quinta-feira, 25 de junho de 2009

ATÉ A CIA É MAIS CAUTELOSA DO QUE A MÍDIA GOLPISTA NO PLEITO IRANIANO

No Irã, a mídia ocidental agiu como a grande mídia brasileira age em relação ao país - uma visão elitista e mercantilista, um olhar da Avenida Paulista ou do Jardim Botânico para o mundo, isto é, o outro, sempre desprezado cultural e político-economicamente.

Veja só - não tão só que não possa relacionar esse texto com a nossa realidade!

"Esperamos que fatos novos surjam nas próximas semanas, incluindo evidências críveis de que a eleição foi fraudulenta. Mas até lá devemos ter máxima cautela com os relatos sobre o Irã", escreveu na revista "Time" Robert Baer, um ex-agente da CIA no Oriente Médio.
Segundo Baer, a mídia europeia errou ao concentrar sua cobertura pré-eleitoral nos bairros de classe média alta de Teerã, onde vive, segundo ele, uma população "que ama música americana e está mais propensa a falar com jornalistas ocidentais".
Com a atenção focada nos setores liberais, não teria sido dada a devida atenção aos iranianos pobres e dos meios rurais, que formam a base eleitoral do presidente.
"A verdade é que Ahmadinejad talvez seja o presidente que os iranianos querem, e talvez tenhamos que conviver com um Irã em sintonia com o gosto deles, e não com o nosso", escreveu Baer.
Concordam os autores de estudo publicado três semanas antes do pleito de 12 junho. Pesquisa de Ken Ballen e Patrick Doherty, conduzida a pedido de dois institutos americanos, previu vitória de Ahmadinejad com o dobro de votos do reformista Mir Hosein Mousavi -mais até do que os 62,7% contra 33% divulgados oficialmente.
"Enquanto a mídia ocidental retratava dias antes da eleição um público entusiasmado com Mousavi, nossa mostra científica colhida em todas as 30 Províncias do Irã mostrava Ahmadinejad bem à frente", escreveram Ballen e Doherty nos jornais "Washington Post" e "Guardian".
Ballen e Doherty coordenaram a pesquisa a pedido do Terror Free Tomorrow e do New America Foundation.
O próprio governo iraniano admite irregularidades em cerca de 3 milhões dos votos -mas nada que mude a vitória de Ahmadinejad, que teve 11 milhões de votos a mais do que Mousavi."

Alguns dados jamais citados antyeriormente:

Aiatolá Ali Khamenei afirma que continuará "insistindo na aplicação da lei", descartando rever reeleição de Ahmadinejad

Protesto de 200 pessoas em local próximo a Parlamento é dispersado;
governo volta a acusar Ocidente e ameaça rever laços com Reino Unido


CHINA: O QUE VALE É O INTERESSE ESTRATÉGICO
As notícias sobre protestos no Irã desapareceram da mídia chinesa nos últimos dias, coincidindo com o anúncio de que o Irã se tornou o maior fornecedor de petróleo da China.
Até a semana passada, os principais diários chineses davam destaque às acusações de fraude nas eleições e aos violentos protestos.
As novas regras chegaram no fim de semana. Agora, o noticiário sobre o Irã precisa antes ter aprovação da agência estatal Xinhua.

ENQUANTO ISSO NO "DEMOCRÁTICO"
IRAQUE INVADIDO PELOS EUA:


Bomba mata 72 em Bagdá dias antes de recuo dos EUA

Ataque em Cidade Sadr, bairro pobre da capital, foi um dos mais letais do ano

Onda de atentados levanta dúvidas sobre habilidade das forças de segurança locais em controlarem o país após a retirada americana

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