quarta-feira, 17 de junho de 2009

O MUNDO MUDOU E SOMOS MAIS IGUAIS, DIZ LULA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira no Cazaquistão que a crise tornou os países mais iguais, abalou certezas e abriu espaço para a construção de uma nova ordem global.

"Antes da crise, tínhamos países que sabiam mais do que os outros. Antes da crise, o Estado não tinha nenhum papel relevante. Depois da crise, todos nós ficamos mais iguais".

JÁ NÃO HÁ MAIS CERTEZAS FUNDAMENTALISTAS

"Já não existe mais ninguém no mundo com certeza absoluta do que faz", disse o presidente durante a visita ao palácio presidencial de Akora, sede do governo cazaque.

"Por isso, existe uma possibilidade enorme de trabalho para a nova ordem financeira mundial. Para isso, temos que reformar as Nações Unidas e fortalecer e reformar as instituições financeiras internacionais, sobretudo o FMI e o Banco Mundial", acrescentou Lula ao lado do presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev.

O MUNDO MUDOU E É PRECISO COMPREENDER

Lula é o primeiro presidente da América Latina a visitar o país, que tem umas das maiores reservas inexploradas de petróleo do mundo.

Segundo Lula, Brasil e Cazaquistao convergem na iniciativa de democratização da ordem mundial. "O mundo mudou, e é preciso agir conforme as novas regras", disse.

Ao descrever o encontro com o presidente cazaque, Lula disse: "Mencionamos as iniciativas para reformas das instituições econômicas e políticas", disse, referindo-se à ordem global e não à situação interna do Cazaquistão, cujo presidente vem sendo reeleito em pleitos criticados por diversas organizações.


As declarações de Lula sobre a nova ordem global, ao lado do presidente do Cazaquistão, reforçam o resultado da cúpula dos países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), realizada nesta terça-feira na cidade russa de Ecaterimburgo.

No documento final, eles defenderam uma serie de interesses comuns principalmente na área econômica e financeira.

O presidente cazaque mencionou que existe grande potencial de ampliar a relação entre os dois países, citando possibilidades na área de economia e também de intercâmbio político, sem dar detalhes.

Durante o discurso, Lula mencionou também um projeto que levou 26 adolescentes do Cazaquistão para jogar futebol no Brasil. O projeto, Olé Brasil F.C., tem mais 11 na lista de espera.

"Espero que os jovens no Cazaquistão não fiquem melhores do que os brasileiros, no máximo, iguais", brincou Lula.

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