sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

lula, um mito

Hoje é o último dia de mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa o poder, depois de oito anos, como uma espécie de líder noir. Lula é duro na queda, encara qualquer parada e cuidou dos mais fracos e desvalidos. Em síntese, um homem comum que fez coisas extraordinárias, como ele mesmo gosta de proclamar.


É mais ou menos esse o tipo de carisma que Lula exerce desde quando liderou as greves dos metalúrgicos de ABC no fim da década de 1970, em plena ditadura militar. Esse carisma cimentou a fundação do PT e a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 2002, levou-o à Presidência da República. Porém, não foi corroído pelo exercício do poder, nem mesmo na crise do mensalão, muito pelo contrário. Lula descerá a rampa do Palácio do Planalto como um mito político.


Assim como foi Getúlio Vargas, Lula é um líder político em contato direto com as massas, que já não depende da mediação do seu partido nem dos sindicatos para fazer política. Por isso, que a oposição não se iluda: Lula continuará exercendo enorme influência, mesmo fora do poder, não somente porque foi o artífice da eleição da presidente Dilma Rousseff, mas também porque seu carisma sobreviverá na planície. Para 87% da população, segundo as pesquisas de opinião, fez um ótimo governo.


Mídia


Não deixa de ser irônico. Getúlio Vargas construiu seu carisma em parte por causa da forma como soube utilizar o rádio. Do ponto de vista da comunicação, revolucionou a forma de atuar na política. Lula só aprendeu a lidar com a televisão depois de três derrotas eleitorais. No segundo mandato, usou e abusou da tevê aberta para se relacionar com o povo. Resultado: deixa o governo batendo recordes de popularidade.Correio

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