ESPECIAL PARA A FOLHA
O expressivo desenvolvimento econômico verificado no Brasil não significa que esta aceleração siga um ritmo e um modelo homogêneos no país como um todo.
O aumento da produção de commodities e as políticas públicas voltadas à redução da pobreza e o incentivo ao mercado de consumo interno ajudam a explicar o crescimento do PIB na última década. Não cabe aqui discutir as diferenças nem os problemas de cada modelo (como concentração versus dispersão de renda, impactos ambientais e a forma de expansão da fronteira agrícola).
As políticas públicas de apoio à agroindústria e de redução da pobreza estão tendo (para o bem ou para o mal) um alcance inegável, mas seus efeitos não possuem a mesma intensidade nas diferentes regiões.
Por um lado, a expansão agrícola se evidencia com maior intensidade no Centro-Oeste, por outro lado, o combate à pobreza tem impacto maior no Norte e Nordeste. É a partir deste contexto que se pode entender a perda de espaço do Sul em relação às demais regiões.
O nosso país se caracteriza historicamente pela adoção de modelos de desenvolvimento econômico em que o Estado ocupa claramente o papel de indutor. E o grande desafio dos governadores eleitos no RS, SC e PR será o de negociar com o governo federal e ter êxito em implementar uma agenda que possibilite à região Sul acelerar o seu crescimento econômico.
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RAFAEL MACHADO MADEIRA é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-RS
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