quarta-feira, 22 de julho de 2009

Dilma: regras para o pré-sal não afastarão investidores

Na avaliação da ministra não há a probabilidade. com o tamanho de reservas e com a característica democrática, de que o Brasil não seja atrativo

21/07/2009 | 19:59 | agência estado



A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, considera que o Brasil não está afastando os investidores internacionais com o futuro marco regulatório do pré-sal. "Estamos definindo as regras do jogo", afirmou nesta terça-feira (21) durante entrevista à imprensa, em Washington. A ponderação da ministra está ligada à possibilidade de a Petrobras ser a operadora de todos os blocos do pré-sal. Na avaliação de Dilma, não há a menor probabilidade de que, "com este tamanho de reservas, com a estabilidade brasileira e com a característica democrática, o Brasil não seja extremamente atrativo".


As companhias petrolíferas internacionais, continuou a ministra, estão interessadas na camada pré-sal por seu imenso volume de reservas, com baixo risco e elevada rentabilidade. As grandes reservas no mundo estão nas mãos das estatais de petróleo. Quase 80% delas estão nestas condições, em países que "têm problemas de geopolítica e o acesso a essas reservas tem certas regras do jogo. Quando temos muitas reservas temos de discutir quem se apropria da renda petrolífera".



A ministra reiterou que a União tem clareza da imensa oportunidade que é no mundo ocidental ter acesso a reservas em um país estável, sem guerra, sem problemas étnicos. "O investidor sabe que quando o risco é baixo e a rentabilidade elevada, os contratos mudam, não são mais contratos de concessão tornam-se híbridos". O Brasil, disse Dilma, vai dar oportunidade tanto para companhias nacionais e estrangeiras privadas e inclusive para estatais, "pois há grandes estatais interessadas". Mas as reservas brasileiras, voltou a afirmar, vão se transformar em riqueza para o povo brasileiro.

Prazo

Dilma Rousseff afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu o mês de agosto como prazo para a entrega da primeira versão do marco regulatório para o pré-sal. "Eu sei que o presidente e o ministro Lobão, inclusive, têm sido pressionados para dizer a data precisa, mas é um modelo regulatório e tem consequências para o futuro", afirmou a ministra.

"Os envolvidos na questão estão fazendo todo esforço para entregar o documento no prazo mais rápido possível", disse a ministra. O objetivo, continuou ela, é ser "bem prudente e olhar bastante a consistência do modelo". Mas, conforme ressaltou, o presidente estabeleceu que o prazo não pode passar do mês de agosto.

Nos EUA, Dilma diz que "há muita espuma" sobre 2010

Apesar de ser a candidata preferencial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sucessão presidencial de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, procurou adotar uma postura discreta à sua viagem a Washington, onde encontrou-se com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e participou do 4º Fórum de CEOs Brasil-EUA. Questionada sobre eleições, a ministra disse apenas que "tem muita espuma" nas conversas sobre a corrida presidencial do ano que vem e deixou claro que apesar de estar sendo recebida pela segunda vez pelo presidente dos EUA - a primeira foi em março -, sua presença neste evento estava inserida no grupo de empresários.



Demonstrando disposição e bom humor, a ministra fez questão de dar o tom do encontro, reiterando que o foco era o grupo de CEOs e não ela. Apesar da relutância em falar sobre política, na noite de ontem, em entrevista à Agência Estado, Dilma comentou sobre o lançamento da candidatura do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), ao governo do Rio Grande do Sul, contrariando setores do PT que veem nesse lançamento um fator prejudicial à campanha presidencial de 2010. "Deixa o ministro ser candidato ou não ser", limitou-se a dizer.

No rápido encontro que teve hoje com o presidente Barack Obama, Dilma Rousseff o convidou a visitar o Brasil. O presidente norte-americano agradeceu o convite feito por ela, mas evitou confirmar se pretende retribuir, ainda neste ano, a visita realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos EUA, em março deste ano. Além da ministra, mais cinco pessoas ligadas ao 4º Fórum de CEOs Brasil-EUA foram recebidas nesta tarde, na Casa Branca, em Washington.

Sobre Obama, em particular, a ministra afirmou que o presidente norte-americano "fez manifestação muito forte e importante para o Brasil. Disse que gostaria muito de dar suporte, impulso aos laços entre Brasil e EUA, que julgava muito importante, especialmente no aspecto comercial". A ministra acrescentou que Obama se "referiu de forma muito gentil ao presidente Lula.

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