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Folha - O que levou a campanha para o segundo turno?
José Eduardo Dutra - A gente tem que reconhecer que a partir das pesquisas, a partir do programa eleitoral, quando a gente começou a crescer muito rápido, acabou sendo impregnado em todos nós, embora não fosse consciente, embora a gente não explicitasse isso e nas declarações a gente sempre procurava passar para a militância evitar o salto alto, uma sensação de que íamos ganhar no primeiro turno. Isso fez com que nós tivéssemos uma posição olímpica em relação à campanha. Mudou o tom por parte dos adversários e nós continuamos fazendo a campanha do mesmo tom do início. A campanha já estava mais para Chicago e nós estávamos ainda em Woodstock.
Mas houve episódios pontuais que levaram a candidata a perder votos.
Houve três episódios que num primeiro momento não tiraram votos, mas pessoas que já tinham definido o voto em Dilma acabaram recuando e pedindo "um tempo".
Bateu-se na questão da Receita, que não se comprovou nenhuma vinculação com a campanha e com Dilma; teve o caso Erenice, que teve um efeito na medida em que era uma questão palpável e de bom entendimento; e teve uma campanha muito forte na internet que foi a utilização de forma caluniosa e profissional dos boatos.
O caso Erenice trouxe de volta o caso do mensalão?
Talvez tenha feito a população pensar em episódios pretéritos e daí resolve dar um freio de arrumação. Mas há outro fato, que é o das pessoas pensando: "Nem o Lula ganhou no primeiro turno. Por que a candidata dele que chegou agora vai ganhar?"
Lula exagerou ao dizer que órgãos da imprensa se comportavam como partidos?
Obama também disse isso nos EUA. Ele chegou a dizer que iria tratar a Fox como um partido de oposição. E nem por isso ouvi ninguém dizer que o Obama estava querendo acabar com a liberdade de imprensa americana.
O sr. teme que o debate fundamentalista e religioso domine o segundo turno?
Se isso acontecer, não vai ser ruim apenas para um candidato. Vai ser ruim para o Brasil.
O sr. atribui à campanha de Serra os boatos contra Dilma?
Não há dúvida. Há elementos que mostram que há uma produção de um estado-maior, que está materializando isso. O número de panfletos, este material não está sendo produzido de forma artesanal, é de forma industrial, centralizada. Isso claramente vem da campanha.
sábado, 9 de outubro de 2010
Dutra: A campanha já estava mais para Chicago - gangsterismo - e nós estávamos ainda em Woodstock - paz e amor .
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