sexta-feira, 29 de abril de 2011

ibge - censo - ]2010 - Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil

30/04/2011 - 10:33h

Maioria das famílias vive com menos de 1 salário per capita

Apesar de melhoria na última década, uma em cada sete residências vivia com até 1/4 de salário mínimo per capita

Wilson Tosta e Felipe Werneck – O Estado de S.Paulo
No País retratado em 2010 pelo IBGE, a maioria da população (60,7%) vivia em domicílios com renda familiar per capita de menos de um salário mínimo (no valor de R$ 510 na época), apesar de em dez anos ter diminuído o número de famílias nos extratos mais baixos de rendimento.

No ano passado, praticamente uma em cada sete residências tinha renda domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo; uma em cada três, de meio a um; e mais de uma em duas tinha rendimento por pessoa de até um salário mínimo -em todos esses grupos sociais, porém, esses números significaram melhoria em relação à década anterior.

O instituto constatou que, após a faixa de um a dois salários, os resultados dos dois últimos censos se aproximaram, até convergir nos grupos depois de três a cinco salários – a antiga classe média, que ficou onde estava.

O aumento do salário mínimo na década – reajuste de 237,7% para uma inflação (pelo IPCA) de 89% – e os programas sociais são apontados como causas da melhoria de renda dos mais pobres ocorrida no período.

Desigualdade. Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, os dados apontam para uma redução da desigualdade de renda. “O contingente brasileiro que em 2000 ganhava renda inferior a meio salário mínimo hoje é muito menor”, disse Nunes. Ele citou programas de transferência de renda e o aumento real do salário mínimo entre as principais causas da mudança.

Nunes explica que as faixas consideradas prioritárias pelo Bolsa-Família são próximas àquela que o IBGE usa como critério para a distribuição de renda: 1/4 do salário mínimo. Ele também destacou a expansão da economia na última década, com a criação de mais de 10 milhões de postos de trabalho.

Falhas. O avanço na renda dos mais pobres não foi acompanhado no mesmo ritmo – ou pelo menos em padrão semelhante – por outros indicadores sociais.

O País reduziu a sua proporção de analfabetos com 15 anos ou mais na década de 91-2000 (de 20,1% para 13,6%) do que entre os anos 2001 e 2010 (13,6% para 9,6%). A redução nessa velocidade é encarada com naturalidade por especialistas, que ressaltam o aumento da dificuldade em combater o analfabetismo, na medida em que o estoque de analfabetos diminui, concentrando-se em centros menos urbanizados e mais pobres.

A Região Nordeste é aquela com maior taxa de analfabetismo: 19,1% em 2010, contra 28,2% em 2000 e impressionantes 37,6% em 1991. Entre os nordestinos, em 2010, 47,1% dos analfabetos tinham 60 anos ou mais.

Também avançou em ritmo modesto o porcentual de domicílios particulares ligados a rede de esgoto ou fossa séptica – de 62,2% para 67,1%, apenas 4,9 pontos porcentuais em dez anos. Isso significa que, no ano passado, 32,9% das residências lançava seus dejetos sanitários diretamente e sem tratamento na rua ou no meio ambiente.

Trabalho infantil. O Censo 2010 mostra ainda que no ano passado havia 132 mil domicílios no País sustentados pelo trabalho feito por crianças de 10 a 14 anos. “Proporcionalmente aos 57 milhões de domicílios, esse número (132 mil) não é muito expressivo. Entretanto, ele reflete outra realidade que o IBGE revela sistematicamente: a presença de trabalho infantil na sociedade”, diz Nunes.

29/04/2011 - 10h00
Thiago Varella
Do UOL Notícias
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.

Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.

BrasilÁrea ruralÁrea urbana




O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.

O BRASIL EM NÚMEROS

Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce
21 milhões em uma década
com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.

O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.

A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.

Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.

A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).

São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.

No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.

Top 10 - Veja curiosidades do Censo 2010 sobre os municípios brasileiros
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (29) os detalhes do Censo 2010. O levantamento apontou que a população brasileira cresceu de 169.590.693, do Censo 2000, para 190.755.799, variação de 12,48%. O crescimento populacional foi maior na região Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%).

Veja abaixo curiosidades do Censo 2010 nos municípios brasileiros.

Com explosão demográfica, Rio das Ostras (RJ) é a cidade que mais cresceu no país
O município de Rio das Ostras, no litoral norte do Rio de Janeiro, triplicou sua população na última década. Em 2000, eram 36.419 habitantes, número que saltou para 105.676 no Censo 2010 --crescimento de 190%. Em segundo lugar está Balbinos (SP), que viu sua população aumentar de 1.313 para 3.702 (181%), seguido de Pedra Branca do Amapari (AP), crescimento de 4.009 para 10.772 habitantes (169%); São Felix do Xingu (PA), de 34.621 para 91.340 (164%); e Canaã dos Carajás (PA), de 10.922 para 26.716 (144,61%).
Maetinga (BA) perde quase a metade da população em dez anos
Maetinga, no Centro-Sul baiano, foi a cidade que proporcionalmente mais diminuiu em todo o país. Entre 2000 e 2010, a população do município caiu de 13.686 para 7.038, redução de 49%. Itaúba (MT), em segundo lugar, minguou de 8.565 para 4.575 (-46,58%). Já a população de Brejo de Areia (MA) despencou de 10.418 para 5.577 (-46,47).
Borá (SP) mantém o título de menor cidade do país
Pelo segundo censo consecutivo, o município de Borá, no interior paulista ganhou o título de menor cidade do país em termos populacionais, com 805 habitantes, apenas dez a mais do que foi registrado no Censo 2000. O segundo lugar nesse quesito ficou com a cidade mineira de Serra da Saudade, cuja população caiu de 873 para 815 na última década. A terceira menor cidade do país é Anhanguera (GO), com 1.020 habitantes.
Campinas (SP) continua ostentando título de maior cidade do interior
Das cinco cidades interioranas mais populosas do país, quatro estão no Estado de São Paulo. A maior delas, Campinas, tem 1.080.113 habitantes, segundo o Censo 2010. Em segundo lugar aparece São José dos Campos, com 629.921 habitantes, seguida de Ribeirão Preto (604.682), Uberlândia (604.013) e Sorocaba (586.625). A lista não considera como do interior as cidades que pertencem às regiões metropolitanas.
Guarulhos (SP) e São Gonçalo (RJ): maiores cidades das regiões metropolitanas, exceto as capitais
Se Campinas é a maior cidade do interior, Guarulhos (SP) é a maior cidade brasileira que não é capital e pertence a uma região metropolitana, com 1.221.979 habitantes. Em segundo lugar aparece São Gonçalo (RJ), com 999.728 moradores, seguido de Duque de Caxias (855.048), Nova Iguaçu (796.257) --ambos no RJ-- e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (765.463).
Extensos e despovoados, municípios da região Norte têm menores densidades demográficas
Os sete municípios com as menores densidades demográfica estão na região Norte. O primeiro da lista é Japurá (AM), no Alto Rio Negro, que possui 8.549 habitantes espalhados para uma área de 56 mil km² --área equivalente a 37 municípios de São Paulo--, que dá uma densidade demográfica de 0,13 habitante por km². Na seqüência, aparecem Atalaia do Norte (AM), no Alto Solimões, com 15.153 habitantes em 76 mil km² (densidade de 0,20), Barcelos (AM), também no Alto Rio Negro, com densidade de 0,21 hab/km² e Mateiros (TO), na região do Jalapão, com densidade de 0,23 hab/km².
Formigueiros humanos: São João do Meriti (RJ) e cidades da Grande São Paulo
Apelidada de "formigueiro das Américas", São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é a cidade com maior densidade demográfica, com 458.673 habitantes em apenas 35 km², o que dá uma densidade de 13.024 hab/km². Na seqüência aparecem Diadema (12.519 hab/km²), Taboão da Serra (12.049), Carapicuíba (10.680) e Osasco (10.411), todos na Grande São Paulo.
Porto Alegre, Recife e capitais do Sudeste têm menor crescimento
Entre todas as capitais brasileiras, Porto Alegre foi a que menos cresceu entre 2000 e 2010, com aumento populacional de 3,58% --1.360.590 para 1.409.351 habitantes. Belo Horizonte aparece em segundo lugar, com crescimento de 6,10%, 2.238.526 para 2.375.151, seguido de São Paulo (7,84% de aumento), Rio de Janeiro (7,90%) e Recife (8,07%).
Capitais da região Norte são as que mais crescem
Enquanto as metrópoles do Sul e Sudeste crescem moderadamente, na região Norte as capitais crescem em ritmo acelerado. Em Macapá, por exemplo, a população cresceu 40,56%, saltando de 283.308 em 2000 para 398.204 em 2010. Já em Rio Branco, o crescimento foi de 32,79%, passando de 253.059 para 336.038. Em Porto Velho, a população aumentou de 334.661 para 428.527, variação de 28,05%, proporção semelhante à de Manaus, onde o número de habitantes cresceu de 1.405.835 para 1.802.014 (28,18%). Já Boa Vista, a campeã em crescimento populacional, o número de moradores cresceu de 200.568 para 284.313 (41,75%).
Brasil tem 58 cidades novas, a maioria no Rio Grande do Sul
De acordo com o Censo 2010, 58 cidades novas foram fundadas no Brasil entre 2000 e 2010, 29 delas no Rio Grande do Sul e 15 em Mato Grosso. Outros quatro municípios foram criados em Goiás, três no Piauí e dois na Bahia. No Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, um município novo surgiu na última década.

29/04/2011 - 11h24 Em dez anos, população de mulheres superou a de homens em 4 milhões no Brasil
Carolina Gonçalves
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro Comentários [5]

Imagens do Brasil no Censo 2010
O Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens em dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre os gêneros, segundo o estudo, é de 96 homens para cada 100 mulheres.

“Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de mulheres”, explicou Fernando Albuquerque, gerente de projetos da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

De acordo com Albuquerque, nascem 105 homens a cada 100 mulheres, mas como eles estão mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o número de mortes é maior.


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Buscar município:
UF Município População Masculina Feminina Urbana Rural
RO Alta Floresta D'Oeste 24.392 51,89% 48,11% 57,27% 42,73%
RO Ariquemes 90.353 50,41% 49,59% 84,7% 15,3%
RO Cabixi 6.313 51,73% 48,27% 42,66% 57,34%
RO Cacoal 78.574 49,79% 50,21% 78,81% 21,19%
RO Cerejeiras 17.029 50,21% 49,79% 84,67% 15,33%
RO Colorado do Oeste 18.591 50,19% 49,81% 73,46% 26,54%
RO Corumbiara 8.783 53,64% 46,36% 29,49% 70,51%
RO Costa Marques 13.678 52,65% 47,35% 54,81% 45,19%
RO Espigão D'Oeste 28.729 50,84% 49,16% 71,74% 28,26%
RO Guajará-Mirim 41.656 50,29% 49,71% 84,52% 15,48%

Showing 1 to 10 of 5,565 entriesA capital carioca foi apontada no levantamento como a unidade da Federação com a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.

A Região Norte é a única do país onde o contingente masculino é superior ao feminino. Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno ocorre “em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade – extrativa e de mineração –, em que os homens são a grande maioria”.

COMPARE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 1872-2010



Outra constatação do levantamento que verificou a situação demográfica do país e as mudanças ocorridas entre 2000 e 2010 foi o envelhecimento da população brasileira que somou cerca de 190 milhões de habitantes (190.755.799) no ano passado. De acordo com o IBGE, o crescimento absoluto da população adulta e o aumento da participação da população idosa no país foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da população brasileira.

O Censo Demográfico mostra que os grupos etários de menos de 20 anos vêm diminuindo no contingente populacional. “Em cada censo, a base [do gráfico demonstrativo onde a base representa a população mais jovem] se estreita mais em função da queda da fecundidade e o topo se alarga mais, com indicativo de maior longevidade”, explicou Albuquerque.

No cenário brasileiro, apenas no Norte e no Nordeste ainda mantêm uma base mais larga, ou seja, um contingente de jovens ainda maior do que em outras regiões. De acordo com o gerente de projetos do IBGE, a justificativa é que estados da região norte e nordeste iniciaram o processo de transição demográfica mais tarde do que no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. “O declínio da fecundidade foi posterior ao das outras regiões isso faz com que o número de filhos ainda seja mais alto do que em outras regiões.”

Segundo Fernando Alburquerque, a tendência é de uma convergência no país, “com redução da diferença entre fecundidade e mortalidade entre as grandes regiões brasileiras”.

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