quinta-feira, 25 de junho de 2009

A NAÇÃO SOMOS NÓS - NÓS, QUEM, CARA-PÁLIDA?

Pobre chama o ladrão.

Rico e poderoso e patrimonialista chama a polícia e o Estado e diz, gloriosamente: a
nação somos nós!

Veja o que diz o articulista da Folha Clóvis Rossi sobre os tais escândalos do Senado - tudo para derrubar o presidente da Casa José Sarney e substituí-lo por um representante demotucano, o vice, que é do PSDB, conhecido partido paulista.

Como costuma fazer com os movimentos sociais, chamando a polícia para prender os que lutam pela terra, por exemplo, os patrimonialistas a chamam agora para substituir um patrimonialista pelo outro, esquecendo que a questão é de renovação da política, com a necessária partipação dos mais interessados, o povo.


Rossi chefa a sugerir que o Senado virou um prostíbulo, comparando com os escândalos sexuais do líder Berlusconi na Itália.

No final do texto, diz:

"Não me venham, por favor, com violação da Constituição, respeito a um outro poder etc. O Senado caiu na clandestinidade. Clandestinos, ainda mais quando fazem trambiques com dinheiro público, são alvo da polícia necessariamente."

Não levanta a discussão sobre o fim do Senado, numa movimentação da sociedade, e não só dos patrimonialistas donos do poder até midiático eletrônico.

Curiosamente, como sempre, porém, no próprio texto, Rossi, que é um dos melhores repórteres internacionais, diz:

"O descontrole foi longe demais.

Ou melhor, o que já se sabe sobre a Casa foi longe demais,

mas, pelo andar da carruagem, ainda pode-se chegar bem mais longe."

Conclusão: sabe-se que há muito mais, como o interesse dos demotucanos em tirar Sarney e colocar um representante que interessa a eles, mas sobre isso nada é dito.

Sempre o mesmo equívoco dos patrimonialistas do estamento conservador:

a nação somos n ós!

Nós, quem, cara-pálida?

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