sábado, 30 de maio de 2009

Conceição Tavares defende políticas sociais

A economista Maria da Conceição Tavares, 79, disse ontem não acreditar que o PIB brasileiro encolherá neste ano, mas afirmou que a crise internacional pôs fim a um dos mais longos ciclos de crescimento do país. Para ela, a expansão da economia agora será baseada em outro modelo: o de aumento do consumo do governo."Eu não acho que o Brasil vá ficar em recessão neste ano. Falo não no sentido técnico, de dois trimestres, porque nesse já está, mas sim de recessão prolongada, como muita gente prevê. Acho, como a maioria dos analistas, que o país está retomando o fôlego devagarinho", disse, em seminário promovido pela Fundação Alexandre Gusmão, no Rio, sem estimar taxa de crescimento para este ou o próximo ano.Apesar de considerar que o país já dá sinais de melhora, Conceição, ex-congressista petista e conselheira do presidente Lula, lamentou a interrupção da trajetória de expansão que a economia vinha apresentando desde o segundo semestre de 2003. "Tivemos a infelicidade de abortar um ciclo de crescimento que era o maior desde a década de 70."Na avaliação da economista, o padrão verificado nos últimos anos não se repetirá. "Esse ciclo se apoiou primeiro no crescimento das exportações, depois no crescimento do consumo privado e depois no crescimento do investimento privado. Agora vai ter que se apoiar no consumo público, para espanto dos conservadores."Segundo ela, serão dois os principais eixos que deverão nortear essa nova realidade. "Vamos ter que nos apoiar pesadamente nas políticas sociais, não apenas compensatórias, mas também estruturantes, e nas políticas de infraestrutura", disse.

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