segunda-feira, 29 de novembro de 2010

mídia e ditadura - É válido noticia com base em depoimento obtido sob tortura?

blog do zé
Publicado em 29-Nov-2010
Ombudman da Folha coloca validade em discussão...
Julgo da maior utilidade - e gostaria muito que discutissem isso comigo, quero ter a visão de vocês - o debate suscitado pela ombudsmann da Folha de s.Paulo, Suzana Singer, sobre a validade da publicação de reportagens que tenham como base dossiês e documentos de processos da ditadura militar com depoimentos arrancados de presos políticos sob tortura.

A ombusdsman levanta a questão em cima dos depoimentos contidos nos processos a que respondeu sob tortura a presidenta eleita Dilma Rousseff, durante a ditadura militar, quando ele ficou presa por três anos. A Folha requereu esses documentos, teve o acesso negado, mas em nova decisão, obteve a liberação pelo Superior Tribunal Militar (STM) e agora, com base neles tem publicado reportagens a respeito.

O jornal, ou melhor, sua ombudsman, diz que eu exagero quando defini os documentos do processo da Dilma como "lixo puro". Mas, é isso mesmo. Não é que não devam ser publicadas matérias com base neles, mas é necessário que aquilo que vier a público seja acompanhado máximo de esclarecimentos, principalmente de que aquilo foi obtido sobre tortura a que, na maioria dos casos, as vítimas eram levadas a um ponto em que era humanamente impossível resistir.

No debate que suscitou a ombudsman da Folha antecip a sua opinião: "A presidenta Dilma tem todo o direito de não ver publicado o que confessou ou inventou aos 22 anos pendurada em um pau de arara", conclui Suzana Singer, um final com o qual eu concordo plenamente. Daí ter dado a definição para os documentos - "lixo puro" - que ela considerou exagerada

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