sábado, 26 de setembro de 2020

QAnon, por Fábio de Oliveira Ribeiro

 


Programados pela ganância, os algoritmos não se importam com o mal que estão fazendo à sociedade. Os interesses dela não podem ser e não são computados.

 

Por Fábio de Oliveira Ribeiro -12/09/2020

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QAnon

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Um programa da DW finalmente rompeu o silêncio da grande mídia sobre uma ameaça crescente que nasceu nos EUA se espalhou pela Europa e chegou ao Brasil: o QAnon.

Enquanto assistia o debate lembrei da cena final de um filme antigo.

 

Uma grande civilização não é conquistada antes de ser destruída por dentro.

 

Confesso que estou adorando ver o QAnon destruir os EUA por dentro. Suponho que esse processo de destruição ficará mais rapido quando o movimento conseguir se infiltrar no US Army, US Navy e US Air Force.

 

 

O mais fantástico é o papel que os algoritmos desempenham nessa história. Os donos do QAnon lucram espalhando desinformação, mas os donos das empresas de Big Data também auferem lucros com isso.

 

Programados pela ganância, os algoritmos não se importam com o mal que estão fazendo à sociedade. Os interesses dela não podem ser e não são computados. O mesmo não pode ser dito dos interesses daqueles que embolsam milhões de dólares todos os dias em razão da atividade frenética dos algoritmos.

A abundancia da prata de Potosí enriqueceu muito Império da Espanha nos séculos XVI e XVII. Resultado: os espanhóis se tornaram preguiçosos, arrogantes, vagabundos e arruaceiros acelerando o colapso de seu país.

Os EUA parecem estar condenados a ter um destino sombrio semelhante. O lucro fácil obtido com algoritmos pode ser considerado a prata de Potosí dos norte-americanos.

 

 

Uma coisa ficou evidente no programa da DW. A tentativa de invasão do Parlamento alemão por ativistas do QAnon provocou o início da reação política ao movimento naquele país. É provável que a Alemanha passe a monitorar o QAnon com mais atenção. A repressão aos ativistas violentos e o combate à desinformação serão intensificados na Alemanha.

 

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No Brasil o QAnon parece estar intimamente ligado à família Bolsonaro. Felizmente para nós, através do Inquérito das Fake News o STF já começou a desmantelar o “gabinete do ódio” e a minar o esquema financeiro criado para obter lucro mediante a distribuição de desinformação e o incentivo à radicalização política.

 

Nos EUA, apesar da prisão de Steve Bannon por causa de corrupção, o QAnon não está sendo reprimido pelas autoridades. Muito pelo contrário, o movimento tem sido elogiado por Donald Trump.

 

 

De maneira geral podemos dizer que o Estado norte-americano não foi criado e dimensionado para reprimir a obtenção de lucro, algo que naquele país equivale à busca da felicidade e/ou à salvação religiosa. Além disso, as empresas de Big Data destinam uma parte dos lucros que obtém com o QAnon para os dois grandes partidos políticos.

 

Esse círculo fechado de interesses mesquinhos reforçados pela ideologia dominante amplificará o efeito devastador desse movimento nos EUA? A conferir.

 

 

Facebook: a savana africana dos americanos brancos, por Fábio de Oliveira Ribeiro

A violência que o Facebook espalha com lucro já transformou os EUA em um típico estado africano falido. Cegados, os norte-americanos brancos não conseguem ver isso.

 

Por Fábio de Oliveira Ribeiro -04/09/2020

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Facebook: a savana africana dos americanos brancos

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Eis aqui uma resposta provocativa ao artigo do NYT.

 

Assim que se autoperpetua, o poder está no princípio do fim. O que caracteriza a vida é a inevitabilidade de novos começos. Tudo que cresce, envelhece e se torna poderoso está prestes a morrer ou ser substituído por algo que ainda não nasceu.

 

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O telégrafo morreu com o nascimento do telefone. Os telefones fixos quase foram substituídos pelos telefones celulares. Ao se fundir com a computação em rede, a telefonia móvel permitiu que o Facebook se tornasse um gigante. Mas o Facebook obtém lucro com o Fake News, criando bolhas anti-sociais de barbárie.

 

 

Nenhuma civilização humana foi capaz de resistir à barbárie. O declínio e queda do Facebook serão um produto da civilização que ele começou a destruir. Ninguém sabe exatamente o que vai nascer. Compare a China com os EUA: onde Zuckerberg não tem liberdade, o veneno que ele produz não pode se espalhar.

 

Os chineses não precisam fazer nada para vencer os norte-americanos. Eles podem apenas observar o que o Facebook é livre para fazer nos EUA. A história tem uma forma de agir irônica e distorcida. Olhe de novo: o que você vê (o poder do Facebook) é o oposto do que você poderia ter visto.

 

A violência que o Facebook espalha com lucro já transformou os EUA em um típico estado africano falido. Cegados, os norte-americanos brancos não conseguem ver isso. Povos com séculos de experiência em guerras tribais endêmicas estão rindo muito. Eles chamam os EUA de África Branca.

 

 

O mais engraçado de tudo isso: os jornalistas não conseguem ver o que está acontecendo. O NYT enquadra o mundo de acordo com um modelo que não existe mais. Fazer isso apenas aplifica o erro. Apesar das aparências, Zuckerberg é impotente. Ele destruiu as próprias bases que permitem que o poder exista.

 

 

 

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