sexta-feira, 24 de julho de 2009

BOLSA-FAMÍLIA FAVORECEU MAIS LULA EM 2006 DO QUE O EQUILÍBRIO DA ECONOMIA

Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas aponta que o impacto do programa Bolsa Família nas últimas eleições presidenciais foi superior ao gerado pelo desempenho da economia. A pesquisa do instituto aponta que o programa foi responsável por um aumento de aproximadamente três pontos percentuais na votação do então candidato à reeleição Luís Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais de 2006, enquanto o impacto do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) gerou crescimento de 0,34 ponto percentual.

Segundo o estudo, em 2002 Lula foi muito bem sucedido nas regiões mais urbanizadas e desenvolvidas do país, enquanto em 2006 houve uma migração da base eleitoral para regiões menos desenvolvidas, mais dependentes do Estado e mais beneficiadas pelo Bolsa Família. No entanto, o instituto ressalta que o programa não pode ser apontado como o único responsável pela migração dos votos das regiões urbanas para as regiões mais pobres.

Ainda de acordo com a pesquisa, o aumento de um ponto percentual no número de beneficiários do programa elevou em 0,55 ponto percentual a votação de Lula em 2006, enquanto que a mesma variação na taxa de crescimento econômico incrementou a votação em apenas 0,21 ponto percentual.

Com o efeito do programa Bolsa Família, a votação de Lula elevou-se em todos os municípios, mas o aumento foi maior justamente naqueles em que o seu desempenho foi relativamente pior em 2002. Nos Estados das regiões Norte e Nordeste a influência do programa foi superior às demais regiões na votação de Lula. Em Alagoas, o programa, segundo a FGV, aumentou em 8,17 pontos percentuais a votação, sendo o Estado onde o Bolsa Família mais contribuiu para a votação.

O Bolsa Família foi instituído pelo governo federal em 2004 e atende mais de 11 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros, garantindo uma renda mínima para as famílias que mantém os filhos matriculados nas escolas da rede pública e com frenquentam, pelo menos, 85% das aulas.

O levantamento envolveu dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
24/07/2009

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