segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

POLÍTICA - Oposição perde R$ 14 mi de fundo em 2011

Número de votos para deputados de PSDB, DEM, PPS e PTB encolhe, o que implica menor fatia do Fundo Partidário

Governistas veem bolo crescer; PT, que lidera lista de beneficiados, ganhará R$ 3,7 milhões a mais que em 2010

SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

Os partidos que apoiaram a candidatura derrotada do tucano José Serra à Presidência -PSDB, DEM, PPS e PTB- perderão R$ 14 milhões do Fundo Partidário a partir do próximo ano.
O cálculo foi realizado pela Folha seguindo as diretrizes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a previsão do Orçamento, ainda à espera de votação no Congresso, para o repasse anual aos partidos -R$ 201,4 milhões no ano que vem.
O Fundo Partidário é uma das principais fontes financeiras das siglas. No caso de legendas pequenas, na maioria das vezes é a única. Ele é composto de recursos da União, multas eleitorais e, em menor proporção, doações de empresas privadas.
A perda de dinheiro das legendas da oposição ocorrerá porque a fatia destinada a cada uma é calculada de acordo com os votos obtidos na eleição para a Câmara dos Deputados. Nos quatro casos -PSDB, DEM, PPS e PTB-, as bancadas encolheram em relação a 2006.
O principal prejudicado será o DEM, que deixará de receber R$ 6,3 milhões. O partido elegeu 22 deputados a menos do que em 2006 -terá 43 cadeiras-, ainda que ACM Neto (BA) tenha sido um dos mais bem votados do país, com 328.450 votos.
O PSDB sofrerá baixa de R$ 3,5 milhões no caixa. O PPS terá R$ 2,6 milhões a menos, e o PTB, R$ 1,6 milhão.
Apesar da baixa, os tucanos receberão o terceiro maior montante, com R$ 23 milhões, em decorrência do bom volume de votos obtidos por seus candidatos. O PSDB elegeu 54 federais, ante 66 na eleição passada, de 2006.
Desses três partidos oposicionistas -PSDB, PPS e PTB-, quem encolheu mais foi o PPS, que passará a contar com apenas 12 deputados -elegeu 22 em 2006 e depois desidratou.
No caso do PTB, a tendência é que o partido de Roberto Jefferson (RJ) ingresse na base de apoio ao governo Dilma Rousseff (PT), como fez na gestão Lula.

GOVERNO
Das siglas governistas, quem contará com menos recursos em relação à verba recebida em 2010 será o PMDB, com queda de R$ 2,7 milhões.
Os peemedebistas terão 11 deputados a menos em relação à eleição anterior. Mesmo assim, seguem como o segundo partido mais beneficiado na partilha do Fundo Partidário, com um total de R$ 25,2 milhões.
O primeiro da lista de beneficiados é o PT, que ganhará R$ 32,5 milhões -cresceu R$ 3,7 milhões.
A sigla larga com a maior bancada da Casa, com 87 deputados federais -quatro a mais do que no pleito passado. O PT também deverá presidir a Câmara no primeiro biênio da gestão Dilma.

Com puxadores de votos, PR tem o maior aumento de verba

DE SÃO PAULO

O partido que mais engordará o cofre a partir de janeiro do próximo ano será o PR, com um crescimento de R$ 4,3 milhões em sua cota do Fundo Partidário.
A engenharia eleitoral do PR foi lançar dois "puxadores" de votos para a Câmara. Foram eleitos o palhaço Tiririca (SP), com 1,3 milhão de votos, e o ex-governador Anthony Garotinho (RJ), com 694 mil votos.
Nas eleições deste ano, a sigla saiu das urnas com 16 deputados federais a mais do que em 2006 -contará agora com 41 políticos.
Na época, o extinto PL foi rebatizado PR depois de se fundir ao Prona para atingir a cláusula de barreira, regra que estipulava que o partido necessitava obter o mínimo de 5% dos votos à Câmara dos Deputados para ter representatividade.
Outros dois partidos considerados pequenos também obtiveram salto no volume de votos neste ano, o PRB, do vice-presidente, José Alencar, e o PSC. O PRB ganhará acréscimo de R$ 2,9 milhões, e o PSC, de R$ 2,5 milhões.
Ambas as siglas terão bancadas maiores: o PSC saltou de 9 para 17 cadeiras, e o PRB, de uma para oito. (SN

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