de transformação na busca de uma vida digna, justa e feliz para todos.



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DILMA ROUSSEFF, 62, ex-ministra de Minas e Energia e ex-chefe da Casa Civil (governo Lula), é candidata à Presidência da República pela Coligação para o Brasil Seguir Mudando.

sábado, 30 de outubro de 2010

Como foi a carreata em Belo Horizonte

Campanha do jenio não tem limites para a baixaria

conversa afiada

Extraído do blog Os Amigos do Presidente Lula:



Trapaça e jogo sujo na carreata de Serra


José Serra fez carreata em São Bernardo do Campo hoje, cidade onde mora o presidente Lula, e Suzano. Suspeitaram que seria uma última tentativa de arrumar confusão, para tumultuar o quadro eleitoral.

O povo, esperto, não quis saber de provocação. E tudo correu tranquilo.

Eleitores de Dilma Rousseff (PT) se manifestaram junto às pessoas que seguravam bandeiras do tucano pelas calçadas, mas que não são necessariamente serristas. Um lojista, da porta de seu estabelecimento, gritou: “Só daqui a quatro anos. Desta vez não vão ganhar, não”. Uma outra eleitora, entre confusa e exaltada bradou: “é Dilma 45″, confundindo os números dos candidatos.

Mas a baixaria e o jogo sujo se fez presente, como sempre tem ocorrido no rastro por onde passa José Serra.

Alguns carros cometiam estelionato eleitoral e exibiam adesivos do presidente Lula associado ao número 45 (o nº do tucano).
No fim da carreata, um militante tucano pegou o microfone do carro de som e, imitando de maneira grosseira o presidente Lula, pediu votos para Serra. (Com informações do Terra e da Folha tucana)

Dilma tem 57% dos votos e Serra, 43%, diz Vox Populi

A candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff atingiu 57% das intenções de votos de acordo com pesquisa Vox Populi divulgada neste sábado (30). O tucano José Serra, adversário da petista, registrou 43%.

Na última pesquisa Vox Populi, divulgada no último dia 25, Dilma aparecia com 49% das intenções de voto e Serra com 38%

Brancos e nulos somam 5%, o mesmo percentual de indecisos. A margem de erro é de 1,8 pontos percentuais para mais ou para menos.

Considerando apenas os votos válidos, excluindo votos brancos, nulos e de indecisos, Dilma soma 51% das intenções e Serra, 39%.

A pesquisa foi realizada no dia 30 de outubro com 3.000 eleitores e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37844/2010.

Neste sábado, pesquisa CNT/Sensus também apontou a petista na liderança da disputa presidencial com 50,3% dos votos totais ante 37,6% de Serra. Nos votos válidos, Dilma tem 57,2% e Serra, 42,8%.

Ibope: Dilma tem 52% das intenções de voto e Serra, 40%

30/10/2010 - 20h33
A um dia da eleição, a última pesquisa Ibope das eleições presidenciais deste ano, divulgada neste sábado (30), mostra a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff liderando a disputa com 52% das intenções de votos. O tucano José Serra, adversário da petista, atingiu 40%.

Votos brancos e nulos somam 5%, indecisos são 3%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

No último levantamento do instituto, realizado entre os dias 25 e 28 de outubro, a petista obteve 52% das intenções de voto, contra 39% de Serra.

Considerando apenas os votos válidos, excluindo votos brancos, nulos e de indecisos, Dilma vai a 56% contra 44% de Serra. No último levantamento do Ibope, a petista aparecia com 57% contra 43% do ex-governador de São Paulo.

Dos entrevistados, 86% afirmaram que seu voto é definitivo e 11% admitiram que ainda podem mudar o voto.

A pesquisa foi realizada no dia 30 de outubro com 3.010 eleitores, em 203 municípios de todo o País, e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37.917/2010.

Neste sábado, pesquisa CNT/Sensus também apontou a petista na liderança da disputa presidencial com 50,3% dos votos totais ante 37,6% de Serra. Nos votos válidos, Dilma tem 57,2% e Serra, 42,8%. No levantamento do Vox Populi, divulgado também neste sábado, a petista obteve 57% contra 43% de Serra.

Dilma chega ao dia da eleição com 55% das intenções de voto, aponta Datafolha

Dilma Rousseff (PT) chega ao dia da eleição com 55% dos votos válidos, segundo pesquisa Datafolha realizada ontem e hoje. Está dez pontos à frente de José Serra (PSDB), que pontuou 45%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.

O Datafolha entrevistou 6.554 pessoas neste sábado, um número maior do que o de outras sondagens recentes. A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela Rede Globo e está registrada no TSE sob o número 37903/2010
Se confirmar nas urnas o resultado do Datafolha, Dilma será eleita a 40ª presidente do Brasil. A corrida eleitoral tem se mantido estável nos últimos 15 dias, com os dois candidatos variando apenas dentro da margem de erro do levantamento.

Debate da Globo: onde está o rabo do gato?

Dentre o conjunto de 12 perguntas formuladas por cada "indeciso" no debate da TV Globo, parece que o que valeu mesmo foi o critério de seleção usado pela emissora do Jardim Botânico: nenhuma pergunta sobre privatização, Petrobras, banda larga, comparação entre governos...

Washington Araújo

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa

Os últimos dias da campanha eleitoral 2010 registraram coisas bem inusitadas. A começar pelo Vaticano, com o papa em pessoa, Bento 16, afirmando que é dever dos bispos católicos orientar os fiéis sobre o voto em candidatos que se oponham ao aborto. Os intelectuais logo deram um jeito de mostrar desaprovação a esta indevida intromissão do Vaticano em assuntos internos do Brasil. Afinal estamos em eleição e esta etapa final tem sido marcado pela questão do aborto, com acusações de que a candidata "matava as criancinhas" e com o bispo de Guarulhos (SP) ordenando a impressão de estupendos 20 milhões de folhetos com material eleitoral contendo discurso típico da campanha oposicionista. Mas os candidatos Dilma Rousseff e José Serra preferiram não cutucar a onça religiosa com vara curta e responderam com o clássico "Amém!"

Já na blogosfera o coral parecia mais afinado. Só que na contramão do comando papal: Bento 16 deveria utilizar seu santo tempo na consolação das milhares de vítimas de padres pedófilos em tantos países do mundo e deixar as coisas da política brasileira para os próprios brasileiros.

Outros religiosos da mesma congregação apostólica romana aconselharam no moderno Twitter que o pontífice "dedicasse um tempo a título de silêncio obsequioso". Em questão de minutos tínhamos na web fotos de José Serra beijando estatuetas de santos. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que o papa apenas mostrou coerência com a posição da igreja católica, que é a de condenar o aborto.

Em São Paulo tivemos caminhada em apoio a José Serra saindo do Largo de São Francisco. Cerca de 3 mil pessoas. Mas o que os portais na internet divulgaram com vivo interesse foi que o sapato de FHC perdeu o solado. As fotos o mostravam com a perna um pouco acima do chão e o sapato escancarando a famosa boca de jacaré. Há muitos anos não via uma imagem tão inusitada e divertida envolvendo um ex-presidente da República, um dos últimos eventos deste segundo turno da campanha e um sapato literalmente em petição de miséria. No mesmo horário, no Recife, o presidente da República arrastava cortejo com estimadas 100 mil pessoas e em menos de 48 horas chorava em público por estarem se esvaindo seus dias como presidente do Brasil.

Em miúdos
Durante toda a sexta-feira (29/10), o assunto mais comentado era o último debate a ser transmitido pela Rede Globo de Televisão em horário nobre. Formato diferente: 80 pessoas indecisas de todo o Brasil, selecionadas pelo instituto de pesquisas Ibope, fazendo perguntas sobre temas pré-agendados. Os candidatos também podiam se movimentar livremente no palco. Na função de observador da imprensa anotei o seguinte sobre os candidatos:

** Dilma Rousseff apresentou calma, conseguiu concatenar de forma lógica suas ideias, mencionou números, dados técnicos e guardou distância regulamentar de raciocínios apressados e postura agressiva. Estava como peixe em aquário familiar, tocando em diversos temas, arranhando um ou outro, mostrando maior proximidade de quem fazia a pergunta (o tal eleitor indeciso). E, finalmente, foi objetiva, direta nas respostas. Estava tão à vontade que até pilheriou, riu com o apresentador William Bonner por questão de erro da própria Globo na cronometragem de seu tempo em uma de suas últimas intervenções.

** José Serra estava livre, leve e solto. Fazia questão de mostrar forçada amizade e familiaridade com quem fazia a pergunta, carregando na pronúncia do nome. Aquele jeito de "desde sempre fomos amigos de infância". Usou muitas frases de efeito, expressou suas impressões pessoais, deu estocadas no varejo no governo atual. Pareceu estar sempre pronto a recitar slogans de campanha. Ameaçou ser agressivo, mas se conteve. Parecia temer um embate direto com a adversária.

Serra foi beneficiado amplamente com as tomadas do cameraman, principalmente em sua fala final, quando a câmera fechou em close em seu rosto. Enquanto isso, o enquadramento no momento em que Dilma fazia suas considerações finais pegava sempre ela de perfil e, quando de frente, de corpo inteiro.

Trocando em miúdos: Dilma falou com plano aberto de câmera e de lado para o vídeo. Serra ficou dois minutos em close falando direto ao coração do eleitor. Como me dizia um colega professor desde os tempos do caso Proconsult, em 1982: "Meu caro, para bom entendedor..."

Retrocesso indesejado
Essa opção de colocar "indecisos" diante de suas potenciais opções merece algumas observações. Primeiro, os indecisos parecem ter sempre o perfil daquele brasileiro desencantado com a vida, sofrido pra chuchu, desiludido com a sociedade como um todo e suas falas parecem ter início a partir do portão de sua casa. Como são perguntas lidas, ficam com aquele jeito de coisa escrita e revisada umas duas ou três vezes, adquirindo assim forma de cacoete literário. O nível das perguntas, a forma como estavam formuladas beneficiavam o estilo Dilma de comunicação – nada de muito rebuscado, se é que me entendem.

As respostas de Dilma guardavam correlação com o próprio nível das perguntas. Mas o recorrente estilo de reclamação da realidade brasileira – seja na segurança seja na saúde – beneficiava o discurso de José Serra, que ultimamente tem apresentado em seus programas eleitorais e em entrevistas o Brasil terra arrasada onde nada funciona, nada dá certo, tudo merece nota inferior a zero.

De qualquer forma, tem gente apostando o braço direito de que boa parte das perguntas foram feitas na própria redação do Jornal Nacional ou do Jornal da Globo, e não pelos "indecisos". Curioso que dentre o conjunto de 12 perguntas formuladas por cada "indeciso", parece que o que valeu mesmo foi o critério de seleção usado pela emissora do Jardim Botânico: nenhuma pergunta sobre privatização, Petrobras, disseminação da banda larga, nem cheiro de qualquer comparação entre os períodos1995-2002 e 2003-2010.

(O leitor deve ter notado que sempre coloco entre aspas a palavra "indeciso". Faço isso porque como gato escaldado já vi gente ser apresentada como indecisa em debate do primeiro turno desta mesma eleição e, na verdade, o sujeito tinha não apenas vínculo profissional partidário como estava engajado até o pescoço na campanha de uma candidatura.)

Para fechar este meu raciocínio devo destacar que, bem antes do final do debate, a câmera captou um dos "indecisos" se levantando para aplaudir a fala do candidato tucano.

Ao cabo e ao fim, considero que o melhor debate destas eleições foi aquele mediado pelo jornalista Fernando Rodrigues e promovido pelo UOL-Folha de S.Paulo. E o melhor de tudo é que os falsos temas não vieram para ficar: assim como chegaram, se foram. Seria um retrocesso imperdoável para a sociedade brasileira voltarmos a repensar a relação do Estado brasileiro com a Igreja...



Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela
UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,
Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com

votos válidos, excluindo-se nulos e brancos, Dilma tem 57,2% e Serra, 42,8%

CNT SENSUS

CNT/Sensus: Dilma tem 50,3% das intenções de voto contra 37,6% de Serra

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, manteve a liderança da disputa presidencial de acordo com a pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (30). A petista tem 50,3% das intenções de voto contra 37,6% do adversário José Serra (PSDB). Dos eleitores entrevistados, 7,9% disseram estar indecisos e 4,1% afirmaram votar em branco ou nulo.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 27, Dilma tinha 51,9% das intenções de votos, e Serra 36,7%.

Considerando-se apenas os votos válidos, excluindo-se nulos e brancos, Dilma tem 57,2% e Serra, 42,8%. No levantamento anterior, Dilma tinha 58,6% ante 41,4% do tucano.

Com relação à última pesquisa do instituto, a rejeição à petista subiu de 32,5% para 34,1% do eleitorado. Já a rejeição a Serra caiu de 43% para 41,7%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

A pesquisa entrevistou dois mil eleitores entre os dias 28 e 29 de outubro, em 136 municípios, e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37919/2010.

Dilma diz que terá relação "forte" com Lula

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em Belo Horizonte
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, faz carreata em Belo Horizonte
Líder nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, usou, durante entrevista neste sábado (30) em Belo Horizonte (MG), um discurso de provável vencedora. Falou sobre coalizão no Congresso, descartou participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual governo, mas disse que ele será um importante interlocutor, com "relação muito íntima e forte".

Ela afirmou que, depois da votação de domingo, quer promover a união nacional, caso seja eleita, após uma acirrada campanha contra o tucano José Serra. "Logo após a eleição, quero um Brasil em torno de um projeto não só material, mas também de valores", afirmou.

Questionada sobre se convidaria a oposição para conversar, num eventual governo, ela disse: "vou governar com a minha coligação. Eu represento esse projeto do presidente Lula, que eu tenho a responsabilidade agora, se eu for eleita, se Deus quiser, de continuar
Ela disse também que pretende manter conversas com Lula, se vencer. Sobre a influência do presidente em seu eventual governo, a candidata afirmou que teria "uma relação muito íntima e muito forte" com seu mentor político. "Ninguém neste país vai me separar do presidente Lula."

Dilma rejeitou a hipótese de que o atual presidente venha a participar de seu eventual ministério. "Ele será sempre uma pessoa em quem eu confio, em quem eu tenho imensa confiança pessoal."

Nascida na capital mineira, Dilma programou seu último ato de campanha para sua cidade natal. Dilma fez carreata na zona norte da cidade ao lado do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT). Ela concedeu entrevista coletiva à beira da lagoa da Pampulha. "Foi o lugar onde minha vida começou".

A petista repetiu comentário feito no debate da TV Globo na sexta, afirmando "não guardar mágoa" por aquilo que chamou durante a campanha de "mentiras e calúnias" dos adversários.

"Quando a gente guarda mágoa, a gente guarda aquele peso na alma que não tem aquela generosidade que é necessária", disse.

Guerra digital derruba perfil de Dilma no Facebook

VIOMUNDO
http://www.viomundo.com.br/politica/guerra-digital-derruba-perfil-de-dilma-no-facebook.html

por Luiz Carlos Azenha

Recebo de Brasília, por telefone, a informação de que desde ontem está sendo movida uma guerra digital contra os perfis de Dilma Rousseff nas redes sociais.

É trabalho de profissional, feito através de robôs que disparam mensagens em grande quantidade.

Neste momento, está fora do ar o perfil da candidata no Facebook.

Abro o espaço abaixo para que vocês denunciem outros acontecimentos na rede nas próximas horas.

PS – Explica a campanha:

O perfil oficial de Dilma Rousseff foi excluído sem explicação do Facebook nesta sexta-feira (29). A coordenação das Redes Sociais da candidata está apurando quais foram as causas dessa exclusão e aguarda uma resposta.

Lamentamos essa situação, pedimos desculpas aos amigos de Dilma no Facebook e esperamos que o perfil da candidata volte ao ar em breve. Enquanto isso não acontece, convidamos os amigos de nossa candidata na rede para acompanhar o perfil da Dilmanarede.

Ivana Bentes: Da importância do contradiscurso

IVANA BENTES: “Novos ou velhos fundamentalismos?”

21/10/2010, reunião e debate (e cervejada) na Livraria Moviola, RJ

Não sei se são velhos fundamentalismos. Talvez interesse chamar a atenção hoje para as estratégias que foram mobilizadas para trazer hoje à discussão, para recolocar em pauta hoje, os velhos fundamentalismos.

Acho que a novidade, em termos de cultura de massa, é que nunca se discutiram abertamente no Brasil alguns desses temas trazidos por essa campanha eleitoral: o aborto, o Estado laico… São questões que se explicitaram, afinal, de um modo que permite ver como a emergência dessa pauta, de uma forma conservadora pode ser um ponto de partida extremamente positivo para reverter-se essa pauta – depois da eleição de Dilma.

Nesse sentido, me oponho um pouco ao hiperativismo pessimista do Guerón [risos], e já antecipo aqui o meu otimismo crítico.

Claro que é momento de tensão, as coisas ainda não estão definidas, mas vejo de forma positiva a emergência desses temas. Não, evidentemente, o modo como estão sendo trazidos e tratados. Quanto a isso, acho que as estratégias de mídia são decisivas e devem ser discutidas.

No primeiro turno, ainda tivemos alguma boa discussão da pauta política, sobre os avanços nos programas de políticas públicas. Tivemos alguma discussão política, sobre os programas implantados pelo governo Lula, Bolsa-Família e outros.

Mas o segundo turno – e é onde se vê que a questão da mídia é decisiva na pautação desses temas específicos e para pautá-los em alguns momentos, não em outros – foi pautado por uma ideia, por um slogan que esteve na base da campanha de Serra e foi a ideia sobre a qual trabalhou a empresa que fez a publicidade da campanha, segundo a qual, a nossa ‘marca’ seria “uma crise moral”.

Já que eles não conseguiram, na discussão dos programas, empurrar para um impasse o projeto político, o projeto de Brasil do governo Lula, restou a eles impor a pauta da tal “crise moral”, uma suposta crise moral, é claro. As questões ligadas aos Estado laico, ao aborto, aos direitos dos homossexuais entraram aí.

Todos esses direitos já estão de forma muito clara no Plano Nacional dos Direitos Humanos. E quando foram apresentados lá já criaram certa reação, mas, naquele momento esses temas não foram trazidos à tona, pela mídia. Agora, então, eles voltam àquele tema. A verdade é que essa reversão ao discurso moralista, centrada nos ‘bons costumes’, voltou, agora, associada à possibilidade de Dilma ser eleita.

Não citaram o Plano, mas ele apareceu algumas vezes, sempre oferecido como ‘prova’ de que não se trataria de discussões vazias, mas que, sim, esses ‘riscos’ existiriam, no caso de Dilma ser eleita. Assim ‘reativaram’ a tal ‘crise moral’.

De novidade, só, que, antes, havia o discurso moralista de direita, e ele agia, mas muita gente não assumia esse discurso moral de direita. As pessoas tinham vergonha, jornalistas, intelectuais, sociólogos, a classe média, não explicitavam seu discurso de direita. Agora, assumiram. Na mídia, chama muito a atenção: articulistas, jornalistas, sociólogos explicitaram um discurso de direita, há produção acadêmica, há toda uma universidade mobilizada para constituir um ideário conservador, de direita, que reivindica para si o direito de existir. Isso, antes, não estava explicitado e, agora, apareceu de modo muito claro.

Claro. Há a questão dos meios de comunicação tornados órgãos de publicidade de um só programa e de uma só campanha, de uma elite.

Mas a questão moral já havia aparecido na primeira eleição de Lula – questões morais, de ‘ética’, foram também um dos motes daquela eleição. Também lá se mobilizaram questões de ética, de moral, sempre usados como elementos para expor a ideia da ‘não-confiabilidade’ do governo Lula. E voltaram na segunda eleição de Lula e, agora, na eleição de Dilma. O argumento voltou, como voltou a coisa de o programa do governo Dilma ser igual ao dos governos Lula: os avanços estão aí, mas ela tampouco seria confiável.

E por aí se entrou numa argumentação, num discurso irracional, numa emocionalidade, numa irracionalidade, emocionalidade que é traço típico do discurso midiático. E isso acabou por mobilizar toda a campanha política.

Episódio exemplar desse movimento e da centralidade que ganhou na campanha é o dramático evento do ataque da “bolinha de papel”, que já apareceu ridicularizado até no Le Monde.

Paralelamente, aí também apareceu o contradiscurso forte, um ativismo forte, que faz oposição à mídia de massa e já existe nas redes sociais, Twitter, Facebook, e que conseguiram impor-se na discussão. Na segunda eleição de Lula, já havia a militância de resistência pela rede. Mas na eleição de Dilma, afinal, muito velozmente, os discursos da mídia puderam ser quase instantaneamente desconstruídos. Desconstruiu-se tudo, com ferramentas eficazes, muito velozmente. Logo que as primeiras imagens apareceram, viu-se pela internet a utilização da própria linguagem midiática para desconstruir o discurso da mídia, com detalhes, a forma da narração, construindo um contradiscurso, que utilizou a própria linguagem da mídia para desconstruir o discurso da mídia. As capas de Veja foram parodiadas, apresentadas como piada. Hoje há quatro ou cinco vídeos na internet, produzidos por jornalistas profissionais e também por amadores. Hoje, nas redes, as capas da Veja são antecipadas e antecipa-se também a linguagem da mídia, as estratégias da mídia. Isso é muito eficaz, embora seja ainda pouco e pequeno e, sim, me parece um ganho muito importante.

A própria Globo respondeu ao presidente Lula, embora sem citar o Twitter, às críticas que lhe fez o presidente Lula e lhe fizeram as redes sociais. Hoje, por exemplo, a manchete de O Globo é resposta à reação das redes sociais e reafirma a desqualificação moral do presidente e da candidata, sempre com adjetivos no campo do discurso moral, da não confiabilidade.

A desqualificação moral me parece ser esse último reduto ao qual regrediu a campanha e os discursos da mídia. Nesse campo, sim, me parece que as questões dos novos fundamentalismos que vamos discutir aqui, sim, me parecem importantes. São as questões mais polêmicas e que mexem com questões religiosas, os direitos da mulher, que têm a ver com o aborto e a vida, o casamento de homossexuais. São questões que arrastam todos para esse pântano que é o ‘a moral do outro’. Depois das intervenções dos outros aqui presentes, talvez possamos articular outras consequências disso tudo.

Pra terminar, vejo, sim, possibilidades extremamente positivas, tanto quanto vejo traços extremamente preocupantes, o que se viu nessa campanha.

Temos, sim, de discutir a ‘herança’ desse acirramento das questões morais, do ódio, da criação de tensões absolutamente maniqueístas no campo político, os efeitos de se fazer campanha de torcedor ‘hooligan’, muito dual, e na explicitação disso tudo.

Temos, para o futuro, uma pauta importantíssima a ser levada depois da eleição de Dilma.

Dilma dribla a armadilha: “não me separarão de Lula”

Dilma arrastou uma multidão hoje de manhã em Belo Horizonte
Mesmo envolvida com a carga emocional do último dia de uma campanha extenuante e com o simbolismo de falar às margens da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, “o lugar onde minha vida começou”, Dilma foi firme na entrevista coletiva que concedeu e recusou a agenda que a imprensa tenta lhe colocar desde já no caso da vitória que se anuncia amanhã.

Todo presidente eleito estende a mão ao país assim que sai o resultado das urnas, mas isso não significa que vá abrir mão de um projeto vitorioso, que terá sido escolhido pela maioria da população. Por isso, ao ser perguntada se convidaria a oposição para conversar em um eventual governo, ela rebateu de pronto: “Vou governar com a minha coligação. Eu represento esse projeto do presidente Lula, que eu tenho a responsabilidade agora, se eu for eleita, se Deus quiser, de continuar”.

A vitória de Dilma será exatamente isso. De representar e aprimorar o projeto de Lula. E Dilma terá até mais condições do que Lula de avançar. Na primeira eleição, Lula pegou o país destroçado e teve que fazer concessões para arrumar a casa. Na reeleição, não havia o simbolismo da vitória sobre um outro projeto, pois a idéia era apenas de prosseguimento. Mesmo assim, Lula avançou bastante em seus compromissos no segundo mandato, e agora Dilma pode dar o salto que o povo espera para que o Brasil cresça e se torne ainda mais justo.

Dilma terá no póprio Lula um excelente conselheiro. Embora tenha identidade e personalidade próprias, Dilma não pode dispensar a experiência de Lula, outra armadilha da mídia que ela soube repelir muito bem na entrevista de hoje, como conta o UOL. “Ninguém neste país vai me separar do presidente Lula. Ele será sempre uma pessoa em quem eu confio, em quem eu tenho imensa confiança pessoal.”

Dilma venceu bem a eleição em Minas no primeiro turno, e tem tudo para repetir o resultado. Pesquisa divulgada hoje pelo jornal Estado Minas mostra Dilma com 17 pontos de vantagem sobre Serra (49% a 32%), que também foi a Belo Horizonte, mas só andou na Savassi, a área mais nobre da capital mineira, enquanto Dilma percorreu os bairros populares. O ex-governador Aécio Neves participou mais da campanha de Serra no segundo turno, depois que se elegeu senador, mas já alertou o candidato à presidência que o quadro no estado não está nada favorável a uma virada tucana. Foi apenas um eufemismo de Aécio. Dilma vencerá esmagadoramente em Minas, como no resto país, consagrando a escolha da população por um projeto comprometido com as questões nacionais e populares.

Muita gente, de todo o país, me deu informes positivos.

Acho que, como vidente, vou passar em segunda época, com aquela minha previsão de 60%

Líder do PT defende aprofundamento das investigações sobre privatizações de FHC

líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PT-PE), defendeu hoje (28) o aprofundamento, pelo Congresso Nacional, das investigações sobre as privatizações "antinacionais" ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Com base nas novas denúncias apontadas pelo jornalista Amaury Martins Ribeiro Júnior, em depoimento à Polícia Federal, o Congresso tem de ir fundo nas investigações e apurar o processo de privataria patrocinado pelos tucanos, que dilapidaram o patrimônio nacional a preço de banana".

No depoimento à PF no dia 15, o jornalista relata a investigação que fez sobre o processo de privatização das empresas de telecomunicações durante a gestão de FHC e o esquema de espionagem que teria sido montado por pessoas próximas ao candidato presidencial tucano José Serra contra o então governador de Minas Gerais Aécio Neves, ambos do PSDB.
Disse que, empregado do jornal O Estado de Minas, começou a trabalhar no livro sobre as privatizações em dezembro de 2007, quando um grupo de inteligência, liderado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), estaria tentando levantar dados pessoais de Aécio Neves, para beneficiar Serra.

Lavagem de dinheiro

Ferro observou que Amaury, no depoimento, levantou dados referentes ao processo de lavagem de dinheiro, realizados durante a privatização do Governo Serra / FHC . Amaury concluiu que houve operações de lavagem de dinheiro que envolvem desde a filha e o genro de Serra até o dele, Gregório Marin Preciado, e um dos principais articuladores de sua campanha presidencial, Ricardo Sérgio de Oliveira. O jornalista disse que localizou operações de lavagem de dinheiro processadas num escritório off shore de Ricardo Sérgio de Oliveira.

"Essas denúncias, como outras que envolvem os tucanos, tem encontrado o silêncio da maior parte da mídia, por cumplicidade ou omissão", disse Fernando Ferro. "Por isso, com a retomada da normalidade dos trabalhos do Legislativo, em novembro, o líder proporá à Bancada do PT uma ação específica para apurar de vez os escândalos que pontuaram as privatizações no governo FHC. "O jornalista Amaury Ribeiro Junior reacendeu a suspeita que pairava sobre o assunto desde que Aloysio Biondi fez uma radiografia da entrega do País pelo PSDB e o ex-PFL, atual DEM".

O líder observou que a década de 90 foi marcada pelo neoliberalismo, em que as empresas podiam tudo e o Estado, nada. "FHC seguiu à risca as ordem recebidas do centro do império, que queria destruir os Estados periféricos para fazer prevalecer exclusivamente interesses de empresas privadas. Felizmente, esta onda foi contida , no Brasil, com a eleição de Lula em 2002, fenômeno que se refletiu em toda a América Latina, com a eleição de governos democráticos e populares".

Interesse nacional

Ferro recordou que o resgate do papel do Estado, nos últimos anos, propiciou a implementação de políticas públicas que colocam o interesse nacional e popular acima dos grupos privados, como acontecia na era FHC. "Antes , o Estado fora apropriado por uma parcela da elite brasileira, que visava privilegiar apenas grupos econômicos nacionais e internacionais. Hoje, a situação mudou, o interesse da população brasileira está acima de tudo", disse. Lembrou que o enfrentamento da crise mundial eclodida em 2008 só foi possível, no Brasil, graças à política que tinha sido feita antes, de fortalecimento do Estado. "Se fosse à época de FHC e Serra, o Brasil teria ido para a UTI".

Para Ferro, recentes denúncias envolvendo os tucanos em São Paulo- como irregularidades na concorrência para obras do Metrô e denúncias envolvendo tucanos com desvio de dinheiro da obra do Rodoanel para formação de caixa 2 do PSDB- mostram "um rastro sinistro de desvios de recursos públicos e favorecimento de empresas privadas, uma marca de FHC, Serra e outros expoente do PSDB".

Na véspera da eleição, Dilma volta às origens políticas

30.10.2010


A candidata Dilma Rousseff realizou o último ato público da disputa eleitoral em Belo Horizonte, cidade onde nasceu e iniciou a vida política nas manifestações contra a ditadura militar. Às margens da Lagoa da Pampulha, Dilma lembrou hoje do envolvimento com a luta pela democracia no país quando ainda estudava no Colégio Estadual Central.

“Belo Horizonte, para mim, é um local que eu sempre tenho como referência quando se trata do início da minha vida política. Por isso, acho simbólico que neste final de campanha eleitoral eu retorne aqui e faça o encerramento da minha campanha neste lugar onde a minha vida política começou”, afirmou Dilma.

Se eleita, a candidata disse que fará um governo de união, mantendo com governadores e prefeitos a relação republicana que marca o governo Lula.

“A um dia da eleição, eu quero dizer que, se for eleita, quero unir o Brasil em torno de um projeto de desenvolvimento não só material, mas de valores. Eu acredito que o nosso país vai se transformar cada vez mais num exemplo de convivência, tolerância e capacidade de viver em paz. Quando a gente ganha uma eleição, a gente tem de governar para todos os brasileiros sem exceção”, defendeu.

Embora tenha lamentado os momentos em que a campanha resvalou para o campo dos ataques e das calúnias, Dilma disse que não guarda mágoa alguma do processo eleitoral. “Foi uma campanha muitas vezes dura, mas eu não guardo mágoa. Quando a gente guarda mágoa carrega um peso na alma e não tem aquela generosidade necessária para viver. Estou com a alma leve.”

Lula

Dilma revelou a emoção de representar o projeto iniciado pelo governo Lula que despertou o Brasil “para sua grandeza” e prometeu continuar o processo de transformação social do país. Sobre a participação do presidente Lula no seu governo, a candidata citou a relação construída em oito anos de governo. Destacou ainda a confiança que deposita no presidente, sua capacidade política e sua sensibilidade.

“O presidente Lula, obviamente, não será uma presença dentro no ministério. Mas eu sempre conversarei com o presidente e terei com ele uma relação muito íntima e muito forte. Não há ninguém nesse país que vai me separar do presidente Lula”, afirmou.

Depois da entrevista coletiva, Dilma seguiu para uma carreata que mobilizou o bairro de Venda Nova. À vontade, a candidata percorreu a principal avenida distribuindo beijos aos moradores que saíram a rua para vê-la. Os mais animados fizeram o percurso a pé ao lado do carro de Dilma

Aposentados estão com Dilma

VEJA E SERRA - NEGÓCIOS

BLOG Os amigos do presidente Lula

Uma mão lava a outra.

Em 1994 a Editora Abril (da revista Veja) financiou a campanha de José Serra ao senado.

Depois, quando Serra foi governador, ele financiou a revista Veja e a Editora Abril, através de compras de assinaturas, e anúncios

Carreata com Dilma leva milhares de pessoas às ruas

Milhares de pessoas acompanharam a candidata Dilma no bairro de Venda Nova, na periferia de Belo Horizonte. O bairro, que é o maior da capital mineira com cerca de 500 mil habitantes, recebeu a carreata com muita festa.



Dezenas de carros de som, moradores, militantes e cidadãos que estavam nas ruas seguiram Dilma, na carreata, que estava acompanhada dos ministros Alexandre Padilha e Luiz Dulci, além de um dos coordenadores da campanha e ex-prefeito de BH, Fernando Pimentel, e do atual prefeito Marcio Lacerda.

Pernambuco é Dilma!

Só fato de grande repercussão muda tendência pró-Dilma

29 de outubro de 2010


A ampliação da vantagem de Dilma Rousseff (PT) na reta final do segundo turno dificulta muito a tentativa de José Serra (PSDB) de virar a eleição na última hora. O tucano briga contra a inércia do eleitorado. A esta altura, só um fato novo de grande repercussão lhe daria chance de mudar a tendência do voto.


A petista se distancia do tucano em praticamente todos os segmentos importantes de renda, escolaridade e faixa etária. Nas maiores regiões, ela consolidou a proporção de 2 votos para 1 no Nordeste, e aumentou para dez pontos sua diferença no maior colégio eleitoral, o Sudeste.


O fator religioso, principal responsável por levar a eleição para o segundo turno, foi neutralizado. Dilma tirou a vantagem de Serra entre os evangélicos, ampliou sua diferença entre os católicos e recuperou parte dos eleitores agnósticos, ateus e de religiões não-cristãs.


A recomendação do papa aos bispos para que atuem politicamente no Brasil contra quem defenda o aborto poderia ser o fato novo esperado pelos partidários do tucano?
Para surtir efeito eleitoral, a manifestação de Bento 16 precisaria chegar rapidamente aos seguidores da Igreja e com força suficiente para reverter a preferência de 55% dos católicos pela petista. No primeiro turno, Dilma perdeu quatro pontos entre os católicos nos últimos dias de campanha.


Uma queda nessas proporções entre os católicos agora implicaria diminuir de 14 para 9 pontos a vantagem de Dilma no total. Sem contar o eventual efeito inverso que isso poderia resultar entre os evangélicos e eleitores anti-clericais.


Com a questão moral de lado, o bolso voltou a ser soberano na eleição. No começo do segundo turno, os programas sociais do governo federal brecaram a queda de Dilma e impediram que o tucano empatasse.


Mas foi no eleitorado não-bolsista que ela cresceu nas últimas duas semanas. Ele tem sido o responsável por aumentar sua diferença sobre Serra. Hoje, segundo o ibope, 2 em cada 3 eleitores da petista não participam de nenhum programa federal.
E por que esse eleitor declara voto nela? Muito provavelmente pelo bom momento da economia, que expande o emprego, a renda e, principalmente, o crédito para o consumo. Um indicador indireto disso é a avaliação do governo Lula.


Entre o terço de eleitores que dá nota 10 à atual gestão, Dilma tem 78% do total de votos. Entre os 15% que dão nota 9, ela tem 2 em cada 3 votos. O divisor de águas é a nota 8, que compreende 23% do eleitorado.


Nela, Serra chegou a empatar com Dilma no começo do segundo turno: 47% a 47%. Agora, a petista voltou a abrir uma pequena diferença, e lidera por 48% a 43%. De 7 para baixo, o tucano vence por larga margem, mas esses eleitores são apenas um quarto do eleitorado.por Jose Roberto de Toledo,jornalista do Estadão

Debate na TV Globo: Dilma comemora

André Cintra
Vermelho:

A TV Globo bem que tentou dar uma forcinha para o tucano José Serra, no último debate entre os presidenciáveis, na noite desta quarta-feira (29). Mas quem fez a festa nos estúdios da emissora no Rio de Janeiro, logo após o encontro, foram os apoiadores de Dilma Rousseff – e com razão. Ao superar um dos mais temidos obstáculos da campanha, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando passou a ter chances ainda mais concretas de se tornar a sucessora do presidente Lula.

Numa atração com 25 pontos de média no Ibope (cada ponto equivale a 55 mil televisores na Grande São Paulo), Dilma soube explorar o formato do debate melhor do que Serra. Pela primeira vez nestas eleições, não houve perguntas de candidato para candidato. As 12 questões foram formuladas e lidas por eleitores supostamente indecisos, que não tinham o direito de comentar as respostas. Sem o confronto direto, o candidato que está à frente nas pesquisas – no caso, Dilma – larga em vantagem.

Mas a petista não se contentou com esse trunfo. Seu principal acerto foi captar a singularidade das perguntas, demonstrando estar interessada não só em expor seu plano geral de governo – mas também em dar perspectivas até para questões mais pontuais. De longe, foi Dilma quem conseguiu estabelecer um diálogo mais franco e natural com o grupo de eleitores indecisos. Ao mesmo tempo, Dilma frisava melhor as diferenças de concepções e projetos das duas candidaturas.

Serra, ao contrário, causou ruído já na hora de agradecer às perguntas que lhe foram feitas. Pesquisas qualitativas realizadas durante o debate apontaram particular rejeição à maneira como Serra, com sorriso forçado e de forma pouco convincente, atribuía “grande importância” a todas as questões.

Sem contar suas frases de efeito, ocas a não mais poder: “Investir no serviço público é melhorar a autoestima do país”; “A batalha da saúde tem que ser para que hoje seja melhor do que ontem e amanhã melhor que hoje”; “A primeira condição para enfrentar o problema da segurança é admitir que o problema é sério”; “Saúde e segurança são a vida, mas a educação é o futuro”.

Funcionalismo

Logo na primeira pergunta do debate – sobre propostas para os servidores públicos –, as diferenças entre Serra e Dilma se impuseram. Serra, um notório inimigo do funcionalismo, defendeu propostas genéricas – “a carreira e o concurso, a valorização dos profissionais”, a “despartidarização” das agências reguladoras.

Mais tarde, o tucano teve a oportunidade de voltar ao assunto, quando uma eleitora baiana contou estar penalizada pela filha, que é professora sem ser valorizada. Serra disse defender um pacto nacional pela educação (abstração pura) e o combate ao analfabetismo. E a valorização do professor – onde é que fica?

Dilma, em suas réplicas, lembrou que o governo Lula já iniciou uma política de valorização do funcionalismo, com destaque para a aprovação do piso salarial nacional dos professores. Para se diferenciar da política à “base de cassetetes” praticada pelo PSDB em São Paulo, a candidata mostrou que não há saída para o funcionalismo se o governo não ouvir os principais interessados. “Um governante não pode estabelecer uma relação de atrito quando o professor pede diálogo.”

Serra acusou o governo Lula de “duplicar impostos sobre saneamento”, mas patinou ao fugir do compromisso de desonerar a folha de pagamento em benefício dos pequenos empreendedores. “Temos de ser responsáveis, não é moleza”, argumentou. Dilma não perdeu a oportunidade e defendeu abertamente “uma reforma tributária que diminua a oneração”.

“Percebemos que, quando diminui a tributação, não diminui a arrecadação”, afirmou, pondo em destaque as inúmeras reduções do IPI pelo governo Lula durante a crise de 2008-09. “Eu concordo com a desoneração. A pessoa contrata mais, e mais pessoas consomem. É um círculo virtuoso.”

Uma eleitora relatou o trauma de ter sido assaltada a mão armada. Serra voltou a bater na tecla da criação de um Ministério da Segurança Pública e no combate ao tráfico de drogas. Dilma, mais sensível, disse que boa parte da criminalidade exige uma ação específica. Comprometeu-se, assim, a levar polícias comunitárias aos bairros populares, com ação concentrada e fiscalização.

Social

Um eleitor de São Paulo cobrou iniciativas para que os programas sociais, como o Bolsa Família, não sejam “vitalícios. Outro, do Paraná, reclama que os brasileiros pagam muito impostos, sem receber nada em troca. Dilma interveio a favor dos programas sociais – uma questão que, segundo ela, será “central” em seu governo.

Agregou que o ProUni, com seus mais de 700 mil beneficiados de renda média e baixa, é um exemplo de como o governo Lula tenta incluir quem paga imposto e foi historicamente desprezado. Serra, mais uma vez, tentou fazer da pergunta um trampolim para ele falar de seu programa para outras áreas – “Política social é também saúde e segurança”, tentou justificar-se.

Quando o eleitor de Pernambuco reclamou que seis irmãos seus estão na informalidade e não conseguem pagar a Previdência, Serra falou em “empuxo político” e incentivo ao empreendedorismo. “Se a contribuição for pesada, ninguém vai pagar”, rebateu Dilma, em defesa da formalização máxima do mercado de trabalho e, somado a isso, de contribuições variadas à Previdência de acordo com a faixa de renda.

Nas considerações finais, uma inesperada manipulação: a Globo usou câmeras panorâmicas para expor Dilma, enquanto Serra mereceu uma transmissão em close. As reações de protesto no estúdio foram automáticas. No conteúdo, Dilma disse representar a continuidade de “um projeto que fez com que o Brasil despertasse para a consciência de sua grandeza”.

Saber enfrentar Serra e a Globo, a dois dias das eleições, também mostra como Dilma percebeu sua própria grandeza e está à altura de governar o Brasil. A vitória ficou mais próxima. Que venha 31 de outubro!